Lua De Violeta escrita por Ariel Arnnat
“P
alavras que nós tínhamos dito, cresceram em minha cabeça. Coloridas, pensei: mande me pra cama.
Memória perdidas, cresceram nas árvores, cubra as portas. Engula a cura.
Invernos vieram, e se foram você sabe. Mas sentirei sua falta, jovem e doce, para a última dança em volta da árvore da memória.
Disse: esqueci-me, mas não fiz. Sonhos que nós tivemos, brincam em minha cabeça.
Será que nós acreditamos no choro de vento? Será que lamentamos? Iríamos nos esquecer?
Invernos vieram, e se foram você sabe. Mas sentirei sua falta, jovem e doce, para a última dança em volta da árvore da memória.”
Uma dança ao redor da árvore da memória[1]
Acordar. Mesmo depois de enrrolarem, tiveram que acordar de volta para a morte eterna. Acordar de mais uma noite. Pelo menos dessa vez, acordaram com o cantar doce do uirapuru, e o som das águas batendo nas rochas. Tomaram banho de cachoeira de novo.
-Então querida, o que temos para o desjejum?
-O sangue está em nossa humilde residência. Queira me acompanhar.
Voltaram correndo para casa.
-Ei mô?
-Ora, que palavrear é esse? Onde estão seus bons modos?
-Ah vai toma banho Jessie.
-Hahahaha, já tomei.
O celular dela começa a tocar.
-Alô?
-Jessie!
Jess arregala os olhos.
-E-Elizabeth?
-Jessie, me ajuda! Oh meu Deus!
-Onde você está?
-Eu tô em algúm lugar perdida na Bulgária. Jessie, - começa a chorar- ai meu Deus. Estou toda machucada. O Stuart me torturou, ele pegou meu anel, me deixou muito tempo no sol, me fez vários buracos com estacas, estou sem me alimentar a um bom tempo! Preciso de ajuda! Aonde você está?
Do outro lado da linha, o casal escutva atentamente.
-Fale pra ela onde nós estamos Jessie, mas não fale que eu tô com você.
-Mas Jeremy...
-Faz isso Jess, depois de explico.
-Jessie?
-Ah, sim Elizabeth, estava tão preocupada com você! Eu estou em Santa Catarina, no Brasil. Vem pra cá agora!
-Eu tô indo já.
-Você é louco? Agora ela vai trazer o Stuart.
-Nós precisamos ver o que ele vai mandar a Elizabeth fazer. E quanto mais tempo ela passa com a gente, pelo menos ela vai estar um pouco “salva” do Stuart.
-Só porque agora as coisas estavam começando a se ajeitar, pelo menos um pouco.
~
Se passa só um dia, e Elizabeth vai a Santa Catarina. É um grande reencontro entre ela e Jessie. Ela conta várias mentiras sobre o que passou com Stuart, e Jess diz que abandonou Jeremy. “Não queria que ele corresse mais riscos”.
No outro dia, enquanto Jess tomva banho, Liza ligou para Stu informando o paradeiro delas, e dizendo que Jessie abandonou Jeremy.
-Ok Liza. Agora você já sabe o que fazer.
-Ok. – ela desliga.
Liz pega um frasco com uma substância branca. Ópio. Colocou no sangue de Jess, e assim que ela saiu do banho, entregou a bolsa de sangue a ela.
-Obrigada Liz.
Se passa meia hora e Jessie já estava desmaiada no meio da sala. Jeremy viu tudo. Entrou pela porta e começou a brigar com Elizabeth. Conseguiu faze-la desmaiar. Levou-a e a amarrou com várias estacas em uma árvore. Voltou para casa e esperou Jessie acordar.
-Jess!
-Jê? O que aconteceu?
-A Elizabeth deu alguma coisa pra você beber. Ela ia te levar para o Stu.
-Oh meu Deus, a essa altura ele já deve saber onde nós estamos, e pode já estar vindo pra cá. O que vamos fazer agora?
[1] título original em inglês: A dance round the memory tree. Música feita por Oren Lavie, utilizada no filme As Crônicas de Nárnia Príncipe Caspian.
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