- Eu disse que podia fugir. - ele ri

Ok, dessa vez ele ganhou

- Eu não ia fugir.

- E porque não?- ele me encara

- Porque eu queria aquilo - um segundo depois me dei conta do que tinha acabado de falar. - Satisfeito? - não espero ele responder, pego as lanternas no chão e sigo pela trilha.

#Pov's Ryan

Mantenho os olhos fixos nela, esperando ela se virar. Ela se vira e lendo meus pensamentos diz:

-Ryan, você não... não quer fazer isso que está pensando, sei disso.
- Desculpe, eu não consigo mais me controlar. -sussurro perto de seu ouvido

– Ryan, você sabe que não quer...

– Sei sim - aproximo meu rosto do dela, sinto sua pele fria quando encosto minha testa nela

– Devia se controlar! - ela fala, mas noto que ela não se afasta como deveria fazer.

– E você deveria sair, desviar, não tem nada te impedindo. - digo, tentando me controlar

– Não vou, sabe disso. - a essa altura nossas bocas ja estão quase juntas, o mundo desaparece.

– Você sabe que pode e deve. - eu a advirto segurando na sua cintura a trazendo para perto.

– Você também, sabe que devia. - ela fala, sinto sua respiração na minha

– Não vou, sabe disso - repito o que ela disse. - não espero ela esponder e a beijo. Sinto um calafrio gostoso quando ela coloca as mãos no meu peito me puxando. Seguro na sua nuca trazendo-a para meis perto como se a qualquer momento ela pudesse escapar, fuigir a qualquer momento e absolutamente não era aquilo que eu queria. sentia suas mãos geladas subindo para minha nuca e massageando meus cabelos. Aquilo em uma palavra: perfeito.

Nos afastamos, mas continuo mantendo meus olhos nela, forçando me a não beija-la de novo.

– E- eu...- ela tenta dizer algo - Eu não...

- Eu disse que podia fugir. - rio porque mesmo com a baixa luminosidade percebo que ela esta vermelha

- Eu não ia fugir. - ela suspira

- E porque não?- encaro-a meio que forçando a responder

- Porque eu queria aquilo - perco os sentidos. - Satisfeito? - a observo imóvel ela pegar as coisas e voltar a andar pela trilha.  Caramba porque? Porque só ela consegue me deixar assim, porque?!

Decido finalmente me mexer e segui-la.

# POV’s Valerie

 Caminho pesadamente enquanto ele chega andando ao meu lado, evito encara-lo. Lembro- me do que Catherine me disse uma vez e então não sei o que me da que voo em cima dele e o empurro contra uma árvore colocando meu braço em seu pescoço.

- Olha, se você contar pra alguém, incluindo Catherine, eu arranco sua cabeça, está ouvindo?!

- Ta, mas... – ele tosse e tira meu braço de seu pescoço. Ele limpa a garganta – Ta, mas porque?

- Porque se você contar eu vou você ser d... – NÃO! NÃO VALERIE, VOCÊ NÃO PODE DIZER! – Ah, sei La, ela gosta de você e... não, não faz sentido nenhum contar, sacou?!

- Não, você ta mentindo! – ele rebate.

- Não to não! – digo quase gritando.

 Sigo com ele pela trilha. Em uns metros avisto a casa.

 - É ali! – ele aponta pra pequena casa de madeira escura e abandonada.

 Pegamos a lenha e colocamos tudo em um carrinho que Ryan sabia que estava La, porque não trouxe nada pra ajudar a levar. Voltamos pelo mesmo caminho, ele não deixa eu levar o carrinho nem um segundo sequer, a não ser quando eu o empurro, mas não consigo leva-lo por mais de 2 segundos, até discutimos por isso.

Quando finalmente chegamos, eu estou totalmente acabada.

- Finalmente!! – Drake grita – A gente aqui morrendo de frio e os pombinhos só chegam agora, parabéns, belo trabalho! – ele bate palmas enquanto se aproxima pra tirar a lenha.

 - Vocês tinham cobertores – rebato – Nos não.

 - Acha que eu não sei que vocês ficaram agarradinhos o tempo todo.

- Cala a boca! – Ryan grita.

 ***

 Entro na barraca e fico deitada no meu lado dela, pensando. Eles ainda estão La fora, comendo mashmellows, eu bem que queria, mas não estou com estomago pra isso.  Fico pensando no que aconteceu hoje mais cedo, preciso mesmo de alguém pra conversar, contar o que ta rolando. Não posso, simplismente não posso, não é tão fácil de explicar. Eu não posso ta sentindo isso. Droga, porque aconteceu aquele beijo... e porque eu não consigo simplismente apaga-lo, tipo BUM apaguei.

Alguém abre a barraca e se deita do outro lado, mesmo sendo separados por um lençol e travesseiros prefiro imaginar que são dois lados.  Finjo que estou durmindo. Mas sei que ele esta parado olhando pra mim, resisto em não abrir os olhos ou me virar.  Ótimo, penso.