Lia continuava no hospital, na sala de espera, junto de Laura, Bárbara, que havia chegado à pouco tempo, e Tico que estava dormindo em seu colo. Alice e Mário foram visitar Dinho. Laura consolava Lia.

Laura: Lia, não se preocupe, o Dinho é forte, ele nunca desiste. Ele vai ficar bem.

Lia: E se não ficar, Laura? Me diz, o que eu faço? Eu não consigo sem ele

Laura: Lia, não fala isso. Ele vai melhorar, acredita nisso. Ele vai acordar, vai se recuperar, e vocês dois vão ficar juntinhos de novo, e vão ser mais felizes do que nunca.

Lia: Como você consegue ter tanta esperança?

Laura: Eu nunca deixo minhas esperanças morrerem, você também não deveria deixar. Tenha calma, o Dinho é a pessoa mais guerreira que conheço, além de você, ele vai conseguir sair dessa.

Lia sorri

Lia: Você com certeza tem o dom de tranquilizar as pessoas e fazer com que elas tenham esperança.

Laura sorri de volta

Laura: Bom saber disso

O celular de Lia toca

Lia: Alô?

Bruna: Lia, consegui te achar. Liguei pra sua casa, e seu pai disse que você não estava. Onde você tá?

Lia: No hospital

Bruna: No hosp.. Como assim, Lia? O que houve?

Lia: Não se preocupa, não aconteceu nada comigo, eu tô bem.

Bruna: O que foi, então?

Lia disse, cabisbaixa

Lia: O Dinho..

Bruna: O que houve com ele?

Lia: Você não viu?

Bruna: Não, se eu tô te perguntando

Lia: Ele sofreu um acidente de carro. Foi grave, e ele tá em coma.

Bruna não acredita no que acabara de ouvir. Dinho era como um irmão para ela.

Bruna: Em.. Em coma? Lia, eu ouvi direito?

Lia: Ouviu.. Em coma. Pode demorar dias, semanas ou meses, para ele acordar, se ele acordar..

Bruna: Não.. Não pode ser. Eu tô correndo prai.

Lia: Tá, eu te espero. Beijo

Lia desliga o celular

Laura: Quem era?

Lia: Era a Bruna

Laura: Você contou pra ela?

Lia: Contei..

Laura: E como ela reagiu?

Lia: Ela não acreditou de primeira. Ela tá vindo pra cá.

Laura: Será que eu aviso a todos que o Dinho tá nesse estado?

Lia: Agora acho melhor não, senão seria muito agito, e todo mundo iria querer vê-lo. Vamos esperar mais um pouco, perguntamos pro doutor e os avisamos.

Laura: Tem razão. 

Algumas horas se passaram. Estava anoitecendo, Bruna, Lia e Laura haviam avisado todos sobre o acidente de Dinho, com a permissão do Dr. Luciano, e todos foram ao hospital para vê-lo. Fatinha, Fera e Pilha estavam no quarto de Dinho. Já tinha sido permitido a visita de mais pessoas. Os quatro ficaram arrazados ao verem seu amigo naquele lugar, naquele jeito. Eles nunca imaginariam vê-lo assim. Fatinha e Fera estavam abraçados, chorando muito. Pilha estava sentado em uma cadeira perto da cama de Dinho, e estava arrazado, deixando também lágrimas caírem. Orelha, apesar de todo aquele jeito dele, se desarmou, e desabou.Os quatro voltaram para a sala de espera, e juntaram-se a familia de Dinho. Deram todo apoio a Lia. Fatinha sentou ao lado dela, e a abraçou, enquanto Fera afagava seu braco, Pilha apenas sentou ao lado de Fatinha. Orelha foi falar com os pais de Dinho.

Orelha: Eu sinto muito, Alice e Mário. Se eu quase não suporto ver o Dinho assim, eu não imagino vocês dois.

Alice: Obrigada pela compaixão, Orelha. Você é mesmo um grande amigo de Dinho.

Mário: Verdade, Orelha.

Orelha: Ah, que isso. Vocês sabem que o Dinho pra mim é como um irmaão, sempre foi. Mas quem deve estar triste mesmo é a Lia, tadinha, todos nós sabemos o quanto ela ama o Dinho. Ver ele desse jeito, não deve tá sendo fácil pra ela, não mesmo.

Alice e Mário olham para Lia. Mário apenas acente com a cabeça. Alice permanece a observando, vendo o quão arrazada Lia estava. Ela finalmente estava começando a perceber tudo o que Lia sentia pelo seu filho. Mais algumas horas se passaram, já eram 22:00h. Bruna, Laura, Fatinha, Orelha, Pilha e Fera ja haviam ido embora, apenas restavam ela, Alice e Mário. Lia estava esperando os dois sairem do quarto de Dinho, para poder ir vê-lo. Quando os dois saem, eles dão um sorrisinho para Lia, fazendo sinal para ela ir ver ele. Ela retribui o sorriso. Ela entra no quarto, e senta na mesma cadeira que sentou mais cedo. Ela ficou o observando, e sorriu. Acariciou sua testa, e junto dela, seus cachos que caíam sobre a mesma. Ela pensava que mesmo estando em coma, ele conseguia ser extremamente bonitinho. Com aqueles cachinhos que caiam sobre a testa, e aquele rosto de cachorrinho abandonado, faziam com que ela se encantasse cada vez mais com ele, mas ela nunca admitiria. Ela estava cansada, desde cedo estava ali, no hospital, não havia almoçado, nem jantado, estava exausta e faminta. Então, ela levantou-se da cadeira, e deitou em um espacinho pequeno que havia ainda na cama ao lado de Dinho, e deitou a cabeça em seu peito.Neste exato momento, Alice e Mário estavam do outro lado da janela, observando aquela cena.

Mário: Viu Alice? A Lia não é tão ruim como nós achávamos que ela era

Alice: Essa menina.. Eu nunca imaginei que fosse dizer isso, mas é um anjo, Mário. Não saiu daqui um segundo desde que o Dinho veio pra cá. O Orelha tinha razão, ela ama de verdade o Dinho, eu não sabia que era tanto assim.

Mário: A gente se engana com as pessoas...

Alice: E como..

Os dois ficaram ali, observando, quando de repente, eles ouvem um barulho vindo da porta da sala de espera, e uma garota havia entrado por ela, para a surpresa dos dois. Com a informação da enfermeira, a garota se aproximou do quarto de Dinho, viu pela janela aquela cena. A garota abriu a porta, fazendo com que Lia olhasse para a mesma. Lia se surpreendeu com quem viu.

Lia: Valentina?