A Guardiã De Sonhos escrita por Allie Próvier


Capítulo 1
A Guardiã de Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Uma história que me veio à mente e não me deixou dormir até escrevê-la. Espero que gostem. :)



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A Guardiã de Sonhos

Era uma vez a Guardiã de Sonhos.

Ela possuía olhos grandes e observadores. Ela tinha asas e um vestido azul que parecia dançar conforme ela andava. Ela gostava de passar os dias em todas as partes do mundo, observando as pessoas e as diferentes histórias de vida se desenvolvendo sob seus olhos.

Mas a noite era seu momento preferido. Como eu disse, ela era uma Guardiã de Sonhos...

Seu passatempo era observar os sonhos das pessoas. Tão profundos, tão significativos, tão encantadores.

Ela não gostava de pesadelos. Quem gosta, afinal? Ela ficava assustada com o quanto o mundo, a vida e os humanos conseguiam ser sombrios em seu interior. Morte não era algo que a agradasse. Lugares escuros e perseguições, muito menos.

Mas havia coisas que ela simplesmente amava...

Seus preferidos eram aqueles da velha senhora que vivia em uma casa amarela. A Guardiã de Sonhos gostava de se sentar sobre seus joelhos ao lado do corpo adormecido daquela senhora e, ao fechar seus olhos, se aprofundar em seus sonhos tranquilizantes. A alma daquela mulher era pura, e ela sonhava com o extenso e brilhante mar da Califórnia, com seus diferentes tons de laranja ao pôr-do-sol, da época em que ela era apenas uma garota decidindo o rumo de sua vida.

A Guardiã de Sonhos também gostava das crianças. Elas eram tão puras quanto aquela senhora da casa amarela, aprendendo a dar seus primeiros passos e a falar suas primeiras palavras, e sonhavam com borboletas coloridas – de todas as formas, cores e tamanhos.

E as borboletas voavam ao seu redor, parecendo dançar. Pareciam querer puxar a pequena guardiã de sonhos para dentro daquele mundo vasto, para dançarem juntos.

Era libertador. Era encantador. E isso maravilhava a Guardiã de Sonhos.

Era algo tão longe da realidade, mas também possível aos olhos deles. Como aquela menininha da Rua 13. A dos cachinhos ruivos e sorriso de covinhas. Recordava-se de um dos sonhos daquela menina... O mais especial aos seus olhos, um dos primeiros que a pequena guardiã guardou...

Era uma tarde ensolarada, e a garotinha da Rua 13 sentia que poderia derreter, mas isso não a impedia de observar as nuvens. E como deseja tocá-las! Talvez pular nelas, ou voar ao seu redor. Como aquelas personagens de desenho animado, ela queria poder apenas abrir os braços e voar para todo lugar. E voou.

O azul parecia mais vívido lá de cima. As nuvens ainda mais brancas e fofas, em suas diversas formas criativas. A garotinha voou entre elas, sobre elas, e as atravessou. E nunca se sentiu tão livre.

A Guardiã de Sonhos parou sobre o telhado de uma das casas, na volta de uma de suas inspeções de sonhos. Não se lembrava de ter estado ali antes...

Era o lar de uma senhora e um adolescente problemático. A senhora, ao contrário daquela cujos sonhos eram tranquilizadores, vivia irritada com tudo e todos. Sonhava com tempestades e nuvens cinzentas, e a guardiã estremeceu com a brutalidade de seus pensamentos. Resolveu então se sentar ao lado do jovem que todos julgavam problemático. Era arrumava confusão com todos e era neto da senhora cujos sonhos eram como uma nuvem negra.

Mas ao contrário de sua avó, e de suas ações, sua mente era pura. Quase como a das crianças ou como a da garotinha da Rua 13. A Guardiã de Sonhos sorriu ao ver, na profundidade da mente do menino, seu sorriso. Era sincero e acolhedor. Feliz. E em suas mãos, um cartaz com a palavra “PAZ” em letras garrafais. Havia guerra ao seu redor, e havia morte. Mas o sorriso permanecia lá, e o pedido mudo em suas mãos.

A Guardiã de Sonhos guardou aquele sonho, junto com o da velha senhora da Califórnia e o do bebê, cujos passos eram guiados pelas borboletas. Ainda havia esperança, afinal.

O dia estava para nascer novamente e a Guardiã se preparava para ir embora. Talvez ela finalmente visse o desenrolar da história de amor daquele confuso casal apaixonado.

E enquanto dava adeus àquela casa, chegou à conclusão do quanto aqueles seres eram estranhos. Encantadores, mas estranhos.

Alguns com seus pensamentos nublados e guerra, outros com um sorriso e bandeira branca. Eles nunca saberiam ao certo o que queriam. Sempre teriam dúvidas e questionamentos sobre qual caminho seguir, o que fazer e o que deixar de fazer.

Mas no fim, todos queriam o mesmo que o jovem julgado como “problemático”, apesar de todos os pesares.

E a Guardiã de Sonhos se foi, à procura de mais esperança.



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Notas finais do capítulo

Merece reviews?



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