Dramione - When Fire Meets Ice escrita por Sofia, beaguiar


Capítulo 16
Capítulo 16 - Luzes vermelhas indicam a saída


Notas iniciais do capítulo

Então... Mais ou menos cinco meses sem postar aqui, acho que vocês vão comer meus órgãos. Podem xingar nos reviews, eu mereço.
Não vou entrar em detalhes: minha vida estava uma bagunça (estava não; está) e o tempo é curto. Além disso, não quero que escrever se torne uma obrigação: os capítulos ficam muito melhores quando escrevo por prazer.
Não desistam de mim! Ainda tem muita história para vir, e eu sempre disse que não pretendo e nunca pretendi abandonar de fato essa fanfic.
Eu realmente espero que gostem desse capítulo! Beijo enorme em vocês que ainda estão lendo.



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Rony estava sentado no Três Vassouras, encarando sua garrafa de cerveja amanteigada. Gina e Harry contavam casos do que havia acontecido com eles quando foram visitar uma amiga da garota nas férias, o que envolvia gnomos e corujas nervosas. Os dois riam sem intervalo, mas Rony simplesmente não conseguia entrar no clima.

Pensava em Hermione. Aliás, nos últimos dias, quando não estava pensando nela? Não entendia o que tinha acontecido. Fizera a coisa certa, não é? Pedira desculpas, fora humilde... E a beijara. A reação da garota não era a esperada: Hermione simplesmente saiu andando, sem dar explicações, deixando Rony parado no meio do Beco Diagonal, como um idiota. Mas ele não ficara bravo por isso. Apenas se perguntava o que diabos tinha feito de errado, afinal, mesmo depois de terem voltado à Hogwarts, ela continuava fugindo dele.

O ruivo só queria que seus pensamentos dessem uma trégua: a todo momento, pegava a si mesmo pensando nos cabelos dela, na sensação de seus lábios, das suas mãos, dos abraços, das brincadeiras na cama. Aquilo só piorava tudo. Por que diabos as garotas tinham que ser tão complicadas?

~*~
Hermione estava deitada em sua antiga cama no dormitório da Grifinória. O castelo estava vazio, pois aquele era mais um sábado de visita à Hogsmeade, mas a garota não se sentia nem um pouco solitária deitada ali, em seu antigo quarto, revivendo as memórias. Quantas vezes já chorara deitada naquela cama? Quantas vezes já sorrira, bebendo alguns copos de uísque e contando piadas idiotas com as antigas amigas? Quantas vezes já sonhara ali? Quantas vezes já beijara Rony naquela cama, depois da guerra, quando ambos foram ali para reviver os velhos tempos?

O dormitório trazia lembranças dolorosas. O primeiro ano. A amizade com Gina. A época em que Krum pedia para que ela aparecesse na janela para que os dois conversassem. Dumblebore. As primeiras expericências com álcool, garotos e amigas. A introdução do mundo bruxo. O velho ódio por Draco.

Já haviam se passado duas semanas desde que as aulas voltaram, e Hermione sentia-se infeliz e nostálgica. Sentia saudade de quando tudo era mais simples. Nos últimos dias, as cenas do Natal insistiam em aparecer em sua mente: O abraço confortante do pai, a presença da mãe, o beijo de Rony e o modo com que ele ficou parado no meio da rua depois que ela o deixara ali, o abraço de Draco e, principalmente, Lúcio. Depois que fora embora da casa dos Malfoy, andou pelas ruas de Londres pelo resto do dia. Não sabia com quem conversar. Não sentia vontade de contar aquilo para os pais e estava chateada demais para voltar para casa. Rony e Harry não eram uma opção, e Mione não queria estragar a felicidade de Gina com notícias como aquelas. Por fim, acabou passando a noite num bar, bebendo até que perdesse a consciência e fosse levada pra um dos quartos no fundo do local. Acordou sentindo-se perturbada. Suja. Não fez contato com ninguém até o fim das férias. Mal comia, e seus pais perceberam que havia algo errado, mas Hermione não abriu a boca. Estava perdida. Queria ajudar, mas não sabia como; aquilo estava matando-a.

-Hermione? –Uma voz interrompeu seus pensamentos. –O que está fazendo aqui?

-Gina? –Perguntou a garota, com umas voz fraca. –Não foi para Hogsmeade?

-Fui, sim. –Disse a ruiva, sentando-se ao lado da amiga. –Resolvi voltar mais cedo para estudar. Não achei que fosse ficar no castelo, eu, Rony e Harry ficamos te procurando de loja em loja. Não entendemos o que está acontecendo, Hermione. Você está fugindo da gente. E meu irmão finalmente aceitou que estava errado, mas você está ignorando-o desde que as aulas voltaram...

Hermione suspirou. Sabia que a amiga estava certa e precisava contar o que aconteceu.

-Preciso lhe contar uma coisa, Gina. Mas você tem que prometer que não vai falar para ninguém.

-Tudo bem. –Gina piscou, atenta. –Desabafe.

~*~

Draco virou o resto do uísque de fogo no copo que estava em cima do balcão. Aquela era sua quinta garrafa do dia e ainda não eram nem seis horas da tarde. Queria ficar sozinho, e, embora soubesse que o mais sensato para isso seria ficar em Hogwarts, resolveu ir para Hogsmeade como todos os outros e aproveitar para beber um pouco.

Bem, “um pouco” era tudo menos a quantidade de uísque que Draco tinha bebido. Sua visão estava embaçada e ficar em pé já exigia um esforço maior. Não via ninguém conhecido à sua volta –afinal, aquele não era um bar frequentado por estudantes- e sabia que já estava quase na hora de voltar para o castelo. Não se importava.

As cenas do Natal repetiam-se em sua mente.

“-Seu desgraçado! – Gritou Lúcio, depois que Hermione fora embora. –Como ousa me desrespeitar deste jeito? Trazer uma sangue ruim para minha mansão? O que vocês fariam se eu não tivesse chegado, hein?

-Eles só estavam abraçados! – Narcisa tentou argumentar. –Deixe o garoto em paz, seu...

Suas palavras foram interrompidas por um tapa de Lúcio.

-E você, mulher, será que depois de todas as surras não percebe que deve me obedecer calada?

Draco não aguentava mais. De repente, tudo fazia sentido: a expressão abatida da mãe, os hematomas no braço dela, o jeito autoritário de Lúcio desde que saíra do sanatório. Levantou-se e, pela primeira vez em muitos anos, encarou o pai nos olhos e disse tudo o que sempre quis dizer.

-Você não é um pai, Lúcio. Nem um marido. Não merece ser chamado por esses nomes. Você não é nem mesmo um homem. É pior que um rato, é uma criatura desprezível, nojenta... –Draco cuspiu nos sapatos do pai. –Por todo esse tempo, me senti mal por você. Tomava porres todas as noites. Me sentia um lixo. Você nunca mereceu meu sofrimento. Tudo que eu queria era um pai, e quer saber? Eu nunca tive um. E nunca vou ter, porque o único homem que já tentou me ensinar algo, Dumbledore, foi morto por minha causa. Você é um covarde. E me ensinou a ser um.“


Draco ainda lembrava do modo com que Lúcio tremia de raiva e tentara empurrar o filho, mas o garoto foi mais rápido e lhe deu um soco, derrubando-o no chão. E continuou batendo, socando, até que o rosto de Lúcio estivesse manchado de sangue. Tudo que existia para Draco naquele momento era o objetivo de matar o pai, de dar-lhe todos os socos que merecia. Os gritos de Narcisa não cessavam. E Draco ainda conseguia escutá-los em seus pesadelos.


-Mais uma garrafa, por favor. – Disse Draco para o homem do bar, colocando mais alguns galeões em cima do balcão. O homem encarou-o, intrigado.

-Vai com calma, garoto.

Draco fez um gesto de desdém, pedindo para que o homem se apressasse. Quando a bebida chegou, o loiro nem ao menos preocupou-se em colocar o uísque no copo, bebendo diretamente do gargalo.

A sensação de queimação da bebida causou-lhe calafrios. Lembrou-se de como o pai conseguira tirá-lo de cima dele, roubando a varinha do filho e gritando “Crucio”, numa manobra desesperada. Draco berrou em agonia e Narcisa encolhia-se a cada grito. Lúcio, no entanto, não parou enquanto os homens do Ministério não chegaram, contendo-o e levando-o de volta à Azkaban, deixando uma mãe e um filho derrotados, deitados no carpete da mansão.

Draco balançou a cabeça, afastando aquelas lembranças. Já era o suficiente o fato de que elas o atormentavam durante a noite. Bebia justamente para esquecê-las, mas não conseguia. Desde que voltara a Hogwarts, não prestava atenção nas aulas. McGonagall e Mary lhe davam uma atenção especial, tentando ajudar. Hermione tentara falar com ele diversas vezes, mas ele simplesmente ignorava a todos, inclusive Blaise, e continuava a encarar o nada, evitando dialogar com quem quer que fosse. Não trocava mais cartas com a mãe, que estava internada no St. Mungus, tentando sair do coma causado pelo estado de choque.

Draco não se importava com coisa alguma. O quadribol já não significava nada em sua vida. Os poucos amigos já não faziam diferença. Hermione também não. Garotas para ele significavam sexo e apenas isso, mas nem com isso alcançava o prazer. A bebida era um refúgio. Sentia-se dependente. No café da manhã, em vez de um copo de suco, bebia um copo de uísque. Tudo que queria era morrer.

Pensou um pouco, terminando de beber o conteúdo da garrafa. Se morresse, que diferença faria? Era a melhor coisa a se fazer. Não sentiria mais aquela dor e aquela angústia. Por que não?

Draco Malfoy encarou a placa neon vermelha que indicava a saída do bar e cambaleou para fora do local, os pensamentos mais bagunçados que seus cabelos desgrenhados. Se a solução era morrer, bem, era isso que ele faria.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu sei que vocês vão ME MATAR por causa do fim desse capítulo. Eu sei. Eu posso sentir. MAS ESPEREM! Ainda tem muita coisa pra acontecer...
Então, ainda tenho o direito de pedir alguns reviews? Estou morreeeendo de saudade desses meus leitores lindos ♥