Boy With One Eye escrita por João A


Capítulo 3
Tres


Notas iniciais do capítulo

Nem demorou para sair! hehehe... Como sempre, espero que gostem! ^^



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A situação se repetia em meus sonhos. Louise estirada no chão; uma mulher de preto; morte. Era meu constante pesadelo.

Acordei, mais uma vez, com o coração martelando forte em meu peito e suando muito. Mas dessa vez em um lugar diferente. Quando abri meus olhos, encarei a parte de cima de uim beliche. Me levatei devagar, aindas grogue por causa da droga que me deram, e examinei o lugar em que estava: um quarto, espaçoso e clraro; com um beliche, no qual eu me encontrava na parte de baixo; duas pequenas escrivaninhas, uma delas com uma mochila jogada em cima; um armário e duas portas; uma, provavelmente, levava a um banheiro e a outra para o que eu mais queria: a saída.

Eu ainda estava com as roupas que me deram antes: camisa preta; jeans e botas de couro preto.

            - Então você finalmete acordou?! - Ouvi uma voz masculina.

            - O que diabos... - Não consegui terminar minha frase. Um menino se debruçou da parte de cima do beliche; me fazendo pular de susto e bater com a cabeça no suporte do colchão de cima. - Ai! Cacete!

            - Foi mal, foi mal! Não queria te assustar. - Disse, em seguida, o garoto, enquanto descia do beliche. Devia ter aproximadamente 17 anos; alto; com cabelo loiro cortado ao estilo militar e com a pele cor de bronze. Exatamente o tipo de menino que, voltando à minha vida anterior, não me agradava. Costumavam ser populares e metidos; com os cérebros derretidos e que escorreram para os músculos.

Não era inveja, nem nada assim. As pessoas não costumavam me achar feio. Eu era, também, relativamente alto; com cabelos muito negros e olhos cinza como uma nuvem carregada; apesar de bem pálido.

            - Tudo bem. Mas... quem é você?

            - Sou Jeremy, seu colega de quarto. - Disse o garoto estendendo a mão e sorrindo - Prazer.

            - Er... Prazer - Apertei sua mão - Mas onde é que eu estou? Ainda na tal "Organização"?

            - Calma. Como me pediram, vou te explicar tudo. Mas não quer tomar um banho antes? Você está com cara de quem acabou de sair de uma guerra. - Disse Jeremy, enquanto me estendia uma toalha e indicava uma das portas  - Tudo o que precisa você pode encontrar lá no banheiro. E sua roupas já foram trazidas. Estão no armário!

            - Hã... Tudo bem. - Minha voz já revelando o quanto eu estava esgotado - Mas você vai ter que me explicar tudo assim que eu voltar! - Já não aguentava mais ficar sem entender nada.

            - É claro.

Tirei as botas, peguei a toalha e fui até o armário ver se encontrava algo mais confortável que jeans. Achei uma calça de moleton e um casaco do mesmo material. Perfeito.

No banheiro, após depositar a roupa suja num cesto que encontrei, abri o chuveiro e entrei debaixo da água quente. Pareciam anos desde que eu tinha tomado um banho; mas quanto tempo fazia? Há quanto tempo eu estava confinado naquele lugar? Eu não tinha a menor idéia. Mas agora que tudo o que mais importava para mim, me foi tirado; o que não me faltava era tempo. E aquele banho iria tomar uma boa quantidade dele.

_________________________

Depois de tomar banho e trocar de roupa, me lebrei do olho que, anteriormente, estava tampado com ataduras. Então fui me olhar no espelho; e o que vi me fez arrepiar. Meu olho esquero estava normal, cinza como sempre foi; porém eu não podia dizer o mesmo do direito. Era completamente diferente, vermelho como sangue. O desespero tomou conta de mim, o que tinham feito comigo?

Irrompi pela porta do banheiro gritando e apontando para meu olho diferente:

            - Que merda é essa? O que fizeram comigo?

            - Sente e se acalme, eu vou explicar tudo!

            - Me acalmar? Como você quer que eu me acalme tendo um olho vermelho? MEU OLHO ESTÁ VERMELHO CARA! - E foi aí que percebi: meu colega de quarto também possuía olhos de cor diferente. Um era azul, o outro completamente branco. Só uma fina linha preta demarcava onde era sua íris. - A meu...

            - Ah caramba, senta logo aí e cala a boca pra eu poder explicar tudo! - Jeremy explodiu.

Eu me sentei na cama, ainda com os olhos arregalados de espanto e focados nos olhos diferentes do garoto, que sentou ao meu lado e começou a falar:

            - Bom, primeiramente queria confirmar: Lis lhe falou que lutamos contra demônios e porque, exatamente nós, somos escolhidos para isso,certo?

            - Se Lis for a mulher ruiva, sim.

            - Ótimo. Então vou começar explicando o que são demônios e o porque de lutarmos contra eles. - Eu assenti e ele continuou - Bom, demônios são criaturas mágicas; não do tipo que você pode achar lindo, capturar e fazer três pedidos. Não! - Continuou ele em um tom cada vez mais sombrio - Eles são do tipo que te matariam se pudessem, mas não sem antes provocar muita dor. Você, com certeza, já ouviu histórias sobre vampiros; lobisomens e outras criaturas como essas não é?

            - Sim.

            - Então, elas são histórias baseadas nas breves experiencias dos humanos normais - Disse ele enfatizando a última palavra - Com demônios. Esses seres existem para matar. Desse modo, nós existimos para não deixar que eles acabem com toda a população humana. Portanto, somos treinados para que possamos matar eficientemente. Normalmete escolhemos um tipo de arma e, com nossos parceiros, nos especializamos em matar...

            - Espera... Parceiros? Que parceiros? - Eu interrompi.

            - Cada um de nós tem um parceiro. Lutamos melhor em duplas! Provavelmente vão apresentar o seu amanhã.

O silêncio se estabeleceu entre nós. E eu queria perguntar sobre o passado dele, mas não queria revelar nada sobre o meu em retorno; então perguntei:

            - E todos vocês são simplesmete tirados de suas famílias para vir para cá?

            - É claro que nao!... Bem... Não como regra. Alguns de nós nunca tiveram uma família e foram criados em orfanatos, como é o meu caso. Mas a maioria foi preparado des de pequenos, sabendo que viriam parar na Organização. - O garoto parou e estralou os dedos da mão - Como Lis já te explicou, nós nascemos diferentes; é como se fôssemos raros. Mas porque perguntou isso? Não é esse o seu caso?

            - Bem... É... mais ou menos. - Não queria revelar nada; muito menos trazer de volta memórias dolorosas que empurrei para um canto da minha mente. - E eu sou obrigado a fazer parte disso tudo? Quer dizer... E se não quiser passar minha vida lutando e matando criaturas nas quais eu nem sei se acredito?

            - Uma vez dentro, você não pode sair. E quanto a acreditar, não vai demorar muito para que você não tenha mais dúvidas quanto à existencia desses seres.

            - E meu olho? O que fizeram comigo?

            - É esse olho que vai te permitir lutar contra os demônios. Mas obre isso, acho melhor deixar a explicação para o instrutor dos novatos amanhã e... - a fala foi interrompida por um sinal - Olha, já está na hora do jantar. Vamos, a comida não é ruim e eu vou te apresentar meus amigos.

Acho que eu não tinha muita escolha. Nada mais me restava e, mesmo que não quizesse passar minha vida cumprindo os propósitos da organização, para onde eu iria voltar? Parecia que a única coisa que posso fazer, ao menos por enquanto, era matar alguns demônios.


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Notas finais do capítulo

Reviews? *O*



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