Capítulo 4

_ Esse cara é mais esperto do que pensamos. _ Tony diz quando os dois já estavam no quarto do hotel.

_ E mais jovem também. _ Ziva observa.

_ Gibbs disse que ele está num quarto nesse mesmo corredor. _ Acha que ele poderia ter colocado alguma escuta aqui? _ Tony olha ao redor desconfiado.

_ Impossível... Eu coloquei uma câmera em frente a porta desse quarto, Gibbs teria nos avisado se alguém tivesse entrado aqui.

_ Quando você fez isso?

_ Enquanto você dormia.

_ Será que esse é mesmo o nosso cara? _ Tony questiona.

_ Se não for, ele está fazendo bem o papel.

_ E se colocássemos uma escuta no quarto dele? Gibbs disse que ele está fora do hotel, deve ter ido curtir a noite na cidade.

_ Essa gente não é do tipo que sai apenas para curtir a noite Tony.

_ O fato é que o quarto deve estar vazio e você tem uma câmera do lado de fora, se Gibbs o vir entrar pode nos avisar pelas escutas.

Não precia um plano ruim. Saíram do quarto com as escutas em posição depois de terem falado com Gibbs e McGee, mas assim que se aproximaram do quarto do suspeito foram surpreendidos.

O homem chegava com uma linda mulher e os olhou de forma questionadora. _ Vejo que vocês descobriram qual é o meu quarto. _ O homem lhes disse.

_ Na verdade estávamos indo pro nosso quarto, coincidência que estamos no mesmo corredor. _ Tony disse.

_ Consciências não existem. _ O homem piscou para Tony. _ Mas desperdício sim, o que achou de tão interessante para fazer que é melhor do que ficar no quarto como uma mulher tão bela quanto a sua?

_ Tem razão. _ Tony sorriu nervoso. _ Era por isso mesmo que estávamos indo para o quarto. _ Ele passou a mão pela cintura de Ziva que não tirava os olhos da mulher que acompanhava o suspeito.

Tony a puxou mais para perto dando boa noite ao homem e foi andando em direção ao quarto deles, mas os dois sabiam que ainda estavam sendo observados.

Quando chegaram a porta do quarto Tony pegou a chave do quarto no bolso, mas antes de abrir a porta, sem nenhum aviso ele beijou Ziva.

Ela não esperava por aqui, mas não o impediu. Seus lábios eram macios sob os dela e a sensação de estar em seus braços era para ela algo agradável.

Ela também não se queixou quando ele a imprensou contra a porta apertando com força sua cintura e não se deu conta quando a porta se abriu e os dois entraram no quarto aos beijos.

Tão pouco se largaram depois que a porta bateu atrás deles quando Tony a imprensou novamente.

_ Consegui! _ A voz de McGee veio alto em seus ouvidos os assustando e fazendo com que se afastassem. _ Droga o que aconteceu com vocês? Eu perdi o sinal do som e...

_ Encontramos com o suspeito e tivemos que improvisar. _ Tony disse ainda olhando para Ziva.

_ É nós percebemos... _ McGee disse mostrando que tinha visto a cena pela câmera na entrada.

_ Acho melhor todos descansarem. _ Foi Gibbs quem falou dessa vez.

Ziva tirou a escuta a largando em cima da mesa e foi direto para o banheiro. Os lábios ainda inchados a lembrando do que tinha acontecido a momentos atrás.

Quando ela voltou Tony já estava deitado, mas ela sabia que ele não estava dormindo, mesmo assim ficou grata por ele não dizer nada, não precisavam conversar sobre aquilo, pelo menos não tão cedo.

Foi uma longa noite onde os dois se reviraram na mesma cama sem conseguir pregar os olhos, mas sem coragem de dizer uma só palavra.

Eles preferiram fingir que o beijo só aconteceu para fazer uma cena na frente do suspeito, mas se isso fosse mesmo verdade não teriam continuado mesmo depois de terem entrado no quarto.

Estranhamente Tony se levantou antes de Ziva aquela manhã e parecia bastante focado na missão que tinham.

_ Ele já deve estar nos esperando para o café. _ Ele disse quando viu que Ziva se levantou. Ela apenas concordou com a cabeça.

Os dois desceram juntos e assim como Tony havia previsto o homem da noite anterior os aguardava.

_ Bom dia. _ O homem os convidou a se sentar com ele. _ E então... estão aproveitando Londres? _ Ele perguntou.

_ Na verdade viemos a trabalho. _ Ziva respondeu rapidamente.

_ É verdade, quando o dever chama não há como correr. _ O homem se serviu de pão com geleia. _ Por falar nisso, a reputação de vocês é invejável.

_ Já da sua não podemos falar o mesmo, não sabemos nem o seu nome. _ Tony disse em tom de brincadeira.

_ Que falta de educação a minha. Sou Jeremias.

_ Jeremias...

_ Por hora meu primeiro nome já basta. Acho que temos negócios a tratar sim? _ Ele passou uma pequena pasta aos dois. _ Não abram agora, tenho certeza de que arranjarão um jeito de executar o trabalho, mas não tentem entrar em contato comigo, se vocês obtiverem sucesso eu saberei.

_ E como saberemos que vamos receber?

_ Metade do pagamento já foi depositado na conta de vocês, no começo eu tive minhas dúvidas se eram mesmo o famoso casal Smith, mas depois de ontem a noite... Bom o restante do pagamento será depositado quando vocês concluírem o serviço, isso se forem capaz.

_ Nunca perdemos um alvo. _ Ziva falou.

_ Tenho certeza que não, mas esse não é um homem qualquer. _ Jeremias apontou para a pasta. _ Boa sorte com isso então. _ Ele se levantou se saiu da mesa.

Quando chegaram ao quarto de hotel, Ziva e Tony encontraram Gibbs e McGee que os esperava. Gibbs disse que Jeremias tinha deixado o hotel depois de ter falado com eles, mas não o deteram, Gibbs desconfiava que aquele não era o verdadeiro mandante.

_ Como vamos chegar ao chefão então? _ Tony perguntou.

_ Espero que essa pasta possa nos dar algumas respostas.

Quando eles a abriram só encontraram informações muito conhecidas, tinha uma foto e detalhes da vida de um homem que não era nada estranho para nenhum deles... o alvo era o diretor Leon Vance.