Freshman escrita por bieberladies


Capítulo 2
Rainbow Splash


Notas iniciais do capítulo

Eu não pedi pra ninguém ler e meio que não contei pra ninguém que havia começado outra fic, mas, mesmo assim, vou botar uma carinha triste na próxima frase: Não tive nenhum review no capítulo anterior :( Então, sob outras circunstâncias, eu não teria postado, mas eu simplesmente tenho muita criatividade pra essa fic, coisa que eu não tenho pra outras... Resolvi postar, então, já que eu ando em falta com a Meet And Love. Uhu! Agora, leiam logo, porque o capítulo tá grandão. Beijos.



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– Hey! – ouvi alguém atrás de mim exclamar. Me virei, rapidamente. – Você deve ser a novata. Sou o Derek Drew.

Coloquei o porta-retratos de volta em seu lugar e me virei por completo, vendo o dono da voz que me chamava. Não me surpreendi ao perceber que era o mesmo garoto das fotos.

– É, sou eu mesma... Prazer. Alice Ricci. – dei um sorrisinho, e não pude deixar de ficar constrangida. Estava a mais ou menos um dia sem tomar banho, cansada por passar esse tempo dentro de um ônibus e, provavelmente, com a pior cara do mundo.

Derek abriu um sorrisinho torto, o que, admito – fez meu coração palpitar.

– Já deve estar sabendo da festa dessa noite, então?

– Hm... – franzi os lábios. Não queria parecer uma completa desinformada, mas eu não fazia ideia do que ele estava falando.

– Como eu imaginei. – Derek deu uma risadinha e suspirou, indo em direção a uma das portas do corredor. Seu quarto, deduzi. – É a festa do segundo semestre de admissões na Universidade Green. Esteja pronta às 20h. Você irá comigo. – ele piscou o olho direito, e eu juntei todas as minhas forças para não derreter ali mesmo.

– É uma festa do tipo... – gaguejei, indo atrás dele – Chique?

– Você deve usar um vestido. – ele riu novamente – Não se preocupe com isso. Ouvi dizer que há uma garota que ganhou uma bolsa. – Derek falou a última palavra com desprezo – Tenho certeza que você não será a mais mal vestida.

Assim que ele entrou em seu quarto e fechou a porta, arregalei os olhos. As pessoas estavam comentando que uma garota havia ganhado uma bolsa? Ou melhor... Que eu havia ganhado uma bolsa? Tudo bem, Alice, respira. Derek ainda não sabia que essa garota era eu, então está tudo tranquilo. Ninguém nunca descobrirá.

A questão é que, se Derek achava tão ruim assim o fato de uma garota ser bolsista... Ele não poderia saber que eu era. Não sei por que, mas eu já me importava tanto com o que ele pensava... Isso definitivamente tinha que mudar.

Peguei minha pequena mala e arrastei até o corredor, olhando todas as portas diante de mim. Como eu saberia qual delas era o meu quarto? Abri a primeira, e me deparei com uma pequena lavanderia. Definitivamente não dormiria ali. Avancei para a segunda e abri a porta rapidamente, o que fez eu me arrepender.

– Ah, meu Deus, me desculpa! – eu gritei, enquanto fechava a porta rapidamente e avançava para a próxima porta, qualquer que ela fosse.

– Não tem problema! – ouvi Derek gritar de algum lugar da casa. – Tenho que me acostumar a usar roupas de baixo agora que estou dividindo o apartamento.

Reprimi um riso, por mais estranha que fosse a situação. Alguns segundos passaram, até que percebi o quarto onde havia entrado, provavelmente o de Derek. Observei a decoração de hóquei, os “skis” pendurados na parede e outro porta-retratos em cima da cômoda. Aproximei-me e vi a foto de um garotinho em um balanço, e uma mulher muito bonita balançando-o. Ao lado da foto havia um papel com o contorno de uma mão e a palavra “FOREVER” bem no meio.

– O que está fazendo? – não tive nem tempo de me virar. Apenas percebi que Derek havia tirado o porta-retratos de minhas mãos e guardado na gaveta da cômoda, passando a me fitar com seus olhos cor-de-caramelo, que agora haviam sido substituídos do tom da diversão para um tom de irritação.

– Me desculpa, eu... Estava procurando meu quarto e acabei entrando aqui...

– Tenho certeza que seu quarto não está aqui. – ele falou, com um tom de voz grave e seco.

– Derek, eu...

– Se você vai continuar xeretando tudo o que encontra, vou pedir para um supervisor mudar você de prédio. Não mexa mais aqui.

E, então, ele abriu a porta para que eu saísse. Peguei minha mala e saí, cabisbaixa.

19h02.

Acordei com meu celular tocando. Bufei e estendi meu braço, tateando minha cômoda até que o pequeno aparelho encontrasse minha mão.

Você disse que me ligaria! Espero que esteja bem. Com amor, mamãe.” Dei uma risadinha, e digitei uma resposta rápida, falando que estava bem e que ligaria mais tarde, pois estava cansada da viagem.

Assim que olhei para o horário, porém, arregalei os olhos. A festa! Levantei-me rapidamente e fui ao banheiro, tomando um banho rápido e gelado, para ficar bem acordada. Tentei escolher meu melhor vestido, pois, de acordo com o que Derek dissera, as pessoas da universidade pareciam ser bem elitistas.

Sequei meu cabelo no jato mais quente do secador, fazendo com que ele ficasse perfeitamente liso. Após passar corretivo, base, pó, sombra, rímel, lápis e batom, coloquei algumas coisas dentro de minha bolsa e fui para a sala. Assim que cheguei lá, pude perceber que Derek estava trocando os canais da televisão impacientemente.

– Hm... – murmurei, tentando encontrar algo para dizer. As coisas entre nós ficaram bastante tensas depois que ele me pegou olhando a foto de seu quarto. Parece que havia mexido em sua ferida.

– Ah, finalmente. – ele falou, depois de olhar para mim. Derek desligou a televisão e se levantou, ajeitando sua camisa e andando até mim.

Enquanto ele se aproximava, não pude deixar de notar que seus olhos me percorreram – desde meu rosto até meus pés – e depois fizeram o retorno.

– Você está linda. – ele falou, porém seu tom de voz continuou seco.

– Obrigada. – tentei falar sem gaguejar. Era impressionante o fato de que ele já tinha tanta influência sobre mim.

– Vamos?

– Vamos.

Ele me conduziu até a porta e apontou para uma Range Rover, estacionada logo em frente ao prédio. Olhei para os lados, tentando deduzir quem era o dono.

– O que tem de errado? – ele finalmente deu uma risadinha ao ver que eu olhava, intrigada, para cada canto da rua.

– Nada. Apenas estava tentando descobrir de quem é esse carro.

– É meu...

– Ah, claro. – dei uma risada, mas logo retornei à minha expressão séria, ao ver que ele continuava com a mesma expressão. – Seu?

– Você acha muito simples?

Reprimi uma risada.

– Não... Na verdade, eu acho bem escandaloso.

– Escandaloso? Ah, tá. Duvido que seu carro seja mais simples que o meu.

Meu carro. Dessa vez, não pude evitar em sorrir.

– Eu não tenho carro, Derek.

– Não? – ele franziu as sobrancelhas, e sua expressão quase indicou que eu era um ser de outro mundo. Após alguns segundos, percebi o que estava fazendo. As pessoas que estudavam na Universidade Green geralmente pagavam cinco mil reais em mensalidade. Os alunos provavelmente teriam um carro, mesmo que fosse um Fusca.

– Er.. Não, eu... – ele arqueou uma sobrancelha, estudando meu rosto. – Minha mãe é dona de uma empresa, e... Essa empresa me fornece limusines. A qualquer momento que eu quiser.

Derek riu com desdém. Será que ele percebera que eu estava mentindo? Estava prestes a desmentir minha história assim que ele arregalou os olhos, porém ele simplesmente disse:

– É mesmo? Que legal.

E, então, ele abriu a porta do carona para mim. Sorri em agradecimento e entrei, observando tudo lá dentro. Aquilo sim era o que eu chamaria de luxo. Inflei minhas narinas, para sentir o cheiro de carro novo. Tinha um leve pressentimento que aquela seria uma das únicas vezes na vida em que eu seria capaz de sentir esse cheiro.

No caminho para a festa, passamos por várias ruas iguais à do nosso prédio – mas, sinceramente, não teria a menor pista de que eram ruas diferentes caso as visse por fotos. Os prédios eram todos iguais e até mesmo as árvores eram posicionadas nos mesmo lugares. Paramos no portão branco e Derek fez um sinal para Sr. Joe, que abriu o portão branco rapidamente.

– Derek... – falei, cautelosa.

– Sim?

– Me desculpe pelo que aconteceu mais cedo.

Ele balançou a cabeça negativamente. Fiquei me perguntando o que estava pensando.

– No momento em que eu te peguei observando minha foto, no momento que você me viu pelado ou no momento que você entrou no meu quarto e ficou xeretando?

Franzi minhas sobrancelhas. Eu realmente não havia passado uma boa impressão para Derek.

– Hm... Por tudo, eu acho. Mas principalmente por ter vista o porta-retratos com aquela mulher. Percebi que isso te incomodou, e juro que não fiz por mal... É que tudo é tão novo para mim, e...

– Tudo bem. Apenas não toque nesse assunto de novo.

E, então, ele ligou o rádio e colocou uma música bem alta. O fitei por alguns minutos, intrigada. Derek era misterioso. Curiosa do jeito que sou, estava louquinha para saber quem era aquela mulher e por que ele não gostava de tocar nesse assunto, mas tive a impressão de que ele não iria falar sobre isso tão cedo.

Andamos mais algumas quadras e chegamos a uma rua deserta e quase completamente escura, a não ser pelo clube de festas que ficava logo no centro da rua. Holofotes coloridos passavam pela calçada, e pude observar vários carros do mesmo estilo do de Derek (chiquérrimos) estacionados. Assim que ele parou atrás de um Porsche, abri a porta do carro e desci, indo ao seu encontro.

– É aqui? – perguntei.

– Sim. Por quê? – ele deu uma risadinha.

– Achei que seria em um lugar menos...

Ele olhou para mim com uma expressão diferente, que não pude compreender.

– Vamos, a festa já começou.

Suspirei e atravessei a rua, pronta para o que prometia ser uma longa noite.

Assim que chegamos lá, todas as garotas voltaram seus olhares para Derek – e, logo depois, para mim. Franzi as sobrancelhas.

– O que está acontecendo? – perguntei para Derek.

– Ah, nada demais. – ele falou, tentando impedir a si mesmo de soltar uma risada.

O que aquela novata está fazendo com o Derek?”, pude ouvir alguma garota sussurrando. “Ah, não acredito! Rebeca não vai gostar de saber que Derek está ficando com essa garota” outra praticamente berrou. Agradeci pelo lugar estar escuro, caso contrário, Derek teria percebido que eu estava completamente vermelha.

– Parece que você tem bastante influência sobre as pessoas. – eu gritei, devido à música alta.

– E ainda tem muita coisa sobre mim que você tem que descobrir. – ele respondeu no mesmo tom. Soltei ar pelo nariz. Muita mesmo, pensei.

Estava prestes a perguntar se ele queria beber alguma coisa quando uma garota loira, com os cabelos na cintura, cílios gigantescos e próteses de 500ml praticamente se agarrou no pescoço de Derek. Olhei para ele, tentando deduzir qual seria sua reação, porém ele simplesmente sorriu para ela e a beijou.

Franzi minhas sobrancelhas e tentei ir o mais longe possível de Derek e da garota cosplay Nicki Minaj. Encontrei um barzinho e pedi uma bebida denominada Rainbow Splash, na esperança de que eu me soltasse e não ficasse tão irritada com o fato de todos estarem me encarando.

Após o termino do meu primeiro copo, pedi mais outro... E outro... Até que ouvi alguém falando comigo.

– Hey, é melhor ir com calma. – franzi as sobrancelhas e olhei para o lado, vendo um garoto que provavelmente tinha a mesma idade de Derek.

– E você é...

– Jake. Muito prazer. – ele piscou o olho esquerdo e sentou em um banco logo ao lado do meu. – E você, quem é?

– Não te interessa. – respondi. Não estava nem um pouco interessada em conversar. Por algum motivo, ver Derek com aquela garota havia me irritado profundamente.

– Irritadinha? Meu tipo favorito.

– Cala a boca, Jake. – revirei os olhos e olhei para ele mais uma vez. Seu rosto já estava girando. Dei uma olhada para o relógio que ficava na parede do bar, e, mesmo com dificuldade, deduzi que era uma da manhã. – Uau. O tempo realmente passa rápido quando tomamos isso aqui.

– Você está tomando uma Rainbow Splash. – levantei minhas sobrancelhas, em sinal de “Jura?”. Jake riu para mim. – Um copo disso geralmente já deixa um grandão de joelhos. Aliás, você é bem forte para uma garota.

Nem me dei ao trabalho de responder. Virei todo o copo, fazendo com que o resto do líquido descesse direto pela minha garganta, provocando uma sensação de ardência devido ao álcool.

Peguei minha bolsa, que estava em cima da bancada, e girei meu corpo pelo banco, apoiando todo o meu peso no meu pé esquerdo. Senti que estava caindo, mas um par de braços fortes me segurou.

– Opa. – reconheci a voz de Jake, com um tom de voz risonho. – Parece que você não é assim tão forte.

– Sou o suficiente para te dar um soco. – murmurei, o que o fez dar gargalhadas.

– Acho que isso não vai acontecer. Vem, eu vou te levar para casa.

– Não vou entrar no carro de um desconhecido.

– Não sou um desconhecido.

– Eu só sei seu primeiro nome.

– Jake Hudson, veterano, prédio dezessete. Esperto o bastante para saber que você é novata e não suporta mais essa festa.

Bufei e assenti com a cabeça, o que fez Jake apoiar minhas pernas com seu braço esquerdo, enquanto minha cabeça reclinava-se em seu ombro direito. Enquanto me segurava como um bebê, ele foi abrindo caminho entre as pessoas, até que voltei a respirar ar fresco, ao invés do ar quente e pesado de dentro da boate. Jake andou até a Range Rover de Derek, e precisei apertar meus olhos para ter certeza de que não era meu colega de apartamento quem estava me levando para casa e que o álcool não estava me pregando uma peça.

As coisas começaram a fazer mais sentido quando Jake desviou do carro de Derek e abriu a porta traseira do Porsche que estava logo em frente. Ele me deitou no banco de trás cuidadosamente, e inclinou-se sobre mim para ter certeza de que minha cabeça não tombaria no chão.

Assim que ele fez isso, nossos rostos ficaram realmente próximos, a ponto de que eu pudesse sentir sua respiração quente chocando-se contra a minha. Seus olhos verdes fitaram os meus, e eu não pude evitar dizer:

– Você é bonitinho.

E, antes de pegar no sono, pude ouvir sua risada doce.






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Notas finais do capítulo

Uhu! Sei que é cedo, mas... Reviews? :)



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