- Olá Lauren! – a garota disse para mim.

Não a respondi, não tive coragem... Fui fraca!

- Hãm... Desculpe Alexandra ela não está muito bem. Vamos embora? – disse a mariana.

- Eu, eu não vou mais. Podem ir vocês duas... – me virei

- Haha claro que não! Vamos todas juntinhas okay? – Alexandra.

- É vamos vai ser divertido! –

- EU NÃO VOU! ENTEDERAM? – gritei.

- Ok... Então fica ai nós vamos, tchau. – disse Mariana indo embora com Alexandra.

Não posso ficar perto dela e nem vou. O que eu fiz para merecer tudo isso? Eu nunca fiz nada ruim com ninguém, ao contrario. Não estou gostando nada disso, essa tal garota Alexandra é uma assombração? Não, não, não! Isso nunca seria possível... Ou seria? O porão, o sonho, as armas, os livros! Argh, que ódio! Preciso achar um jeito de fugir de tudo isso! Vou viajar sem dar noticias a ninguém, é a única solução. Voltar á Irlanda e passar um bom tempo por lá até eu me acalmar. Será ótimo para mim, ter paz de espírito. Longe de Drake, Elric e Alexandra. Para piorar a minha situação não tenho mais trabalho, tudo por culpa de um velho intrometido. O meu pai... Quero dizer Elric! Me demitiu para ajudá-lo nas “empresas da família” ele nunca me incluiu em sua família e agora quer que eu o ajude? Fala serio!

“Four years old
With my back to the door
All I could hear
Was the family war
Your selfish hands
Always expecting more
Am I your child
Or just a charity award”

Já tinha pegado a minha mala e estava dirigindo em direção á grande mansão Bathurst. O próprio lugar que moro me assombra e me deixa desconfortável. Preciso me acalmar, unf! Meu coração está acelerado e estou falando sozinha no carro, não que isso seja raro. Costumo falar sozinha porque passo muito tempo entre eu e eu. Eu e minhas musicas, ficar no quarto e ás vezes chorar por solidão. Me auto-mutilar, pular de penhascos... Isso é apenas eu. Por que meu pai não me ama? Essa é a pergunta da minha vida em que tento achar a resposta, mas nunca a encontro. Drake diz que não me ama porque sou adotada, mas não acredito nisso, ainda. Ninguém conhecia minha mãe, somente Elric que diz que ela era até parecida comigo e amava animais. Ele só sabe dizer isso! Eu nem sei que eu sou de verdade.

  Avistei a Bathurst, entrei na garagem em seguida subi ás escondidas para o meu quarto. Ninguém me viu! Caminhei nas pontas dos pés pelo corredor, passei pelo quarto de Emilly e ela estava dançando feita louca no quarto rosa entediante. Continuei a andar e já estava na porta do meu quarto. Girei a maçaneta e suspendi a porta para ela não soltar nenhum ruído, clic! Ela apenas soltou isso, corri para o meu armário e peguei todas as minhas roupas rapidamente. Joguei-as em cima da minha cama, me agachei e peguei as minhas malas. Depois tudo estava pronto, todas as malas. Dinheiro, roupas, toalhas, dinheiro e mais dinheiro. Era tudo o que eu precisava. Desci cautelosamente até a saída da mansão, resolvi não levar meu carro, pois eu iria pegar um avião. Caminhei até certo ponto onde os taxis passavam, estendi minha mão e logo um apareceu. Já me encontrava no check-in com a passagem já comprada, agora era só esperar pela voz irritante chamar para o vôo. Fiquei meia hora esperando pela chamada até que “Atenção senhores passageiros, o vôo 654 já está pronto, por favor, acessem o portal oito para a viagem. Obrigada” Todos do vôo caminhavam até o portal oito, tive que ir pela passarela e procurar meu acento numero quarenta e cinco. Já acomodada coloquei meu cinto e me aconcheguei na poltrona. Fechei meus olhos e respirei fundo, Irlanda lá vou eu!

         [...]

“Bem-Vindos á Irlanda!” acordei com essa chamada, o avião já tinha pousado. Peguei minha bagagem de mão e fui pegar as outras malas. Eu tinha ligado para minha prima que mora aqui, pedi para eu passar esse tempo em sua casa e claro que ela aceitou. Estava precisando passar um tempo em um lugar onde alguém gosta de mim. Peguei um taxi e mandei-o dirigir até o endereço da casa em que ia ficar. Enquanto isso observava as ruas pela janela, aqui eu era um pouco feliz. Tinha alguns amigos... Enfim passado um tempo eu já tinha chegado, paguei o taxi e peguei as minhas malas. Olhares escondidos viam das janelas vizinhas, eu andava até a porta da casa amarela. Toquei a campainha e pude ouvir o barulho das fechaduras se abrirem. Logo depois aparecer uma garota por trás da porta azul, era a minha prima querida Emma.

- Finalmente você chegou! Já estava preocupada, vamos entre. –

- Como vocês estão? E o Jack? – perguntei entrando na casa.

- Estamos muito felizes com a sua vinda, o Jack está na cozinha. – um sorriso saiu do rosto dela.

- Espero não atrapalhar a rotina de vocês. – disse.

- Ah claro que não! Jack venha aqui! – ela gritou.

- Letícia Lauren! – nos abraçamos.

- Ai está você! – rimos.

- Quanto tempo não? Como você está? –

- Estou bem, sabe... – disse num tom triste.

- É o tio Elric não é? – perguntou Emma

- Sim ele está pior, mas tem outra coisa no meio. –

- O que? – disse Jack.

- Nada, não quero falar sobre isso. Onde será meu quarto? – sorri.

- Venha irei te levar. – Jack

Subimos as escadas e Jack me mostrou um quarto bem confortante, poltronas, uma cama muito linda, armário e uma janela. Sorri para o Jack e ele desceu para a cozinha, coloquei minhas malas ao lado do armário. Em seguida tirei meus sapatos e fiquei descalça. Amarrei meu cabelo em e fiz um rabo de cavalo, separei uma roupa leve um short e uma camisa regata. Depois peguei uma toalha e procurei por um banheiro, para minha sorte tinha um no mesmo corredor do quarto. Entrei e fechei a porta, coloquei a água da banheira para esquentar após entrei na banheira e tomei um longo e relaxante banho. Com direito á bolhas, depois de um tempo sai de lá enrolada em minha toalha e fui em direção ao quarto. Vesti as roupas que tinha separado e desci para a cozinha. Jack e Emma estavam cozinhando algo que para o meu nariz cheirava á macarronada com o molho secreto da família Lauren.

- Hummm! Que cheiro bom – ri

- Especial para você e eu sei que sou diva na cozinha, 2 beijos! – falou Emma e todos riram.

- Eu nem sou tão bom assim – Jack com cara de cão abandonado.

- Que horas sai isso ai em senhora diva? – perguntei.

- Já está pronto só falta vocês arrumarem a mesa – Emma

Fiz uma cara de decepção e Jack e eu, colocamos á mesa para o jantar. Talheres, copos e pratos. Peguei uma jarra e preparei um suco de maracujá enquanto Jack colocava a macarronada nos pratos. Depois nos sentamos e começamos á comer.

- Está uma delícia – exclamei.

- Obrigada Leleca – esse era o apelido carinhoso que Emma me deu.

- Então o que devemos a honra da sua presença? – Jack perguntou me fitando.

- Bom, as coisas lá em casa não estavam nada boas. Estava precisando de paz então vim para cá. – respondi.

- Ainda bem que veio, essa casa estava muito vazia. – sorriu Emma

- Enfim vou dormir estou muito cansada, boa noite. –

Despedi-me deles e fui para o meu quarto, peguei uns lençóis que estavam no armário. Forrei a cama e abri uma das minhas malas, peguei meu cobertor e me deitei. Segurei meu celular e tinha 12 mensagens, umas da Emilly e outras da Mariana. E uma delas de Drake, abri e estava assim:

“Onde você está? Você fugiu? Garota, você ta doida é? O pai precisa de você na empresa XxDrake”

As outras de Emilly e Mariana:

“Meu Deus cadê você menina? Por favor, me responde estou preocupada já liguei para tua casa e disseram que você não estava em casa. Por favor! Espero que não tenha acontecido nada de mal... XxMari”

“Aff vem logo para casa antes que seu pai tenha um infarto. Que coisa ta ficando louca? ~Emilly~”

Respondi apenas á Mariana: “Está tudo bem okay? Não se preocupe, estou muito bem. E obrigada por ter me hospedado em sua casa. Boa noite XxLauren”

Já me acostumei com “Lauren” eu gosto, acho bem bonito.

Fechei os olhos lentamente, cai no sono.

  [...]

Meu celular está despertando, marquei para 9:12. Levantei-me e esfreguei os olhos, pisei até o banheiro e fiz a minha higiene. Joguei água no meu rosto e desci para a sala. Liguei a TV e estava passando Grimm uma serie. Deitei no sofá e fiquei assistindo.

- Você está bem? – aproximou de mim Emma

- Sim por que não estaria? –

- Ontem, você gritou sem parar. Fiquei com medo, você não se acalmava. Mas o Jack cuidou de você e conseguiu te acalmar. – ela olhou no fundo dos meus olhos.

- Bom... É, sabe eu não me lembro de nada. – olhei o teto.

- Você gritava por alguém acho que era Alexandra. –

Outro pesadelo? Eu apenas quero esquecer tudo isso...