Finale escrita por Déh Criss


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Estou muito feliz com os comentários. Vocês estão me ajudando a escrever a história da maneira que vcs querem e isso é fantástico. Continuem a opinar em tudo pra que eu consiga agradar vcs ok?
~Déh



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 Em um momento meu corpo ardia no mais intenso desejo. No outro minha mente congelava a procura de respostas. Pach formou uma aliança com Scott? Nunca imaginaria que isso fosse possível, na proporção que fosse. Mas aconteceu. Eu só posso supor que... A coisa ta feia.

_Você não vai me dizer o que foi que você viu exatamente?_ Pach diz recolocando a camisa para evitar novos estragos.

_Vi você se fazendo amizades. Parece que Scott Parnell não é tão perigoso afinal de contas. _Digo com a voz provocante vestindo minha blusa, mas sem fazer contato visual.

_Ele é perigoso. Mas se você ouviu a conversa vai saber que não tenho escolha. O meu plano era levar você daqui e viajar as cegas procurando nefilins que não querem ser achados. Perderíamos muito tempo. Não temos esse tempo. E talvez seja mais seguro viajando em grupo...

_Viajando em grupo?

_Parnell esta procurando nefilins. E só faltam dois daqui de Coldwater... Escutou toda a conversa Anjo?

_Não sei... A última coisa que ouvi foi você dizendo que era capaz de qualquer coisa por mim. _ Olho para ele e dou uma pause. Ele olha-me compenetrado. “E faria mesmo Anjo.”

_Mas acho que realmente não ouviu toda a conversa.  Ele esta procurando um nefilin jovem de Springvale, parece que é um garoto difícil de convencer. Muito problemático.

  Subitamente me lembro dessa cidadezinha pesqueira, fica quase toda amontoada na rua principal: o correio, alguns restaurantes que vendem peixe com batatas fritas, lojas de equipamentos para pescaria e a Sinuca Z. Eu fora para lá com Scott na noite em que rejeitei Pach como meu anjo da guarda... Irônico não?

_Mas e o outro?

 Pach hesita um pouco ao falar. Ele senta na cama ao meu lado me encarando e depois desvia o olhar pro criado mudo ao seu lado.

_Marcie.

 O fogo volta não faço idéia de onde, mas agora estou fervendo de ódio. Arregalo os olhos para e falo com a voz tremida, tentando conter a vontade de socá-lo.

_Você esta querendo dizer que nós passaremos semanas viajando num carro... Eu, você, Scott e... Marcie Miller?

_Na verdade Parnell a levará no carro dele...

_E porque é que você me escondeu isso!?_ Não consigo mais me conter. Essa é demais pra mim.

_Quem te deve explicações é o nefilin do seu amiguinho não eu. Ele é quem tem que levá-la...

_O nome dele é Scott! E eu não tive que assistir ele beijando aquela porca anoréxica da Miller! Foi você que fez isso!

 Meu ódio aumenta quando vejo Pach se dobrando ao gargalhar, assim como fizera hoje de manhã. Ele me agarra pelos ombros e me puxa pra trás me forçando a deitar em cima de seu peito. Esse simples gesto faz minha temperatura baixar.

_Você esta me saindo muito mais ciumenta que eu Anjo. Esqueceu que você já beijou Scott também?_ Emudeço

 É verdade. Eu fiz isso. Ele já estava meio bêbado e eu queria provocar Pach o que resultou em uma bela briga entre os dois no quarto do apartamento de Scott.   

_ Escute, eu já fiquei com Marcie, e você já ficou com Scott. Vamos ser obrigados a viajar com os dois por bom tempo. Não há motivo pra que confiemos neles, mas não há motivo pra não cofiarmos um no outro. Eu e você. Você confia em mim?

 Assenti com a cabeça. Eu amava Pach mais do que odiava Marcie.

_Então nós vamos conseguir.

_Tenho que ir pra casa. Agora. _Ele me olha confuso. _ Ainda tem coisas que Scott tem que me explicar...

_Só um minuto. O nefilin esta na sua casa?

_Pach, o nome dele é Scott...

_E esta dormindo com a minha garota.

_O que? Não seja ridículo...

_Ok. Ele esta dormindo ao alcance de onde dorme a minha garota. E eu não gosto disso. Vou com você.

 Não consigo mais conter a risada.

_E aquele papo de confiamos um no outro hein?_Ele me olha levantando uma sobrancelha e eu rio_ Eu vou ter que concordar com Scott, pra um anjo você é muito possessivo.

_Não sou possessivo. Só cuido do que é meu.

  Decidimos que Pach iria em seu Jeep Commander e eu no Dodge. Assim que chegamos a casa fazenda vejo o Mustang novíssimo desse ano na entrada. Assim que entro em casa Scott aparece com um avental vindo da cozinha.

_E ai Grey. Preparei uns smoothies que você adora.

_Ah Scott que bom..._ Falo meio constrangida com o sorriso no rosto dele.

_ Fiz de morango e de manga...

_Eu adoraria o de morango obrigado._Pach diz aparecendo atrás de mim fechando a porte de entrada com o pé e agarrando minha cintura. Sua voz sai irônica e o sorriso puro desdém. Os ombros de Scott descem e ele suspira em frustração. O sorriso se apagara assim que viu Pach entrando.

_Ah, você tem sorte dele não ser um cachorro no sentido literário da palavra Grey, ou faria xixi em você pra marcar território. _Ele da às costas pra nós e volta à cozinha.  Pach da um sorriso confiante.

_Obrigada pelos smoothies Scott, mas estou aflita por respostas e não posso esperar até amanha._ Ele suspira e retira o avental devagar.

_Bom me pergunte o que quer saber por que o miss simpatia do seu anjinho já deve ter contado tudo.

_Ele só me contou que você esta reunindo nefilins. E que participa de uma sociedade secreta. E que me fará engolir Marcie Miller por um bom tempo. Quero saber qual é a sua posição nisso tudo. Aonde é que eu estou me metendo e aonde é que irá nos levar.

 A essa altura já Pach esta sentado na quina do balcão da pia e eu na cadeira rente a bancada à minha direita atrás de mim. Scott da outro longo suspiro e puxa outra cadeira sentando na minha frente.

_Não fui eu que escolhi isso Grey... Eu não queria saber de nada disso. Iria seguir minha vida e curtir minha liberdade. Quando eu finalmente senti que não precisava mais fugir de ninguém... Eles me acharam. Malditos demônios caídos! Queriam saber dos planos de Mão Negra e não tinha nada a dar pra eles, só o que eles já sabiam. Mas não acreditaram em mim, como não podiam me matar, mataram alguém que podia morrer...

_Eles mataram... A sua mãe?

_Sem piedade. Na minha frente. Nora naquele momento eu passei a odiar toda essa raça. Preferiria morrer a jurar lealdade a esses covardes. Foi quando a Irmandade me achou. Fui aceito na sociedade e me tornei fiel a eles. Eles prometeram me ajudar.

_Sabe o nome dos caídos?_Pach pergunta com a voz dura.

_E como saberia? Aqueles malditos nem chegaram a propor nem um acordo, não se deram o trabalho sequer de me explicar o que estava acontecendo! Minha mãe nem viu a morte se aproximando! Eles roubaram até a dignidade dela! _A voz de Scott era raivosa e angustiada, seus punhos estavam serrados fazendo com que as dobras dos dedos ficassem brancas. Porém seus olhos estavam marejados ao lembrar-se da morte da mãe. Não conseguia esconder sua dor.

_Assim que entrei pra Irmandade fiz uma promessa a mim mesmo. Vou achar aqueles desgraçados e vou mandá-los para arder no fogo do inferno!_Ele não consegue mais conter as lágrimas que escorrem pesadamente em seu rosto e ele as seca rapidamente com o as mãos.   

 Aproximo-me dele e seguro sua mão com força tentando transmitir meu pesar por sua perda, porem sem me atrever a olhar Pach. Começo a entender o sentimento de mamãe por ele. Scott assim como eu, sempre quis retomar a vida da maneira mais normal possível e sua única chance de acabar com esse infortúnio seria ganhando essa guerra de uma vez por todas.

 Quando falo minha voz sai com um misto de ternura e compaixão.

_Calma, Scott vingança não vai trazer Lynn de volta. O mínimo que você pode fazer por ela é dar-lhe a dignidade que perdeu e dar um sentido maior pra sua morte, por mais duro que isso possa parecer.

 A expressão de Scott me faz sentir péssima, mas suavizou ao ouvir-me falar. Tenho que impedir o impulso de ir abraçá-lo, pois nossas mãos, que ainda estão seladas, não parecem consolação suficiente. É então que Pach fala com a voz indiferente o que me faz fuzilá-lo com os olhos.

_Você é o que na organização? O imediato? Mensageiro? Estou curioso.

_Não designamos cargos assim porque nosso líder ainda não se apresentou_ Ele me olha sugestivo. Sei que fala de mim. Separo nosso contato.

_Não acredito que estão se virando no modelo socialista. Alguém te mandou vir buscar os nefilins afinal. _Diz Pach.

_A única coisa que estamos fazendo é nos manter unidos. Nosso poder aumenta quando juntamos força e podemos deter os caídos ainda nesse Cheshvan se continuarmos com esse passo. Nossa base é bem protegida.  E temos... Trunfos na manga._Pach levanta as sobrancelhas, mas Scott balança a cabeça._ Vocês terão que ver pra crer. 

_Você só tem que achar mais um nefilin?_Pergunto.

_Sim, mas esse vai dar trabalho pra convencer do que Marcie com certeza... _Faço uma careta ao ouvir esse nome.

_O que você disse pra conseguir convencê-la? Tem que ter sido algo forte pra ter feito calar a boca daquele jeito.

_No restaurante ela ainda não estava totalmente convencida. Tive que despejar tudo nela de uma vez. Anjos caídos, nefilins, guerra épica, sociedade secreta, a importância que o pai tinha nisso tudo... É muita coisa pra se entender e digerir de uma vez. Tive que dar uma facada no peito pra ela acreditar em mim. _Ele esfrega o local que descrevera fazendo uma careta com o se ainda doesse.

 Um silencio angustioso que se segue é cortado apenas quando o grande relógio bate doze badaladas. Todos escutam o som compenetrados em seus próprios pensamentos. É então que Pach rompe o silencio.

_O nefilin problemático. Como saber se ele não é uma ameaça?

_Medo de um moleque de quatorze anos anjinho?

_ Zelo pela segurança dela, mas é claro que você não tem idéia do que é isso.

_Parem._ Levanto-me da cadeira visto que Pach esta quase tocando o rosto de Scott. Os dois com a respiração arfante. Scott nem se mexe, só levanta mais a cabeça.

_Eu tenho mais motivos pra não confiar em você do que nele anjinho. Afinal é contra a sua raça que estou lutando. Estou levando você para onde meus companheiros estão e isso já é uma prova incontestável que sou de confiança...

_Você é um nefilin. Meu Jeep vale mais que isso.

_Se preocupe com a sua vida que eu me preocupo com a minha...

_Já chega disso vocês dois! Estou farta dessas briguinhas. Estamos todos do mesmo lado. Não temos mais dezesseis anos de idade... Scott_ Olho de relance para Pach. Como pode ele ser tão infantil numa situação como essa tendo centenas de anos?_ Não quero ter que separar vocês de brigas infantis o tempo todo. Acreditem, pelo que estou vendo vamos passar muito tempo juntos! 

 Eles se afastam, Pach volta ao seu posto na bancada e eu me sento devagar, temendo que talvez um dos dois salte em cima do outro em qualquer momento. Com a voz controlada tentando parecer indiferente à atitude dos dois, pergunto.

_Nos falo um pouco sobre esse nefilin Scott.

__Bom eu não sei muita coisa. É um menino de quatorze anos, o chamam de Ash.  Mas é um puro sangue de primeira geração. Ele cresceu sabendo o que era. A mãe explicou desde pequeno que ele era filho de um anjo. Como se isso fosse grande coisa. Ela morreu e o garoto descobriu que foi o pai que a matou num acesso de raiva e ai ele desandou. Fugiu da cidade e entrou na vida do roubo mais nada de muito grandioso. Ele não tem muito orgulho do que é...

_Garoto esperto._Interrompe Pach.

_Ah é claro que ele devia fazer uma criança e matar a mãe dele pra que se vire sozinho...

_CHEGA! _Grito sem olhar pra nem um dos dois.

_A questão é que o garoto está confuso. Cresceu ouvindo que o pai era um ser celestial e descobre que é também o assassino de sua mãe. Ele não aceitar ser o que é. Ele se aproveita de sua invulnerabilidade e é só.

_Mas por que não o deixamos em paz você mesmo diz que os nefilins já estão com um numero grande...

_Grey, Ash estará em perigo se não ficar perto dos seus. Ele será um alvo fácil, assim como você é. E quando chegar à hora não terão piedade dele também.

_Bem, então qual vai ser sua abordagem?

_Vou tentar explicar que ele esta em perigo e deixar claro que é nossa última tentativa. Se ele não aceitar vir conosco terei que deixá-lo para trás à própria sorte. Ele tem que vir por conta própria.

 Mais um silencio cortante. Meu smoothie já esta quente no balcão, não tomei nem um gole. Então me levanto o guardo na geladeira e pego um pote de crean cheese e um pacote de biscoitos cream cracker,  preparo para nós. Enquanto besunto os biscoitos observo os dois homens na minha cozinha. Pach esta encarando o chão, tão estático que podia jurar que era uma estatua. Scott esfrega o peito com a expressão cansada. Tem as pernas esticadas e pisca mais do que o normal. Tenho certeza de que estão pensando no que tem me assombrado há meses. Quando essa calmaria acabaria. 

 Terminamos o lanchinho noturno e Scott se oferece para lavar a louça. Enquanto isso Pach me segura pela mão e me puxa até a escada, e então falo baixo.

_Vá na frente. Subo num minuto.

_Anjo?

_É só um minuto Pach.

 Pach vira os olhos impaciente e sobe. Eu volto pra cozinha onde Scott seca as mãos num pano de prato. Quando me vê faz uma careta.

_Olha Grey se veio brigar comigo por causa do teu namoradinho... Eu estou cansado, não estou bem...

 Ele se cala quando sente o aperto do meu abraço. A principio fica rígido, então devagar levantas os braços e me aperta com força. Acho que alem da minha mãe, Scott passou os últimos meses sem nem uma demonstração de carinho. Ele pode ter sido o canalha que fosse tempos atrás, mas acabara de perder sua mãe. De certa forma eu me sentia culpada por isso. Assim como me sentia culpada pela perda das asas de Pach.

 Desfaço nosso abraço e sem dizer uma única palavra, subo as escadas. Dou uma ultima olhado pra trás. Scott sentara na cadeira com as mãos no rosto, visivelmente chorando. Engulo em seco ao vê-lo assim.

 Quando entro me deparo com a cena de Pach deitado em minha cama somente de cueca boxe com uma perna esticada e a outra dobrada, o que faz os músculos do abdômen fazerem ondas. Ele esta com os braços atrás da cabeça preguiçosamente, mas seu olhar não me é nada simpático. Passo por ele e vou tomar meu banho. Um turbilhão de pensamentos aflora em minha cabeça. Quanta coisa em um dia! 

 Pach, Scott, Marcie, um nefilin problemático viajando juntos em uma jornada estranha. Porque tenho a sensação que não chegaremos com vida em nosso destino?

_Você devia ter um pingo de consideração com Scott. Ele acabou de perder a mãe. _Digo ao sair do banheiro já com a camisola que todos adoram.

_Vou me lembrar disso.

_Serio?_ Levanto as sobrancelhas desconfiada.

_Não é o que você quer?

_É...

_Então esta acertado. Mas com isso você perde o direito de brigar com Marcie também...

_É serio? Esta fazendo isso por Marcie?

_Anjo...

_Pach eu não acredito nisso. Você foi estúpido com Scott que acabou de perder a mãe e só pensa em manter o bem estar da porca anoréxica...

_O nome dela é Marcie._ Ele imita minha voz quando falo que Scott tem nome._ Chega disso Anjo...

_Você... Você... _Ele me puxa para deitar ao seu lado na cama e coloca o braço como travesseiro, é então que percebo que Pach também tomou um banho pois sua pele esta macia e cheira o meu sabonete.  

_Eu te amo Anjo. Você me ama?

_Com toda minha alma. _Digo com o rosto enterrado em seu peito. Ele levanta meu queixo e olho seus olhos, eram como órbitas negras. Absorviam tudo e não devolviam nada. Queria poder contemplá-los para sempre.

_Eu vou fazer esse esforço, e você também se esforçará. Isso é uma promessa?

_Sim. É uma promessa._ Ele me dá um único e longo beijo. E  então adormeço em seus braços.

 Nessa noite tenho um sonho...

 Elijia arranca a cabeça de Pach e gargalha. Então ele abre suas asas alvas e translúcidas e voa em minha direção.

 É a ultima coisa que vejo antes de morrer. 


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Notas finais do capítulo

Então???
ENQUETE DO DIA; O PACH É OU NÃO É POSECIVO?? VCS ME DIRÃO =P
beijos T+
~Déh