Amnésia escrita por Silvia Moura


Capítulo 17
Capítulo 17




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/306843/chapter/17

Já tinham passado umas três horas, desde o acontecimento do restaurante e Silvia ainda não conseguia dormir. Rolando de um lado a outro sobre as cobertas, sentindo a brisa fria que vinha do rio e as pedras geladas tocarem sua pele mesmo separadas pelo cobertor, a garota estava inquieta. Claro, tudo tinha acontecido tão rápido! Mas aquelas horas pareceram anos, como se Loki estivesse em sua vida desde sempre! Não era possível que tudo aquilo tinha sido fingimento.

O frio começava a incomodar. Ela lembra que na noite anterior, tinha sido carinhosamente coberta por Loki. Ele não faria isso se fosse tudo fingimento, afinal ela estava dormindo, não tinha necessidade de se fazer de bonzinho. Ao mesmo tempo, vê-lo mandá-la ir embora tão convincentemente naquele restaurante a fazia sofrer. Chorar, até. Caramba, a coisa era mais séria do que se imaginava. Ela nunca tinha chorado por um homem antes! Espera, um homem? Ele a chamou de “mortal” como se ele mesmo não fosse um... Era tudo tão estranho.

A noite estava muito escura, como se até mesmo a Lua e as estrelas estivessem tristes. E ameaçava chover. Silvia se encolheu, de lado, cobrindo-se, e tentou dormir. Nada. Já estava cansada de virar e revirar, então resolveu ficar do jeito que estava mesmo. Foi então que ela ouviu um barulho. Não o do vento forte, mas o de passos. Graças aos céus ela ainda tinha seu teaser ao alcance da mão. Ela continuou deitada, fingindo estar adormecida.

Silvia sentiu uma mão fria tocar-lhe o braço e imediatamente levantou o outro para acertar o choque em quem quer que fosse. Mas foi detida pela outra mão fria. Ela reconheceu aquele toque.

– Calma! Calma, sou eu! Silvia, sou eu. Loki. Esse lugar precisa de luz.

Ele estalou os dedos e uma fogueira surgiu magicamente em um local da caverna. Eles puderam se ver sob a penumbra alaranjada do fogo. Loki tinha um olhar sofrido, Silvia um olhar sofrido e confuso. Levantou-se.

– O que você quer? Já não me maltratou o suficiente?

– Você entendeu tudo errado. Me escute.

– Eu não quero! Faz ideia do quanto eu me sinto machucada por você?

– Faz ideia do quanto me machuca saber que machuquei você? Me perdoe, por favor. Eu precisava tirar você de lá.

– Por quê?!

– Porque antes de conhecer você eu não prestava! Eu era a ovelha negra! Eu só queria proteger você. O que eu disse lá não foi real.

– Por que eu acreditaria nisso?

– Porque isso aqui é real – Loki tomou o rosto de Silvia em suas mãos e a beijou apaixonadamente.

Silvia tentou resistir por dois segundos, mas logo viu que não poderia. Ela o amava, ele a amava. Ela passa a corresponder-lhe o beijo, tornando-o mais intenso e apaixonado. Loki se inclina para frente e Silvia para trás, deitando-se sobre as cobertas. Loki interrompe o beijo.

– Ainda acredita no que eu disse lá? Eu amo você, Silvia.

– Eu também amo você, Loki. Mais do que pensei que amaria alguém um dia.

Eles tornam a se beijar. Loki posiciona suas mãos por debaixo da camisola de Silvia, acariciando-lhe amorosamente suas costas. Silvia se arrepia e faz o mesmo com ele. Os beijos do deus travesso se tornam mais atrevidos e ele tira a roupa que sua amada vestia e também a sua própria. Eles sorriem em meio a mil beijos e carícias apaixonadas.

– Seja minha, Silvia.

– Eu já sou sua, Loki. Completamente sua.

Ele a beija mais uma vez e ali, naquela fria caverna de pedras, sob pouca luz alaranjada da pequena fogueira, um deus e uma mortal ou apenas um homem e uma mulher, completamente apaixonados, consumam seu amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!