Dramione - When Fire Meets Ice escrita por Sofia, beaguiar


Capítulo 14
Capítulo 14 - Natal (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo, leitores!
Mais uma vez atrasei com o capítulo, eu sei. Mas já justifiquei meus motivos: falta de tempo. Além do pouco tempo livre que tenho, utilizo os minutos que posso para me dedicar ao projeto que estou desenvolvendo (para os que não sabem, estou escrevendo um livro), e sim, deixo a fanfic de lado porque o livro é prioridade. Mas não, não pretendo abandonar a fic e espero que vocês também não parem de ler.
O capítulo ficou gigante, mesmo, então o dividi em duas partes. Esta é a primeira.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/305481/chapter/14


Na manhã do dia 24, véspera de Natal, Rony acordou antes que todos os outros, afim de tomar café da manhã sozinho. Nas últimas semanas, andou fazendo muito isso: acordando cedo para evitar os outros, comendo rápido e passando a maior parte do tempo dormindo ou em passeios solitários pelos arredores da casa, procurando evitar as perguntas e olhares de Harry e Gina.

Não conseguia parar de pensar em Hermione, e era impossível evitar a ideia de que talvez o término fora mesmo precipitado. O garoto tinha que admitir, precisava de Hermione por perto, não só como namorada, mas também como a amiga que sempre fora durante todos aqueles anos.

Chegando na cozinha, Rony olhou ao redor, procurando pelo pote de biscoitos, e surpreendeu-se ao ver o pai sentado à mesa, lendo o Profeta Diário.

-Bom dia, filho. –Disse Arthur, sem desviar os olhos do jornal.

-Bom dia. –Respondeu Rony, meio cabisbaixo. Localizou o pote que queria e pegou-o, virando-se para voltar ao quarto.

-Espere, filho, quero conversar com você. –Pediu o pai, enquanto repousava cuidadosamente o jornal na mesa. –Sente-se.

Rony hesitou, mas acabou sentando-se enquanto soltava um suspiro impaciente. A única coisa que queria era voltar para a cama.

-Tenho algumas perguntas para lhe fazer.–Disse Arthur, olhando nos olhos do ruivo com serenidade. –A primeira delas... Poderia me dizer por que Hermione não veio passar o Natal conosco? E nem me venha com histórias de que ela queria ver os pais, pois sei que ela pelo menos passaria aqui antes de ir para casa.

Rony suspirou novamente. Era difícil enganar o pai, não adiantaria mentir. O garoto estava mesmo precisando de conselhos, e não lhe faria mal algum se os pedisse ao pai.

-Bom –Começou, devagar. –Vamos dizer que tivemos alguns... Desentendimentos.

Arthur deu um sorriso solidário.

-Vamos lá, filho, estou aqui para te ouvir e ajudar com o que posso. Me diga o que aconteceu.

-Você me conhece tão bem quanto conhece Hermione, pai. –Rony disse, encarando as próprias mãos. –Ambos somos orgulhosos, eu talvez um pouco mais que ela. Ocorreu um... Bem, não sei como denominar isto, mas talvez eu possa dizer “acidente” em relação à Draco Malfoy, que me chateou bastante, então paramos de nos falar por um tempo, e quando eu ia pedir desculpas, bem... as coisas apenas pioraram. Acho que nós terminamos, isto nunca ficou realmente claro para mim, e...

-E você se recusa a procurá-la para acertar as coisas. –Arthur completou, sorrindo. –Ciúmes e orgulho de ambos os lados, e já que envolve Malfoy, posso ver que isso só piora o que de fato aconteceu.

Rony concordou silenciosamente. Arthur deu um suspiro pensativo.

-Filho, me responda uma coisa, você sinceramente acha que Hermione é a mulher de sua vida?

Rony olhou nos olhos do pai subitamente. Não esperava aquela pergunta, mas agora que ele a pronunciara em alto e bom som, parecia que era a única questão a ser resolvida para que o garoto tomasse outras decisões. Rony pensou em tudo. Em como conhecera Hermione, num vagão do trem, e em como a odiava inicialmente, para depois se tornar melhor amigo da garota. Lembrava-se com clareza do desespero que sentiu quando Hermione foi petrificada no segundo ano, e de como sentia que precisava dela por perto no terceiro, mesmo com todas as brigas. E o baile, no quarto, quando sentiu mais ciúmes do que nunca quando Krum arrancou um sorriso lindo dela, e Rony pensara que era um estúpido por não tê-la convidado antes. E os anos passaram, e aquela sensação de que precisava de Hermione por perto apenas aumentava, e quando deram aquele beijo, no meio da guerra, e Rony sentiu que apenas o contato do corpo dela no seu importava no momento, e nada mais.

-Sim. –Respondeu, por fim, baixando os olhos novamente. –Sim, ela é a mulher da minha vida, pai.

-Então não vale a pena deixá-la ir. –Disse Arthur, com um tom tranquilo. –Diga à ela o que sente, Rony. A vida é muito curta para ficar escondendo esses sentimentos por orgulho, e deixar questões mal resolvidas com as pessoas que ama.

Rony assentiu e permitiu a si mesmo dar um sorriso melancólico.

-Obrigado, pai.
~*~
Draco andava tranquilo pelo Beco Diagonal, sorrindo sem motivo específico, observando o branco da neve se espalhar pelos telhados e pelas pedras tortas das ruas igualmente assimétricas. Era véspera de Natal e as lojas estavam incrivelmente cheias, mas o garoto simplesmente não se importava, porque era Natal e porque a neve fazia tudo parecer mais mágico do que já era.

Narcisa havia ficado em casa com Lúcio, uma vez que o homem não podia sair de sua residência, e Draco ficou responsável por comprar os presentes e tudo que fosse necessário para a noite. Apreciando a solidão, o garoto andava despreocupado e sem noção de hora, sem realmente se importar se estava demorando muito ou não.

Draco já havia comprado presentes para o pai, para a mãe, para Blaise e até alguns para si mesmo, como uma nova vassoura e alguns artigos de quadribol. Tentava pensar em mais alguém para presentear, mas a única pessoa que conseguia se lembrar era Mary. Era mais que justo agradecê-la com um presente quando voltasse à Hogwarts, por tudo que ela andava fazendo por ele naqueles meses difíceis, então dirigiu-se para uma loja de livros alternativos. Caminhou entre as prateleiras, apreciando o cheiro das folhas e o calor do local, folheando um ou dois exemplares por ali. Por fim, acabou achando um que talvez seria interessante: “A Arte da Compreensão da Mente Bruxa”. Sorrindo, foi até o caixa e mostrou o livro para a atendente baixinha e um pouco gorda, que trajava vestes roxas.

-Mais alguma coisa, querido? –Perguntou a mulher.

Draco pensou um pouco, tentando se lembrar de mais alguém que pudesse presentear com um livro. Estava quase dizendo que não, que só iria levar aquele, quando lembrou-se de uma pessoa. Sorriu.

-Poderia esperar um minuto?

A mulher assentiu, e, satisfeito consigo mesmo, Draco correu para as prateleiras novamente, procurando algo que poderia agradar uma certa garota.

~*~
-Faltam dez minutos para a meia noite.

A Sra. Granger levantou-se da mesa, deixando o pai e a filha sozinhos enquanto ia preparar os presentes.

Hermione aproximou-se, abraçando o pai, lembrando-se de tudo que tivera que fazer para ir lutar com Harry e Rony.

Rony... Sentia falta de Rony também. Por mais que o Natal na casa dos Granger, junto com a família, fosse maravilhoso, a energia dos Weasleys fazia falta. Por mais que a garota tentasse não pensar nos ruivos –ou no ruivo, em particular – era inevitável; eles eram como uma segunda família para ela. E, apesar de todos os desentendimentos entre ela e Rony, Hermione não deixava de gostar de nenhum deles.

-Venham! Os presentes estão prontos! –Gritou a mãe de Mione da sala de estar, e a garota puxou o pai pela mão, conduzindo-o até o local. Encontraram a sra. Grager sentada no chão no meio dos presentes, ao lado de um pequeno pinheiro maravilhosamente verde todo enfeitado para aquela data.

Hermione e o pai juntaram-se à ela. É tão bonito, pensou Hermione. Nós três, juntos, como se nada tivesse acontecido. Seus pais eram trouxas, tão trouxas quanto qualquer outra pessoa não-mágica do mundo, mas mesmo assim faziam de tudo para entender e participar da vida de Hermione, mesmo tão diferente da deles.

No fim de tudo, Hermione tinha ganhado um suéter vermelho (o que lhe lembrou mais uma vez os Weasleys), uma pulseira dourada que combinava com um anel delicado, um cachecol novo (o seu estava velho e desgastado), novas penas e pergaminhos e até mesmo uma escova nova para o Bichento. Quando terminaram, sorriu e abraçou os pais, grata por todos os presentes, e pediu-lhes licença, subindo para o próprio quarto para passar um tempo sozinha.

Suspirou, espalhando os presentes pela cama. Virou-se para Bichento, deitado no parapeito da janela, ao lado de sua coruja (que ganhara de Gina há algum tempo). A ave protegia um monte de cartas e embalagens que tinha transportado até a casa de Hermione. A garota aproximou-se, sorrindo, e acariciou a cabeça do animal, que apelidara carinhosamente de Tonks, em homenagem à velha amiga. Pegou as cartas e embalagens e começou a abrir.

A primeira era de Harry, com uma mensagem curta e carinhosa. Tinha se comunicado com a amiga por todo o tempo das férias, sem deixar de mandar notícias por nem mesmo um dia. Hermione sorriu e abriu o presente, que continha um livro: “Vassouras, Corujas e Pergaminhos – Histórias de uma Bruxa Revolucionária”. A castanha sorriu, deixando o livro cuidadosamente ao seu lado, preparada para abrir outros presentes. Gina enviara três livros de contos e uma pena especial que escrevia com vários tipos de letras, e Molly (Hermione sorriu de novo ao perceber que a mulher não havia se esquecido dela) enviara um suéter azul com um “H” carinhosamente bordado. A castanha deixou-se sentir uma pontada de tristeza ao perceber que não havia nada de Rony –ela preocupara-se em enviar ao menos uma lembrancinha, afinal de contas, ainda eram próximos- mas acabou deixando para lá e começou a guardar o que havia ganhado, quando uma coruja que não conhecia pousou em sua janela, deixando um embrulho roxo com um laço prateado, e levantou vôo novamente, sem esperar resposta.

A garota se aproximou, pegando o presente, e percebeu que havia um pergaminho cuidadosamente enrolado no laço. Soltou-o e começou a ler, sem reconhecer a caligrafia inclinada e caprichada.

Hermione,
Peço perdão por começar esta carta sem alguma formalidade, sem me preocupar em colocar “cara” ou “querida” em frente ao seu nome, mas nenhum dos dois me pareceu muito natural, então limitei-me a ser informal, correndo o risco de passar como mal educado.
Antes de tudo, feliz natal! É bom passar um tempo com a família depois de tempos tão difíceis e turbulentos.
Sei que não somos tão próximos assim, mas senti certa necessidade de te enviar este presente –com toda a humildade do mundo, devo destacar. - Não estou sendo irônico ou esnobe, realmente a considero como uma amiga, e ficaria grato se você também me tivesse como um.
De qualquer forma, aceite isso como um definitivo cessar fogo e como o início de nossa amizade, de modo com que todo o passado sujo e vergonhoso da minha imagem de mesquinho ficasse para trás.
Você faria isso por mim?
Espero que goste.
Com todo o carinho (e com as minhas desculpas se isto foi um incômodo para você),
Draco Malfoy”



Hermione leu e releu a carta dezenas de vezes, sem acreditar que era Malfoy o dono daquelas palavras. Repentinamente, sentiu-se mal por não ter comprado um presente para o garoto também, e prometeu a si mesma fazê-lo no dia seguinte, pois estava feliz com a sugestão do garoto de deixar os conflitos para trás e iniciar uma nova amizade. Afinal, Draco provara que não era uma pessoa ruim, e não custava nada tentar. Sorrindo, a castanha guardou a carta com cuidado a abriu o embrulho. Envolto cuidadosamente em papéis marrons, estava a edição especial de um de seus livros favoritos da biblioteca de Hogwarts: “Eu Posso Mudar o Mundo – Relatos de uma Mente Magicamente Curiosa” , um exmeplar de capa dura e páginas amareladas cujas ilustrações se moviam. A garota, incrédula, perguntou a si mesma como Draco sabia que desejava aquela edição há muito tempo. Hermione abraçou o livro carinhosamente e deixou-o em cima da mesa com cuidado. Já ia jogar as embalagens e os papéis no lixo, quando percebeu que Draco tinha enviado mais um presente. Era um pequeno saco de veludo roxo, combinando com o embrulho do livro. A garota abriu-o com cuidado, revelando um colar dourado com o pingente de coruja, os olhos representados com pequenas pedras brilhantes. Era lindo. Hermione sorriu pela décima vez naquela noite, pensando como em como as coisas mudaram. Há alguns anos, tinha dado um soco bem no meio da cara do mesmo garoto que agora enviava-lhe presentes de Natal em nome da nova amizade dos dois.

Suspirando, sentou no parapeito da janela ao lado de Bichento e de Tonks, observando o céu escuro da noite. Fazia muito tempo que ela não sentia-se em paz como naquele momento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Deixem suas respectivas opiniões nos reviews!
O novo Draco merece destaque, afinal, quem diria que Draco Malfoy compraria presentes de Natal para Hermione Granger???
Enfim, espero que tenham gostado. Até o próximo capítulo, que vai ser a segunda parte do Natal (e vai ter um clima mais sombrio e tenso, diferentemente da situação harmônica mostrada na primeira parte).
P.S.: Sabem a atendente da loja de livros, baixinha e gorda? Então, foi uma homenagem à minha beta, a Bia. Beijo Bia, te amo ♥
—--------------------------------------------------------------------------
LEIAM A PARTE MAIS IMPORTANTE POR FAVOR!!

Oi gente! Acho que nunca falei diretamente com vocês, mas enfim, eu sou a Bia, a beta da Sofia.
Venho por meio desde pedir a vocês gentilmente para perceberem que a atendente baixinha e gorda é na verdade, uma homenagem da autora a si mesma, já que:
1. Ela é mais baixa que eu.
2. Ela é gorda.
3. Ela é uma vaca (miinha vaca, apenas)
4. Ela tem inveja do meu corpo sexy e seduzente.
Obrigada pela atenção! Beeeijos :*