Superficial escrita por Karen M


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Seu maior segredo foi revelado e agora?



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Não sei se fiz certo, mas eu precisava contar.

      Depois de falar comigo Bobby ligou para Sam e Dean e disse que precisava falar com eles sobre mim. Não gostei da ideia, não quero que a notícia se espalhe, mas ele disse que Sam e Dean precisavam saber.

   Bobby agora estava no computador, o que é estranho porque ele nunca usa o computador, sempre usa só os livros. Passo por lá disfarçadamente e vejo que ele está pesquisando mutantes.

   - Então, o que descobriu até agora?

   -Nada demais, só que vocês são humanos com alguma habilidade a mais. Isso por que seus organismos são um pouco diferentes, são só alterações genéticas.

   -É, deve ser isso mesmo.

   Ele continua a pesquisar.

   - O quê você quer saber? Acha que eu sou perigosa? - Não consigo segurar a risada.

   -É o que estou vendo. Também quero saber como será seu futuro.

   -Bobby, nós, mutantes, somos todos diferentes uns dos outros, então é diferente pra cada um.

   -Como sabe disso?

   - Não é obvio?

   -De qualquer jeito, eu tenho que saber o que estou protegendo.

   Ok. Se ele acha que vou sugar as tripas dele enquanto ele dorme, tudo bem.

   Depois de algumas horas Sam e Dean chegam. Todos me olham com desconfiança e até um pouco de medo. Mas tenho que confessar que era divertido, tenho que conter a risada.

   -Oi meninos, vieram me matar ou querem respostas antes?

   -Só depende de você. – Dean fala ainda desconfiado.

   Não acredito que eles estão achando que eu sou perigosa. Ok, invadir casas abandonadas porque são um lugar que ninguém me vê chegar quando me teletrasporto, baixar músicas ilegalmente e outras coisinhas não contam, não é nada grave. Afinal, eu só tenho 16 anos, sou uma adolescente revoltada e inconsequente.

   -Então, o que descobriu? - Dean pergunta pra Bobby.

   -Mutantes são pessoas como qualquer outra pelo o que vi. O comportamento dela é comum, ela come comida comum, não vejo nada de errado.

   -  Temos que tercerteza.

   Eu fico só ouvindo enquanto eles falam um monte de merda. Eles acham mesmo que eu sou um monstro e que vou fazer algum mal.

   Então todos olham pra mim.

   -Temos que fazer uns testes com você.

   -Que tipo de testes?

   -Todos os tipos.

   - Portanto que não me machuque. – Ás vezes esqueço que eles não podem me machucar. Não muito. Mas pela cara que fazem parecem estar mesmo dispostos a me machucar.

  Vamos para o porão.

   Primeiro eles desenharam um hexagrama com uns símbolos e escritas e um escorpião no chão embaixo de uma cadeira, depois me amarraram, enrolaram correntes, e perguntaram se eu conseguia sair. Claro que não conseguia me livrar das correntes, mas me teletrasportei para o outro lado do porão.

   -Eles se olharam e pareciam um pouco aliviados. Devem ter achado que eu era um demônio, acho que esse era o mesmo símbolo de prender demônios que vi no livro do Bobby.

   -Isso é mesmo necessário? Vocês acham que eu vou fazer o quê¿ Comer vocês vivos?

   -É só pra sabermos mais sobre sua espécie.

   Minha espécie. Eu deveria ficar brava mas gostei, não sou apenas uma humana sem-graça, sou mutante! Não tem muita diferença porque eu mal posso usar meu poder mas é bem melhor do que ser apenas mais um ser humano  idiota.

    - Volte pra cadeira. –Dean fala depois de ter tirado as correntes.

   -Então passei nesse teste. –Digo.

   -É, parabéns tirou A+. – Dean fala.

   -Por falar nisso, eu sou uma desaparecida certo? Não vou mais a escola nem nada, não que eu esteja reclamando, mas por quanto tempo?

   -Até temos certeza e que você está segura. –Sam fala.

   -Então vocês ainda vão ter que me aturar por muito tempo.

   Sento na cadeira e os vejo pegar uma faca muito afiada que dá arrepios só de ver.

   - Ei, cuidado com isso aí, pode macucar alguém.

   Dean dá um sorriso perverso e se aproxima de mim. Acho que essa faca aí vai me machucar... Olho para Sam e o vejo com um olhar tipo “foi mal mas temos que fazer isso”.

    -Não se preocupe Barbie zumbi vai ser só um cortezinho com essa faca de prata pura.

   Quando Dean tenta cortar meu braço ele percebe o quanto minha pele é dura, faz mais força e acaba deixando um leve corte em minha pele de mármore. Mal sangra. Ele aperta mais a faca. De modo que dá pra ver que ele está fazendo muita força e então o sangue escorre, mas logo o sangramento cessa.

   -Isso doeu. Um pouco.

   Agora sabiam do meu outro poder. Não estou gostando disso.

   -Você não contou isso.

   -Não gosto de revelar meus truques.

   -É a hora de falar. O que mais sabe fazer¿

   -Acho que é só isso. –Dessa vez é verdade.

   -Tem certeza que não tem mais nada?

   -Se tem eu ainda não descobri.

   -Quando descobriu o que pode fazer?

   -O negócio dos machucados eu sempre soube, quer dizer, mais o menos, só que está ficando mais eficiente com o tempo, já a teletrasportagem faz uns cinco anos. Antes eu só podia ir para lugares perto, agora posso ir um pouco mais além.

     - Então tudo melhora com o tempo. –Sam diz pensativo.

     -É, quanto mais velha melhor é, legal isso, geralmente as pessoas vão piorando com o tempo, eu sou ao contrário. –Às vezes fico pensando se vou envelhecer, se as rugas vão simplesmente sumir como os machucados... tomara que sim.

   -Como as pessoas não perceberam que não podem te machucar¿ Quer dizer, alguém já deve ter desconfiado... – Sam me pergunta.

   -Eu sei me esconder muito bem.

   -Isso também funciona com os ossos e órgãos? -Agora foi a vez de Dean perguntar.

   -Acho que sim. Nunca fiquei doente e mesmo caindo de alturas enormes eu ficava bem em minutos ou dias dependendo da gravidade do ferimento.

   Sinto uma picada no meu pescoço e percebo que estou ficando sonolenta. Me concentro na primeira imagem que me vem á cabeça e acabo no hotel onde Sam e Dean estão hospedados, ou estavam sei lá. Fecho os olhos e apago.

                                                ***

  Levanto ainda tonta.

     Eles me doparam! Mas porque ? Que tipo de teste é esse que se dopa as pessoas? Queriam me abrir e fazer experiências? Só pode!

      Revirei o quarto e percebi que não tinha nada lá. Eles não estão mais nesse hotel.  

    Eu sei que Bobby tem uma arma embaixo do travesseiro. Surjo no quarto dele e pego a arma. Puxo o gatilho e saio á procura daqueles que me doparam sabe-se lá porque. Os vejo no mesmo lugar, o porão. Eles estão conversando sobre mim então fico ouvindo o que eles estão falando.

   -Então, se o organismo dela é mais rápido, acho que ela deve acordar logo. Temos que descobrir pra onde ela foi. – Dean está falando. -Ela deve estar na casa dela. Quer dizer, na casa que era dela.

   - Aquela menina é esperta... –Essa é a voz de Bobby -Se ela não for má, ótimo, mas se ela incomodar alguém por aí vai ser difícil derrota-la. 

   -Tudo o que não é humano é do mal. Temos que saber os pontos fracos dela, pelo menos se ela pode ser atrasada, talvez um tiro ou uma facada no coração funcione. –Dean de novo.

   -Mas ela é humana, e enquanto ela não fizer mal a ninguém não faremos mal a ela, e temos que vigiá-la o máximo para os demônios não a pegarem. –Agora foi Sam. Pelo menos ele não pensa em me matar.

    -Se eles a pegarem terão todo o poder pra fazerem o que quiserem, ela é poderosa e é humana – Bobby diz preocupado.

       -Mas é quase impossível ela voltar pra cá.

   Então todos param de falar e ficam pensativos.

   Estavam discutindo como me matar! Eles não vão me matar, nem que eu tenha que os matar primeiro.

   Saí do meu esconderijo e fiquei os encarando, já preparada para fugir ou atirar.

   -O quê vocês querem de mim? Eu achei que podia confiar em vocês e vocês me dopam e discutem como me matar!

   -Não é bem isso, é só caso você faça algo errado. – Sam começa a falar mas eu o interrompo:

   -Mas que droga eu não vou machucar ninguém! – Sinto meu corpo todo ferver com a raiva que estou sentindo.

   Eles ficam me encarando por um tempo até Sam falar:

    -Eu sei que você deve estar com medo, mas precisamos saber tudo sobre você, e evitar que os demônios a peguem e a usem para estruir o mundo.

    -Eles não põem me pegar, e mesmo se pudessem, acham mesmo que eu vou ajudar os mataram toda a minha família? Ah, e não sei se você lembra mas eu salvei sua vida e a do seu irmão, eu faria isso se fosse um monstro psicopata?

   -Já confiamos em alguém que salvou nossa vida e isso acabou com Lúcifer livre e o início do apocalipse. –Dean fala com um sorriso sarcástico e Sam faz cara de culpado.

   -Que papo é esse?

   -Deixa pra lá. – Diz Sam – Isso é uma arma?

 Ops.

   -Ah... é. –Falo um pouco sem jeito. - Eu só estava me protegendo dos caras que tramavam me matar. –Tenho todo o direito de ficar irritada com eles e qual é, eu não iria machucar eles se eles não me machucassem.

   -E então, o que vão fazer agora? Vão me dar mais alguma droga?

   -Não, tá livre.

   É melhor não tentarem nada enquanto eu estiver dormindo.

    -Bom, já fizemos nosso trabalho, a garota está liberada. - Dean fala pegando sua jaqueta que estava na mesa com os instrumentos de tortura.

    -Espera! – Eu falo antes deles saírem.

    Os dois olham pra trás.

   -E o meu irmão? Vão deixar ele lá?

   Agora todos ficaram tensos. Eles se olham e ficam em silencio por um longo tempo. Sinto uma sensação muito estranha, nunca senti isso antes.

   -Ainda não achamos ele. –Dean finalmente fala.

   -O que vai ser dessa história? Vocês estão ao menos procurando¿

   -Não é fácil assim, demônios são espertos, não podemos simplesmente entrar lá e pegá-lo. – Sam tenta falar em um tom amigável mas e sei que eles nem ligam.

   -Ainda não acredito que meu irmão vai fazer isso. Ele pode ter o cérebro muito avançado mas ele é só uma criança. Não uma criança como aquela que quase nos matou mas uma criança inocente, carinhosa, ele era tão bom...

   -Era. Katherine, demônios são mentirosos e manipuladores, eles devem ter mentido para o seu irmão e feito coisa pior para convencer ele.

   -Coisa pior tipo o quê? - Fiquei com um pouco de medo de perguntar isso, mas eu preciso saber o que está acontecendo.

   - Tortura. – Dean fala secamente.

   Passo mal só de imaginar aqueles demônios torturando Nathan. Não pode ser verdade. Eu não posso deixar. Eu não vou deixar!


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Notas finais do capítulo

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