Apenas Para Dizer Adeus escrita por Lady Clegane


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Chorei tá ;----; , preparem os lenços se não são forte DD=



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Apenas para dizer adeus

As pedrinhas que ele chutava quicavam um pouco e logo caiam em alguma poça de água, a neve não era algo comum em Magnólia então o clima úmido e as chuvas fortes era algo normal nessa época do ano. O moreno ainda chutava algumas pedrinhas da calçada vendo elas quicar quando sentiu uma gota gelada cair em seu nariz , ele olhou pra cima e pode ver as nuvens ficando escuras e a chuva começar a ficar mais forte, puxou o capuz do casaco para cobrir a cabeça e continuou andando, pensou que a chuva não ia ficar tão forte, era apenas uma garoa passageira e logo estaria no conforto de sua casa. Pensamentos errados fizeram com que ele resmungasse algum palavrão e apertasse o passo para chegar em algum lugar coberto, a chuva estava ficando cada vez mais forte quando ele avistou um pequeno café com um grande letreiro escrito “Coffe’s and Book’s”, ele deu um sorriso de lado e entrou rapidamente no local.

Havia muitas pessoas ali, provavelmente se refugiando da chuva, algumas estavam pedindo algo para beber e outras já estavam com seus pedidos em mãos e lendo algum livro que era oferecido pelas garçonetes. O moreno abaixou o capuz e sentiu algumas pessoas olharem pra ele com cara feia, provavelmente devia ser por causa dos piercings que tinha pelo rosto, mas não ligou, sentou-se em uma mesa do fundo e esperou alguma mulher vir atende-lo.

–Olá, o senhor gostaria de beber alguma coisa? –ela deu um sorriso gentil a ele.

–Eu gostaria de uma xícara de café, bem forte por favor e sem muito açúcar...

–Gostaria de algum livro do nosso catálogo para ler enquanto aprecia a bebida? –ela mostrou um menu com alguns nomes de livros que eles deviam possuir lá dentro.

–Não obrigada, só um café já está bom.

A mulher se distanciou deixando o moreno ali parado olhando através da janela, esperando que a chuva passasse logo para poder ir pra casa dormir, fazia sete anos que não voltava a sua cidade natal, e quanto resolveu voltar se depara com uma chuva extremamente irritante.

–Gajeel? –uma voz doce chamou por ele fazendo com que o moreno voltasse de seus pensamentos.

–Levy? É realmente você? –ele arregalou os olhos vermelho rubro e abriu um sorriso ao vê-la.

Ela praticamente saltou em cima dele abraçando-o, fazia tanto tempo que não se viam, Gajeel apesar de ter falado com ela algumas vezes no telefone não esperava encontra-la ali, depois que ela soltou-se dele que o moreno pode analisa-la melhor, estava magra como sempre e com os cabelos iguais, porém a pele estava mais pálida do que o normal e ele pode ver algumas olheiras por debaixo dos olhos amendoados que ele tanto sentia falta.

–Certo baixinha, o que faz aqui? Também se refugiando da chuva? –ele sentou-se novamente e logo em seguida ela sentou-se a sua frente.

–Ah sim, eu tinha me esquecido de como odeia chuva, na verdade não estou aqui por isso, eu sou dona desse lugar, eu tenho que estar aqui todos os dias. –ela abriu um sorriso de orelha a orelha que fez Gajeel corar um pouco e ficar desconcertado.

–Uau, então conseguiu o que queria, meus parabéns baixinha. –ele deu um sorriso de canto que também fez a azulada corar.

–Pare de me chamar de baixinha! Mas então, quais as novidades da cidade grande?

–Sou dono de uma oficina de carros, só isso, nada de mais...

–Está trabalhando com o que gosta pelo menos não é? –ela colocou uma de suas mãos sobre a dele fazendo ele corar com o gesto e retirando logo em seguida.

–Er...bom, estou, de qualquer forma eu queria saber de uma coisa, você continua indo ao médico não é? –ele ficou sério ao tocar nesse assunto.

–Uh? Ah o médico, sim eu continuo a ir nas consultas, afinal o médico disse que pode não ter cura mas se eu seguir direitinho o que ele falou talvez eu consiga chegar aos trinta. –ela levou uma mãe a cabeça rindo.

–Não diga coisas como essa enquanto ri, não tem graça nenhuma saber que você pode morrer de uma hora pra outra baixinha! –ele estava bravo mas triste ao mesmo tempo, porém não sabia qual emoção demonstrar.

–Eu rio porque já me conformei, não tenho medo de morrer, já fiz tudo o que eu tinha vontade portanto é só esperar que um dia meu coração para de bater, prometa que não vai ficar triste okei? –ela deu um sorriso tímido ao moreno a sua frente que limitou-se a bufar e virar a cara. –Certo, mas então, faltam alguns dias para o Natal, vai passar com alguém especial na cidade ou vai ficar por aqui?

–Não tenho ninguém especial lá, se eu ficasse lá teria que ir em alguma festa chata onde tem um monte de mulheres com vestidos curtíssimos e peitos do tamanho de melancias, então resolvi passar aqui sozinho, nunca fui de passar o Natal com alguém mesmo e...Por que está com essa cara de poucos amigo? –ele deu um sorriso malicioso a ela que bufou de raiva.

–Não precisava me dar os detalhes das mulheres senhor Redfox! –ela virou a cara que mais parecia um pimentão de tão vermelha.

–Certo, certo, me desculpe...Vou fingir que isso não foi ciúmes. –ele deu um sorriso vitorioso enquanto olhava a face dela passar de vermelho pra roxa, rosa e verde.

–N-na-não é ciúmes seu idiota! Bom, mas se não vai passar o Natal com ninguém podia vir aqui no café, meus pais estão em um viagem de navio e eu vou passar aqui atendendo clientes, o que acha?

–Acho uma boa ideia..Ah, olha só a chuva passou, acho que já vou indo, até mais baixinha. –ele passou a mão pela cabeça dela bagunçando alguns fios de cabelo e se dirigiu a porta.

–Não me chame de baixinha seu brutamontes! Certo, até mais ver... –ela se levantou bufando e foi ver se as garçonetes precisavam de ajuda, mas sem antes passar a mão na cabeça e deixar aparecer um sorriso em seus lábios.

Os dias passaram rápidos que o moreno nem notou que já era véspera de Natal, olhou pra janela e sorriu, depois de três dias seguidos de chuva ela finalmente havia parado pra deixar um sol meio que tímido aparecer entre as nuvens, já passava da hora do almoço e ele se lembrou que prometera a Levy que iria no café passar o Natal com ela. Tomou um banho e se arrumou pra ir comprar um presente no centro de compras da cidade, chegando lá ele se deparou com milhares de pessoas correndo pra lá e pra cá atrás de liquidações, ele suspirou mas continuou em frente, passando por várias lojas e não achando nada que talvez fosse agradar a pequena. Até que parou em frente a uma loja de crianças e viu uma faixa de cabelo vermelha muito bonita e lembrou-se que quando viu a azulada pela ultima vez ela estava sem a sua faixa de cabelo, ele se infiltrou no meio das mulheres desesperadas e conseguiu comprar o presente que tanto procurara.

–Certo, finalmente consegui, hora de ligar pra baixinha pra ver onde ela está e saber que horas eu tenho que está no Café.

Ele pegou o celular no bolso e discou rapidamente o número da pequena e logo após colocando o aparelho no ouvido esperando que ela atendesse, e nada, tocou um pouco e foi pra caixa postal, ele ligou mais algumas vezes e acabou por deixar um recado dizendo que estaria no Café. Gajeel se limitou a andar de pressa para chegar até o local, algo estava errado, a pequena sempre andava com o celular perto dela e nunca deixava uma ligação escapar, ele chegou ofegante ao local e entrou, para sua surpresa a pequena também não estava lá.

–Ei garota! Você por acaso sabe onde sua chefe está? –ele perguntou para uma garçonete que passava para ir atender a uma mesa.

–O senhor é amigo dela? –ela parou o que estava fazendo e ficou de frente para o moreno com uma cara séria que Gajeel não gostou de ver.

–Sou, anda logo, cadê aquela baixinha? –ele já estava ficando impaciente, afinal, algo não cheirava bem ali.

–No hospital. Ela se sentiu mal ontem a noite e foi levada as pressas pra lá, até agora só sabemos que ela internada, mas toma. –ela estendeu uma folha ao moreno a sua frente. –É o endereço do hospital e do quarto que ela deve estar, boa sorte.

Ele puxou o papel da mão da garota e saiu correndo porta a fora, seus pensamentos estavam a mil, não podia perde-la, não agora, correu o mais rápido que pode mas infelizmente não tinha um taxi no ponto e sua moto estava quebrada, então continuou a correr até chegar em um prédio branco que devia ser o hospital, entrou rápido e foi direto falar com a moça da recepção.

–Por favor, eu gostaria de visitar a paciente Levy Mcgarden. –ele suava frio e sentia suas pernas tremerem cadê vez mais.

–E o senhor é o que dela? –a mulher nem olhava para o rosto do moreno, limitando-se a ficar fitando a tela do computador a sua frente.

–Amigo, o único que ela tem por perto, por favor me deixe ver ela...

Ela levantou o olhar e logo em seguida discou um número no telefone, ela esperou um pouco e quando atenderam disse que um amigo da paciente Levy estava aqui querendo ver ela, a mulher ficou mais alguns segundos no telefone e depois de desligar disse que o doutor gostaria de falar com ele. O moreno esperou andando de um lado pro outro durante alguns minutos que pareceram horas pra ele, até que virando o corredor surgiu o médico com uma cara séria de mais pro gosto dele.

–Então doutor, eu preciso ver ela, me diga o que...

–Os sinais dela estão fracos, não vou mentir pra você, ela tem tido uma recaída de uns meses pra cá, isso explica a falta de cor e as olheiras, não sei o que houve mas parece que a doença progrediu demais, me surpreende que ela esteja viva durante tanto tempo, ela descobriu a doença tarde demais para ser curar, e agora ela já está em interceptando os batimentos do coração dela, esta ficando cada vez mais fraco. Eu sugiro que o senhor não tenha tantas esperanças, pode ir vê-la.

Ele saiu andando rápido e apenas se lembrando das palavras do médico que o deixaram atormentado, assim que ele entrou no quarto foi como se o doutor não tivesse dito nada, sua alegria era só de ver que ela estava ali viva e lendo como sempre.

–Levy...eu-eu, te prometi que ia passar o natal com você, e aqui estou eu.

–Gajeel... –ela sorriu, mas foi um sorriso fraco e quase sem vida que fez o coração do moreno se partir em mil pedaços, ele odiava vê-la assim.

Ele puxou uma cadeira e sentou-se ao lado da cama dela.

–Você vai ficar bem pequena, quero te levar pra andar de moto um dia, tenho certeza que nunca andou em uma.

–Não mesmo, eu adoraria, mas eu não vou melhorar, você sabe disso não é? O médico deve ter te contado...

–Eu não vou desistir de você, não mesmo, nem que seja a ultima coisa que eu faça. Eu vou ficar aqui e esperar você melhorar.

–Já é véspera de Natal, não devia estar aqui passando ela com uma enferma como eu.

–Não me importo se for você... –ele debruçou-se no colo dela então a pequena fazia cafuné em sua cabeça, aos poucos sentiu os olhos pesarem e dormiu profundamente sentindo aquele aroma de baunilha e laranja que só ela tinha.

Não sabia quanto tempo havia se passado mas abriu os olhos com dificuldade, estava escuro mas sentiu pequenas mãos acariciando seus cabelos negros.Virou-se e viu a azulada olhando pra ele com um sorriso singelo que fez o moreno corar como ela sempre fazia com ele.

–Eu dormi por quanto tempo? –endireitou-se na cadeira esfregando os olhos.

–Faltam quinze minutos pra ser oficialmente Natal, dormiu um bocado Redfox. –ela sorriu.

–Eu queria te dar isso de presente. –ele retirou do bolso um pequeno embrulho que fez os olhos da pequena brilharem. –Pode abrir, é sua.

Ela abriu e quando viu a faixa vermelha deixou um sorriso cativante preencher seu rosto magro.

–Obrigada, eu amei...sabe Gajeel, eu estou com medo.

–Medo de que pequena? –ele ficou confuso com a declaração.

–Medo de morrer, eu não estava com esse sentimento, mas então você apareceu de novo e mudou tudo, Gajeel eu não quero morrer, eu quero viver e ficar todos os dias da minha vida do seu lado por que eu te amo e sempre amei, por favor Gajeel faça esse medo desaparecer. –ela enxugava as lagrimas que caiam em cascata de seus olhos amendoados.

–Eu...eu, Levy. –Ele a abraçou com força e acariciou sem cabelos, se afastou um pouco para ver o rosto molhado dela e pode ver que ela estava corada, e ele fez algo que devia ter feito muito antes, a beijou, deixou aquele beijo leva-lo para as alturas, estava molhado por causa das lágrimas mas era bom e doce. Ele separou-se do beijo e voltou a abraça-la, queria sentir aquele calor que só ela fazia-o sentir.

–Obrigado Gajeel. –ela sorriu e ele sentiu mais lagrimas encharcarem sua camiseta.

–Não fiz por pena, fiz porque te amo. –ele a abraçou com mais força.

–Tão quente, seu abraço... –foi então que ele sentiu o corpo dela ficar mole e mais pesado, os braços antes agarrados ao seu pescoços estavam ficando sem vida e aos poucos o coração que batia contra o seu peito estava falhando, e falhando e parou. Ele levantou a cabeça e viu a máquina que registrava os batimentos apitar e um som agudo sair dela, vários médicos entraram na sala e separaram o moreno que estava estático da pequena, eles tentavam de tudo para reanima-la mas era tudo em vão, ela já havia partido. O médico olhou pra Gajeel com e fez um sinal de negação com a cabeça e saiu da sala deixando o moreno ali a sós com a pequena. Ele se moveu do lugar que estava e andou até ela, agora deitada ali, vestida de branco parecia mais um anjo, ele tirou a faixa vermelha das mãos dela e ajeitou-a em seus cabelos, ficou ali admirando um pouco o quão ela era linda, então delicadamente abaixou-se e depositou um beijo suave em sua testa. O moreno abriu a porta do quarto e saiu, assim que saiu fechou a porta atrás de si e chorou como nunca havia chorado em sua vida.

–Não importa o que aconteça baixinha, eu vou sempre amar você, e nunca a esquecerei. –ele enxugou as lágrimas e saiu do hospital para poder avisar as garotas que trabalhavam para Levy que ela havia partido.



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Notas finais do capítulo

nhaaa, não esqueça de marcar como lida ou deixar um comentário, obrigado e até a próxima pessoal *-*