Caixa Postal escrita por Evangeline


Capítulo 35
Capítulo 35: No more secrets


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEEEEEEEEEEM PELA DEMORAAAAAAA! X.X
E eu quase não ia postar hoje ein?
Mas é que a vida tem suas surpresas, fiquei um tempo sem pc, chegaram as provas e aí, sabe como é né? :/
But!! Here I am, e vou demorar para ir embora. hohohoho
Bem, este é (de acordo com meus planos) o penúltimo capítulo. Perdoem os erros gramaticais.
Quero comentários. MUITOS COMENTÁRIOS. Ò.Ó
E muitas ameaças de morte vindas da Soph. :3



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Depois de duas semanas finalmente havia chegado a hora daqueles dois saírem do hospital. A Garota, que realmente estava precisando de auxílio médio, e o rapaz, que apenas precisava incondicionalmente estar junto da garota.

O clima periodicamente pesava entre os pais dela, coincidentemente nas mesmas épocas em que ela precisava passar por alguma cirurgia. Enquanto isso, Davi apenas planejava o momento o finalmente tudo aquilo seria oficial. "Juliana, quer namorar comigo?" Era o que queria perguntar. Mas pensava que se sentiria um inútil com isso.
"Como eu poderia pedir uma garota tão especial com uma frase tão simples?"
E a dúvida permanecia e esvaía-se no momento perfeito. Ele conseguiria pedir sem falar palavra alguma, planejara a melhor surpresa, o melhor pedido, o melhor momento, para a melhor Garota.

Antes de sair do hospital, ele lhe deu uma pequena chave num cordão, pedindo para que não tirasse do pescoço enquanto ele não lhe pedisse.

Pegaram um taxi e a jovem estranhou terem deixado as malas no hospital. "Seu pai vem pegar mais tarde." Foi só o que ele disse. Naquela altura do campeonato, ele tinha realmente um pouco de receio, aquele receio idiota e fútil, mas que incomoda um pouco. E o dele vinha do fato de que ela nada falou a ele sobre a mãe.
Durante todo aquele tempo, ela esteve no hospital e ele não saiu de lá por uma hora sequer, esteve sempre lá, com ela, segurando sua mão. Mas ela parecia não confiar nele, parecia que queria esconder. Aquilo o deixava pesaroso.
Mas não desistiria. Não desistiria porque tinha mais certeza do que nunca que ele a amava.
"Sim, eu a amo."

Quando desceram do taxi, Juliana estranhou o bairro. Era um residencial grande, os únicos prédios visíveis pareciam estar a quilômetros de distância.
"Que lugar é esse?" Ela perguntou.
Davi apenas colocou o indicador na frente da boca e sorriu, um sorriso bem maroto que tanto a encantava.
Olhando mais ao seu redor, foi que ela percebeu. "Natal" . Ele chegara despercebido pelos jovens que estavam a tanto tempo dentro de um hospital. Bem, ao menos por ela.

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POV Juliana ON

O céu estava nublado, assim como a minha relação com o Davi. Ele parecia tenso, estranho, como se algo plhe prendesse a garganta. As vezes abria o meu sorriso favorito, mas só ele. Eu tinha que descobrir o que aquilo significava.
Engraçado, justo eu que costumava achar que todos eram previsíveis.
A Cris não me ligou, e nem a Lotte. Minha mãe não me ligou, minha irmã não me ligou. Se é que aquele papo todo era verdade. Se é que aquela mulher do outro lado da linha era mesmo a minha mãe. Mas agora aquilo me parecia tão estranhamente distante, que eu já estava quase esquecendo.
O mais importante era o Davi e o meu pai não descobrirem nada. Mas eu me sentia incrivelmente mal e pesada por esconder isso do Davi, mas não valeria a pena fazê-lo desconfiar de mim.
Se é que já não desconfiava, afinal, em momento algum ele perguntou sobre o que eu estava fazendo num ônibus naquele dia. Em momento algum ele me perguntou nada, não me pressionou nem nada. Não quis saber se briguei com a Cris e com a Lotte, não quis saber se eu ia fugir, nem nada. Nada.
Talvez ele não ligasse.
Não ligasse para mim, só estivesse se sentindo culpado por algo.
Ah, é tão ruim quando não conversamos, quando não sabemos a verdade por trás dos olhos vagos das pessoas. Ainda mais dos olhos vagos dele, olhos que por vezes me pareciam tão tristes, e por vezes tão nostálgicos.
Me lembro de quando os vi bem de perto. Quando estava a centímetros do meu rosto.
Corei lembrando.
Ele viu e abriu aquele pequeno e discreto sorriso torto.
_ Está pensando em quê? _ ele perguntou. Eu sorri e mordi a lingua, mostrando de leve para ele.
_ Em nada. _Foi a minha resposta. Senti algumas pequenas gotinhas caíndo da imensidão acinzentada que pairava sobre nós. Ele segurou na minha mão e me puxou para dentro de uma varanda por ali.
_ Você é louco, nem sabe de quem é essa casa! _ Eu falei baixinho para que o dono da casa não ouvisse. O Davi apenas riu da minha reação.
Logo depois me levou para o canto da varanda e se ajoelhou, me fazendo ajoelhar na sua frente. Segurou minhas duas mãos delicadamente e fechou os olhos. Eu fechei também, mesmo sem saber o motivo daquilo.
Eu estava ali, num lugar totalmente desconhecido, numa varanda desconhecida, no meio de uma chuva que agora ventava e batia forte contra o chão, do jeito que eu tanto amava, com o Davi. Era perfeito.
O som da chuva e a escuridão de minhas pálpebras me permitia pensar somente naquele toque, naquela pequena área de contato entre a minha pele e a dele. Respirei fundo aquele ar frio o o senti invadir meus pulmões calmamente, me trazendo uma sensação de paz. Até que ele me abraçou.
Me puxou para si, me virou e me abraçou.
Agora, ali estava eu. Na chuva, num lugar estranho, completamente vermelha, com o Davi me abraçando.
Eu sentia a respiração compassada dele perto do meu ouvido, seus braços rodeavam minha cintura, meu corpo encaixava entre suas pernas abertas, seu peito encostado em minhas costas... Era quente... Eu virei a cabeça e pude ver seu rosto. Olhos fechados e expressão serena.
_ Davi... _ Sussurrei e vi uma brecha se abrir entre as pálpebras e suas orbes negras me encararem. Ele parecia tão distante. Ele aproximou o rosto um pouco mais de mim e apoiou o queixo no meu ombro.
Tirou uma das mãos muito lentamente da minha cintura e trouxe para perto de seu próprio queixo, logo puxando meu cabelo volumoso para o lado oposto. Os dedos macios dele me arrepiaram um pouco ao passar na minha pele, afinal, eu estava com uma camiseta de alçinhas. Colocou a mão de volta na minha cintura e ficou me olhando pelo canto dos olhos. Eu queria poder ler pensamentos naquele momento. Eu fechei os olhos devagar, ele realmente conseguia me fazer sentir em paz, completamente segura e relaxada. Mesmo que na casa de alguem estranho.
Ele moveu a cabeça, beijando meu ombro devagar. Senti um arrepio quase como um choque me percorrer, mas não abri os olhos. Ele mexeu a cabeça devagar dando outro beijo um pouco mais pro lado, e outro, e outro, até chegar a base da minha orelha. Eu estava com a boca semiaberta e provavelmente muito vermelha, mas aqueles arrepios, aquele toque, era algo que me fazia sentir como ninguem nunca me fez sentir.
Depois de mais alguns beijos no meu pescoço, ele deu uma mordida lenta e fraca ali mesmo, na pele no meu pescoço já muito arrepiado. Eu coloquei a mão em sua nuca e acariciei um pouco seu cabelo. Ele parou com a mordida e me olhou com os olhos quase fechados, assim como os meus.
Nossos rostos se aproximaram lentamente. Meu coração acelerou.
A quanto tempo eu não me sentia daquele jeito? A quanto tempo ele não me tocava daquele jeito?
Logo nossos narizes se encostaram, meu coração parecia que ia sair do peito pra nunca mais voltar. Eu podia sentir o dele, quase tão acelerado quanto o meu.
Foi quando ele aproximou-se mais e eu senti que tudo poderia sumir naquele instante, e que só éramos nós dois. "Finalmente!"
Até que ele me beijou. Me deu um beijo. Um beijo. Um beijo no canto da boca, e depois me soltou e me levantou, rindo. Sabe quando as pessoas nos atrapalhavam, e eu ficava muito puta? Bem, imagine minha reação quando foi ELE quem atrapalhou. Pois é, é complicado.
Ele segurou minha mãe ainda sorrindo um pouco e depois foi até a porta da casa, abrindo-a como se morasse ali à anos. Entrou na casa e me puxou, rindo da minha cara perplexa e de idiota.
A casa era incrivelmente aconchegante. Toda em tons de bege e marrom. Papel de parede bege, iluminação amarelada, móveis de madeira escura, assim como o piso. havia uma escada de madeira no canto da linda e aconchegante sala.
Ele me levou para lá e se sentou, me fazendo sentar ao seu lado.
_ Davi... _ Eu o estimulei a falar. Ele soltou a minha mão e ficou sério, em seguida passando as mãos pelos cabelos, levando os fios bagunçados e levemente molhados para trás.
Parecia estar muito preocupado, nervoso. Eu permiti que organizasse seus pensamentos, certamente tinha algo a falar.
_ Eu vou falar. _ Ele disse. Eu assenti com a cabeça. _ Apenas... Não me interrompa. Tá? _ Ele disse meio inseguro. Eu sorri um pouco, confirmando, e permaneci quieta.
_ Quando eu te conheci eu era apenas o isolado do colégio. Muitas coisas aconteceram para isso, minha mãe foi pega tendo um caso com o diretor e isso acabou com o casamento dele. _ Ele começou a contar. _ Eu sempre tive os pais separados, embora meu pai ainda ame muito a minha mãe. Então, quando aquela coisa ruiva apareceu na escola e sentou na ultima mesa, eu tinha que salvar essa coisa ruiva dos olhares imundos do povo da escola, não que o meu fosse muito melhor.
"Então eu vi seus olhos. Eu senti que me apaixonei desde aquele instante. Seus olhos me derreteram, e sua voz ainda mais. E você ficava vermelha tão fácil! Era tão lindo... Então saímos, fomos ao parque. Todo mundo na escola já achava que estávamos juntos. Mas quando fomos ao parque, você me falou tão pouco de você e abriu um sorriso tão lindo. Brincamos e falamos besteiras. Eu me controlava pra não ficar o tempo todo te olhando. Então você dormiu, e deitou no meu peito. Eu sabia que ia dar em merda, sabia que não ia resistir. Tudo em você me chamava com uma voz sedutora."
Eu havia deitado no peito dele enquanto dormia? Como assim... A essa altura eu já não tinha dúvidas de que ele era aquela pessoa que a gente escolhe só uma vez na vida. Tinha que ser ele, se não fosse, não seria mais ninguém. E eu tinha tanto a falar, mas não podia, eu tinha que esperar até ele acabar.
" Então voltamos à escola e começou a chover. Você estava tão linda com o cabelo molhado... Mas então chegou a Catarina e... Bem, você sabe, ela me beijou ali na frente de todo mundo. E ela só fez isso pra me confundir, mas não tinha como. Por algum motivo, naquela hora, eu não consegui fechar os olhos, estavam presos nos seus. Então você foi embora. Eu me soltei dela e fui até você, por algum motivo eu me sentia extremamente culpado por beijar alguem diante de uma quase completa estranha."
"Quando você foi embora, sem nem me olhar na cara, a Catarina estava chorando. Ela começou a me fazer perguntas idiotas, perguntando porque eu não queria ficar com ela. Mas acontece que eu passei cinco anos completamente apaixonado por ela, até que descobri que ela não era a pessoa pra mim. Eu conversei com ela, expliquei e deixei bem claro. Afinal, minha mãe teve um caso com o pai dela, ela passou anos esfregando na minha cara que "eu arruinei o casamento dos pais dela". Então voltei pra casa e fiquei com ódio de mim mesmo. Mas você não saia da minha mente. O sorriso, os olhos, os cabelos, a voz, tudo. Você me enfeitiçou. Então eu vi fotos suas no face. Você com alguns amigos no cinema, com um amigo meu. Nos comentários você disse que o cinema te ajudou bastante, e eu fiquei com uma dor insana no peito. Eu não sabia o que fazer, como eu podia já gostar tanto de você?!"
_ Então eu vi aquele verme te tocando. Ah, eu tive uma vontade insana de ir lá e esfregar a cara dele no chão. _ Ele disse com uma careta do nojo no rosto, nojo e raiva, eu tive medo. _ Então quando o verme foi embora e você olhou para mim, eu senti que sim, era você! Só podia ser você. Então depois da aula você falou ao telefone que ia "sair com alguem" e eu senti que tudo daria errado mesmo se eu tentasse. Eu ia desistir de você. Até que descobri que você morava no prédio a minha frente, no apartamento a minha frente. Fiquei te olhando da janela. _ Disse envergonhado. _ Então fui para o parque e quando chego, quem está lá? _ Ele riu. _ Bem, a Anouk é uma ótima pessoa. Mas o Lucas ficava... demonstrando ter ciumes de você. E você se mostrou tão cruel com o Daniel fazendo o Lucas morder o lábio dele. E... foi cruel com o Lucas também. _ Disse e fez uma pausa. Aquilo me preocupou um pouco, mas deixei passar, claro. _ Então eu tive que beijar a Anouk, me senti muito mal com aquilo. Mas fiz, era um jogo. Eu estava na esportiva, até você ter que beijar o Bruno. E piorou quando o Lucas disse que você beijava bem, e Bruno concordou. Tive vontade de pular no pescoço dele. Disseram que você tem um beijo doce. Então você foi lá ficar com o Bruno na árvore. Eu ficava cada vez mais desanimado. Eu sabia que nunca teria chances com você, mas ver aquilo machucava.
"Você tirou fotos com ele, você beijou ele. Eu não podia ficar ali! Então fui embora. Mas quando eu saí do banho mais demorado da minha vida, te vi dançando no quarto."
Ele disse rindo e me fazendo ficar vermelha. Mas que diabos, porque ele tinha que ser tão fofo?!
" Conversei com o Gustavo e talz. Mas não tinha solução. Era você. Vi a foto sua e do Bruno no Face e tive ódio. Você estava no telefone e eu fiquei acordado até você ir dormir. Finalmente fui dormir, lembrando de você dançando, andando de um lado para o outro, deitada em meu peito, molhada de chuva, zarolha olhando para o próprio nariz, com uma gota de água. Lembrando daquele corpo pequeno, sentado na ultima mesa, esperando que alguém fosse lá. No dia seguinte você saiu com o Lucas, e estava tão linda... De tarde eu vi você na janela me olhando. Me descobriu. Então começamos a conversar por cartazes, e cara! Eu adorava fazer aquilo. Você, perdendo seu precioso tempo, pra me mostrar cartazes e falar comigo. Eu amei aquilo, e uma faísca de esperança me pegou em cheio."
"Então fui ao seu prédio. Aquela sala de música é incrivel! Incrivel!! Eu toquei aquela música... Eu realmente senti que ela era a sua cara. "Um anjo lindo que apareceu... Com olhos de cristal... Me enfeitiçou, eu nunca vi nada igual." Depois cantei "No air". Realmente, ainda me sinto assim. Então eu fui embora. Na escola tudo parecia tão bem, eu até pude achar que podíamos mesmo ter algo. Então me chamou pra sair pelo cartaz, tão de repente. Eu adorei aquilo. Fomos ao shopping. Eu realmente adorei. Você semrpe sorria, sempre tão distraída. Eu tive vontade de segurar sua mão tantas vezes que nem lembro. Me esforçei pra não ficar o tempo todo te olhando, porque você é tão... Olhável!"
Ele disse me fazendo rir.
_ Sabe aquela foto de nós dois com um golfinho no meio? _ Ele perguntou e eu assenti com a cabeça. _ Bem, e apelidei ele de Bruno. _ Ele disse me fazendo rir.
"Aquele seu cartaz escrito "Boa Noite"... bem, quando eu vi eu sussurrei um "boa noite" fraco, com uma cara de idiota que nunca pensei que poderia fazer. Eu fui pescar naquele fim de semana, pescar com meu pai. Mas eu preferia ficar hroas te olhando dançar pela janela. Quando voltei te vi chorando encostada na porta do quarto. Te liguei no mesmo instante. Você só olhou pra mim, com uma dor tão gigantesca no rosto. Eu senti aquela dor, aquela dor de se sentir ausente e inútil. Corri até você, subi, sem ligar para se seu pai me mataria. Sinceramente, foi uma loucura. Quando fomos pro seu quarto, você chorava tanto. Eu queria fazer algo por você."
"Você me falou csobre sua mãe, sobre seu pai. Chorou desesperada. Eu vi tanto de mim ali em você. Cosnegui te fazer sorrir. Eu podia ganhar um oscar por fazer um sorriso se abrir no seu rosto. Seu pai ouvia tudo pelo outro lado da porta, mas eu não me importei. Não tenho nada a esconder dele..."
Ele parou meio pensativo.
"Quase nos beijamos naquele dia. Bem, nós nos beijamos, mas não foi um beijo de verdade. Ah, você entende. Nós nunca nos beijamos. Mas depois daquele dia, eu sabia que eu podia ter uma chance! Bem, depois teve aquele dia em que você me viu tocar teclado, lá em casa. Você ficou toda impressionada. Foi engraçado, e estranho. Quase nos beijamos de novo naquele dia. Eu passei a acreditar que o universo não quer que nos beijemos."
"Então, nos nossos primeiros minutos de férias, você me apresentou o Sr. Piano. Toquei uma música que fazia algum tempo que eu estava treinando. E o Piano foi incrível na minha vida, a propósito, Muito Obrigado. Você então em mostrou, ao vivo e em cores, que queria afastar o Bruno, quando estávamos na rua e ele passou. Então você foi pra casa no lago."
Ele fez uma longa pausa, e eu desviei o olhar com um imenso sentimento de culpa.
Ali estávamos nós, numa casa estranha, com o Davi sendo o cara "mais fofo impossivel", se declarando para mim, sem me deixar falar nada.
"Eu fui para a casa do Pedro, e lá eu começei a assistir tv. Eu vi o jornal. Vi você nele. Num maldito acidente de ônibus. Meu coração parou naquele instante. Eu corri. Tentei ligar pra todo mundo, procurei o hospital pra onde te levaram, mas nada me ajudou. Então eu consegui depois o nome do hospital e fui até lá, desesperado. O médico me enrolou, depois a Chistiane finalmente atendeu o telefone. Eu me controlei pra não gritar com ela, e até hoje, acho que não vou me dar bem com aquelas duas. Seu pai disse que depois do trabalho viria ao hospital. Acho que eu nunca fiquei tão puto em toda a minha vida!!"
"Quando eu finalmente pude entrar no seu quarto, lá estava você. Com coisas quebradas, queimaduras feias. E pensar que você salvou a vida de uma criança! VocÊ estava tão fria e sem vida ali deitada. Nada naquele luagr morto combinava com você. Você não pode nunca mais entrar num lugar daqueles. Só se for pra dar a luz! "
Depois disso ele pareceu meio tenso, meio... indeciso.
_ Então eu fui ao hall do hospital e vi uma mulher entrar desesperada pela porta. Ela era... _ Ele disse me olhando no fundo dos olhos. Era a minha mãe, eu sabia. Porque ele não me disse antes?
Meus olhos começaram a marejar.
_ Você é idêntica a ela. _ Ele disse me fazendo soltar as lágrimas. Ele também estava com os olhos molhados. _ Era uma moça ruiva, alta, olhos verdes... Ela veio até mim desesperada e muito, muito puta com o seu pai. Eu conversei com ela, expliquei bem tudo o que eu sabia. Ela também me explicou tudo.
Ele fez uma longa pausa e me olhou seriamente.
_ Por favor, presta atenção, e não diz nada, por favor. Eu não te contei porque achei melhor falar tudo de uma só vez. _ ele pediu. Eu assenti e esperei. Era só o que eu podia fazer.
_ Ela falou sobre "ela ficar com uma e ele com a outra.". _ Só essas palavras me chocaram. Uma irmã?!! UMA IRMÃ? Como assim?
Porque meu pai escondeu isso de mim?
_ Calma. _ Ele disse obviamente deduzindo a minha expressão. _ A Sophia me contou que seus pais fizeram um acordo. Ele cuidaria de você e ela cuidaria da Samantha. E sim, esse é o nome da sua irmã.. gêmea. _ Ele disse me assustando ainda mais.
"Eu a vi. Ela é completamente o seu inverso. Ela não é simpática, nem sociável. Tem cabelos pretos e lisos, curtos. Passei um longo tempo sem dormir, esperando mais notícias de você. Seus pais conversaram sem mim, eles com certesa decidiram algo. Eu conversei com eles também e combinamos que eles só chegariam perto de você novamente, quando você decidisse. Você vai dizer onde e quando. Bem, depois foi questão de tempo. Você me surpreendia cada vez mais, e ainda me surpreende."
"Eu planejei algumas coisas, mas só se você quiser."
_ Hoje, aqui, você pode fazer o que quiser. _ Disse com um sorriso sem jeito, esperando minha expressão. _ Pronto, agora pode falr e fazer o que quiser. Mesmo se quiser me bater.

POV Davi ON

Ela apenas me abraçou. Me abraçou e chorou.
_ Você é um idiota, um idiota, idiota! _ Falou bem no meu ouvido. Eu a abraçei forte. Só de tê-la em meus braços, eu ficaria bem. Isto é, se ela ficasse bem. _ Eu tenho um pai, uma mãe, uma irmã!! _ Falou sem acreditar. _ E tenho você! _ Disse me soltando e me olhando com aquelas esmeraldas molhadas e um sorriso no rosto, um sorriso molhado, e provavelmente salgado de lágrimas.
_ Não está com raiva? _ Perguntei.
_ Sim! Estou muito puta com você, seu idiota! _ Gritou ainda sorrindo, me deixando ainda mais confuso. _ Depois de todas as vezes que alguem nos interrompeu, você chega e, você mesmo, livre e espontânea vontade, pega e interrompe?! SEU IDIOTA! _ Gritou ainda sorrindo e me fazendo sorrir.
_ Bem, lá em cima estão todas as suas roupas, se quiser tomar um banho e vestir uma boa roupa para irmos até o centro... _ Eu disse. Ela abriu um sorriso.
_ Tudo bem. _ Falou sorrindo. Logo seu sorriso se fechou e ela corou, ao perceber que ela estava sentada no meu colo, de frente para mim. SIm, com uma perna para cada lado de meu corpo. Com as mãos em meus ombros, e as minhas em sua cintura. Eu corei de leve também, mas não deixava de ser bom. Uma casa só para nós.
Nossos pais concordaram, e os pais dela já confiavam em mim.

Ela aproximou o rosto do meu lentamente, e eu me aproximei dela também. Nossos rostos estavam a centímetros de distancias, estavamos saindo do meu plano. Quase encostando nossas bocas, ela desviou seu caminho até o meu pescoço e mordeu a minha orelha lentamente, fazendo-me arrepiar.
Ela subiu as mãos pelos meus braços até o meu pescoço e segurou os fios do meu cabelo enquanto beijava meu pescoço lenta e sensualmente. Ela não devia fazer isso. Eu subi as mãos por suas costas, apertando-a contra mim. Meu fôlego já estava em falta, ele semrpe fazia isso comigo.
_ Você é um idiota. _ Sussurrou muito perto do meu ouvido, me fazendo arrepiar de novo. Seu corpo estava compleamente encostado ao meu, e ela continuava os beijos. Eu não podia deixar que ela fizesse isso. Ela evitava a minha boca, talvez me entendesse.
Ela dançou os dedos por meu peito abrindo os botôes de minha camisa e acaríciando a pele nua. Eu não podia deixar...
Segurei-a por um instante, deitando-a no sofá e soltando-a com delicadesa. Consegui ver seus olhos entorpecidos me olhando, com a boca entreaberta. Não... Pare de me olhar assim, não dá para ficar assim.
Levei a cabeça até a lateral da dela e fiquei ali sentindo o seu cheiro. Eu me apoiava no sofá, enquanto ela segurava a minha camisa pelas laterais. Ela mordeu minha orelha rapidamente de novo, e começou a desabotoar o resto da camisa, até todos estarem abertos. Me levantei e tirei aquele pedaço de pano que parecia incomodá-la tanto. Ela se levantou e abraçou meu torax nu.
Eu abraçei seu pequeno corpo a medida do possivel. Ela beijou minha barriga e subiu os beijos até que eu me sentei e ela alcançou a minha garganta com as carícias e arrodeou a minha boca com aqueles beijos. Até que os levou de volta a minha orelha e me abraçou, parando finalmente de me atiçar.
_ Você é lindo. _ Sussurrou. Eu sorri levemente, um pouco satisfeito com o elogio.
BEijei sua cabeça e depois de um longo período de tempo eu a afastei.
_ Está anoitecendo, é melhor nos arruamarmos logo. _ Eu falei e ela sorriu. Aquele sorriso conseguia expelir todas as minhas frustações. Ela se levantou e me olhou de novo, ali, ajoelhado no sofá.
Ela tinha um olhar estranho. Como se as duvidas tivessem sumido, como se cada movimento fosse friamente certo e calculado, como se ela não pretendesse se arrepender.
Ela segurou a minha mão devagar e me puxou, devagar.
Subimos as escadas daquele jeito e eu lhe mostrei o quarto dela. Ela fechou a porta atras de nós. Eu sentei na cama e ela procurou as roupas no ármário. Escolheu uma muda e se aproximou de mim.
_ Não sai daqui, por favor. _ Sussurrou no meu ouvido. É óbvio que eu não sairia dali.
Ela pegou a muda de roupa, a toalha e entrou no banheiro da suíte. Não fechou a porta. Se colocou de frente para a pia e tirou a camisa, de costas para mim. Fiquei incrivelmente surpreso com aquilo, mas não falei nada, nem saí dali. Pude ver seu rosto corado pelo espelho, então ela tirou a bermuda.
Tudo bem, posso não ser tarado, mas sou homem. Tinha as costas mais lindas que eu já vi. Eu tinha vontade de ir ali e deixar uma marca, para que qualquer um soubesse que ela me pertence. Tinha as pernas bem moldadas, não exageradas, assim como sua bunda. Estava com um sutiã preto, e uma calçinha bege, quase como um short, mas todo rendado, fazendo com que eu pudesse ver a pele dela atraves dos buraquinhos deixados pela renda.
Fiz questão de abaixar um pouco a calça e folga-la. Pude vê-la corar ainda mais e soltar um risinho. Logo ela saiu de minha vista, indo para o chuveiro. Mas não fechou a porta.
Eu nunca havia visto esse lado dela.
Acho que vou gostar disso.


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Notas finais do capítulo

Desculpem mesmo gente, espero que compense. O Próximo vou tentar colocar um desenho. :3