Luiza- http://i2010.cinemacomrapadura.com.br/05/Emma-Roberts.jpg

A casa dos Grant possuía uma essência especial naquele dia de colheita. A Sra. Grant terminava de torrar uma fatia de pão e a colocava na mesa, que estava ricamente posta para um delicioso almoço dedicado à filha mais velha, Luiza. A menina se ofereceria como tributo. E a família estava muito orgulhosa.

Luiza esperava por isso. Os meninos do distrito 4 não andavam com muitas opções de tributos naquele ano. As rendas diminuíram. As pessoas estavam cada vez mais pobres. A família Grant era uma das poucas com renda suficiente para pagar um treinamento. Mas mesmo assim foi difícil encontrar alguém que estivesse pronto para os jogos. E Luiza estava.

Apesar de vir de uma familia rica, porem, a menina era muito trabalhadora. E, naquele momento, estava ajudando a irmã menor, Dorothy, a se arrumar para a colheita. Dora, de 13 anos, possuía cabelos louros cheios e encaracolados, mas Luiza os fazia parecer bons, enfeitando com grampos coloridos. Ela usava um vestido branco e sapatos de veludo emprestados de Luiza.

Com a irmã pronta e sentada, esperando, Luiza se arrumou com uma blusa azul clara e uma saia florida. Seu cabelo meio escuro escorria até os ombros, sem ela saber o que fazer com eles. Portanto, só fez uma trança e enfeitou com um broche pequenino e delicado que formava 3 sereias em uma onda. Significava uma lenda do seu distrito.

–Você está bonita- Dora sorriu, encarando a irmã de lado; Luiza se esquecera de que a deixara ali- Vai ser o tributo mais lindo de todos os jogos.

–Nem estou tão bonita- Luiza ignora a menina. A ultima coisa em que pensa é na beleza dos jogos; está mais preocupada com a grandeza de se oferecer. Quem sabe até se unir aos carreiristas, ou melhor, vencer. Ela queria vencer.

As meninas desceram para o almoço. Foram as melhores risadas naquela casa. Apesar de toda a fome que andava afetando o distrito ultimamente e de todo o negocio da colheita e do Capitol, eles ainda conseguiam estar felizes. Por que ninguém naquela familia tinha noção de que Luiza poderia não vencer os jogos. E Luiza não tinha amigos verdadeiros que realmente se importassem.

O distrito 4 já foi muito mais tranquilo em questão de colheita. Quando eles tinham certeza que seus filhos não iriam para os Jogos sem preparo. Mas nos últimos 3 anos tem sido difícil manter o costume. Por isso não é muito incomum ver crianças chorando e pais aflitos.

Luiza e a irmã vão para a área de identificação, em seguida as duas permanecem juntas na área feminina, Dora em frente à irmã mais velha. Dora segura a mão da irmã maior com muita força e elas esperam enquanto o filme passa, o prefeito fala e Casey da seu show.

–Meninas, meninas... Alguém ai está ansioso? Vamos então ao sorteio, ou... Como eu sei que o distrito quatro gosta muito de se oferecer...

–Eu vou- Luiza diz, firme, e solta a mão de Dora- Vou para os jogos.

Todos abrem espaço para ela e a menina caminha para o palco lenta e despreocupadamente. Está sorrindo, por que sabe que todos estão notando sua presença.

–Qual o seu nome, minha pequena?- Casey sussurra e a menina o estranha um pouco, depois sorri- Seu nome, queridinha.

–Luiza, Luiza Grant, filha de Genevie e Bartolomeu Grant, futura vitoriosa dos Jogos Vorazes.

Todo o distrito aplaude fortemente, todos vibrando. Os pais da menina estão rindo e a irmãzinha de Luiza sorri fraco. Parece ser a única não totalmente certa de tudo, mas não quer demonstrar. Poderia estar errada.

–Certeza que sim- Casey suspira e vai para o globo de nomes masculinos- Vamos ter voluntários masculinos? –como não obtém resposta, ele enfia a mão no globo e retira um papel, Le e Le novamente o nome- Josh Starling- ele continua não obtendo resposta; um garoto desatento, é o que ele pensa– Josh Starling, por favor, onde você está querido?

[...]

Luiza espera tranquilamente, relaxando na poltrona da lada do edifício, e rindo atoa. Apesar de ser não mais que uma criança de 14 anos, se sentia melhor como tributo que qualquer carreirista.

Se despede se seu pai e treme um pouco ao dar adeus à mãe e à irmã, mas isso não abala seus instintos. Ela tinha a intuição de que se daria bem, nada poderia destruir isso. Achava que seus instintos criativos a levariam a vitoria; ela poderia passar por qualquer cilada criada pelo Capitol. Assistiu a todos os filmes guardados no centro de treinamento nos últimos dias.

Mas ela se assusta quando o prefeito vem visita-la. Ela nem sequer o conhecia direito.

–Srta. Grant- ele diz e aperta a mão da garota- Eu queria conhecê-la pessoalmente antes que você fosse... Ouvir falar que uma garota de 14 anos se ofereceria e não acreditei. Não acreditei mesmo, mas aqui está você. Só... Em nome de toda a população do distrito 4... Eu vim agradecer e... Dizer, garota, todos ali fora estão torcendo pela sua vitória. Acham que você pode salvar o nome do distrito. Estamos com você.

“Como se isso fosse grande coisa”- era o que se passava na mente da menina antes da porta se fechar.