Ele soltou Drake que me olhava furioso e ofegante (sério, dava medo). Ryan voltou para barraca e começo a pegar todas as coisas que via e “socar” numa mala. Me jogou um casaco e disso algo como “Usa isso. Vamos embora!”

      Fiz o que ele disse e o segui. Ele se ajoelhou aonde Natalie estava e deu um beijo na testa dela.

- Desculpa Nat... – ele parou  - Desculpa mãe.

 Continuei seguindo ele até o carro. Ele jogou tudo no banco de trás (nem se dando o trabalho de abrir o porta malas) e me mandou entrar.

 - Eu não vou entrar nesse carro com você desse jeito!

- Entra nessa droga de carro Valerie!

- Não! Eu não Ryan, nem adianta!

- Entra – nesse – carro – AGORA! – ele falou pausadamente e no “agora” ele deu um grito tão alto que juro que so entrei no carro porque entrei em pânico.

Ele deu a partida e a chave quase quebra. Respirei fundo.

- Cara você não ta bem. Vamo... vamos esperar um pouco, sei La, amanhã talvez.

- Eu to bem – ele olha pra mim – É sério, e se eu ficar aqui vai ser pior.

- Não, você não ta bem! – procuro o olhar dele

- EU TO BEM, TA LEGAL?! – ele gritou enquanto bateu forte com as mãos no volante.

     Me virei e puxei com força o cinto e bufei, queria mostrar que tava realmente chateada (o que não era muito justo, depois do que ele fez por mim).

    Ele ia muito rápido e colocou no máximo uma música Metal Cole, tudo bem que eu gosto desse tipo de música, mas aquilo tava me dando medo. Eu me agarrava cada vez mais no banco, aliás onde era possível se agarrar (exceto Ryan) eu me agarrava.

   Em uma hora que eu realmente achei que a minha vidinha aqui estava prestes a acabar ele freia bruscamente e graças a Deus pelo cinto de segurança se não eu tava frita, ele freou realmente muito rápido.

- Ele beijou você? – ele virou tentando me encarar enquanto eu apenas fitava o piso do carro. Não respondi – Valerie, ele beijou você?

     Mesmo sendo a última coisa queria pensar usei toda minha força para voltar aquela hora, lembrar se houve algum beijo, eargh!

- Não! – digo feliz por lembrar disso – Não, graças a Deus não! Ele não me beijou, eu não deixei.

- Ele te tocou?

- Eu já te disse! E não quero falar sobra isso, você não entende?

- Não disse com detalhes.

- E pra que você quer saber?

- E que eu estou me torturando com isso e... Quando eu penso no que ele te fez e... Valérie eu... – ele bate a cabeça no volante – Desculpa! – ele segura meu rosto bem perto do seu – Mesmo. Eu não quis dizer tudo aquilo nem te chamar daquelas coisas é so que...- virei meu rosto, saindo de suas mãos.

- Ok, você me acha a pior das garotas e também uma garota muito fácil, acho que isso não é uma grande ofensa  –  eu queria ficar com raiva, sim queria, mas cara você tem que entender que ele bateu no irmão dele POR MIM! E tipo mesmo que eu queira dizer que ele é um imbecil escroto eu ainda assim vou ser grata a ele – Mas se você quiser ir mais devagar na estrada e não ficar tão vermelho eu até acharia bem legal.

   Soltou um sorriso pelo nariz e voltou pra estrada, dessa vez como uma pessoa decente dirigiria.

    Chegamos já era dia.

- Ryan, posso ficar na sua casa até... bem até amanhã, eu acho.

- Pode, mas porque você não vai pra sua?

- Porque eu disse que chegaria amanhã e se chegar hoje minha irmã vai me lotar de perguntas e... Não, mas se você quiser eu invento alguma coisa e... – ele ri

- Vem. De noite a gente pega a mala pra não perceberem.

   Entramos em casa (ou o que ele chama de casa, porque isso aqui é mais bagunçado que meu quarto). Ele se joga no sofá e fica analisando as cartas que estavam na porta, eu sento do lado. De repente me vem algo que eu devia ter perguntado desde o começo.

- Porque bateu no seu irmão? – AHA peguei ele – Porque acreditou em mim? Afinal, sou eu, Valerie Claymore, lembra? Você me o-d-e-i-a, sacou?

- De todas as namoradas que eu tive, você foi a única que ele não... digamos que ele não conseguiu “pegar” você, entende? – balanço a cabeça em negativa – Tipo, eu evito trazer minhas namoradas aqui quando ele ta, porque ele sempre fica com todas elas, e quando eu digo todas é todas mesmo. Ele lança um sorriso ou uma piscada ou fala alguma coisa no ouvido quando vai abraçar e ai quando eu dou as costas... bem, ai você já sabe. Você não percebeu essas coisas?

- Sei La, mas tipo... Porque elas ficam com ele, vocês são iguaizinhos e além disso ainda acho você mais bonito e legal – logo que digo isso cubro a boca. Cara, eu não disse isso, aiaiai.

- Legal?

- Não, nem um pouco! – digo e ele sorri

- Enfim, como ele percebeu que não ia funcionar só falar algumas coisas, ou piscar, ou sorrir pra você ele quis você a todo custo, foi como um desafio e se eu não tivesse feito aquilo ele ia continuar importunando você e sabe-se La onde isso ia dar. – sorrio um pouco

- Obrigada, mesmo. – não, eu não vou fazer. NÃO FAÇA, NÃO!!

Ok, eu abracei ele. É abracei. Depois ele ficou me olhando ( isso é meio constrangedor), e me olhando e olhando.

- Para! – grito

- Oque?

- De ficar me olhando! Para com isso, eu fico com vergonha! – ele ri e me da um beijo na bochecha.

- Quer comer? – ele pergunta

- Não

-Ok, então não vamos comer – ele pega uma carta amarela e abre um sorriso – Você vai pra festa do Matt?

- Acho que não fui convidada.

- Ah, qual é?! O Matt convida todas as garotas bonitas da escola, é óbvio que você ta na lista.

- Isso foi um elogio? – arqueio uma sobrancelha

- Não, ta maluca?

- Ok então. Que dia é? – pego a carta da mão dele

- É amanhã - falamos juntos

- Vem comigo? - ele diz