O Tempo Não Acaba, Passa, Logo Volta. escrita por Yaya1234


Capítulo 2
Despedida


Notas iniciais do capítulo

Este é um dos momentos tristes da história, ela começa assim, mas acreditem que existe sim um final, talvez inesperado e muito bom!



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Aquele dia finalmente havia chegado, não tinha como adiar mais. Eu tinha que ter certeza que subiria no avião sem culpa e confiando na minha decisão, afinal fui eu quem teve a bela ideia de embarcar em um novo mundo, de me aventurar, de abalar a minha vida mais do que ela já estava enlouquecida.

Foi difícil para mim ter de escolher entre ficar com minha mãe na Argentina, ou com o meu pai no Brasil. Faz 2 anos eu me mudei para este país, e agora eu revertia a historia, voltava ao meu lugar de origem. Não há nada que me prenda aqui, não há nada que possa me fazer mudar de ideia, eu estou decidida, e vou até o fim para estar onde que realmente quero, lá.

Acordei e vi o meu quarto semi desmontado, eu levava somente o principal, o resto eu deixava lá sob a guarda da minha mãe. Recebi uma notícia que me desapontou muito, minha amiga Dani estava com dor de cabeça e me falou no último momento que não poderá ir até o aeroporto... Porra, ela é minha melhor amiga e eu não poderei me despedir dela? A mesma coisa aconteceu com a Carol e outras pessoas... Nossa, eu era tão chata para ninguém comparecer na minha despedida? Isso me deixa triste, mas eu não me importei, tinha a ideia de que algo muito melhor aconteceria no Brasil. Essa situação começou a me abalar quando a Miti e a Maiu, que são irmãs gêmeas, me ligaram dizendo que o irmão delas viria visita-las na cidade e me pediam desculpas por terem que se despedir por telefone.

Minha mão entrou no quarto e me vê chorando, é impressionante como só ela me entende, ela é quem mais sofre com todas as minhas loucuras, eu a deixaria e ela estava me consolando? Mãe é mãe, e eu a amo somente pelo posto que ela ocupa na minha vida. Sei que para ela foi um choque muito grande também, e essa era a única coisa que me fazia duvidar, mas nunca mudarei de ideia, comecei com algo e vou até o fim.

Já estou no avião, olho para o lado e uma mulher muito simpática tenta falar comigo, mas eu não consigo ouvir... Lagrimas rolam pelo meu rosto e ela se dá conta e me acalma.

-       Como uma moça tão bonita como você está chorando assim? Você é muito nova para sofrer de saudades... – enquanto ela dizia isso eu chorava cada vez mais sem vergonha, eu estava destruída, será que eu fiz a coisa certa ou eu devia ter ficado quietinha lá na Argentina?

Pensei querendo adormecer, mas enquanto isso não acontecia fiquei recordando o que havia se passado minutos atrás: Chegamos no aeroporto e toda a minha família estava presente, mas eu senti um aperto no coração ao ver que nenhum dos meus amigos vinha me despedir. As lagrimas começaram a dançar loucamente pelo meu rosto chocando-se umas com as outras formando uma única gota. Minha mãe me abraçava, aquele abraço que eu nunca vou me esquecer... Por um minuto tive esperança de encontrar alguém conhecido, mas ela logo se foi quando olhei desesperada para os lados, não encontrei ninguém, e a voz do meu avô me despertou para a realidade.

-       Minha linda, está procurando por alguém? – ele perguntou com um olhar triste.

-       Não vô, eu sei que ninguém vem, talvez eu não mereça meus amigos.

-       Vou te falar algo e quero que guarde para o resto da vida – ele pegou no meu pescoço fazendo-me olhar para ele, eu com muita atenção escutei – Os amigos estão para nos ajudar tanto nos momentos bons quanto nos ruins, principalmente nos ruins, se nenhum deles veio hoje é porque eles não te merecem... – Isso era verda... Eu não acredito! Olhei para o meu avô que sorriu e eu saí correndo ao encontro delas, parei uns metros antes para ter certeza que eram elas e quando me dei conta elas estavam chorando e eu estava envolvida em seus abraços... Sim, elas vieram, minhas amigas estavam lá. 

Um sorriso veio ao meu rosto ao lembrar disso, mas logo continuei com meus pensamentos.

-Vocês vieram! – eu disse com um sorriso enorme no rosto.

- Lógico que viemos! Não podíamos deixar de nos despedir.

-  Mas e o irmão de vocês? – perguntei, logo percebi que elas se olharam com um ar sarcástico e falaram. – Nosso irmão não vem! Ele continua no Canadá, e você caiu direitinho! – Eu estava muito feliz pela vinda da Miti e da Maiu. Não queria perguntar sobre as outras meninas, pois sabia que elas não viriam... Percebi que elas estavam com presentes nas mãos, se juntaram com a minha prima Brenda e cada uma me entregou um papel com uma sacola. Eram cartas que elas haviam escrito para mim, desejando o melhor na minha nova vida, que estavam chateadas pelo meu retorno mas que me entendiam, elas três, mais do que ninguém no mundo, sabiam o quanto eu sofria com a separação dos meus pais. Minha prima foi minha primeira amiga na Argentina, ela é um ano mais velha do que eu e foi graças a ela que eu conheci e me enturmei mais rapidamente com o meu grupo.

Prometi a elas que leria as cartas no avião e abriria os presentes lá em cima, onde literalmente o céu é o limite...

Era exatamente isso o que eu estava fazendo, lendo cada carta, abrindo cada presente. Logo adormeci com tudo em cima de mim, acordei por causa do barulho das turbinas preparando para o pouso e vi que estava tudo arrumado em cima da minha mochila, percebi que foi a gentil moça do meu lado que arrumou tudo, agradeci. Já estava pronta para pisar em São Paulo...


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Notas finais do capítulo

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