As Executoras escrita por Sam


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Essa é minha segunda Fic, mas a primeira não foi terminada. Espero que gostem da história.
Boa leitura! :)



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“– Qual foi sua primeira impressão quando me conheceu?

- Achei você a garota mais bonita que já vi em toda a minha vida.

- Você se decepcionou depois que me conheceu melhor?

- Que pergunta absurda!

- Sou tão confusa...

- Adoro sua confusão.

- Assim que vi você, pensei: ‘Olha aquele garoto! Vou amá-lo pra sempre, e sempre, e sempre.’

- E se enjoar de mim?

- Não vou. Eu prometo.”

­­Ruby Sparks

Assim que terminei de assistir aquele filme, fiquei uma hora deitada no sofá. Chorando.
Sim, eu sou muito sentimental, apesar de odiar mostrar esse meu lado pras outras pessoas. Elas acham que sou fria e calculista. Mas eu sou mesmo. Sou uma garota fria, calculista, durona, grossa, solitária e sem sentimentos.
Nem sempre fui assim. Eu aprendi. Há alguns anos perdi minha família em um “acidente de carro”. Era uma noite de outono. Minha mãe e minha irmã estavam voltando do shopping, quando um sequestrador que estava fugindo da polícia bateu de frente com elas. As duas e uma criancinha, que estava no carro com o canalha, morreram. Mas ele não. Por pouco tempo. Duas semanas após o acidente, ele ganhou liberdade provisória e, alguns dias depois, alguém colocou fogo na casa dele. Naquela noite, só uma pessoa morreu e, dessa vez, foi quem merecia. Sei que não adianta de nada eu falar, mas não fui eu. Ta bom! Fui eu. Mas ninguém mais precisa saber disso.
Eu não chorava desde que minha família se foi, mas Ruby Sparks mexeu comigo. Nem é tão triste assim, mas me comoveu. O último filme que me fez chorar foi “Sempre Ao Seu Lado”. Sim, é por causa desse filme que meu cachorrinho se chama Hatti. É, eu sei que não é assim que se escreve, mas o cachorro é meu, eu ponho o nome que eu quiser, do jeito que eu quiser. E não discuta comigo!
Há! A propósito, meu nome é Nikky. Na verdade, meu nome é Nichole, mas eu odeio esse nome, então me chame de Nikky.
Eu vivo em Doncaster, Inglaterra. Tenho uma gata, Sam, e um cachorrinho. Moro com Catherine, minha companheira de trabalho e melhor amiga. Não, ela não me viu chorar, apesar de saber que não sou tão durona assim.
Nós nos conhecemos desde pequenas, quando ela se mudou pra rua de casa. Ela era a melhor amiga de Taylor, minha irmã, e nós não nos dávamos tão bem. Até brigamos pra valer uma vez, mas isso não importa mais. Ela também é órfã. Bom, mais ou menos. Sua mãe havia morrido e o pai era um bêbado. Tempos depois, ela me contou que viu o pai abusar da mãe e matá-la, quando ainda era pequena, mas ela nunca contou pra mais ninguém. A única pessoa que ela tinha era minha irmã, e quando ela se foi... Mas nós temos uma à outra e é isso que importa agora. Nós compartilhamos nossas habilidades e ganhamos um bom dinheiro pra isso.
Se você está pensando que somos assassinas e tal, acertou em cheio. Quando contei que havia matado aquele seqüestrador nojento, ela me contou que, na mesma noite, havia matado o “pai”. Ela odiava chamá-lo de pai, mas não podia fazer nada até ser maior de idade. Nós treinamos um pouco e nos aprimoramos, mas não matamos mais humanos.
É meio complicado, mas, um pouco depois daquele acidente, uma coisa que já era esperada, aconteceu. Assim como na América, a Suprema Corte da Inglaterra concedeu aos mortos vivos direitos iguais aos dos humanos, o que fazia com eles andassem livremente pelas ruas, sem serem perseguidos por tochas e forcados. Há apenas uma coisa boa nisso tudo. Assim como os humanos, se fizesse algo muito ruim, seria, como posso dizer... Aniquilado. E é aí que eu e Cath entramos. Somos como a Anita Blake é conhecida em Saint Louis, mas na Inglaterra. Somos As Executoras.
Nós não temos super força, mas, com nossas manhas, conseguimos acabar com alguns “perturbadores da paz”. É claro que não conseguimos sair ilesas de todas, mas até que as cicatrizes são poucas. Só tem duas que odeio. A do pescoço, que tem a marca perfeita de uma arcada dentária infantil, foi uma vampirinha. Odeio vampirinhos! São os piores! Podem se esconder em qualquer lugar e, se duvidar, são mais fortes do que muitos vampiros centenários! E a da perna foi um serviçal humano. Nunca mais pude colocar um biquíni sem que ninguém ficasse olhando pra marca gigante que tem na minha perna. Também odeio serviçais humanos! Eles sempre têm uma faca ou uma estaca pra encravar em você. A do pescoço, a que mais odeio, foi feita pela irmã do seqüestrador que matou minha família. Ela tinha raiva de mim. Mas dei um jeito nela. Não está mais entre nós.
Catherine não odeia vampiros, ela só faz o seu trabalho. Prova disso é o seu namorado. Ele tem 79, mas sua cara, mentalidade e corpo continuam sendo de 20. Ele até que é bonitinho. Tem cabelos loiros, abdome definido e olhos verdes. Não faz meu tipo, mas é bem bonitinho.
Eu já tive um namorado. Tinha olhos castanhos e sempre me trazia chocolate. Isso foi antes do acidente...

- Nikky! Cheguei.

Enxuguei rapidamente as lágrimas, sentei e coloquei em um canal qualquer enquanto Cath entrava pela porta e passava pela cozinha pra procurar alguma coisa de comer na geladeira.

- Nós precisamos fazer compras urgentemente. – Disse enquanto entrava na sala com um pote de iogurte e uma colher na mão. Ela nem percebeu que eu havia chorado. Agora sei pra que serviram as aulas de teatro na escola. – O que você ta vendo?

Ela jogou a bolsa que carregava no outro sofá e se sentou com as pernas cruzadas ao meu lado, enquanto abria o pote de iogurte de morango.

- Nada interessante. – Respondi, passando freneticamente os canais até chegar a alguma coisa interessante.

“- Estão prontas crianças? – Estamos capitão! – Não estou ouvindo... – ESTAMOS CAPITÃO!”

Bob Esponja é meu desenho favorito. Me deitei com a cabeça apoiada no travesseiro e os pés sobre as pernas de Cath, que se ajeitou e começou a assistir comigo.
Eram dez da manhã de sexta. Cath havia saído as sete pra uma reunião. Eu ainda estava com meu pijama de golfinho. Golfinho era meu animal favorito, mas eu não podia ter um em casa, então, só me restava ter um cachorro, uma gata e varios golfinhos de pelúcia.

- Como foi com o Sr. Caddle? – Perguntei. Sr. Caddle era o nosso chefe. Ele cuidava do departamento de condenados. Cath era a chefe da divisão de “Condenados Não-Humanos”. Acho que recusar esse emprego foi a melhor coisa que eu fiz. Cath o estava executando muito bem.

- Ele me passou 23 casos. Os crimes aumentaram. – Ela fez uma longa pausa. Parecia que ela estava com medo de me encarar, mas soltou o que tinha pra me dizer de uma vez. – Estão te recrutando pra cobrir os crimes de Londres. O pessoal deles diminuiu e os casos aumentaram.

- Mas de jeito nenhum! – Disse pulando do sofá e indo pra cozinha. Eu odiava Londres. Apesar de nunca ter ido lá.

- Mas você precisa ir! – Ela se levantou e me seguiu.

- Por quê? Por que eles não mandam outra pessoa?

- Porque você é a melhor da região! – Ela fez outra pausa e sentou em uma das cadeiras que ficavam envolta da mesa de granito na cozinha. – E não há outra pessoa.

Ela escondeu o rosto entre as mãos, mas pude perceber uma lágrima caindo.

- Hey... – Me ajoelhei ao seu lado e segurei suas mãos com cuidado pra não machucar. Eu era muito bruta, não sabia controlar minha força. – O que aconteceu?

Ela respirou fundo e conseguiu controlar o choro. Ela não era tão insensível quanto eu, mas também odiava parecer fraca.

- Jev foi assassinado. – Ela não parecia mais triste. Seu tom de voz era de raiva. Muita raiva.

Jev era nosso único colega de trabalho. Não se precisa de mais de três pessoas pra fazer nosso trabalho em uma cidadezinha como Doncaster. São poucos habitantes e os únicos turistas que aparecem por aqui, vem por causa do time ou, como a maioria das garotinhas, por causa de um cantor famoso que nasceu aqui. Um tal de Luís, Lewis... Bom, um carinha famosinho de uma bandinha famosinha.

- Mais um motivo pra eu não ir! Não posso deixar você aqui sozinha justo agora que os casos aumentaram.

- Você não entende. – A voz dela estava calma de novo, mas ela estava prestes a chorar novamente. – Estão vindo reforços de cidades vizinhas, mas só você pode concluir aqueles de Londres...

Entendi! Eram vampiros mestres. Droga! Eu odeio ser a melhor no que faço! Eu não estou me gabando. É só que... Eu sou mesmo a melhor no que faço. O pior é que, ao menos que eu queira ser executada, tenho que cumprir as ordens dos meus superiores. Foi um juramento que fiz. Eu teria que ir pra Londres...

- Eu vou... Mas só se você vier comigo.

- Eu não posso largar a diretoria, lembra?

- Droga! Eu não quero ir!

- Mas você deve.

Eu não tinha escolha. Teria que ir.


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Notas finais do capítulo

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