Um Necromante No Meu Quintal escrita por Mel Devas


Capítulo 24
Foi Um Prazer Conhecê-los


Notas iniciais do capítulo

Aquele momento que percebo que fazem mais de 6 MESES QUE NÃO POSTO. XESUS, MARIA, JOSÉ. NÃO ME MATEM Ç.Ç
Fico me desculpando em todos os capítulos e vocês já devem estar de saco cheio, mas eu não posso evitar. Tenho ficado muito atolada, mesmo nas férias/greve, qualquer descançinho que tenho, sem contar que faz tanto tempo que não escrevo que tive que reler alguns capítulos pra continuar escrevendo (motivos de eu aparecer online e não postar)
Enfim, espero que gostem do capítulo, apesar da GIGANTE demora



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Depois da Florita acordar um pobre velho com muita classe, o mesmo se recuperou, abanando a cabeça com cara de quem comeu torta podre.

– Seu grito conseguiu fazer a proeza de atravessar a enorme camada de cera no meu ouvido que uso como proteção em ocasiões como essas.

– Esse tipo de ocasião e pessoa é frequente? – Perguntei.

– Infelizmente. – Respondeu o velho, erguendo a cabeça. Com isso, pude observar seu rosto mais claramente. Simplificando, era um velhinho com rosto de rato. Tinha uma coroa de cabelos em volta da cabeça calva e um pequeno cavanhaque. Tinha a aparência maltratada, mas feliz. – Isso não faz bem pra minha cachola.

– Então, o que temos pra perguntar para você?

– Criança, se eu tiver que descobrir o que você quer perguntar também fica difícil... Sei que eu sou um sábio, e sábios sabem coisas, mas não abuse. Estou apelando pras palavras cruzadas pra tentar melhorar meu Alzheimer.

– Velho inútil… - Murmurou Florita, recebendo uma canelada de minha parte. Ela olhou revoltada para mim como se dissesse “é verdade!”. Apenas ignorei.

– Desculpa, senhor, é que estou mais perdida do que cedo em tiroteio nessa história toda, e só estou seguindo o fluxo. Não posso dizer que isso adiantou muita coisa. Basicamente, acho que estamos procurando uma Maldição.

Ao ouvir a última palavra o velho se encolheu, fazendo o sinal da cruz, - que, obviamente, resultou em resmungos de Florita sobre algo como existirem outros deuses e achar religiões inúteis - pareceu envelhecer mais 20 anos, algo que eu achava que seria impossível.

– Criança, acho melhor você largar de maluquice e ir pra escola pra ver se consegue enfiar algo na sua cabecinha. - Parou um instante pra pensar. - Ou não. Hoje em dia escola é uma coisa tão relativa…

– Não desvie do assunto. Eu acho que tenho noção de quanto é perigoso, mas não deu pra escapar disso, e, sim, a gente tentou. Não tem nenhum jeito de domesticar uma Maldição? Deve ser um ótimo animal de guarda.

– Viu o que eu falei sobre a escola? Os jovens de hoje em dia saem com cada ideia… Vou dizer o que eu sei sobre essa Maldição, mas não me responsabilizo por nada.

– Não ganho nem uma empadinha se perder a perna no processo? - Chorei. Pela primeira vez Adrian esboçou alguma reação na conversa toda, me olhando com dúvida. Provavelmente se perguntando se eu realmente pretendia perder uma perna.

– Isso seria a melhor das hipóteses, garota. - Falou o velho sinicamente, me dando um arrepio. - Esses dias a Maldição foi vista aqui pela Rússia. Mas não é exatamente perto porque… Qual a necessidade de um país tão grande? Foi visto mais ao leste, nas partes inabitadas perto da Sibéria. Meus quadris doem só de pensar no frio.

“Houve relatos de que atacou uma pequena vila azarada nos arredores, que mal conseguiram entender o que estava acontecendo devido à uma grande tempestade de neve.

“Concluindo, boa sorte com essa busca, e foi um prazer tê-los conhecido.”

– Fico lisonjeada pelo seu otimismo. - Sorri para o velho.

– Realismo. - Corrigiu. - Para sua sorte, a Maldição não está caçando realmente ninguém a princípio, ela só descontrola quando vê um necromante, e todos os necromantes estão bastante concentrados em ficarem muito longe dela. Desvantagens que você pode usar contra ela: fica doida quando vê qualquer necromante, pode usar o magrelo de isca. - Apontou o Adrian. - Desde que não pareça que você quer ficar em seu caminho para matá-lo, ela vai ignorar você ou qualquer outro que queira se enfiar no meio. Mas as chances de você conseguir atingi-la de qualquer jeito são pequenas.

O velho suspirou e se recostou numa parede próxima.

– Bem, de mim isso é tudo que vocês conseguem.

– Obrigada, foi bastante util, né? - Cutuquei Florita.

– Claro, o senhor é genial… - Falou a ruiva a contragosto.

– Vão pela sombra. - Acenou, deixando claro que era pra finalmente o deixarmos em paz de novo.

Demos meia volta, indo para saída, com a igreja parecendo mais fria e assustadora do que era ao entrarmos, talvez por sabermos ainda mais o quando estávamos ferrados. Adrian estava pendurado em meu braço e a Hunter me arrastando pelo outro. Abrimos a porta e corremos bem rápido pra carro de Alla, a fim de fugir do frio.

– Vocês conseguir alguma coisa? - Perguntou a russa.

– Sim, parece que temos que ir lá pra perto da Sibéria. - Falei, esfregando minhas mãos tentando esquentá-las.

– Pobrezinha. Nós comprar mais umas 3 camadas de roupa para você, certo?

Percebi que estava sentindo frio num lugar bem mais quente - ou menos frio - do que pra onde íamos. Acenei a cabeça confirmando de imediato, pensando se 3 camadas seriam o suficiente.

–-x--

De volta pra casa de Alla, Boyolóvsky e Laz já tinham acordado e estavam preocuparam, e peguntaram de cara pra onde a gente foi, - caso se interesse, conseguiram “rezar” como resposta - o irmão de Florita também já tinha acordado, mas desinteressado seria um eufemismo para seu estado de espírito.

Comemos uma sopa vermelha típica lá, acho que o nome começava com B, mas era estranho demais pra memorizar, que ajudou a esquentar o saco de ossos congelados que eu estava naquele momento. Nunca pensei que sofreria tanto no frio, principalmente depois de passar toda minha vida enooooooorme de 15 anos odiando o sol.

Depois disso o dia foi monótono, Florita quis passear pelos lagos congelados do quarteirão e todos foram com ela, menos eu, que recusei o convite de virar picolé de canibal, e Adrian, que parecia muito concentrado em ficar deitado em posição fetal para ir, mesmo não sentindo frio.

Florita saiu de casa com um sorriso maroto e sussurrando no meu ouvido “estou de olho em vocês”, como se realmente alguém nesse mundo acreditasse que fosse acontecer alguma coisa mais do que… nada entre mim e Adrian.

Mesmo depois de saírem do apartamento, pude ouvir a voz de Florita por um bom tempo, e por um tempo fiquei me indagando inutilmente se algum dia ela vai saber falar algo abaixo de 300 decibéis.

Mas logo depois o apartamento e tudo ao redor dele ficou num silêncio que fez eu me arrepender de querer que a ruiva calasse a boca, aquele silêncio que é desconfortável, em vez de reconfortante, mesmo lendo um livro - coisa que eu gosto de fazer em ambiente pacífico - alguma coisa me incomodava.

Adrian quebrou o silêncio gemendo enquanto saía de sua posição depressiva, se esticando no chão e pousando os olhos escuros em mim.

Fechei o livro, marcando a página em que parei com o dedo, erguendo as sobrancelhas pra Adrian.

– Está tudo bem? - Perguntei.

Não obtive respostas, ele só continuou me olhando com aquelas órbitas negras que pareciam querer me sugar pra dentro de um infinito cheio de perguntas não respondidas.

Ficamos uns 5 minutos assim, talvez mais, nos olhando, sem nenhum objetivo concreto ou aparente, uma espécie de transe pacífica, que fez todo o silêncio parecer amigável.

Adrian interrompeu o ritual quase satânico rolando no chão e se arrastando até a mim. Pegou a minha mão que não estava marcando o livro e entrelaçou os seus dedos frios nos meus, e, por algum motivo, pareceu que a mão do Adrian estava muito quente, mesmo isso sendo impossível.

Ele se aproximou mais ainda, deixando menos que um palmo entre meu rosto e o dele.

Um ser sem sentimentos está fazendo meu coração acelerar, como se lida com uma coisa dessas?

Observei sua pele branca, de perto, o maldito não tinha nem uma única espinha, ele deve ter dormido em asepxia enquanto estava no sono profundo, só pode!

Deslizei meu olhar pra observar seus cabelos pretos, como petróleo, assim como seus cílios.

Percebi que ele seguia meu olhar com o seu, e me vi encarando seus olhos de novo, só que dessa vez… Estava muito perto e muito estranho. Seu olhar, geralmente confuso, parecia preenchido com algum tipo de certeza misteriosa, que me prendia cada vez mais nesse feitiço que não sei da onde veio.

Será que é alguma coisa dessas coisas do capiroto que necromantes fazem? Uma macumba especial?

Não, é claro que não…

Quem estou tentando enganar?

~~~~ Notas finais ~~~ (Aqui porque o Nyah tá cortando a no lugar certo Ç.Ç)

Bem, espero que tenham gostado!! Qualquer erro ortográfico ou parte confusa, é só falar, ok, queridos??
Agradecimentos especiais:
Lady Yui Death (Desapareci! Mas voltei!! ♥)
Karu (Demorei tanto que você deve ter se queimado de sol e recuperado outras 10 vezes, né, abiginha? Ç.Ç Desculpa)
Cheeky (Desculpa a demora, e muito obrigada por continuar me incentivando e insistindo pra eu atualizar! Realmente me deu um up!)
Star (Não fica de mal comigo!!! Por favor Ç.Ç Espero novos vídeos lindos ♥)
Coralyne (Seja bem-vinda à fic!! Espero continuar respondendo às suas expectativas! Vou tentar voltar a postar que nem antigamente, pros novinhos mara que nem tu verem que nem sempre eu sou uma preguiçosa ♥)
Tayla Snow (Demorei o cap, mas foi de birra, tá? Sqnunca, desculpa a demora, e seja bem vinda de volta!!)
Ani (Seja bem-vinda também!! Espero que se divirta nessa fic cheia de drogados!! ♥ sempre que eu falo bem-vindo(a), lembro de um prof de história que eu tive, Benvindo HUSAHUSAHSUHSUSAHUHSAU, desculpa, o comentário idiota sobrou pra tu Ç.Ç)
Enfim, obrigada a todos os leitores, mesmo os fantasmas, porque fico muito feliz ao saber que tem gente lendo alguma coisa que eu inventei (ou as dorgas -QQ)
Beijinhos de luz!!
~Sai dançando Beijinho no Ombro


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