Lima Freeze, Terça-feira à noite.

O Lima Freeze, assim como o Lima galleria Cinepleze 8, O Olive Garden, no shopping, e os bancos na arborizada entrada do Macarthur city park, era um dos poucos, e consequentemente o mais popular, locais para encontros à noite. Costumava ser uma sorveteria friendly’s que fechou havia alguns anos e foi comprada por um casal de moradores locais que melhorara ligeiramente.

O Freeze se localizava em uma das saídas da rota 17 entre as fazendas da periferia e a área central, com seus vários prédios históricos em diferentes estados de ruína.

Pelo caminho, Mercedes observava enquanto eles passavam pelo wegmans, uma rede de supermercado regional, por uma escola de karatê, uma pizza hut, um lar de idosos, três bancos e alguns outros negócios que sempre pareciam prestes a falir. Kurt havia ligado o som, que estava conectado ao seu Ipod, e Kanye West cantava pelos alto-falantes.

-Eu me acostumaria com essas janelas escuras – Mercedes arrumou seus cabelos cacheados, olhando-se no espelho do para-sol – eu me sinto como uma estrela do rock.

-Um dia, minha querida – Kurt entrou no estacionamento. Quase todas as vagas estavam ocupadas por minivans e carros antigos e acabados. Famílias com crianças que esperneavam faziam seus pedidos no guichê externo e se sentavam nas pegajosas mesas de madeira no pátio externo de concreto. Através dos vidros ligeiramente embaçados, todas as mesas pareciam ocupadas.

-Maldito povão – Kurt bateu o punho contra o volante, fingindo estar com raiva, enquanto estacionada perto de uma BMW reluzente – Eles tiveram a mesma ideia brilhante que nós.

O Lima Freeze. Estava lotado, e as janelas estavam embaçadas devido ao calor de tantos corpos. Kurt olhou ao redor, procurando por algum dos garotos do time de futebol americano que costumavam implicar com ele, mas não viu nenhum. Uma sorte. Já era ruim bastante jogarem bebidas no seu rosto no colégio, a ultima coisa que ele precisava era um Milk-Shake sendo jogado nele em um lugar publico. Fora difícil o suficiente explicar ao pai por que tantas camisas voltavam manchadas de azul, roxo ou vermelho.

-Quero um Milk-Shake louco por chocolate, por favor – disse Mercedes para o adolescente que parecia entediado atrás do balcão – Mal batido.

-Um sundae com cobertura quente. E Chantilly. Não esqueça a cereja – Kurt viu um grupo de garotos de futebol em uma mesa no canto. Um deles se levantou para encher seu copo de água, e Kurt observou como sua panturrilha se contraia a cada passo.

Enquanto eles procuravam em vão por uma mesa. A porta se abriu, e Finn Hudson e Rachel Berry entraram de braços dados; ela ainda vestia seu casaco das cheerios. Logo atrás deles vinha Quinn Fabray e Noah Puckerman, um dos garotos que fazia parte daquela Gangue liderada por Quinn.

-Ken e Barbie Chegaram – Mercedes anunciou.

-Hum. – Kurt olhou o casal, tentando ignorar os batimentos acelerados do seu coração ao ver Finn Hudson – Parece que o encontro do Clube do celibato terminou mais cedo.  – Constatou ao ver como Rachel parou em frente a uma mesa onde havia duas garotas que conversavam animadamente, as duas haviam terminado seus Milk-shakes e apenas conversavam, a judia havia dito algo que as fez sair apressadamente e aquilo deixou Kurt impressionado.

Quando o Milk-Shake foi servido Kurt sentou-se no balcão e observou o grupo dos populares na mesa central, ele estreitou os olhos ao ver Quinn praticamente comer Rachel com os olhos, Rachel parecia mais ocupada em fingir estar conversando com Hudson que parecia mais concentrado em seu Milk-Shake, A Punk parecia fuzilar o melhor amigo com os olhos. Kurt sorriu para si mesmo ao ver que ele e Quinn jogavam no mesmo time.

-Kurt, Pare de Stalkear ­– Mercedes avisou ao ver o olhar fixo de Kurt na mesa de Rachel e Finn. Na mente narcisista de Kurt, Finn Hudson seria um Rei, Rachel Berry a rainha. Quinn seria a Amante da Rainha Duquesa e ele o pobre e miserável plebeu que um dia sonha em fazer parte da realeza.

-Não estou Stalkeando, apenas observando. - Ele disse enquanto observava como Finn era adorável bebendo Milk-shake, parecendo uma ingênua criança de oito anos. Ele esboçou um sorriso ao ver Quinn desviar o olhar Quando Rachel e Finn se beijaram... Espere, Finn e Rachel estavam se beijando! De repente o coração de Kurt parecia ter sido esmagado em um segundo e então ele preferiu dar atenção para Mercedes.

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Quinn estava no pátio do McKinley junto com os outros Skanks, A Punk estava deitada no colo de The Mack que apenas aproveitava seu Cigarro.

-Fabray – a garota abriu os olhos levemente para deparar-se com Kurt Hummel.

-O Que quer, Hummel? Apanhar? – Puck levantou-se e o garoto encolheu-se levemente.

-Estou aqui para falar com Quinn – Kurt respondeu com o resto da coragem que lhe restava, Quinn levantou do colo de the mack e andou ate Kurt que engoliu em seco – Posso falar com você – perguntou hesitante.

-Não tenho nada para falar com você, Girlshand – Puck e os outros riram com o apelido.

-é sobre Rachel Berry – o garoto disse baixinho e a expressão de Quinn mudou rapidamente e ela o agarrou pelo cardigã azul e o arrastou para longe dos outros Skanks que apenas pensaram que a garota de cabelos róseos daria uma surra nele.

- O Que você sabe, Hummel? – Quinn disse irritada.

-Escute, eu sei que você tem interesse nela, eu não sei por que, ela é uma víbora egoísta, mas eu posso te ajudar a conquistá-la se você me ajudar também – O Garoto agarrou a alça da sua bolsa e encarou a garota e logo percebeu que os olhos de Quinn eram verdes, ela era uma garota bonita e ela se perguntava por que Rachel ainda não havia largado seu Finn para ficar com ela.

-O Que quer dizer? – Quinn cruzou os braços e arqueou a sobrancelha enquanto encarava o garoto a sua frente, Kurt sentia-se como aqueles domadores de leão que ele virá quando fora ao circo com seu pai uma vez em Dayton. Ele sentiu um frio na barriga e engoliu em seco, Quinn sabia aterrorizar ate mesmo um garoto e mesmo que Kurt fosse visivelmente mais alto que ela, ele ainda poderia ser intimidado pelo olhar assustador da Punk.

-Entre para o Glee Club.

-Eu não sei cantar.

-Sim, você sabe. Eu te ouvi no vestiário – Kurt rebateu, serio e a garota arqueou a sobrancelha. –Quer dizer, eu não estava espiando. Eu te ouvi cantando por acaso – explicou rapidamente enquanto engolia em seco. – e se quiser que eu te ajude a conseguir namorar Rachel Berry então terá que me ajudar também – completou.

-quem disse que eu quero namorá-la? – Quinn resmungou e puxou o garoto pelo cardigã, Kurt curvou-se levemente para que ficasse ao nível de Quinn.

-eu posso ver nos seus olhos o modo que você olha pra ela. Eu sei que você realmente gosta dela, por que...

-Por quê? – A Garota o forçou a continuar.

-Por que o modo que você olha pra ela é o mesmo que eu olho para Finn. – Por um momento Quinn repensou na proposta de Kurt, mas percebeu que não valia a pena arriscar sua reputação para ficar em um grupinho que fazia um cover de High School Music.

-Não vou perder meu tempo com um grupo de perdedores – Quinn soltou Kurt que cambaleou levemente enquanto dava alguns passos, aumentando a distancia entre os dois.

-Por favor, Quinn. Você é a única esperança do Glee Club. Precisamos de uma líder destemida e que nos ajude a ter o valor que merecemos. – Kurt nunca fora de implorar para as pessoas sobre algo que ele visivelmente poderia fazer, mas ele sabia que Quinn, um garota popular e consequentemente temida por todos ajudaria com que o Glee Club fosse respeitado, e com o talento dela. Eles só tinham a ganhar. –Por favor, Quinn. – Pediu mais uma vez enquanto olhava a garota nos olhos, Quinn cruzou os braços, pensativa e avaliou se Rachel realmente valia aquilo tudo ela encarou Kurt e disse:

-Tudo Bem. Eu entro no Glee Club.

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Auditório do McKinley, Quarta-feira.

Will Schuester caminhava pelos corredores vazios do McKinley, depois que o sinal tocava os alunos pareciam querer fugir de qualquer coisa relacionada a ensino. O Homem balançou negativamente a cabeça enquanto lembrava-se dos seus tempos de escola e de como era fácil ser mais popular entre os alunos.

Ele parou no meio do corredor ao ouvir o som de vozes, elas vinham do auditório, a porta estava entre aberta e Will pode observar que no palco, encontravam-se cinco alunos, ele arqueou a sobrancelha ao ver Quinn Fabray entre eles. Eles usavam camisetas vermelhas e calças jeans.

Just a small town girl, livin' in a lonely world

She took the midnight train goin' anywhere

Schuester sorriu ao ouvir Kurt Hummel começar a cantar, ele nunca imaginara que aquele garoto aparentemente frágil poderia ter uma voz tão incrível.

Just a city boy, born and raised in South Detroit

He took the midnight train goin' anywhere

Quinn apareceu ao lado de Kurt enquanto cantava e por mais que ela tivesse uma boa voz, o professor percebeu a falta de confiança ao cantar e a falta de conforto diante dos outros.

For a smile they can share the night

It goes on and on and on and on

Strangers waiting, up and down the boulevard

Their shadows searching in the night

Streetlights, people, living just to find emotion

Hiding, somewhere in the nights.

A Sala havia sido preenchida com as vozes de Kurt e Quinn que dançavam a coreografia feita pelo garoto que estava ao lado de Quinn e segurou sua mão enquanto ia se afastando e a garota fez o mesmo. Mercedes, Tina faziam Backing Vocal e Artie tocava sua guitarra.

Some will win

Some will lose

Some are born to sing the blues

And now the movie never ends

It goes on and on and on and on

Quinn estava no centro do palco e Kurt parou atrás dela e os dois levantaram suas mãos esquerdas enquanto atingiam a nota mais alta do trecho. Will sorriu levemente enquanto observava aqueles simples adolescentes mostrarem seus incríveis talentos. Logo acima das poltronas, onde estava o andaime que geralmente era usado para algumas peças de natal que exigiam um pouco de neve e os ajudantes jogavam pequenos flocos de lá, mas naquele momento encontrava-se Sue Sylvester, Rachel Berry e Finn Hudson. A treinadora havia começado a observar aquele grupinho de perdedores que havia se formado e nada melhor do que o Rei e a Rainha do McKinley acabarem com aquilo, mas ver justamente Quinn Fabray ali com eles era deprimente.

Strangers waiting

Up and down the boulevard

Their shadows searching in the night

Streetlights, people, living just to find emotion

Hiding, somewhere in the nights

Don't stop Believin'

Hold on to that feeling'

Streetlight, people

Don't stop Believin'

Hold on to that feeling'

Streetlight, people

Don't stop

Rachel parecia impressionada com a voz de Quinn, já Finn estava confuso, ele sabia o quanto ela odiava a presença de perdedores e estava ali saltitando e cantando como se estivesse em um daqueles musicais que Rachel o forçava a assistir. Ele também sabia que Kurt Hummel, ou apenas girlshands, Era Gay, mas vê-lo ali cantando Quinn lhe deixou apreensivo e ele não sabia o motivo.

-Hudson e Berry. Vamos para a minha sala – Treinadora Sylvester disse e saiu do auditório sendo seguido pelos dois, Rachel olhou para trás mais uma vez em tempo de ver Quinn esboçar um leve sorriso assim que acabara de cantar e ela percebeu que Quinn acabara de achar o que ela gostava e aquilo lhe deixava feliz.

-Isso foi ótimo pessoal – Kurt olhou para os olhos membros do Clube Glee e sorriu – se ensaiarmos mais, com certeza nós conseguiremos nos sair bem no recital. – Quinn, que estava ao lado do garoto, lhe encarou rapidamente.

-Recital? – A Punk arregalou os olhos, surpresa. Ninguém havia lhe comunicado sobre um recital.

-Sim, o Recital na semana que vem – deu um meio sorriso. – Bom, eu não sei vocês, mas a minha bela voz precisa de um descanso. Vejo vocês amanhã. – sorriu enquanto se retirava do auditório sendo acompanhado por Mercedes. Todos se retiraram do auditório e Quinn continuou lá, em choque. Ela não poderia cantar em publico, na frente dos Skanks, dos perdedores, na frente de Finn e Rachel. Ela estava tão ferrada!

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Figgins estava caminhando ate a saída do colégio, uma das desvantagens de ser diretor era o fato de que ele deveria assinar diversas papeladas sobre o colégio, Time de futebol americano, líderes de torcida, jogadores de basquete, a estrutura do colégio e etc.

-Figgins! – o homem olhou para trás e viu Will Schuester, o atual professor de espanhol vindo em sua direção, o antigo professor havia sido preso por ter se “aproximado” demais de uma das aulas. Algo que o homem não queria relembrar.

-Hey Will. Em que posso ajudá-lo? – perguntou educadamente por mais que ele apenas quisse-se ignorá-lo e seguir ate seu carro e finalmente ir para casa e descansar. Will respirou fundo e disse:

-eu queria falar com você sobre o Glee Club.