Dear Boss escrita por Bruna


Capítulo 12
Sunshine.


Notas iniciais do capítulo

Opa, cheguei cedo dessa vez haha. Outro pov Edward. Espero que gostem!



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POV EDWARD

Se ela cai, eu caio.

Era isso que estava evidente em meu olhar, vibrando pela minha pele, agitando-se fundo no meu coração. Não tinha como negar. Enquanto olhava nos seus olhos intensamente, aquela chama acesa que transformava o meu mundo a cada segundo, percebi claramente. A percepção foi fácil, simples, bem como quando descobri que ela era minha. Esta constatação esteve dentro de mim, só esperando para acordar.

Se ela cai, eu caio.

Eu não podia vê-la destruída, porque cada parte de mim destruía-se junto. Quando eu percebia seu brilho se apagando como velas chegando ao fim, eu fazia o possível. O impossível, só para tê-la de volta. Comigo. Aqui, onde ela estava. Na minha frente, a um sopro de distância.

Precisava da sua calma, e ela precisava da minha força. Força esta que eu oferecia de bom grado. Merda, não foi isso que falei a ela? Que a daria tudo? Tudo de mim, até que não sobrasse nada? Porque eu daria. Eu dou. E enquanto ela precisar da perseverança que está em mim, eu darei a ela.

O seu pai não tinha melhorado, não exatamente. O quadro estava estável, mas isso não era melhora. Era estagnação. Estávamos estagnados, esperando um sinal, um movimento. Unzinho que seja, só para que pudéssemos respirar aliviados e seguir em frente.

Nós, porque cada vez que ela se desesperava, ou enchia-se de raiva, tristeza ou aflição, eu afundava também.

Porque, porra, se ela cai, se os seus joelhos fraquejam por qualquer intervalo de tempo, eu caio junto. Logo atrás dela.

-Edward? – ela perguntou, com um fiapo de voz, os olhos arregalados – Vai responder a minha pergunta?

Minha garganta se fechou como se estivesse ingerido cafeína. E, merda, eu era alérgico a café. Eu não conseguia falar. De repente, não conseguia pensar. As palavras embaralharam-se, e minha visão tornou-se nublada. Eu não ia conseguir falar.

Senti um aperto, como se estivessem torcendo alguns dos meus órgãos vitais e me encolhi em agonia.

Por que eu não conseguia falar?

Eu sabia que com isso a estava magoando. Pude ver, pela forma que seu rosto desmoronou só um pouquinho, antes dela assentir lentamente e afastar-se de mim.

A sua distância foi sentida por cada terminação nervosa do meu corpo. Estavam protestando. Ela não podia afastar-se.

Não! Por favor, volte.

Mas eu não conseguia falar. De alguma forma, não consegui sequer me mover. Eu era uma pedra, uma escultura petrificada em mármore no banco do hospital.

-Eu...Eu tenho que... – ela não terminou a frase, mas saiu apressadamente, para longe de mim. Não rápido o suficiente. Antes dela virar o rosto, pude ver algo brilhante descer pelas suas bochechas.

Ah, merda.

Como se já não bastasse o aperto que doía as minhas entranhas, agora viriam os alfinetes. Ela estava chorando. E era tudo culpa minha. Porque não consegui desferir as merdas das três palavras.

Maldição. Eu era um imbecil.

Finalmente consegui me mover, e encostei a cabeça na parede atrás de mim. Droga, o que eu iria fazer agora? Certamente não podia deixá-la se afastar, mas mais certo que toda essa merda era que eu não conseguia falar o que ela queria. De novo não.

Mas que baita idiotice era o amor. Por que ela queria ouvir? Se eu estava por ela durante todo esse tempo, disposto a dar o que ela necessitasse, emprestando-lhe minhas forças, pagando esse hospital... O que mais ela queria de mim?

Um eu te amo, é claro. Ela queria exatamente o que eu não podia dar a ela.

Infernos, desde a Tanya eu não conseguia falar essas três palavras de novo. Para ninguém, nem mesmo para minha irmã, ou mãe, que eram provavelmente as duas mulheres a quem mais amava na vida. Eu não podia mais falar.

E então, sem permissão, tudo veio a tona. Toda a merda que eu tentava expulsar da mente, veio como uma avalanche, me enchendo o corpo e fazendo-me arfar.

Flashback on.

- Fala, Edward, você está me matando! Do que se trata tudo isso? – Tanya perguntou, apertando fortemente nossas testas juntas, olhando bem fundo nos meus olhos.

Sorri abertamente, rindo gostoso contra sua garganta. Beijei sua jugular e respirei fundo.

-Está querendo me matar de ansiedade? – ela insistiu, virando meu rosto para ela.

Ela era tão linda! Seus cabelos loiros eram tão sedosos que minhas mãos formigavam para senti-la, acariciá-la, cheirá-la. Queria ficar com ela para sempre.  Sorri ainda mais ao me dar conta do quão sortudo eu era. Ter essa mulher maravilhosa, só para mim, era quase inacreditável. Minha.

-Tanya, eu te amo – falei, rápido, simples, sem protelar.

E sorri de novo quando vi o quão fácil foi revelar o que estava formigando dentro de mim. Claro que a amava. Como não? Ela era linda, amável, carinhosa e me fazia sentir não como um garoto, mas sim como um homem. Um homem capaz de amá-la e protegê-la de todo o perigo. Um homem capaz de matar quem a ameaçasse. Um homem que queria construir uma família e talvez ter filhos, que deveriam ser exatamente como ela. Sem interferência alguma dele.

E, olhando intensamente naqueles olhos verdes, um homem com instintos sexuais bem fortes.

-Ah, Edward, eu também te amo tanto! – ela sorriu e me abraçou fortemente.

E aquela revelação era como música aos meus ouvidos.

________

-Não, não, não! Absolutamente não! Você não se casará aos 18 anos! – Esme gritava, histérica, indo de um lado para o outro.

A dureza na sua voz me fez ficar imediatamente na defensiva.

-Não estou pedindo sua permissão. Estou comunicando uma decisão já tomada.

Esme me olhou com uma expressão de alarme. Então veio para bem perto de mim.

-Você está louco? Perdeu completamente o juízo?

-Nunca estive tão lúcido.

-Edward, você mal viveu a sua vida. Tem noção de quantos lugares tem para visitar, quantos amores tem para saborear, quanto ainda tem para viver? Não enlouqueça!

-Posso visitá-los...Com a Tanya. E a amo. Somente a ela.

-ARGH!

Esme gritou, exasperada. Mas não havia nada do que ela pudesse fazer. A minha decisão estava tomada.

-Você tem certeza disso? Por favor Edward, pense por mais um...

-Não. Já decidi, mãe, por favor.

Esme suspirou, resignada. E sorriu.

E porra, eu iria ser um homem casado em alguns meses!

______

Quando o despertador tocou, eu quase o joguei janela abaixo. Estava tão confortável, abraçado com a Tanya, que xinguei por bons 10 minutos, sem parar. Por que eu tinha que acordar? Mas que droga.

Alguém bateu na porta, e eu praguejei novamente.

-Quem é? – falei não tão alto, com medo de acordar a Tanya.

-Sou eu, filho, pode vir aqui por alguns minutos?

Reconheci a voz do Carlisle e suspirei. Provavelmente ele queria arranjar os últimos detalhes do casamento que aconteceria daqui a uma semana. Exatamente sete dias. Sorri tão largo que me doeram as bochechas. MEU casamento.

Levantei, me vestindo rapidamente e dando um beijo na minha futura esposa dorminhoca. Tão linda...

-O que, Carlisle? – perguntei, diretamente, porque não via a hora de voltar para a cama.

-Edward. – ele não  falou mais nada. A sua voz era tão dura que me assustei, porque ele não costuma ficar bravo. E nesse momento parecia que iria subir pelas paredes.

-Carlisle..Carlisle, o que houve? Pai, o que aconteceu? Em que posso ajudar? – perguntei,preocupado instantaneamente.

Ele olhou para mim por um longo momento, e chegou a abrir a boca uma ou duas vezes.  Nenhum som foi audível. E sua expressão era tal que o desespero me empurrou para trás com violência. O que estava acontecendo? Será que havia algum problema comigo? Eu tinha feito alguns exames médicos para sair do país e organizar tudo para a minha lua de mel, e meu pai era médico....Ah meu deus. Ah não, não, por favor não. Por favor, que a minha felicidade não seja estragada. Não agora.

-É a Tanya... – ele começou.

Caí no chão com um baque surdo. A minha cabeça girava, e eu não conseguia mais respirar. Meus olhos arderam como se pegassem fogo, e eu já não pensava com coerência. Não, não a minha Tanya. Não, por favor.

A dor foi aguda e minha cabeça explodia em pedaços pequenos. Pequenas explosões...E ainda tinha esse ruído. Esse som alto e gutural, que estava piorando tudo. Calem a boca, idiotas! Será o Carlisle? Eu já iria levantar a cabeça e pedir para que calasse a merda da boca, quando percebi que ele se curvava contra mim, preocupado.

Ah! Eu que estava gritando.

Tanya apareceu no quarto, parecendo atordoada. Viu o que estava acontecendo por 4 segundos. Eu, no chão, e o Carlisle curvado sobre mim. Arregalou os olhos e correu para mim.

Meus braços já estavam abertos, exatamente onde ela se encaixava. Ah, não, eu não podia perdê-la. Por favor, não..

Só que ela não veio. Carlisle levantou num salto, interceptando seu caminho.

-Não toque nele! – gritou, tão furioso que me encolhi ainda mais.

-O que? Carlisle, você está louco? – falei, baixo, porque ainda estava transtornado. O que ele estava fazendo?

-Saia daqui, sua impostora! Fora! – ele falou á Tanya, me ignorando completamente.

Meus instintos protetores foram acionados como um curto circuito. Levantei-me e fui até ela, envolvendo-a.

-Não fale assim com ela! – cuspi, olhando para o meu pai com raiva.

-Ela é uma impostora! – senti a Tanya ficar rígida ao meu lado, e a abracei com mais força;

-Você perdeu o juízo!

Ele pegou uns papéis e ofereceu a mim, sem nada falar.

Sem acreditar, peguei o papel das suas mãos e li...Só para cair no chão novamente.

Merda, parece que eu iria cair muito hoje.

-Tanya....não... – choraminguei, derrotado. Olhei para o céu, procurando por luz. Ah, pelo amor de cristo...

Ela não estava entendendo. Pegou os papéis do chão, e endureceu. Claro. Porque ali dizia e comprovava que ela era uma impostora interesseira. Deu golpes em dois lords ingleses, casando-se e roubando-lhes todo o dinheiro.

-Eu...Eu te amei...Eu... – sufoquei com as palavras. Não conseguia falar, nem pensar, nem....Nada. Eu não podia nada. O sentimento por ela, tudo o que eu tinha construído dentro de mim agitou-se, reunindo-se em meu coração lentamente. E eu explodi-os em um milhão de pedaçinhos com um grito mortal.

Eu a amei. A protegi. Eu segurei o seu cabelo quando ela vomitou por ressaca. Eu briguei com um idiota que a chamou de vadia. Eu enlouqueci. Ajoelhei-me diante dela, oferecendo-a não só um anel, mas também um status de esposa, um casamento, um marido....Eu me ofereci por inteiro a ela. Disse que a amava! E ela era uma impostora.

-Acha mesmo que eu iria te amar? Por Deus, você é um saco. – ela falou, finalmente se desfazendo da máscara que antes usava.

Deveria ter doído como uma lâmina de ferro quente sobre o meu corpo, mas não o fez. Eu não sentia mais nada. Absolutamente nada. Em mim, só tinha torpor. E uma promessa.

Eu nunca diria aquelas três palavras de novo, para ninguém. Ninguém.

Flashback off

Caí para a frente, fechando a boca com força para não vomitar. Não! Por que diabos eu eu estava lembrando-me disso agora? Aquilo já era uma página virada....

Exceto que não era.

Se fosse, eu teria dito a Bella o que ela precisava ouvir. Teria dito o bendito eu te amo que ela tanto desejava.

Mas não o fiz.

Inferno, eu não a deixaria se afastar de mim. Bella era minha. Minha de uma forma que Tanya nunca foi. De alguma forma, o que eu sinto pela Bella é muito mais forte do que um dia eu senti com a Tanya, de forma que se aquilo era amor, isso era algo...Mais.

Com a Tanya, eu era só um homem. Mais um entre os bilhões que existem no mundo. Mas com a Bella eu sou o homem. Artigo definido. Não sou qualquer um, mas sou o homem  dela. Inteiramente dela.

Com Tanya, era ardor, paixão pura e cega. Como tango. Com Bella, há a valsa. A lentidão, o sorriso, a pureza de uma valsa. Os passos sincronizados, de forma que tudo o que ela sentia era passado para mim, até que estivéssemos totalmente juntos e dançando a mesma música.

Com Tanya, o sentimento era errado. Borrado. Com Bella, é tão lívido quando um mar cristalino. Ela é a calmaria após a tempestade. O descanso após a longa caminhada. A luz do sol, que arde-me as entranhas. Meu sol particular, o qual eu não vivia sem.

Bella era meu sol.

E um eu te amo não seria nunca o suficiente.


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Notas finais do capítulo

Então, fiz esse capítulo porque precisava que vocês entendessem um pouquinho a dureza do Edward. Precisava que vocês vissem através dele, e espero que sejam mais compreensivas com meu bebê ♥ hahaha Por favor, comentem. pfvr!!!! (E este capítulo eu tive tempo de escrever E revisar, assim n temos aqueles erros de português chatos, né?! haha)