O nervosismo de Thor permanecia o mesmo, talvez até maior. Sif tentava, inutilmente, consolá-lo com palavras de carinho e... outras coisas mais, que ele afastava. Seu coração ainda era de Jane Foster e nada o faria mudar isso, por que Sif não entendia isso de uma vez? Mas ele preferia não pensar nisso naquela hora, tinha coisas muito mais importantes a resolver.

– Que droga! – ele exclamava consigo mesmo.

Suas sobrancelhas juntas formavam um vinco, denotando sua tensão. Como...? Por quê...?

– Que droga, Loki! Eu te disse para não ir! – ele esbravejava.

Já prestes a fazer um buraco na Sala do Trono de Odin, ele traçava círculos rápidos com seus pés nervosos, tentando achar alguma saída para seu irmão. Ele conseguiu se livrar da morte na primeira vez, com certeza conseguiria agora. O problema era que nem Heimdall o enxergava. Se ele estava vivo, estava totalmente perdido.

Na sala anexa, Frigga tomava uma taça de Hidromel para tentar se acalmar um pouco. Suas mãos tremiam, as lágrimas rolavam sem interrupção. Odin, abraçado a sua esposa, parecia ter envelhecido séculos!

– A culpa é minha... Loki esperava que mudássemos, e eu não mudei. Perdi meu filho outra vez, Frigga. Eu sou o culpado – ele chorava.

A rainha asgardiana se encolhia sob o abraço do marido e também chorava. O clima era de tragédia na realeza. Os Três Guerreiros continuavam na Bifrost com Heimdall, formulando mil teorias sobre onde Loki poderia estar. O mundo chitauri fora o primeiro revistado. Ainda que Thanos quisesse dar um fim em Loki, ele não teria sido mais rápido que os olhos do guardião. Sete dos outros oito reinos conhecidos já tinham sido revistados, só faltava Midgard, a Terra, e era o que estava dando mais trabalho.

– Não o encontro. Os humanos são muito parecidos com os asgardianos, não está fácil encontrá-lo.

Heimdall estava mais nervoso do que de costume. Ou melhor, ele NUNCA ficava nervoso. Ser consegelado por Loki pela segunda vez o deixara com medo de ser visto como negligente por Odin. Mas por que Loki criara apenas uma fina camada de gelo, apenas para ter tempo de baixar no outro mundo e não para segurar o guardião, ele não compreendia. Que será que ele queria?

– Talvez ele só quisesse ter tempo de chegar até nós e lutar ao nosso lado, como fez, Heimdall – Fandral argumentava.

– Não sei... Acho que tem algo errado nessa história. Nunca confiei em Loki e nem vou confiar. Mesmo que ele venha com essa história de mudança – Hogun não dava trégua.

– CHEGA! – esbravejou Volstagg – Nunca vamos conseguir achá-lo, ou pelo menos descobrir seu plano, se ficarmos nesse impasse. Temos que ir atrás de tudo que Loki poderia fazer aqui em Asgard. Chamem Thor. Precisamos ir aos aposentos do geladinho.

• • •

– Claro! É por lá que descobriremos qualquer coisa! – Thor pareceu iluminado com a ideia de seu amigo.

Correndo até o quarto de Loki, os quatro rapazes e Sif se depararam com pilhas e mais pilhas de pergaminhos. Ordem era uma coisa que Loki com certeza não conhecia, ou talvez, para ele, aquela disposição de papéis era a que fazia algum sentido. Sem saber disso, cada um pegou um punhado de pergaminhos e observou as escrituras. Nada fazia sentido. Parecia um monte de símbolos estranhos que não levavam a lugar nenhum, mas Thor conhecia bem seu irmão. Algo sério estava escondido ali e Loki não queria que descobrissem. Eles levaram os papéis para a base estratégica asgardiana. O que quer que aquilo fosse, parecia que Loki não estava tão longe de criar problemas como dizia.