Logo após minha quase morte, percebi que Maysilee estava com as mesmas roupas que eu.

— Brock também te mandou roupas? - pergunto

— Nós não somos os únicos - diz Maysilee rindo e apontando pro resto do corpo dos mortos.

Em meu rosto se forma um ponto de interrogação, não entendera o por que de todos tributos precisarem de roupas novas, enquanto me pergunto, Maysilee está dando gargalhas atrás de mim.

— Você não é tão inteligente como parece ser - diz ela. — As roupas estavam com algum problema, vi mais alguns grupos de tributos pela campina com as mesmas roupas - continou. — Seus amiguinhos estavam com elas também se você não percebeu.

Saber qual é a última moda na arena não irá me fazer voltar para casa.

— Desde quando você estava me observando?

— Aas borboletas, eu estava dentro da mata e vi algo brilhando no meio da floresta, a mata não é tão fechada como parece ser, pela lumonisade consegui as milhares de borboletas e você tentando entender tudo aquilo e depois você estava lá, correndo, fugindo de pequenas borboletas que brilham - diz ela rindo.

— Sobrevivendo - corrigo ela tirando sorriso da sua boca. — Elas eram perigosas, talvez matem mais tributos, espero eu.

Já estavamos um pouco longe de onde Maik e seus aliados foram mortos e não estava tão preocupado em ficar conversando com Maysilee, somos aliados, mas não amigos. Estou caminhando pela floresta quando de repente um enorme movimento atrás de mim, Maysilee puxa meu braço e me joga atrás de uma árvore, ela pressiona seu dedo em seu lábio em um sinal para que facemos silêncio. Fico calmo tentando enteder, ouvir o que aconteceu e então escutamos um canhão.

— Menos um - susurra Maysilee.

Fico perplexo tentando entender como Maysilee conseguira descobrir que isso iria acontecer.

— Como? - pergunto

— Realmente, você não é inteligente - diz Maysilee. — Ouça a floresta, faça parte dela. Os pássaros pararam de cantar, o vento parou de soprar, tudo ficou calmo e tudo são dicas, seja de um tributo por perto, um animal ou apenas os Idealizadores dos Jogos fazendo de você só mais uma marionete nos jogos deles.

— E qual é a sua tática? Para não ser só mais uma marionete? - pergunto.

— Não sei... Conte a sua primeiro.

— E por que eu deveria?

Maysilee facilmente me derruba no chão com um movimento rápido, ela pega a faca do meu bolso e joga todo seu corpo sobre o meu, fazendo um enorme contra peso para que eu não consiga me levantar e coloca minha faca em meu pescoço.

— Eu te salvei e também posso tirar sua vida, se você é esperto, deveria contar - grita Maysilee irritada.

— E... Eu quero ir até o final da arena - respondo.

— Final? - diz ela rindo.

— Sim, final! - me afirmo. — Deve ter um final, não sei o que tem lá, mas está é minha tática e agora a sua?

Maysilee tira seu corpo de cima do meu e se joga pro lado, ela coloca minha faca em minha mãe e começa a falar.

— Você deveria me matar, não tenho chances alguma.

— Você usou a arena contra os inimigos, tem certeza que você não tem chances? - digo.

— Não, você tem chances, eu não, me mate Haymitch, por favor!

— Dardos com veneno da arena, quem iria pensar nisso? Você é esperta, ágil, forte Maysilee, você tem que tentar, nós vamos tentar.

—Eu estou morta, desde que Pount gritou meu nome, era uma condenação, não há como.

Maysilee pega minha mão com a faca e segura sobre seu pescoço, jogo a faca no chão e coloco minhas mãos sobre suas bochechas que agora estavam em uma coloração avermelhada, seus olhos tristes.

— Nós podemos, nós vamos conseguir! Agora, minha tática é a sua. — Juntos? - pergunto.

— Para sempre.