Dramione - When Fire Meets Ice escrita por Sofia, beaguiar


Capítulo 19
Capítulo 19 - Cortes abertos


Notas iniciais do capítulo

Então... Sei que estou de férias e tal, mas como eu disse antes a inspiração não cai do céu. Capítulo de Ano Novo para os senhores! Que em 2014 todos seus desejos de concretizem e que o novo ano traga muita paz, felicidade, saúde e amor pra vocês. Queria agradecer por estarem acompanhando a fanfic mesmo com as minhas demoras intermináveis para postar novos capítulos -sou muito grata à vocês!- e têm sido uma experiência muito boa ver o retorno de vocês, porque o motivo pelo qual estou escrevendo esta fanfic é aprimorar minha escrita e minha capacidade criativa, e quando recebo bons feedbacks eu realmente fico muito feliz. Enfim, obrigada!
Obrigada também à Bia, minha beta, que me ajuda revisando cada capítulo e tornando-os melhores sempre.
>>>> P.S.: (IMPORTANTE!) Esse capítulo é especialmente dedicado à Flavia Salvatore, que fez uma recomendação maravilhosa avaliando a fanfic e me deixou muito alegre pelas coisas que ela falou hahahah muito obrigada mesmo, mesmo!



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Harry corria desesperado, subindo a escada que dava acesso à torre de astronomia pulando três degraus de uma só vez. Assim que Hermione saiu correndo atrás de Malfoy, Rony e o moreno rapidamente trocaram olhares. Rony falou poucas palavras sobre como não queria lidar com Malfoy no momento e logo depois correu em direção à Minerva para oferecer auxílio. Sendo assim, a opção de correr atrás da castanha sobrara para Harry.

O moreno não estava entendendo absolutamente nada. Hermione, obviamente, era a que mais sabia de toda aquela história, e Potter não fazia ideia de qual seria a cena que encontraria quando finalmente alcançasse o topo da torre.

Certamente, ele poderia esperar tudo, menos o que viu.

Assim que irrompeu no aposento, sem fôlego e com as pernas tremendo de tanto correr, a primeira coisa que Harry ouviu foi o grito desesperado de Hermione, e a primeira coisa que viu foi um vulto caindo da janela. Tudo aconteceu muito rápido e o moreno demorou alguns milésimos de segundos para raciocinar o que tinha acabado de acontecer. Correu e debruçou-se na janela a ponto de ver um corpo cortando o ar rapidamente em direção ao jardim lá embaixo.

Malfoy.

Aresto Momentum!

Harry ficou nas pontas dos pés, tentando enxergar se o feitiço tinha funcionado. Estava tão escuro. Escutou soluços e virou-se, assustado, lembrando-se que Hermione ainda estava ali. A garota estava encolhida no canto oposto da torre e seu corpo tremia no ritmo de seu choro. Harry sentiu algumas lágrimas escorrerem pelas bochechas. Tinha passado por tanta coisa com Hermione, tanta coisa, e nunca a vira chorar daquele modo. Depois de tanto sangue, tanta guerra, tantas mortes, será que não bastava? Precisavam de mais uma?

Andou cuidadosamente até a amiga e sentou-se do seu lado, colocando as mãos em seus ombros.

–Hermione. Hermione, olhe para mim.

A castanha continuou com a cabeça entre os joelhos.

–Por favor, Mione... Eu tentei salvá-lo. Eu lancei o Aresto Momentum.

Ao ouvir estas duas útimas palavras, Hermione ergueu a cabeça. Seus olhos continham um medo indescritível.

–Hermione...

A garota não quis escutá-lo. Levantou-se, apressada, e correu até a janela, olhando para baixo. Harry continuou onde estava, observando, sem saber o que fazer.

–Harry, me diga que ele sobreviveu. Por favor, me diga que conseguiu salvá-lo.

–Eu... Eu não sei, Mione. Está muito escuro. Não consegui ver se...

Por favor! – A castanha socou o parapeito. –Depois... depois de tudo...

O moreno levantou-se, agarrando seus pulsos.

–Nunca saberemos se ele está vivo ou não se não descermos até lá.

A castanha encarou os olhos verdes do amigo.

–Precisamos chamar ajuda. –Observou Harry. –Eu chamo a Madame Pomfrey enquanto você vai verificar. Tudo bem?

–Não. – A menina falava num tom desesperado. –Não, Harry, eu não consigo fazer isso sozinha.

–Chamamos ajuda no caminho, então. –Quando Hermione concordou, Harry puxou-a pela mão, descendo as escadas correndo. Os dois atravessaram o castelo apressados, assustados e, de certo modo, esperançosos.

O Salão Principal estava um caos. Os professores tentavam colocar ordem naquilo tudo enquanto alguns alunos (Rony entre eles) escoltavam Minerva até a sala lateral. O ruivo lançou um olhar questionador para Harry e Hermione, mas nenhum dos dois preocupou-se em responder.

–Espere aqui – Harry disse para a amiga, enquando corria em direção ao corpo docente. McGonagall estava inalcançável e a enfermaria era longe demais. Resumidamente, falou o que tinha acontecido para Hagrid, que rapidamente se dispôs a ajudá-los, mas não sem antes pedir à Slughorn que avisasse Madame Pomfrey do acontecido, com o máximo de sigilo possível.

–Vocês estão dizendo que o Malfoy pulou da janela? Mas... Mas o que aconteceu...?

Hermione permaneceu calada.

–Hagrid, nem eu entendi isso direito. Mas não sabemos se ele sobreviveu ou não, não sei se o feitiço deu certo, você poderia... Por favor... –O moreno engasgou-se com as próprias palavras.

Hagrid parecia confuso, mas acompanhou os alunos até a parte de trás do castelo. Quando finalmente se aproximaram, Hermione voltou a chorar. Harry abraçou-a, tentando confortá-la, mas ele mesmo estava assustado demais para ver o corpo de Draco. Hagrid pediu para que esperassem ali e aproximou-se do vulto volumoso caído na grama.

–Eu não quero olhar Harry, não quero... Como está? Está muito feio? Ele está vivo? – A castanha permanecia com o rosto afogado no ombro do amigo, soluçando.

Harry não conseguia ver direito, mas quando Hagrid desvirou o corpo de Draco, o moreno viu sangue. Muito sangue, e um dos braços do garoto estava virado num ângulo estranho. O menino engoliu em seco.

–Ele está vivo! – Disse Hagrid. Harry suspirou de alívio e Hermione ergueu o rosto, apreensiva.

–Deixe-me vê-lo – Disse, correndo em direção ao corpo desacordado, mas Hagrid colocou-se no caminho da garota. – Hagrid, por Merlin, deixe-me vê-lo!

–Senhorita Granger... – Rúbeo gaguejou – Não acho que deveria...

–Hermione, por favor – Harry puxou a garota cuidadosamente, abraçando-a de novo. – Deixe com que Hagrid leve-o até a enfermaria. Já fizemos nossa parte. Você poderá vê-lo depois...

– Não, quero vê-lo agora! Harry, me larga...

–Onde está ele? – Madame Pomfrey caminhava rapidamente, com um olhar preocupado. Horácio Slughorn vinha logo atrás, os olhos ansiosos e assustados. – Por Merlin, nunca tivemos nenhum caso assim em Hogwarts...

–Eu os avisei! –Hermione berrou, fora de controle. – Eu avisei que ele estava nesse estado, eu avisei que ele não poderia ficar sozinho, eu avisei, eu avisei...

–Hermione, todos fizeram o que podiam para ajudar o Malfoy, ok? –O moreno agarrou os pulsos da castanha, firme. – A culpa não foi de absolutamente ninguém. São poucos que conseguem passar pelo que ele passou, Mione, por favor!

– Deixe-me vê-lo, Harry, saia do caminho e deixe-me vê-lo...

Enquanto Hermione debatia-se nos braços do amigo, Madame Pomfrey lançava os feitiços de primeiros socorros em Draco, cuidadosa.

–Rúbeo, poderia por favor carregá-lo até a enfermaria? – Ela pediu, depois de finalizar os feitiços. – E Horácio, por favor, comunique Minerva sobre o ocorrido. Precisamos também avisar os pais do garoto...

Os três saíram andando, rápidos, Hagrid aninhando cuidadosamente Draco Malfoy nos braços. Hermione, no entando, estava desesperada, tentando se livrar de Harry para alcançar o trio.

–Isso é injusto, Harry! – Disse, alguns minutos depois, desabando na grama depois de ter desistido. – Eu quero vê-lo, quer ver se está bem, quero apoiá-lo, deveria ter apoiado mais, dado mais suporte, deveria ter feito com que ele percebesse que ainda há muito para viver...

–Mione – Harry sentou ao lado da amiga, passando os braços ao seu redor. – A culpa não foi sua. Você fez o que pôde para ajudar Malfoy, sei disso. Eu te conheço e sei que você não faria menos. Mas você não deve vê-lo agora, espere com que ele receba os primeiros socorros...

–O que eu me pergunto – Ela interrompeu o amigo, deixando as lágrimas escorrerem. – é: “por que agora?” O que aconteceu, Harry?

O garoto ficou calado. Não sabia do que Hermione estava falando e nem poderia saber. O máximo que poderia fazer, naquele momento, era abraçar a amiga e escutar seu choro.

~*~

Rony estava desesperado. O castelo estava um caos: todos os estudantes andavam para lá e para cá em busca de informações; Minerva havia sumido poucos minutos depois que Hagrid, Slughorn e Madame Pomfrey passaram pelo Salão Principal carregando um corpo desacordado e o ruivo não conseguia encontrar Harry e Hermione em lugar nenhum.

Quando estava quase desistindo e subindo para o dormitório, avistou um vulto de cabelos negros desgrenhados entrando pela porta principal (que deveria ter sido fechada há vários minutos) acompanhado por sua namorada. Preocupado, correu até eles, perguntando-se onde diabos estavam.

–Harry, Mione... Onde vocês... O que diabos...? –Não sabia por qual pergunta começava, e ficou ainda mais preocupado quando viu que a namorada tinha olhos inchados e vermelhos e o rosto molhado por lágrimas. Harry lançou-lhe um olhar de súplica.

– Eu conto depois o que aconteceu – O moreno sussurrou para Rony, tentando evitar com que Hermione ouvisse. – Só me diga onde Gina está.

Rony disse para o amigo que a irmã tinha subido para o dormitório da Grifinória há muito tempo e o avistou sair correndo antes de virar-se para Hermione.

–Mione... – Disse, envolvendo-a em um abraço. – Por Merlin, estava tão preocupado... Quer me contar que diabos aconteceu?

–Só vamos para o meu quarto Ron, por favor. – Ela encarou-o por alguns segundos. – Por favor.

O ruivo atendeu seu pedido e ambos subiram para o salão dos monitores. Assim que Rony trancou a porta do quarto e sentou-se ao lado de Hermione na cama, a garota voltou a chorar.

–Malfoy... Malfoy tentou cometer suicídio, Ron. Mais cedo ele disse que ia visitar a mãe e estava receoso, mas não deprimido... Ele estava melhorando, Rony, estava ficando melhor. E quando ele voltou... Quando eu o segui, ele não disse nada, ele só... Ele só me encarou e pulou da torre, sem explicações. Parecia tão desesperado, com tanto medo... – Hermione soluçou por mais alguns minutos antes de continuar. Rony entrelaçou seus dedos nos dela, tentando incentivá-la a continuar. – Então... Harry chegou, mas eu não estava vendo mais nada, só lembro que ele me falou que tinha lançado o Aresto Momentum, e então nós descemos para pedir ajuda e Hagrid foi até lá conosco... Draco sobreviveu, Ron, mas ninguém me deixou vê-lo, e acho que o estado dele é muito grave... Ron, e se ele morrer?

Rony não possuía sentimentos especiais por Malfoy: não eram próximos e nem tinham nenhum tipo de relacionamento, e sua morte no máximo traria um sentimento de luto para o ruivo. Mas ao ver Hermione daquele jeito, arrasada, Rony não conseguiu não torcer para a recuperação de Malfoy. Se era importante para ela, então era importante para ele também.

–Hermione – Rony abraçou-a, fazendo carinho em seus cabelos volumosos. – Vai ficar tudo bem. Ele sobreviveu, e isso é tudo que importa. Amanhã prometo ir á enfermaria com você para que você possa vê-lo, tudo bem?

A castanha assentiu, cansada. Deitaram ali, abraçados e em silêncio, até que ambos pegassem no sono.

~*~

Assim que acordou no dia seguinte, Hermione vestiu-se rapidamente e correu em direção à enfermaria. Rony não tinha acordado ainda e a castanha preferiu não interromper o sono do namorado. Não ligava, afinal, de visitar Draco sozinha.

Ao chegar em seu destino, avistou Minerva McGonagall deixando o recinto.

–Bom dia, diretora. –Disse, abrindo as portas da enfermaria, apressada.

–Bom dia, senhorita Granger, e não vá tão rápido assim. –Minerva segurou delicadamente o ombro da garota. – Quero conversar com você.

Hermione suspirou, preocupada, mas parou onde estava.

–Queria primeiramente agradecê-la por todo o esforço que anda tendo para tentar ajudar Malfoy. Já conversei com o senhor Potter e o agradeci também. – A diretora suspirou, cabisbaixa. – Draco Malfoy... Eu não sei se ele te contou, mas a mãe dele faleceu ontem. Acho que a notícia foi mais do que ele conseguia aguentar... Enfim. Espero que ele se recupere e que dessa vez tudo dê certo. Quero que saiba que assim que ele ficar consciente ele será levado para o Retiro Brayerd para passar pelo menos um mês. Acho que será de grande ajuda para ele, principalmente se você puder visitá-lo durante este período.

Hermione assentiu, assistindo a diretora se afastar, ainda em choque com a notícia da morte de Narcisa. Era por isso que Draco chegara tão abalado. A castanha piscou rapidamente, concentrando-se, e entrou na enfermaria.

–Bom dia, minha jovem, em que posso ajudá-la? –Madame Pomfrey logo a recebou, com um sorriso simpático. –Veio para ver o garoto loiro, não é mesmo?

A menina assentiu, e Madame Pomfrey acompanhou-a até a maca onde Draco estava deitado inconsciente. Um pano umidecido com alguma poção havia sido colocado em cima do nariz do loiro e sua testa estava coberta por um curativo. Seu braço estava envolto por uma tipóia.

–Estou mantendo-o desacordado intencionalmente, ele precisa se recuperar antes que retome a consciência. Ele quebrou o braço de uma maneira horrível, mas já consertei com alguns feitiços, está apenas um pouco frágil. O nariz sofreu danos sérios, mas estou tratando disto também. Acho que em poucos dias ele já está novo em folha.

Hermione concordou, emocionada, passando as mãos pelos cabelos loiros do garoto. Era tão jovem, tão bonito... E estava passando por tanta coisa. Sentou na cadeira ao lado da maca, afundando o rosto nas mãos. Naquele momento, ela precisava se manter forte para apoiá-lo o máximo possível. Aquele incidente a mostrara que Draco era mais importante para ela do que ela pensava. A garota percebera que nunca havia dito aquilo em voz alta para o loiro, nunca havia mostrado o quanto ele passara a significar para ela. E, agora mais do que nunca, ela torcia para que ele se recuperasse para que, enfim, ela pudesse dizer tudo que queria para o garoto.


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Notas finais do capítulo

ENTÃO: Capítulo chato, grande, tedioso, monótono (eu sei!) porém necessário. Como eu já disse antes, é aqui que toda a história começa a mudar, então: paciência! Aliás, espero que vocês estejam felizes por eu não ter matado o Draco. Adoro deixar vocês curiosos hahahah