The Beauty And The Beast escrita por BMiracle


Capítulo 3
Who Is This Stranger?




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A voz parecia ter ficado presa como nós em minha garganta, pois por mais que me esforçasse, nenhuma mísera palavra parecia querer escapar por meus lábios. Pigarreei, levantando-me e limpando cuidadosamente algumas folhas que haviam ficado grudadas em minha blusa. 

 - Obrigada. - Murmurei após muito tempo e esforço.

- Você deve ser Christine, irmã da Riley, certo? - Perguntou ele em um tom que não parecia nada com o de uma pergunta. Ele definitivamente sabia quem eu era, já haviam lhe contado sobre mim e o fato de imaginar qualquer conversa ou comentário no qual o assunto fosse a mim mesma, não era lá algo muito agradável. Eu definitivamente odiava ser o centro de algum assunto ou conversa e qualquer um bem próximo a mim sabia disso. Mas por qualquer motivo, pensar que aquele estranho havia pronunciado meu nome, mesmo que apenas em uma simples conversa, me fez corar por um breve momento. Estremeci internamente afim de espantar aquele pensamento perturbador. Desviei meu olhar do solo, voltando-o para Brandon e atrevendo-me a olhá-lo. Ele estava encostado preguiçosamente em uma árvore, uma mão descançava em um dos bolsos da calça e a outra brincava destraídamente com um isqueiro. Fumante, tomei nota mentalmente. Era só o que me faltava. 

- Então você é a garota que gosta de se esconder na floresta? - Ele complementou sorrindo descontraídamente. 

Contive a raiva momentânea que me invadiu naquele momento. Quem ele pensava que era para vir com piadinhas!? Mas que falta de respeito, eu nem o conhecia! Engoli aquela pequena provocação e sorri da forma mais "sincera" que podia, embora tivesse certeza que havia falhado. Atuar nunca foi muito meu forte, mas mesmo assim, jamais deixaria me mostrar abalada em situação nenhuma, ainda mais para um estranho que eu mal sabia quem era. Demonstrar faqueza não nunca combinou comigo. Nunca gostei de me sentir inferior, vulnerável ou exposta, por mais crítica que fosse a situação, eu estava lá, sempre pronta e em posição de combate. Este sempre foi o meu jeito. Alguns chamavam de orgulho, mas eu chamava de defesa. 

- Pois é, cada um se diverte da forma que acha cabível. - Respondi sentindo meu lado orgulhoso aflorar. 

- Se você diz. Mas... -fez uma pausa, enquanto fazia uma pequena manobra, jogando o isqueiro para o alto e apanhando-o com a mesma mão. - Ainda assim não deixa de estar se escondendo. - Disse ele, mantendo seu irritante sorriso enigmático. 

- Eu não estava me escondendo, eu só... - Comecei a falar, já gaguejando pelo nervosismo a logo mandando a imagem segura que havia construído com tanto esforço, para algum lugar distante. 

- Bran! - Uma voz feminina interrompeu-me antes mesmo que pudesse completar minha frase. No mesmo instante reconheci a voz da mesma, a garota para que ele havia beijado, era ela. A loira sacudia os longos cabelos loiros, enquanto terminava de abotoar os últimos botões de sua blusa exageradamente decotada. Tentei ao máximo não ficar boquiaberta com a cena. 

- Já se vestiu!? Que... Rápido. Do jeito que eu gosto. - Sussurou ela, mordendo o lábio inferior e erguendo suas mãos ao alcance do rosto de Brandon, que apenas riu com o gesto. Não era um riso de amor e carinho, mais sim de escárnio. Como se aquilo tudo fosse um prêmio, apenas um jogo para ele. Rir! Era só o que ele sabia fazer, chegava a ser irritante. Revirei os olhos mentalmente com tamanha vulgaridade vinda de ambos os lados. 

- Vamos indo então, já está tarde. Ao menos que você também goste de brincar na floresta, ou melhor, não! Você já tem a mim, não é? - Provocou ele, sacudindo levemente a cabeça em um sinal negativo, rindo e também fazendo a garota rir. Será que era só eu que não estava achando graça? - Adeus, Rydell. Nos vemos por aí. - Ele disse, fazendo reverência enquanto curvava-se rapidamente em um ato brincalhão e exagerado, logo se distanciando. 

- Até. - Respondi prontamente, enquanto fitava-o por trás, caminhando com a "senhorita rapidinha" e sumindo por entre a floresta. A imagem de seus olhos novamente saltou em meus pensamentos. Vistos de perto, eles pareciam ser ainda mais azuis, tão enigmáticos, tão traiçoeiros, confusos, intensos...Tão lindos. Eram como uma perfeita emboscada. Eles já haviam praticamente desaparecido entre a imensidade de arvores e verde, quando por uma breve fração de segundos, seu rosto se virou, olhando para atrás e seus olhos instantâneamente foram de encontro com os meus. Meu coração pareceu ganhar vida como um motor desperto, martelando cada vez mais forte.

Soltei um suspiro pesado. Como era possível que uma pessoa em apenas um dia, pudesse despertar sentimentos tão distintos, ambíguos e... Confusos em tão pouco tempo? Aquilo era sem sombra de dúvidas uma completa loucura. Tão loucura que a própria loucura se sentiria ofendida em ter seu nome atribuído a este absurdo. Bufei, irritada comigo mesma por ser tão boba e ridícula, enquanto guardava - finalmente - meu caderno dentro da bolsa. Retirei meu celular do bolso e o visor acendeu automaticamente, indicando o horário. Exclamei um pequeno "Oh" em supresa, ao ver que já faziam 4:00 da manhã. Como o tempo havia passado tão rápido!? Loucura, novamente. Eu já estava quase me sentindo em  Click, vendo a vida passar rápido como se estivesse sendo manipulada por um controle. Era melhor voltar antes que algum outro lobo resolvesse dar um passeio novamente. A quota para corridas já estava mais que ótima por aquele dia.

- Nossa, mais o que deu em você!? - Perguntou Riley, mais bebâda que o Batman. - Sumiu do nada, como sempre. Achei que pelo menos hoje, que o Don Juan não está aqui, você ficaria. Você por acaso sabe que horas são!?? Passam das 3:00!

- Relaxa gata, a Chris sabe se cuidar. - Disse Jared, afagando os cabelos loiros de minha irmã, enquanto acomodava-a no banco carona do conversível.

- Você ainda tem noção de horário nesse estado!? Que admirável, meus parabéns. - Respondi rindo, enquanto praticamente me jogava no banco de trás do carro. Eu estava exausta. Riley me deu língua, rindo igualmente e logo caiu em sono profundo, dormindo no carro mesmo.

Jared e Matt entraram no carro e logo estávamos na estrada, seguindo caminho para nossas casas. Jared nos deixaria em casa e Matt dormiria na casa dele. Encostei minha cabeça na janela, vendo as árvores passarem como vultos e logo comecei a sentir minhas pálpebras cada vez mais e mais pesadas. Perturbadores olhos azuis voltaram a assombrar meus pensamentos, ameaçando adentrar em meus sonhos, meus pesadelos e mais do que isso, em minha vida. Quando já estava quase ou praticamente adormecendo, senti o toque delicado de uma pequena mão em meu braço e logo ouvi a voz suave como sinos de minha irmã. Seu rosto encostado no banco do carro, suas pálpebras tão pesadas quanto as minhas. - Não faça isso Chris... - Ela sussurou, e não pude discernir se estava acordada ou dormindo.  

- O que disse, Ril? - Perguntei. As palavras saíam com muito esforço. 

- Não se apaixone por ele. Vai acabar mal... Vai acabar muito mal, Chris. -  Foram as útimas palavras daquela noite. Depois só houveram exaustão e sono profundos.


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