Um Necromante No Meu Quintal escrita por Mel Devas


Capítulo 26
Filler - Por Um Mundo Mais Inocente


Notas iniciais do capítulo

Então, gente, estou em um graaaaaaaaaaaande dilema moral... Eu não estou gostando nem um pouco dos capítulos que escrevi pra continuação da história, e não quero forçar em vocês uma história mal feita e postada só por obrigação, por isso, decidi escrever capítulos meio (fillers), mas que estão mais dentro do objetivo inicial da história do que a continuação em si SHUAHSUAHSAUSHAUA Enfim, eu estou com várias idéias, como fazer eles tipo Ghostbusters, sendo abduzidos por alienígenas, e até mesmo casais improváveis. Bem, espero que vocês gostem da ideia, e realmente queria saber a opinião de vocês sobre isso. Ah!! E com certeza aceito sugestão de temas!! Mas já chega, né? Boa leitura pra todos vocês, seus lindos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/307513/chapter/26

Sabe, há poucas coisas no mundo que são melhores que dormir. Sério, muito poucas mesmo. Mas desde que sou um pentelho de gente, sou acordada de forma perturbadora. A principal culpada é minha mãe, porém, esses dias, muitas pessoas indesejáveis parecem ter aparecido na minha vida única e exclusivamente pra me acordarem.

Eu devo ter tacado pedra, chiclete, 3 papagaios e 7 chinchilas na cruz. Só pode.

Pra variar, eu estava dormindo tranquilamente, sem ofender ou fazer mal pra ninguém, quando senti um… negócio de consistência pegajosa no meu rosto.

Falando honestamente, devo ter ficado mais ou menos um minuto pensando se continuava com os olhos fechados e me poupava de saber o que era aquilo na minha cara ou se abria os olhos, descobria o que era a coisa misteriosa e me livrava dela. Tudo bem, tudo bem, não é coisa que se demore um minuto inteiro pra pensar, mas ei, eu havia acabado de acordar, me dêem um desconto.

Bem, eu tinha que encarar aquilo de qualquer maneira, então abri os olhos, vendo primeiramente, um Adrian me olhando com expectativa. Ele segurava tentáculos de polvo em sua mão, bem grossos, e era aquilo que estava grudado na minha cara.

De fato, já fui acordada de milhares maneiras diferentes, todas igualmente bizarras, mas confesso que ter o meu sono de beleza desperto por restos mortais de um molusco que solta tinta era novidade.

– O que seria isso, Adrian?

– Técnicas de sedução de alto nível. Você está se sentindo excitada? - Falou o moreno com uma felicidade e inocência não merecedoras da frase.

– Cala a boca, Adrian. - Bufei e me levantei da cama, com o humor completamente arruinado. Tudo bem que eu nunca fui naturalmente bem humorada, porém hoje o dia já estava um fiasco.

– Desculpa, o que eu fiz de errado? - Ele choramingou, me seguindo pela casa.

– Vamos ver o que você fez de errado… Ah, sim, eu gostaria que os tentáculos fossem de lula, não polvo! - Ironizei.

– Perdão, já vou providenciar a lula, então não fique brava. - Adrian tentou me consolar, por menos sentido que fizesse. Macacos me mordam! (Sim, eu uso essa expressão de gente velha, algum problema? Hã?) Eu esqueci que aquela maldita criatura não conhecia algo chamado ironia.

– Não, não! Não quero nenhuma lula, não! No máximo, uma assada.

– Então você mentiu pra mim? - Adrian colocou a mão no peito e fez uma cara que qualquer um que olhasse acreditaria que ele estivesse verdadeiramente chocado e magoado, como se fosse uma bela e casta donzela que acabara de ouvir um palavrão. Sério, esse menino devia ir pra Hollywood.

– Adrian… - Suspirei. - Eu sei muito bem que você não está chocado e nem magoado, então pode fazer o favor de não levar a sério e imitar as coisas que a Florita te dá?

– Incluindo os tentáculos?

– Ah… Devia ter imaginado que aquilo era obra dela mesmo… - Pensei alto.

– Obra? A Florita é uma artista? - O necromante perguntou, e, sem se importar em não me esperar responder, olhou pra Teddy, que estava em seus braços. - Teddy! A Florita é uma artista!

– Au!! - O tartachorro pareceu feliz com a falsa informação.

E eu não me importei de esclarecer as coisas, e realmente esperava que Adrian chegasse pra Florita pedindo uma escultura dele mesmo toda de Cheetos. Sim, o isopor com gosto de queijo era a nova paixão do necromante. E sim, eu desejava profundamente que Florita se ferrasse, para poder me sentir minimamente vingada.

– Será que a Florita faria uma escultura de nós dois em Cheetos, Teddy? - Adrian falou e eu quase me descontrolei de rir por dentro. O forninho caiu pra você, Florita!

– Aposto que ela amaria fazer uma escultura de vocês. - Respondi, me metendo na conversa de Adrian com Teddy (ou seria monólogo? Não, o Teddy era educado e respondia) e botando bastante ênfase e todo o sofrimento que Florita me proporcionou no simples e inocente verbo “amaria”.

– Mas primeiro, uma coisa. - Adrian falou, e me olhou bem sério. - Me mostra seus peitos?

– Adrian, por favor, vá pedir sua escultura para Florita…

– Mas ela está longe, e ficar longe de você dói… - Ele choramingou.

– Então vai logo que dói menos. - Eu disse, quase chutando Adrian pra fora de casa, e ele foi como todo bom e obediente menino.

Ok, agora que eu estava sozinha em casa, eu precisava descobrir o que era que Florita tinha emprestado pro Adrian pra deixar ele assim. Eu adoraria ter dado um soco no nele, mas, sinceramente, eu acho que seria injusto, porque imagino que ele não saiba o que está fazendo.

Vasculhei debaixo da minha cama e, voilà, não dá pra negar que o fato do necromante ser bastante inocente e óbvio fazia com que a maioria dos problemas se resolvesse de forma rápida e prática. Era só conhecer as palavras e os lugares certos.

Bem, o que eu encontrei foi uma revistinha com desenhos indecentes em preto e branco, e decidi não olhar mais aquilo.

Não, eu não procurei no Google o que era, porque senti que ia me arrepender bastante. Em vez disso, liguei pro Laz. Sério, aquele garoto tem um acervo de informações impressionantes, para não dizer suspeitas.

– Ah, Laz? Desculpa o incômodo, mas eu tive um probleminha com o Adrian hoje, sabe… Ele começou a se comportar estranho e achei uma revistinha de desenhos eróticos em preto e branco que a Florita deve ter emprestado pra ele… Pode me explicar o que é? - Só ouvi Laz se rachando de rir do outro lado da linha.

– Desculpe… - Ele falou meio ofegante, sem se ter recomposto das gargalhadas. - Isso aí é um mangá. Quadrinhos japoneses. E é um hentai. Ou seja, um pornô. E não é um pornô qualquer… A maioria deles têm mulheres com peitos do tamanho de três galáxias e elas normalmente são atacadas por uns tentáculos misteriosos.

– Ah… Isso explica muita coisa. - Comentei, e eu não disse? Vai dizer que o Laz não é cheio de informações suspeitas? - Obrigada, Laz, fico te devendo um picolé pinta língua azul, pra combinar com vossa pessoa.

– Obrigado, tchau. E cuidado pra não ser estuprada. - Mas antes que eu pudesse retrucar, ele desligou.

Bem, mistério resolvido, agora era só botar fogo no maldito mangá (e me deliciar com as lágrimas de Florita quando ela soubesse dos seus queridos pornôs japoneses) e achar um jeito de converter Adrian pro lado puro da vida.

E qual jeito é melhor, se não combater fogo com fogo, hein?

Chamei um taxi - não existe ônibus naquele lugar de ninguém que chamo de casa e fui pro centro da cidade.

Caminhei pelas calçadas, procurando uma livraria, e entrei na primeira que apareceu, apesar de ter uma aura meio… exótica.

Lá dentro, um atendente me atendeu com prontidão:

– Algum livro em mente, senhorita?

– Por acaso tem por aqui uma categoria com livros de freiras, castidade e essas coisas aí? - Perguntei meio confusa, não sabia muito bem como classificar o livro que eu estava procurando pra Adrian.

– Venha comigo.

O atendente me levou para uma área no fim da livraria, e, em cima da estante, estava uma plaquinha que exibia, suntuosamente, a seguinte seção:

“ Livros de freiras, castidade e coisas assim.”

Olhei para o atendente com uma cara meio de dúvida, meio de medo.

Ele deu de ombros, como se dissesse: “Pois é.”

Logo comecei a procurar o livro ideal dentro da infinidade de títulos que havia naquela instante, e achei um bem curioso:

“Guia de como não arder nas chamas do inferno devido à promiscuidade e fogo em lugares indevidos.”

– Vou levar esse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agradecimentos especiais:
Kagome-chan ~ essa criatura foi a linda que sugeriu um momento em que Adrian lesse um hentai, obrigada pela ideia, sua linda!
Oli ~ Amei seu review, sua linda, muito obrigada!! Fico muito feliz de saber que tem gente que gosta das baboseiras que escrevo
Yui Takahiro ~Volteeeeeeeeeeeeei!!! E juro não sumir muito mais!! Porque vou aproveitar o fimzinho do meu recesso pra escrever capítulos pra postar durante as minhas semanas de aula, aí no carnaval planejo escrever o resto.
Enfim, agradecimentos à todos que continuam lendo! Vocês são lindos, e juro que eu não mordo, podem comentar, criticar, e falar qualquer coisa que vier em suas cabeças.
Enfim, até a próxima, beijinhos de luz pra todos!! ~Sai rebolando