Perseus escrita por F dQueiroz


Capítulo 6
Cap V - Sobre suspeita


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores(as)
Mais um capítulo cheio de surpresas e mistérios pra vocês, então leiam, curtam e comentem.



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Pov. Annabeth


Depois disso a reunião terminou logo. Ninguém desejava ir numa missão perigosa, no meio de um conflito entre dois dos Três Grandes, sabendo que, se Zeus descobrisse, iria nos fritar vivo. E também não queriam ajudar Poseidon. Pelo visto, ninguém tinha chegado à mesma conclusão que eu.

Ao sair da casa grande, eu imediatamente fui falar com Thalia. Ela estivera estranhamente calada durante toda a reunião. Parecia nervosa, e ao mesmo tempo animada. Será... que ela quer ir nessa missão? Não, Thalia odiava Poseidon tanto quanto Zeus. Ela estava na varanda da casa grande e olhava em direção dos chalés. Até mesmo para uma punk ela estava muito melancólica hoje.

Cheguei perto de Thalia e vi para onde ela olhava. Lucke estava a alguns metros conversando com Cornor Stoll outro filho de Hermes. A historia de Thalia e Lucke era um tanto quando confusa. Ela poderia negar até mesmo para si, mas ela ainda guardava sentimentos por ele.

Antes eles eram namorados, mas o romance entre eles acabou tão abruptamente que foi praticamente um choque. Thalia nunca explicou o motivo da separação, mas ficou mais do que claro que fosse o que fosse havia a magoado muito.

— Eu ainda não entendo – Thalia começou sem me encarar.

— O que você não entende Thalia? – perguntei confusa.

— O motivo disso tudo – falou com a voz cansada – certo que meu pai não tinha o direito de matar ninguém, mas quanto mais eu penso mais eu tenho certeza de que tem algo mais nisso. Eu sei que meu pai e Poseidon não se dão tão bem assim, mas mesmo assim não parecer ser vingança.

Thalia não era a única a pensar nisso. Eu já havia chegado a essa conclusão há muito tempo, afinal deuses não saem por ai matando o filho de outros sem motivo, ao menos que esses tenham feito alguma estupidez com eles, ou seja, feito algo capaz de ameaçar a existência deles.

Meu cérebro trabalhava a mil, mas por mais que eu pensasse não conseguia chegar a uma resposta.

— Eu também pensei isso. – falei – isso parece ser mais do que vingança contra Poseidon... em todo caso Quíron deve nos reunir logo para que possamos montar uma equipe de busca.

Thalia apenas assentiu sem muito entusiasmo e desviou o olhar para onde havia uma aglomeração de semideus. Thalia franziu a testa e eu acompanhei o seu olhar. Bem na borda da floresta saia um garoto pálido um pouco mais novo que eu. Ele se vestia todo de preto. Calça preta, All Star preto e uma jaqueta preta de motoqueiro. Seria uma figura ameaçadora se não fosse o rosto ainda infantil.

Nico diAngelo o filho de Hades havia acabado de chegar ao acampamento meio sangue. Eu olhava aquilo estarrecida, pra mim não havia mais como meu dia ficar mais estranho, mas vendo aquilo tive idéia do quanto estava errada. Thalia também não estava diferente, ela olhava para ele com as sobrancelhas franzidas, nem ela acreditava no que via.

Nico era uma figura um tanto quanto sombria. Ele havia chegado ao acampamento a pouco menos de dois anos, mas nunca ficou. Pelo o que eu conhecia de sua história, ele veio para o acampamento logo após sua mãe ser morta, fora isso ninguém sabia nada do passado de Nico com exceção de Quíron claro.

Nico caminhava de cabeça baixa em direção a casa grande. A medida que ele se aproximava os outros semideuses se afastavam temerosos. Podia ser ver uma aura negra em sua volta. Tirando ele, Thalia e agora o filho de Poseidon não existia outros semideuses tão poderosos quanto eles.

Thalia não admitia o quanto era poderosa, talvez por causa do seu pai, ela normalmente não gostava de ser lembrada que era filha de Zeus, mas as vezes eu podia ver uma fina aura azulada como eletricidade circundá-la. Vendo Nico e Thalia assim eu me perguntava o qual poderoso devia ser o filho de Poseidon.

Nico continuava se aproximando com passadas lentas. Foi apenas quando ele estava a dois metros da casa grande que voltou a olhar para frente deparando conosco na varanda.

Seu semblante se curvou em irritação e ele subiu a escada apressado já entrando na casa grande e fechando a porta com força atrás de si.

Eu olhei para Thalia e via a curiosidade corroendo dentro dela. Eu não devia estar diferente, mas me controlei.

- Vamos Thalia - falei puxando-a para longe da casa grande.

- Ah não Annie! - ela falou parando - Não vai me dizer que você não quer saber o que ele veio fazer aqui?

Era claro que eu queria saber, mas eu também sabia que Quíron não iria gostar nem um pouco de nos ver por ali, fora o Sr. D que não estava de bom humor e poderia muito bem nos transformar em videiras ou outra coisa.

- Claro que eu quero saber Thalia - falei fazendo ela dar um sorriso esperançoso - mas eu não quero ser transformada em algum tipo de hortaliça pelo Sr. D.

Thalia pareceu ponderar até que tremeu a cabeça tristemente concordando comigo.

Caminhamos em silêncio em direção a área dos chalés. Por onde passavamos podiamos ver os outros semideuses assustados conversando entre si. Eu sabia exatamente o que eles estavam sentindo.

Quando passamos perto do chalé 7 vimos Charles Beckendorf filho de Hesfesto conversando com meu irmão Maicon. Não éramos irmãos de sangue, apenas por parte divina, afinal deuses não possuem DNA. Quando passamos eu pude ouvir o que eles conversavam.

- Isso não é bom - Charles falava - primeiro um deus depois um filho da morte?

- Bem... tecnicamente o Nico, não é um filho da morte - Maicon respondeu o corrigindo.

- Isso não importa - Charles respondeu confiante - a questão é que se já está assim só podemos ter certeza de irá apenas piorar.

Eu vi Thalia se retesar ao meu lado. Eu não duvidava de que apartir de agora as coisas iriam ficar ainda mais complicadas.

Thalia e eu nos separamos quando chegamos no chalé de Zeus, ela entrou no chalé enquanto eu ficava ali perdida nos meu pensamentos, mas foi quando eu percepi uma sombra se esqueirar pela borda da floresta e e adentra-la.

Eu olhava Lucke entrar na floresta e olhando por sobre os ombros como que se para ter certeza de que não estava sendo seguido.

Eu olhei a aquela cena e não pude resistir não segui-lo. A medida que adentrava a floresta eu culpava meu DTH. Certo que era uma desculpa esfarrapada, mas eu sabia que se não o seguisse ficaria me mordendo por não ter ido.

Lucke estava a poucos metros a minha frente e caminhava tão sorrateiro e silencioso que era quase impossível segui-lo. Não sei por quando tempo eu o segui. Talvez horas, minutos eu não sabia, mas meu coração batia em expectativa.

Lucke estava agindo estranho nos últimos dias. Agora pensando um pouco melhor percebi que ele desaparecia com frequência. Eu devo ter ficado pensando demais, pois quando voltei a prestar atenção ele já havia sumido.

Corri para frente, mas ele já não estava em lugar nenhum. Era como se ele simplesmente houvesse desaparecido. Eu sabia que não era impossível, eu mesma tinha um bone que me deixava invisível, presente da minha mãe.

Suspirei frustrada e me encostei em uma árvore tentando pensar. O que Lucke fazia naquela parte da floresta? Mas por mais que eu tentasse não conseguia encontrar uma explicação óbvia.

Olhei por entre as copas das árvores e assustei ao ver que o sol já estava baixo. Não tinha certeza por quanto tempo havia andado, mas foi praticamente uma tarde inteira.

Voltei, pela mesma direção em que vim. A medida que eu andava eu sentia como se olhos gelados acompanhasse cada passo meu. Várias vezes eu olhei para trás, mas não havia ninguém. Foi só depois de um tempo que eu percebi o quando a floresta estava silenciosa.

Meu coração disparou e junto com ele meus passos. Eu corri o mais rápido que eu pude. Eu sentia seja lá quem ou o que fosse que me observava se aproximando cada vez mais.

Agora eu via que o sol mal alcançava as árvores mais altas, o sol já devia estar se pondo e eu sabia que seria mais difícil achar o caminho de volta depois disso.

Minhas pernas doiam. Meu coração saltava no meu peito, mas a sensação de estar sendo observada não diminui, muito pelo contrário somente aumentou.

Eu já estava quase caindo quando cheguei em uma pequena cachoeira. Eu nunca havia visto aquele lugar. Era lindo.

De alguma maneira os últimos raios de sol batiam na cachoeira. Eu podia ver um amontoado de lírios brancos na borda do pequeno riacho que se formava logo abaixo da cachoeira. Um casal de borboletas vermelhas voavam ao redor delas. Era surreal.

Eu fiquei tão extasiada com a paisagem que nem notei quando alguém se aproximou de mim e colocou a mão sobre o meu ombro.

Eu gritei. Dei um pulo para longe da pessoa já com minha faca na mão, mas eu perdi toda fala quando vi quem estava na minha frente.

Atena, deusa da sabedoria e estratégia em batalha e também minha mãe.

Ela me olhava com seus olhos cinzas tempestuosos, tão iguais aos meus que eu cheguei a ter vertigens, alias olhando bem eu era uma cópia da minha mãe.

Eu nunca a havia visto, não pessoalmente. Seus cabelos loiros estavam soltos e ela se vestia com uma túnica grega tão branca que chegava a ofuscar.

Era o segundo deus que eu conhecia em menos de 24 horas, mas não menos deslumbrante. Eu podia perceber que ela exalava poder, não tanto quanto Poseidon, mas ainda sim era assustadoramente intimidante.

- Annabeth Chase - ela falou como se estivesse me avaliando - minha filha.

- Mãe - falei com um fio de voz me ajoelhando.

Meu peito deu uma volta. Eu não acreditava que conheceria Atena muito menos que ela me admitiria como filha afinal eu tinha ouvido histórias de como os deuses não se importavam com seus filhos.

- Mas eu me importo com você Annabeth - ela falou e sorriu ao olhar meu rosto assustado - se levante filha não temos muito tempo - completou mudando o semblante tão rápido que se eu não tivesse visto duvidaria que ela havia sorrido segundos atrás.

Levantei-me ainda atônita, não acreditando no que estava acontecendo. Atena caminhou graciosamente em direção ao pequeno rio. Me aproximei até ficar ao seu lado.

Atena olhava onde os últimos raios de sol refletiam na água. A paz daquele lugar fez meu coração se acalmar. Eu me perguntava o que tudo aquilo significava. Não ousava quebrar o silêncio por isso permaneci calada até que ela começou.

- Creio que Poseidon a assustou um pouco não? - não era aquilo que eu esperava ouvir, mas meneeia a cabeça concordando.

- Ele esta desesperado para encontrar o filho eu não o culpo.

- Não o culpa? - perguntei incrédula - a guerra é culpa dele... a morte de todos esses semideuses...

- Isso vai além da sua percepção Annabeth - falou com um olhar um tanto quanto amargurado - o que me lembra o motivo de estar aqui - falou ganhando minha total atenção - você deve ir nessa missão e encontrar o filho de Poseidon.

- O quê? - praticamente gritei, fazendo-a me lançar um olhar repreensor.

- A muitas coisas em jogo Annabeth, agora mesmo o Olimpo está dividido e meu pai nem sabe que eu estou aqui - ela falou com uma leve tensão na sua voz.

- Mas por que eu? - perguntei, afinal eu nunca havia ido em uma missão ainda e sabia que o acampamento tinha vários outros campistas mais experientes.

- Porque você é minha filha - ela falou como se fosse óbvio e completou - e também porque eu não confio nos outros, alguém quer o garoto morto e isso não pode acontecer.

- Mas que... - nem pude terminar, pois um raio atingiu uma árvore próxima fazendo-a pegar fogo.

- Zeus nos descobriu - Atena falou me arrastando para longe - lembre-se Annabeth você deve ir nessa missão e mais ninguém deve saber que eu falei com você.

Eu tinha milhares de perguntas borbulhando na minha cabeça, mas nem seguer tive a chance de perguntar a última coisa que eu vi foi um raio caindo próximo a outra árvore antes de eu sentir um vento franco bater sobre mim, no segundo depois eu estava na porta do meu chalé.



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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? Se sim comentem e se não... comentem mesmo assim ok, rsrs. Você também caro fantasma, não seja tímido e apareça ok?
Se você leitor tiver alguma opinião idéia sobre o que pode acontecer não deixe da me mandar ok? Quem sabe ela entra na fic ;)

Bjs e abcs de um autor não tão famoso,
Fabrício Queiroz