Descongelando escrita por Mab


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

Como eu ameei e não consegui parar de pensar em Elia resolvi escrever uma fanfic onde eles dêem certo. Espero que gostem :3



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Abri os olhos lentamente. O quarto bagunçado de Elijah estava do mesmo jeito, mas ele não estava lá... Ele havia me deixado sozinha. Eu implorei para que ele me levasse junto, ele negou.

Ele me abandonou.

Vou morrer nesse quarto sujo e bagunçado, sozinha.


Levantei tonta. Meu estomago estava gritando. Arrastei meus pés até a janela e a vaga que seu carro ocupava já estava sendo preenchida com neve. Suspirei, quase não admiti para mim mesma que queria ele comigo. Por que Elijah tinha me deixado? Será que ele não sentia pena de mim?

Ninguém sente pena de mim, sou um patinho gordo e feio.

Fui até o banheiro. Observei a garota no espelho. Seus cabelos cobriam quase o seu rosto inteiro a deixando com uma cara maléfica. Seus olhos estavam fundos e sua boca pálida. Mas o resto do seu corpo era perfeito. Sem nenhuma gordura pulando para fora das roupas. Sua pele delineava seus ossos de maneira perfeita. Ela poderia morrer sozinha, mas morreria magra.

Sorri, estava tão pequena que meus dentes estavam enormes. Voltei para a cama e me atirei sobre ela. Estava cansada, fraca. Não conseguia me manter acordada, meus olhos pesavam demais, meu corpo não me sustentava. Fechei os olhos e tudo pareceu melhor. Perdi a consciência, não sei se adormeci ou morri.


(...)

-Lia? – Chacoalharam meu ombro. Acho que murmurei algo – Lia, você está bem?


Abri os olhos e me assustei ao perceber que não estava morta. A menos que Elijah tenha morrido, o que é pouco provável. Ele sorriu ao me ver desperta.


-Achei que precisaria te levar ao hospital – Ele começou a desembrulhar algumas coisas – Você não faz ideia de como o transito está ruim lá fora. Tem polícia para todo lado. Caminhões que tiram neve. Até a cafeteria está lotada. – Elijah caminhou na minha direção estendendo um copo térmico de café – Peguei com chocolate, acho que você gosta.

-Obrigada, mas eu não quero. – Não fiz questão de segurar no copo.

-Beba Lia.

-Você parece minha mãe. – Peguei o copo quente, o calor esquentava as minhas mãos e Elijah não tirava os olhos de mim. O encarei de volta e ele arqueou as sobrancelhas. Revirei os olhos, mas dei uma golada no café. Estava bom e me esquentou.

-Trouxe algumas rosquinhas também. Você precisa comer. – Ele trouxe um saquinho, se sentou na cama de frente para mim e sorriu.

-Eu não posso comer. – Deixei escapar da minha boca. Beberiquei o café.

-Lia, entenda. Você precisa comer para te deixar saudável. Você é linda de qualquer jeito. – Não digeri as palavras dele e nem o café quando uma de suas mãos tocou minha bochecha. Prendi a respiração – Por favor, eu não quero que você morra como a Cassie, me deixe te ajudar – Seus olhos imploravam uma afirmação.

-Eu não posso, eu não quero. – Abaixei os olhos para não ver a decepção dele.

-Você não vai ficar gorda se comer.

-Foi uma promessa, você não entende.

-É, talvez eu não entenda...

-Eu sinto muito. – Deixei o copo de café e sai do quarto de Elijah. Só percebi o que estava fazendo quando minha mão alcançou a maçaneta de outro quarto. Cassie estava lá, esperando por mim.

Estava sentada e fez uma expressão de felicidade ao me ver. Ela começou a dizer que eu estava dividida entre dois mundos e que eu deveria logo passar para o lado dela. Eu não soube muito bem o que fazer, nem o que pensar. Eu não queria mais viver, mas eu não poderia morrer ali e aumentar as preocupações de Elijah. Cassie começou a implorar para que eu fosse junto com ela e aquilo me deixou agoniada. Comecei a gritar com ela, para que me deixasse em paz e ela revidava, me humilhando, me menosprezando. Senti que seu fantasma segurou meu braço de maneira real e começou a puxá-lo. Aquilo me desesperou. Comecei a gritar com todas as forças que aquele gole de café havia me dado. Elijah abriu a porta.


Espero não ter deixado ele bravo.

Ele olhou para mim com os olhos arregalados e observou o quarto. Cassie me largou assim que ele caminhou para dentro e Cassie se afastava cada vez mais. Cai de joelhos e comecei a chorar. Meus soluços eram mudos, eu estive com tanto medo. Cassie nunca fora assim. Elijah se aproximava de mim e ela ia se afastando com os olhos amedrontados. Elijah se agachou perto de mim e me envolveu com seus braços. Ele sussurrava para que eu ficasse calma e me apertava de um jeito aconchegante. Ele beijou o topo da minha cabeça várias vezes.

-Está tudo bem minha querida, eu estou aqui para cuidar de você. Sabe que eu nunca vou te abandonar – Ele disse antes de beijar minha bochecha. Meus soluços pararam e ele fez com que eu o encarasse. Ele sorriu ao me ver melhor, passou a mão nos meus cabelos e me beijou. Delicadamente. Eu mal pude perceber o que estava acontecendo e Cassie começou a falar.

-Sabe Lia, você já tinha ganho a aposta. Mas vejo que você ganhou mais que isso. Estou feliz por você, talvez. – Eu me afastei um pouco de Elijah e observei Cassie – Eu estou indo. Obrigada por ter sido a minha melhor amiga, talvez você seja melhor sem mim. Eu te amo Lia. – Cassie começou a ficar transparente.

-Cassie – Minha voz quase não saiu – Eu espero que você esteja melhor no lugar para onde vai, mesmo sem mim.

-A Lia precisa ficar. Eu preciso dela. – A voz de Elijah veio atrás de mim, como se ele também pudesse ouvir e ver Cassie.

-Eu também te amo Cassie. – Sorri e ela sorriu enquanto desaparecia por completo.

-Ela estava aqui, não é?

-Ela queria minha companhia.

-Não mais que eu. – Olhei para Elijah. Ele estava sorrindo e logo após beijou minha testa – Vamos Lia, vamos terminar de tomar nosso café, podemos ligar para seus pais depois.

-Posso ficar aqui por mais alguns dias?

-Assim que você melhorar, tá bem?

-Mas eu não preciso melhorar.

-Já sabemos que precisa sim, vem Lia. – Elijah se levantou e me ajudou. Caminhamos abraçados até seu quarto. Ele me sentou em sua cama e me devolveu o café. Pegou as rosquinhas e se sentou ao meu lado. Comi alguns pedaços e bebi todo o meu café. Ele pareceu feliz.



Assim que a nevasca diminuiu um pouco, Elijah me obrigou a ligar para minha mãe e pedir ajuda. Ele me levou até o hospital em que tinha ficado internada algumas vezes e me internaram de novo. Não me importei muito. Elijah passava o dia todo comigo. Ele e Emma se deram super bem, apesar de que eram poucas as vezes que Jennifer permitia com que ela fosse me ver. Meu pai, Jennifer e minha mãe estavam se dando melhor e vinham me ver sempre também. Cassie aparecia algumas vezes, sempre que estava sozinha e nós ainda compartilhávamos segredos. Ela está bem e está feliz por eu estar bem. Eu também me sinto melhor sabendo que ela não está sofrendo e por ela ter me desculpado por nunca a ter atendido suas trinta e três ligações. Bom, está na hora de Elijah chegar, a porta deve se abrir em poucos segundos. Ele nunca se atrasa.


-Oi Lia, trouxe rosquinhas. – Ele sorriu e me deu um beijo demorado. Depois me entregou as rosquinhas e se aconchegou ao meu lado naquela maca que era agora minha cama. Elijah estava gelado, está frio lá fora, mas aqui está tudo ótimo. Estou descongelando, graças a companhia dele.



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Notas finais do capítulo

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