–Vamos lá, Britt. Você esta parecendo uma anciã hoje. A minha avó faz melhor do que isso – gritou a treinadora Sylvester no seu megafone branco – tudo bem, nenhuma de vocês merece descanso, mas se eu não o der, o serviço social batera na minha porta novamente e eu não preciso ver mais ninguém usando um conjuntinho do kmart. Cinco minutinhos - ela balançou a cabeça com desgosto. A Treinadora Sylvester era sempre mais exigente na semana da festa de boas-vindas. O Time de futebol do colégio McKinley era notoriamente ruim, e sue gostava de lembrar às cheerios de que elas eram as verdadeiras estrelas.

Rachel não ligava para os insultos estimulantes da treinadora Sylvester. Ela sabia que estava bem. Ótima, até. Isso era por que estava furiosa, e a raiva era um combustível incrível para suas cambalhotas.

Ela pegou a sua toalha no banco e a passou pelo pescoço, Rachel ficava observando Quinn do outro lado do campo o tempo todo, o que a deixou com mais raiva ainda e tornou mais poderosos seus movimentos no ar. Durante toda a semana ela havia esperado uma continuação, mas Quinn nunca mais tentara ficar sozinha com ela. Será que ela realmente era apenas um desejo passageiro? Será que Quinn só correra atrás dela, por que ela era Rachel Berry, Presidente do clube do celibato, e a punk achou que seria divertido tentar transar com ela? Esse pensamento fez seu sangue ferver.

Antes que percebesse o que vazia, Rachel estava no meio do campo, andando em direção ao banco do time de futebol. Em direção a Quinn. Ela podia ver Finn. Ele era o cara mais alto do colégio. Era fácil localizá-lo. Ele estava ocupado treinando com outros jogadores, gritando os números de jogadas, e ela sentiu uma onda de carinho por ele. Ela sabia como aquele jogo era importante para ele.

–Parabéns – Quinn estava de costas para Rachel, então ela se inclinou para frente e falou ao ouvido dele. Quinn se virou e sorriu ao vê-la atrás do banco, no seu uniforme das cheerio. Em qualquer outro contexto, uma saia tão curta significaria que a garota era uma piranha, mas sendo um uniforme, a roupa parecia pura e antiquada. E sexy. Os cabelos de Rachel estavam presos em um rabo de cavalo, como sempre ficaram durante os treinos, mostrando suas orelhas delicadas e sexy. Quinn queria poder colocar uma delas na boca e lambê-las como se fosse um pirulito.

–Pelo o quê? Você viu minha jogada? – Ela perguntou, referindo-se ao fato de também participar dos treinos, mesmo não podendo fazer parte do time e por mais que Quinn desse ideias a Finn para a estratégia do jogo, ele a ignorava.

–Não, por ir ao baile com Santana – a voz de Rachel era formal demais, como se tentasse controlar seu temperamento. – vocês formam um casal lindo.

Quinn secou o suor na sua testa com a barra da sua camiseta, deixando seu abdômen definido a mostra, Rachel desviou o olhar.

–você já ficou sabendo?

–Claro que Fiquei. Santana não parou de falar sobre isso durante todo o treino – Rachel jogou seu rabo de cavalo sobre o ombro.

Santana havia corrido para o vestuário, onde Rachel e as outras garotas estavam antes do treino, e jogado seus braços ao redor da amiga, mesmo que Rachel houvesse acabado de tirar a camisa e estivesse usando apenas um top. “Ela me convidara”, Gritara Santana, e Rachel ficara feliz por ela Durante um segundo, até perceber que “Ela” significava Quinn. O Sorriso de satisfação continuou no rosto de Santana durante todo o treino, e sempre que havia um intervalo, Santana dizia algo como “Aposto que ela beija bem” ou “Será que Quinn vai me trazer flores?”.

–Ei, você não esta realmente com raiva de mim, esta? Por que eu vou ao baile? – Quinn olhou para Rachel. As bochechas dela estavam vermelhas e brilhantes, por causa do treino ou por ela estar irritada com ela. O Que, Quinn precisava confessar, ela gostava. Talvez houvesse repensado sua decisão de esperar que o lerdo do Finn tivesse coragem o suficiente para convidá-la.

–pensei que tivesse dito que não gostava de Santana – Falou Rachel. Alguns jogadores foram pegar garrafas de água no banco e olharam para Rachel com curiosidade.

–Mas ela é gata – Quinn deu de ombros, vestindo sua jaqueta de couro – e esta disponível.

–você é inacreditável. – Rachel tentou desviar do olhar, mas os olhos esverdeados de Quinn pareciam segurá-la. Ela sentiu um frio familiar na barriga; um sentimento que ela nunca tivera perto de Finn, não importasse o quanto desejasse. É impossível fingir certas coisas.

–Eu sou inacreditável? – Revidou Quinn – Caso não se lembre, Eu convidei você para ir ao baile comigo. E você recusou, lembra? – Perguntou Quinn, aproximando-se. Rachel fechou os olhos. A Lembrança do almoxarifado do zelador voltou rapidamente a sua cabeça. Ate o cheiro do material de limpeza era sexy quando envolvia Quinn. “Já era”, ela pensou. Esse era o momento em que deixaria Quinn beijá-la em publico. Na frente do time de futebol inteiro, das cheerios, de todos. Finn descobriria e talvez pudesse levar Santana ao baile, como um prêmio de consolação, enquanto Quinn e Rachel dançariam agarradinhas no ginásio.

–e ai, gente?

Os olhos de Rachel se abriram. Finn aparecera entre elas, dando um tapa nas costas de Quinn. Seu rosto parecia tão inocente e honesto que ela sentiu uma pontada de culpa. Então ele se virou para Rachel que disse:

– você esta muito bem.

Finn sorriu timidamente. Ele era o tipo de garoto que sorria com todo o rosto, não somente com os lábios. Ele era um cara legal, Rachel se lembrou de si mesma. Ela queria um cara legal, não queria?

–Olha, queria te perguntar se você gostaria de ir ao baile de boas vindas comigo?

Rachel sorriu. Estava acontecendo. Era o que ela esperava. Ainda assim, não conseguiu evitar olhar rapidamente para Quinn, que estava com um dos pés no banco e se inclinava para frente, alongando seu joelho, Rachel a faria se consumir em ciúmes.

–Sim, é claro. Eu adoraria ir com você, Finn.

Quinn nem se moveu.

–Legal – disse Finn – eu queria te buscar com o carro da minha mãe, mas acho que vamos nos arrumar no vestiário depois do jogo.

–Tudo bem – Rachel enroscou uma mecha de cabelo no dedo – vou me arrumar na casa da Britt.

–Legal – repetiu Finn – então nos encontramos no ginásio? Tipo, às 21 horas?

–Parece perfeito – Disse Rachel. Ainda nenhuma reação de Quinn. Como ela podia ser tão inabalável? – você sabe o que também seria perfeito? Se usássemos o ofurô dos meus pais depois da festa. Podemos pegar umas bebidas.

Rachel não acreditava no que estava fazendo. Ela nunca fora tão sugestiva. Os garotos já tinham uma mente suja o bastante, era um dever das garotas mantê-los na linha. E ali estava ela, praticamente se jogando em Finn.

Mas valeu a pena. Ela viu Quinn olhando para ele. E ela parecia furiosa. Como se quisesse socar alguma coisa, ou alguém.

–Parece perfeito - Finn estava, compreensivelmente, empolgado. Sua pura namorada, Rachel Berry, convidando-o para dividir um ofurô? A festa seria ótima, mas o ofurô... Seria mais do que ótimo.

–Ótimo – a treinadora Sylvester apitou e Rachel deu alguns passos para trás, sobre a grama. Ela acenou com os dedos para Finn, ignorando Quinn completamente. –Preciso voltar ao trabalho agora.

Quando se virou, sentiu que Quinn e Finn olhavam para ela. Ela os tinha exatamente onde queria. Quinn poderia até ir ao baile com Santana, mas estaria pensando em Rachel.