Sangue Quente - O Contágio escrita por Wesley Belmonte, Jaíne Belmonte


Capítulo 9
Capítulo Nove




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Entramos na cabana e vamos até um quarto onde está uma senhora na cama, ela tosse em um pano, e após tossir vejo no pano manchas de sangue. Ela parece estar muito magra. Papai chega com a mamãe após alguns segundos.




– O que ela tem? - Pergunta mamãe.




– Já faz bastante tempo que ela está tossindo. - Hanna responde. - E nos últimos dias ela piorou.


– Posso dar uma olhada nela? - Pergunta mamãe. - Já estudei um pouco de medicina.

Ao dizer estas palavras vem a lembrança da época que ela começou a cursar enfermagem. Toda empolgada, passava horas estudando, mas depois de mais de um ano de estudos ela desistiu da profissão, disse que não era a área dela. Não conseguiria ser fria como os médicos tem que ser. Mudou totalmente de profissão, se formou em gestão ambiental. Deixamos ela a sós com a senhora. Preciso dar uma volta.

Saio pela porta dos fundos e vejo uma piscina e algumas cadeiras de sol ao redor dela. Misty e Adrian se juntam a mim.

– Adrian, - digo. - Como você sabe de tantas coisas sobre zumbis? Como chegou nesse lugar?


– Cara, essa história é longa, porém é divertida. - Divertida? Esse cara só pode ser louco. Com um sorriso de orelha a orelha ele começa. - Quando tudo começou, estava no treino de artes marciais. Entrou um cara meio tonto na academia, pensei que fosse um mendigo que estivesse bêbado.



Mas ele atacou a atendente. Ao ver a cena, as pessoas que estavam lá saíram correndo. O nosso professor saiu em direção do cara e acertou um murro tao forte em seu rosto que ele caiu no mesmo momento no chão. Vendo que ele estava no chão, outros alunos chegaram mais perto pra ver ele e a atendente, que a essa altura já estava morta. O professor pensou que o cara estava morto, e quando encostou a cabeça em seu peito para verificar os batimentos, o louco agarrou ele e mordeu o seu pescoço. A recepcionista, que foram olhar levantou e atacou o rapaz que estava mais perto. Saí correndo peguei minha moto. Ao passar em algumas ruas via outras pessoas como aquele cara que entrou na academia.


– Legal - Diz misty, vejo que além de interessada na história, também deve estar interessada nele. Ele continua.

– Chegando em casa vi Donovan colocando malas atrás do Golf dele. Perguntei o que estava acontecendo, e ele me disse que estava vindo pra essa casa de campo. Vi que a nossa avó estava no banco de trás. Não pude vir com eles, tinha que buscar minha mãe. Chegando em casa, fui direto no quarto do meu pai e peguei a PT 380 dele. Procurei por minha mãe, mas não achei ela. Quando ia sair pela porta da casa ouvi um barulho vindo dos fundos. Fui checar e era minha mãe. Vi através da porta de vidro seus olhos que antes eram castanhos claros estarem brancos. Tinha uma marca de mordida em seu braço e sua boca salivava um líquido preto. Apontei a arma para sua cabeça, mas não consegui atirar. Deixei ela onde estava e fui até o fogão, cortei a mangueira do botijão, fui até o microondas liguei ele com uma faca de alumínio dentro. Subi na moto, depois de alguns metros parei e fiquei olhando a casa explodir. - Ele faz uma pausa, vai até o freezer que está perto da churrasqueira, e pega uma latinha de cerveja. Não vejo expressão nenhuma no rosto de Adrian, é como se o que ele tivesse feito não fora nada. Eu nunca explodiria minha casa, são tantas lembranças boas que tenho dela. Após sentar ele continua. - Após a explosão vi os zumbis que estavam longe irem em direção da casa, fiquei me perguntando o por que eles estavam indo em direção dela.Peguei a estrada pra vir pra essa casa de campo. Quando já era noite e estava com sono fui até uma casa aparentemente abandonada. Tive que quebrar a janela pra entrar. Acordei de madrugada com alguns barulhos e gemido que vinham do lado de fora. Verifiquei e vi que tinha alguns mortos tentando entrar na casa, não sabia como eles tinham me achado nesse lugar, e percebi que tinha deixado a luz da cozinha ligada. Por um lado foi bom, descobri algo que atraía eles, mas pelo outro era ruim, estava sem saída, tinha que enfrentá-los. Comecei a atirar na cabeça deles, como tinha aprendido em filmes do gênero. Pela quantidade de bichos que tinha e pela quantidade de balas da arma, vi que ainda sobraria algumas balas. Matei todos, quando ia buscar a moto vi mais alguns correndo em minha direção. Não podia ser pela luz da casa, pois já tinha apagado. Descobri mais uma coisa que atraía eles, o barulho. Fui até a cozinha e peguei uma faca, saí por trás, e no jardim vi algumas ferramentas de trabalho, uma pá, uma enxada, um carrinho de mão e minha atual arma, a foice.

– Então agora sabemos que eles são atraídos pela luz e por barulhos. - Enquanto digo isso, Adrian vai de novo até o freezer.

– Ah, desculpa. - Diz Adrian. - Nem ofereci pra vocês, estava entretido com a história, querem uma cerveja?

– Não. - Eu respondo, mas Misty aceita.

– Adrian, você disse "vir para essa casa", como assim?

– Essa casa é de nossa família há gerações, sempre passávamos finais de semana aqui.

– Parece ser um ótimo refugio. - Digo. Vejo que Misty tem alguma coisa pra falar, ela está inquieta, e passa os dedos nos lábios, toda vez que falamos. - Sabe mais alguma coisa sobre eles?

– Não, só o que todo mundo já deve saber: atirar na cabeça, com a mordida que você é contagiado... Coisas do gênero.

– Acho que você está errado. - Ouço então a voz de Misty. - Não é só com mordidas que você vira um deles.

– Como assim? - Adrian não entende o que ela quis dizer com isso, e eu também não.

– Como você, eu passei por uma situação e descobri uma coisa que vocês não vão gostar nem um pouco de saber. - Não dizemos nada, apenas nos ajeitamos na cadeira e inclinamos o corpo na direção dela. - Estava em casa, ouvindo noticiários sobre a contaminação, declarações das autoridades para ficarmos em casa, não ficar em aglomerações. Eles diziam que já estavam trabalhando para não deixar o vírus se alastrar. A cidade entrou em choque; todo mundo começou a ir embora, alguns se esconderam em casa e outros não sei o fim que tiveram.

– Por que você não fugiu também? - Pergunta Adrian.

– Minha avó. - Ao dizer essas duas palavras vejo seus olhos marejarem, mas ela continua. - Tinha que ficar com ela, ela estava em fase terminal de câncer, e não tinha ninguém além de mim pra cuidar dela. À noite, quando tinha terminado de acabar de me arrumar ouvi um barulho no quarto dela, achei estranho e subi para olha-la. E quando cheguei no quarto meu coração quase saiu pela boca, ela estava de pé. Entrei para ver se não era miragem o que eu estava vendo, chegando mais perto ela começou a grunhir, saindo palavras sem sentido de sua boca, mas o mais estranho foi ver os olhos dela, quem não eram mais castanhos escuros estava branco-acinzentados. ela correu pra cima de mim, gritei e joguei o secador de cabelo que estava em minha mão nela e desci as escadas. Fiquei atrás da mesa, e ela subiu pra me pegar; gritei novamente, levantei a mesa e ela caiu.

Foi nesse momento que cheguei, né?! - Digo, com um pequeno sorriso no rosto.

– Mas como ela virou zumbi? - Adrian pergunta.

– Simples, ela morreu, e voltou como um deles. - Adrian e eu nos entreolhamos. Depois dessa afirmação, vemos o jogo mudar. Agora é mais fácil explicar como o mundo se infestou tão facilmente. As pessoas que morriam já voltavam automaticamente como zumbis. Mas por que isso aconteceu? Será criação da ciência ou uma obra divina?


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