Se você pensou que não iria acontecer nada com a maldita professora... Bom, seu palpites estão errados. Essa é uma história de terror e se quer ver finais felizes, leia conto de fadas.

(...)

Uma dor imensa se exalou pelo corpo de Yoná, ela viu sangue escorrendo pelo braço que havia esticado segundos atrás. Seus olhos foram cerrando, lentamente ela foi desacordando.

(...)

Ao abrir lentamente os olhos, Yoná sentia-se fraca, não dava pra saber o que era, ela não teve oportunidade de ver ainda. 

Era dia ou era noite? Bem, ela estava em um lugar escuro, fedido, cheio de baratas mortas pelos cantos, uma corda de aço pendurada no teto. Ao menos sabia onde era, no entanto ela sabia que não era coisa boa, esse ambiente podre não lhe cheirava muito bem, literalmente.

Porém, não deu pra ela pensar dez segundos sobre isso, até a fraqueza se apoderar dela novamente e ela adormercer em um sono doentio e conturbado.

Pra sua informação, ela ainda conseguiu enxergar um garoto, não dava pra saber a média da idade... Não devia ser muito novo, nem muito velho. Logo após sua vista escureceu e suas observações foram tomadas por pensamentos vazios.

Ao ouvir movimentos, Yoná abriu os olhos lentamente, o que chamou atenção daquela figura, que estava há metros de distância, mas em sua direção.

- Mas o que...? - Yoná tentou se comunicar.

- Shiuuuuu! - Yoná tentava enxergar quem era aquela figurinha estragada em sua direção, mas com a vista embaçada, a única coisa que poderia fazer no momento é ouvir.

- Quem é você? - Ela teimou em perguntar.

- Da pra calar a boca,  nem que fosse por um minuto? - Mas quem era aquela pessoa ignorante que fazia Yoná cerrar os punhos em pensamento, por conta da fraqueza.

 Uma pausa longa ocorreu.

Yoná ainda observava aquela figura, atravessando a sala, indo de um lado para o outro.

Houve um estrondo. A figura caiu? O que houve?

Yoná se arrastou até a figura, novamente, ela foi se movimentando sem resultados, até que conseguiu rastejar até lá. Agora tudo fazia mais sentido.

A figura deitada era Beatriz, 14 anos, aluna do primeiro ensino médio. A gorota boba, risonha e feliz, mais nova da classe, não tinha notas altas, mas fazia de tudo para obter algum resultado considerável. Mas nada importava no momento, nenhuma resolução saia da cabeça da coitada e judiada professora.

 No entanto, ela não entendia a situação. Onde estava? Qual era o motivo de estar ali? 

Não, aquilo não podia acontecer de novo, não é possível que aquela dor iria voltar, mas sim. Ela caiu nos pés de uma figura alta e sinistra. Um objeto estava em mãos da figuras.

Yoná levou uma coronhada. Apagou.

A figura levou ela até um quarto, escuro. Logo em seguida Beatriz e o garoto. Bateu a porta e saiu de lá.

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Ronan ficara preocupado com a demora. Também, já fazia quase duas horas que Yoná estava lá dentro, pelo cálculos de Ronan, eles perderam a última apresentação da peça ''Epistemologia'', sobre filosofia, que ficou em cartaz no teatro Bibi Ferreira uma longa temporada, e Yoná queria muito ir na última apresentação. Mas a bilheteria abriria as 20hrs e já era 19:30... Haviam perdido. É uma pena mesmo.

Ele até imaginou que Yoná estivesse resolvendo problemas da cesta básica e as assinaturas do contrato com a doutora. Mas já havia demorado bastante. Então ele desligou seu Palio, abriu o portão, ele entrou disparadamente.

- Sônia, onde tá a Yoná? - Ele perguntou.

- Foi buscar os diários... Vocês estão juntos? - Ela perguntou com curiosidade.

- Por que tanta demora? - Disse Ronan, cortando a secretária rabugenta e agora fofoqueira.

- Bem, não sei de nada. Ela subiu com pressa. - Ela disse com um tom preguiçoso.

- Pode verificar? - Arriscou Ronan.

- É claro que não! - Ela falou em um tom mais alto. - Se quer verificar, verifique você mesmo, pois estou fechando a escola. E vá depressa, já estou apagando as luzes e fechando o portão.

Ronan virou as costas e revirou os olhos. 

- Mas que droga. - Ele sussurrou.

Assim ele foi subindo a escada lateral.

Dava-se para ver alguns funcionários como Sônia, que seguia ao suporte das chaves,  Cidclay, que organizava a papelada, Fabiana que trancava as salas e guardava as vassouras e por fim Flávio que estava na ponta da escada principal, parado.

- Flávio? Você não tinha que mandar os documentos pelo fax? - Disse Cidclay.

 Uma pausa longa ocorreu.

- Flávio? Você está bem amigo? - Disse Cidclay novamente, agora em um tom preocupante.

Flávio desmoronou escada á baixo, voi rolando a cada degrau que passava e quando chegou no final da mesma, já estava desmaiado.

Todos correram em sua direção, verificando os pulsos, a testa...

Até que avistaram Ronan na ponta da escada, desesperado.

- Yoná não está mais lá... Havia uma poça de sangue em baixo da mesa de centro...

 Fabiana pegava o telefone e ligava para ambulância, enquanto Cidclay verificava o peito de Flávio e Sônia andava de um lado para o outro.

- Ei, tem uma poça aqui também!

 Eles correram até lá.

- Rosângela me disse que limpou uma no banheiro hoje de manhã. - Disse Cidclay, com a mão no queixo, preocupado.

 Logo uma figura gorda apareceu.