Lost Memory escrita por Dri Viana


Capítulo 15
Chapter Fifteen


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente gostaria de agradecer a recomendação da Carol, adorei sua palavras e saiba que minha maior preocupação são exatamente os pontos que você destacou no que escreveu. Ficou feliz que esteja me saindo bem no que acho que é essencial em um texto a gramatica e a coerência. Muito obrigada pelo q escreveu. Quero dedicar esse cap a vc e tambem a todas as leitoras q me deixam seus lindos comentários. Lá no fim do cap tem uma surpresinha qu espero q gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/305884/chapter/15

 

Três meses se passaram...

 

Durante esse período Grissom permaneceu desmemoriado. Apesar dos medicamentos, tratamentos e as várias terapias sendo seguidas à risca pelo supervisor, ele continuava na mesma. Suas lembranças não retornavam nem sequer uma pequena que fosse, causando frustração no homem.

E em virtude da persistência do estado de Grissom após o término das férias dele, Ecklie em uma conversa com Sara resolveu deixar o supervisor de licença pelo prazo de um ano para não demití-lo ainda, tendo em vista que o homem se recuperasse. Porém, se ao fim do prazo Grissom ainda continuasse desmemoriado, o Diretor-geral do Laboratório Criminal teria que desligá-lo definitivamente do laboratório, já que o Grissom não estaria apto para exercer suas funções de chefe.

Com a licença temporária do supervisor, Catherine assumiu mesmo não querendo, o posto de seu melhor amigo. Mas a loira torcia e muito para que o mais breve possível seu velho amigo se recuperasse e voltasse para retomar seu posto de liderar "suas crianças".

Coisas boas e mudanças acontecem...

Em meio à tristeza que era o fato da amnésia de Gil ainda perdurar, uma coisa boa tinha acontecido na casa dos Grissom. O supervisor nos três meses que se passaram havia se aproximado bastante de sua família. E dessa forma, o clima tenso e muitas vezes melancólico que se instalou na casa após o ocorrido com o homem, deu lugar a um clima mais leve e até alegre. Tanto que algumas risadas ainda que discretas, já podiam ser ouvidas pela casa vez ou outra.

Os filhos...

Com a proximidade que passou a ter deles, Gil foi adquirindo sentimentos pelos filhos mostrando-se até a ser aos poucos, o pai atencioso e carinhoso que costumava ser antes da perda de memória.

Atualmente o supervisor já interagia e muito bem por sinal, com Matt e Jully. Inclusive ele passou a brincar com o filho menor, quando Matt lhe pedia; coloca-o para dormir quase todas as noites; lhe dá a devida atenção e carinho.

Já com a filha mais velha as coisas eram um pouco diferentes, pois como ela não era mais criança como Matt, Grissom não podia colocá-la para dormir e muito menos brincar com ela como fazia com o menor. Contudo o homem sempre procurava estar por perto da garota; conversar com ela e assim conhecer melhor sua filha; e, também procurou ser amoroso e lhe dá atenção da mesma forma que dava a Matt.

Diante desse novo comportamento do pai, tanto Jully quanto Matt já começavam a ver em Grissom um pouco do pai que eles tanto amavam.

A esposa...

Grissom também se aproximou bastante de Sara. Nesse meio tempo, as coisas entre ele e a mulher se estreitaram muito. No entanto, apesar de estarem mais próximos, a relação marido e mulher era algo inexistente entre eles.

O casal vivia sob o mesmo teto e compartilhava a cama sem parecer que eram casados de verdade. Na verdade, mais pareciam dos amigos!

Intimidades?

Eles não tinham e nem tiveram qualquer uma nesse período. E esse fato passou a ser um martírio para Sara, porque ter o marido, o homem que ela ama dormindo ao seu lado e não acontecer nada entre ambos, era algo complicado de se lidar para uma mulher apaixonada como ela.

Várias foram às vezes em que Sara acordou no meio da noite e ficou olhando Grissom, tentada a tocá-lo, beijá-lo com paixão e fazer amor da maneira intensa e apaixonada com a qual eles sempre faziam. Mas continha seus desejos!

Só que era difícil conter-se, levando em conta que eles tinham uma vida sexual bem ativa antes. Ela sentia falta de ter intimidades com ele. E, mais ainda agora, por conta da gravidez, que vinha mexendo com seus hormônios, fazendo aumentar consideravelmente sua libido pelo marido.

Amava Grissom demais, desejava-o intensamente e o queria muito, mas devido ao estado dele via que o homem não sentia o mesmo por ela.

A amnésia tinha apagado por completo o amor e o desejo que Sara sabia que ele sentia por ela. E por conta disto, a mulher chegou a conclusão de que seu marido só voltaria a sentir por ela os mesmos sentimentos de antes, quando recuperasse a memória. Mas já haviam passados alguns meses e nada. E isso preocupava Sara, pois se isso não acontecesse como a relação deles ia ficar.

Ele atualmente parecia sentir apenas carinho por ela. Ao menos era isso que Grissom lhe deixava transparecer. Entretanto, o que ela nem desconfiava, era que estava enganada naquilo que achava.

O tempo que passou só fez o coração de Grissom ir balançando consideravelmente pela esposa. O homem foi percebendo a dedicação, o cuidado, a paciência e principalmente, o amor que Sara tinha por ele e pela família deles e, aquilo foi mexendo com Grissom e lhe conquistando a tal ponto que o homem foi passando a ver a esposa com outros olhos.

Por consequência isso foi fazendo nascer, ou melhor, renascer sentimentos em Grissom por aquela mulher incrível, que ele via que era sua esposa.

Entretanto, o problema era que Grissom não sabia, ou melhor, não conseguia expor a Sara o que ele já começava a sentir por ela. Era seu velho hábito de não ser bom com as palavras que também começava a aparecer.

Desse modo, o supervisor ia mantendo só para si aqueles sentimentos que ressurgiam dia após dia em que já ia convivendo com Sara.

Reaprender esse foi o começo de tudo!

Além de se reaproximar da família, Grissom teve que reaprender a viver.

Ele se deu conta de que era isso que precisava fazer para recomeçar sua vida enquanto sua memória não voltava. E foi exatamente o que ele começou a fazer: reaprender.

Ele reaprendeu coisas, gostos, velhos hábitos, costumes e diversas outras coisas.

A partir disso, as coisas para Gil começaram, de certa forma, a mudar e a ficarem um pouco mais leve, além de fáceis de lidar a medida que ele ia se permitindo viver do jeito que lhe era possível.

Certa vez, o supervisor viu como se fosse à primeira vez, os filmes que antes eram os seus favoritos. Foi pouco a pouco redescobrindo através dos livros que ia vendo pelo escritório de casa seu interesse por insetos. Readquiriu duas paixões que tinha antes: assistir pela TV aos jogos de baseball principalmente, quando eram os jogos de seu time do coração os Dodgers; e ler as obras de Shakespeare que era seu escritor preferido.

Além desta houveram outras coisas mais que ele foi redescobrindo e reaprendendo, para assim ir reconstruindo sua vida com novas coisas e lembranças.

Porem, em meio às coisas boas e as mudanças significativas que Grissom apresentou nos meses que se passaram, uma coisa chata e preocupante vinha acontecendo ao supervisor há pouca mais de uma semana.

Ele andava sentindo leves dores e pontadas na cabeça e era justamente sobre isso que Sara conversava pelo telefone com Catherine, que logo que soube disso se preocupou também.

— Sara esses sintomas pra quem perdeu a memória não pode ser bom sinal. Já levou o Gil ao neurologista dele?

— Doutor Mark está fora do país em uma conferência médica. Mas volta depois de amanhã e me disse que assim que chegar, a primeira coisa que vai fazer é atender o Gil.

Assim que o marido relatou as primeiras dores sentidas, a mulher ligou para o médico só que este se encontrava no Canadá. Mas assegurou que assim que retornasse ia ver Grissom.

— E assim que ele der algum parecer sobre o que possa ser essas dores que o Grissom vem sentindo, você me liga pra dizer o que é?

— Claro, Cath.

— Vou rezar pra que não seja nada sério.

— Eu também tenho rezado por isso.

— Mas agora mudando completamente de assunto... e a sua gravidez, está indo tudo bem com ela?

— Sim. Amanhã tenho uma ultra marcada pra saber o sexo do bebê.

— E tem algum palpite do que seja? Das duas outras vezes que ficou grávida, você acertou o que era.

— Dessa vez, eu não sei o que palpitar. Estou meio confusa.

— Como assim?

— É que duas semanas atrás sonhei que o bebê era uma menina. Quando foi nessa semana já sonhei que era um menino. Agora não faço idéia do que é.

— Se estivesse grávida de gêmeos, você já tinha seu palpite, um casal. - disse rindo a loira.

— Pois é.

— E a Jully e o Matt, o que eles acham que vão ganhar: um irmãozinho ou uma irmãzinha?

— Na verdade eles não ACHAM, Catherine, eles QUEREM. Cada tem sua preferência. Jully quer uma irmã. Já o Matt quer um irmão pra brincar de astronauta com ele. - Sara contou a meio sorriso. Do outro lado da linha Catherine caiu na risada disso.

— Então bem que podia ser gêmeos.

— Nem brinca com isso, Catherine.

— Por quê?

— Ah, um bebê já está sendo difícil, dois acho que será bem mais.

— Mas o Gil te ajuda. E por falar nele, qual a preferência dele em relação ao sexo do bebê?

A loira ouviu sua amiga suspirar e ficar em silêncio por alguns segundos antes de por fim lhe responder.

— Sinceramente... Não sei, Cath. Ele não me disse nada quanto a isso. - De novo um suspiro escapou da mulher ao responder.

— Como estão às coisas entre vocês, Sara? - preocupou-se em perguntar à loira.

— Indo!

— Bem?

— Sim, mas não do jeito que eu queria que estivessem. - suspirou. — Meu marido e eu vivemos sob o mesmo teto e dormimos na mesma cama como se fôssemos dois amigos, ao invés, de marido e mulher, Catherine. Te confesso que essa situação está ficando complicada pra mim, porque eu sinto falta do contato que tinha com o Gil e sinto necessidade de ter intimidades com ele. Só que isso não acontece a não ser, é claro nos meus sonhos.

Catherine não se aguentou e riu dessa última parte da fala da amiga.

— Anda tendo sonhos eróticos com seu marido, Sara? - ainda rindo a loira questionou.

— E muitos! Um atrás do outro, quase toda a noite. - confessou.

Novamente Catherine riu agora mais escandalosamente, como era do seu habitual.

— Você ri, mas isso é sério, Catherine. A gravidez anda mexendo muito com meus hormônios e com isso, o desejo de ter o Gil tem se tornando cada vez maior.

— Está tão difícil assim? - ela quis saber ainda rindo um pouco.

— Está. - havia frustração em sua voz. A situação estava complicada para ela de suportar. — E só pra você ter uma idéia de como o negócio está mesmo difícil pra mim. Uns dias atrás, eu tive que tomar até banho frio pra aplacar meu gritante desejo que cresceu assim que entrei no quarto e me deparei com o Grissom saindo do banheiro só de toalha.

— Você está brincando? - Catherine gargalhou bem alto do outro lado da linha.

— Não estou.

Se Catherine pudesse ver a cara de sua amiga nesse momento, a encontraria vermelha de vergonha por estar admitindo algo tão íntimo como aquilo.

— Mas banho frio é coisa de homem, Sara.

— Dane-se! Na hora foi o que me veio à cabeça pra baixar o calor que eu senti.

Dessa vez as duas riram. Antes rir daquela situação do que chorar dela.

— Sara a conversa está boa, mas eu vou ter que desligar. Daqui a pouco a Lindsay vai chegar trazendo o namorado pra eu conhecer.

— Ah, vai conhecer seu genro, é? - zombou.

— Engraçadinha. Logo será você quem estará conhecendo um também.

— Eu sei. Os filhos crescem rápido demais.

Se bem que Sara duvidava que Jully fosse arranjar um namorado tão cedo. Sua filha ainda parecia estar focada nos estudos. Mas a qualquer momento podia aparecer alguém e "roubar" seu foco. E Sara só esperava que fosse alguém bom e que merecesse uma garota especial como era Jully.

— A gente se fala mais amanhã. Eu vou te ligar pra dizer se o bebê é menina ou menino.

— Está bem. Beijos.

— Outros.

Assim que desligou o telefone e o colocou sobre o móvel ao lado da cama, Sara viu seu filho entrar no quarto correndo.

— Matt aconteceu alguma coisa, filho?

— Não, mamãe. - ele negou ofegante e sorrindo. — Eu vou me esconder do papai aqui embaixo da cama. Nós estamos brincando de esconde-esconde e é a vez dele de me procurar. Não diz que eu tô aqui. - ele pediu enquanto se metia embaixo da cama.

Não tardou nada para Sara vê Grissom entrar no quarto.

— Viu o Matt, Sara?

— Não. - ela respondeu apertando seus lábios para conter uma risada.

— Onde será que esse molequinho se escondeu?

O homem ouviu a risadinha abafada do filho vir de algum lugar do quarto e olhou para Sara que não resistiu e apontou para debaixo da cama.

Grissom sorriu e se aproximou da cama, sentando-se bem ao lado da esposa.

— Quer saber? Eu acho que vou desistir de procurá-lo, já que não o encontro em lugar nenhum. - ele falou brincando e piscou para Sara. No que o homem acaba de falar escuta Matt pedir:

— Não desiste, papai, eu tô aqui.

Ele e Sara riram do filho.

— Aqui onde, Matt?

— Ah, o senhor tem que procurar. - rebateu o garotinho de onde estava.

Grissom riu de novo e lançou um olhar divertido a esposa. Na sequência, ele levantou com tudo uma parte da colcha da cama e encontrou o filho.

— Te achei! - disse ao encontrar o filho ali.

Com a ajuda do pai, o menino saiu de seu esconderijo.

— Viu não foi difícil.

— É não foi, porque você me deu uma dica. - Grissom piscou para Sara.

— Vamos, agora eu procuro. - Matt correu, gritando que era para o pai se esconder.

O supervisor olhou para Sara que ria se divertindo da interação de pai e filho. Era tão lindo vê-los brincando daquela forma que outrora era tão comum dela ver. 

Grissom levantou para fazer o que seu filho pediu, mas ao se pôr de pé sentiu uma pontada na cabeça e voltou a se sentar na cama.

— Algum problema? - Sara percebeu a cara que o marido fez ao voltar a se sentar.

— Outra pontada. - ele reclamou de olhos fechados.

— Acho melhor você parar de brincar com o Matt e se deitar.

— Já papai? - eles ouviram Matt gritar ao fundo.

— Filho vem cá! - Sara o chamou.

Ele apareceu na porta do quarto segundos depois.

— O papai vai ter que parar a brincadeira, porque não está se sentindo bem, meu amor.

— O que tem papai? - o menino correu pra perto dr Grissom.

— Só uma dorzinha na cabeça. Mais tarde quando me sentir melhor, a gente volta a brincar, tá certo campeão?

— Tá. Eu posso brincar no computador da Jully, mamãe?

— Pode, mas só um pouco.

— Tá.

Ele saiu do quarto deixando os pais sozinhos.

— Ainda bem que o seu médico volta depois de amanhã.

— O que pode ser essas dores que sinto?

— Só o médico e os exames podem dizer! - ela ajeitou um travesseiro na cabeceira da cama para deixar Grissom mais confortável.

— Amanhã você tem médico, não é? - ele se lembrou.

— É, vamos saber o que vem: menino ou menina. - sentou-se a frente dele.—  O que você acha que vem, Gil? - ela perguntou despretensiosamente.

— Sinceramente não sei.

— Mas você tem alguma preferência?

— Não! O que vier está bom.

 

....

— Então ansiosa pra saber o sexo do bebê, Sara? - a médica perguntava enquanto passava o gel na barriga da paciente.

— Sim.

— E o senhor, doutor Grissom também?

— Sim. - respondeu meio sem jeito.

— Das outras vezes você acertou o que era Sara. Não quer arriscar antes de saber pra vê se acerta de novo?

— Não, Mandy. Desta vez quero apenas saber sem dá palpite algum.

— Então vamos sabe de uma vez o que vem por aí.

A médica passou o aparelho pela barriga já saliente de Sara e ao olhar na tela onde passava as imagens, Mandy não conseguiu conter o espantou.

— O que é isso?

— Algum problema, Mandy?

— Algo de errado com o bebê doutora? - Grissom se preocupou.

— Esperem um segundo. Deixem-me olhar bem atentamente antes de lhes responder algo. - ela chegou sua cadeira bem mais para frente da tela do aparelho e depois de constatar que era real o que via, a doutora olhou para o casal Grissom.

— E então?

— Olha Sara em anos de medicina isso nunca me aconteceu.

— Do que está falando? O meu bebê não está bem?

— Pelo contrário, SEUS BEBÊS estão ótimos! - disse com um sorriso.

— Você disse... Bebês? - Sara olhou para Grissom.

— Sim. Você está grávida de gêmeos, Sara. Um casal pra ser mais exata!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí o que acharam da surpresa?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lost Memory" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.