O Feiticeiro Parte II - A Dimensão Z escrita por André Tornado


Capítulo 12
III.4 Explicações.




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Ele bem que evitava olhá-la diretamente, mas ela tinha aquela mania de só falar com ele olhos nos olhos. Não adiantava fugir. Aquela discussão iria ter lugar, quer ele quisesse, quer não.

Videl, no meio do quarto, braços cruzados, esperava.

- Ela é só uma rapariga que me pediu para ter lições de japonês.

- Ela é uma rapariga desta dimensão, Gohan!

- Também todos os meus alunos são desta dimensão.

- Porque é que lhe estás a dar aulas particulares? Na nossa casa?

- Não me pareceu correto utilizar uma sala da universidade para ensinar japonês, quando sou professor de matemática.

- Não tens um gabinete na universidade?

- Tenho. Mas partilho-o com dois colegas.

- E porque é que lhe estás a ensinar japonês? Como disseste, és professor de matemática!

- Porque ela me pediu…

- E só porque te pedem, fazes o que os outros querem? Já começa a ser um hábito, nesta dimensão. Pedem-te para dares aulas na universidade… Tu aceitas. Pedem-te umas lições particulares de japonês… Tu aceitas.

- Porque é que estás tão nervosa? Já sabemos que dar aulas não é interagir.

Videl continuava zangada.

- Eu não gosto de a ter aqui em casa.

- Porquê?

- Ela pertence à Dimensão Real.

- As pessoas da Dimensão Real são pessoas como nós. Vivem noutra dimensão, só isso. De resto, vivem como nós vivemos.

- Quando aceitaste dar-lhe essas aulas não te passou pela cabeça que ela poderá conhecer-nos?

- Nani?

Gohan fez aquela cara engraçada de espanto que herdara do pai.

- Hai! Não te esqueças que existimos nesta dimensão.

Ele ficou sério.

- Não, não me esqueço. Trunks descobriu-o da pior maneira.

- Da única maneira. Ou seja, olhando para a forma como existimos na Dimensão Real.

- Por causa de ter olhado para uma só imagem, ficou doente durante uma semana. E foi um olhar de relance. Desconfio que, se ficarmos expostos durante algum tempo, será o suficiente para… morrermos.

- E se ela nos conhece, não será esse o primeiro passo para interagirmos com ela?

A cara engraçada retornou. Videl explicou:

- Talvez um de nós só possa interagir com alguém que nos conheça!

- É apenas uma suposição.

- Essa tua aluna particular poderá conhecer-nos.

- Nós não sabemos se ela nos conhece, ou não. E mesmo que conheça, como é que nos poderá reconhecer se usamos nomes inventados?

Recordou-se com um laivo de pânico que revelara à Ana o nome verdadeiro da filha.

- Ela não nos conhece – reforçou. – Se estivéssemos no Japão era bem provável que nos conhecesse. Agora, aqui em Portugal!… Não me parece.

Videl calou-se com o argumento dele.

- Essas aulas vão demorar quanto tempo?

- Não sei. – Ele encolheu os ombros. – Até irmos embora. Até ela aprender. Depende.

- Nada do que te possa dizer vai impedir de continuares com essa tua teimosia, não é? – Perguntou Videl com um suspiro.

- Qual teimosia?

- Dares aulas.

- Hai.

Videl abanou a cabeça inconformada. Gohan perguntou:

- A discussão sobre a aluna terminou?

- Terminou.

- Não vamos voltar a falar dela, pois não?

- Se não houver motivos.

- E que motivos poderão haver?

- Não sei. Vamos lá ver como é que se comporta essa tua aluna!

Gohan sentiu-se aliviado. Ainda bem que a conversa tinha terminado. Se continuasse, acabaria por revelar que a Ana conhecia Trunks e ele conhecia muito bem qual era a opinião de Videl sobre as andanças de Trunks naquela dimensão, que não eram nada do seu agrado.

Passado algum tempo, os dois foram-se deitar.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
Ilusões e erros.



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