Segundo Massacre Quaternário escrita por BatataReal


Capítulo 12
A morte te chama


Notas iniciais do capítulo

O banho de sangue irá começar!



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Sessenta segundos. Temos que continuar em cima dos círculos de metal até que o som de um gongo nos libere. Saia do círculo e minas posicionadas embaixo de seus pés irão explodir. Tenho que me organizar, o que irei fazer, qual será minha tática. Na Cornucópia, um chifre dourado gigante no formato de um cone com uma cauda curvada, cuja boca tem pelo menos seis metros de altura e está recheada das coisas que nos manterão vivos nessa arena. Armas, comidas, contêineres de água, remédios, equipamentos, fósforos. Ao redor da Cornucópia, outros suprimentos são deixados ao chão, mas quanto mais perto da Cornucópia mais estes suprimentos são úteis e bons. Por exemplo, a alguns metros de minhas mãos está apenas um fósforo. Certamente ele poderia servir para acender uma fogueira nas noites frias da arena. Mas, lá na boca, vejo um casaco de pele bem espesso que me protegeria de qualquer estação, seja quente ou fria, e ainda poderia servir para bloquear ataques de animais ou de armas.

Estamos em uma linda campina, com flores espalhadas pelo redor. O céu está azul e com algumas nuvens brancas e isso quer dizer que o tempo na arena neste momento não está definido, se será quente ou não, ninguém sabe, apenas os Idealizadores dos Jogos que podem mudar qualquer coisa. Olho pelos lados procurando alguma floresta ou uma fonte de água como Brock me mandou fazer, mas não consigo ver muita coisa, a campina parece se estender por muitos quilômetros de onde estamos. Uma montanha coberta de neve se destaca e algumas árvores maiores e mais verdes no fundo da campina estão me indicando que é ali a floresta.

As instruções de Brock e Pount se misturam em minha cabeça fazendo uma grande confusão: “Não vá para a Cornucópia”, “Pegue armas na Cornucópia” e não tenho certeza do que irei fazer.

O aroma maravilhoso que está saindo da arena me faz até relaxar, mas não posso, não consigo. Estou prestes a matar crianças e não posso ter dó de ninguém. Pássaros voam em nossas cabeças, lindos pássaros com asas grandes e bem volumosos, um bom almoço.

Na Cornucópia consigo ver um machado, um machado parecido com o que tinha na minha apresentação, está preparado, somente esperando para ser usado. A adrenalina começa a entrar em minhas veias e estou me preparando para pular no círculo a qualquer momento.

Sou veloz. Consigo correr o bastante para pegar aquele machado sem maiores problemas com outros tributos, mas são 47 não 23 como nas outras edições quando um tributo não tinha que se preocupar ao dobro. Talvez minha tática não funcione, ou que o machado não seja o mesmo da apresentação e eu tenha alguns problemas em manuseá-lo. Poderiam me derrubar com facas, lanças ou até com os próprios punhos poderosos. Uma decisão errada e estou morto.

Mas não sou o único alvo, posso ter conseguido alguns minutos de atenção, mas minha nota não foi a melhor e os Carreiristas estariam mais preocupados com outros mais fortes.

No caminho para o machado, existem vários outros suprimentos, uma mochila, isqueiro, remédios e até um casaco de camuflagem. Mas são segundos até que todos estejam na Cornucópia, tenho que ter um foco principal e é aquele machado.

O minuto já deve estar se esgotando e terei que decidir minha estratégia. Posiciono meus pés em direção á Cornucópia. Os tributos que estão preparados devem ser os Carreiristas, mas alguns já estão de costas para Cornucópia, pobres crianças, irão morrer de fome. O gongo soa.

Meus pés se movimentam rápido, pego a mochila que estava em minha direção e coloco sobre minhas costas e continuo seguindo em linha reta em direção ao machado. Gritos e mais gritos consigo escutar, meninas e meninos. O banho de sangue começou.

Em minha direção existe uma garota morena, e por um curto espaço de tempo á única coisa que vem em minha cabeça é matá-la. Empurrou-a no chão que faz com que sua faca escape de sua mão e levanto correndo em direção a Cornucópia com toda velocidade esperando que ela não me siga.

Estou na Cornucópia e pego vários suprimentos, eu era um dos poucos tributos que conseguira chegar até a boca rapidamente. Comida, remédios, frutas, um casaco. Escolho os suprimentos e boto dentro da mochila e corro ao meu machado que está pronto para matar. Pego o machado com a mão direita e uma faca ponho no bolso de trás da calça.

Um garoto, do Distrito 11 conseguiu chegar à Cornucópia, sua mão está ensangüentada e quando seu olho se encontra ao meu, retira uma faca do bolso e tenta me acertar. Esquivo rapidamente e tento jogar meu machado nele. O machado passa de raspão em sua roupa fazendo um corte e acaba ficando preso no chão. O machado não era o mesmo e agora estou de mãos vazias. Chuto a cabeça do garoto que caí de novo no chão e pego uma lança e saiu correndo.

Vejo Maik e sua aliança apontando para mim quando me veem correndo. Estou sendo caçado. Nesses segundos já consigo ver vários corpos no chão, ensangüentados, alguns tributos mal conseguiram sair dos seus círculos. Os Carreiristas estão matando todos que tentam chegar perto da boca.

Não consigo encontrar Maysilee em nenhum dos círculos, provavelmente ela já saiu deste campo de batalha. A distração por alguns segundos me deixa cego e quando vejo, um garoto corre em minha direção, ele está sem nada em suas mãos, mas com vontade de matar. Com a lança na mão, jogo em direção ao seu pé esquerdo e consigo acertar. A lança atravessa o pé do garoto que faz com que ele caia no chão e comece a gritar agonizante. Olho para o garoto que me implora para matá-lo, mas apenas não consigo, retiro a faca e tento atingí-lo na cabeça, mas meus instintos apenas me fazem parar e ele não pode me atrapalhar. Continuo correndo para a campina, sempre olhando para trás me certificando que Maik e sua aliança não estão me seguindo.

A campina não acaba e isso me deixa mais apreensivo, pois algum tributo pode me ver já que não são muito grandes as árvores. A imagem do garoto se debatendo no chão me volta à cabeça vários momentos e tenho que parar a caminhada ou caso contrário irei vomitar. O quanto fui cruel com o garoto, com a família dele. Deixei-o como uma isca para ser abatida, sem chance de se defender.

Eu não sou o mesmo.


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Notas finais do capítulo

Comente sobre o que posso melhorar, caso tenha gostado favorite a história e recomende para seus amigos. Isso ajudará a divulgar minha Fanfic e mais pessoas poderão desfrutar da história de Haymitch. Lembrando que todas Sextas sai um capítulo novo, o chamado #QuaterQuellDay (Dia do Massacre Quaternário). Me siga no Twitter: @BatataReal.