Trainwreck escrita por Jiggle Juice


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Esta fanfic contem três coisas que se você não gosta, avise sua mãe que te leve ao psicólogo porque tem algum problema com você:
1- Faberry
2- Punk!Quinn
3- Música da Demi
YAY, enjoy :3



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Rachel rolou os olhos irritada quando viu os olhares de cobiça que homens e mulheres lançavam a Quinn enquanto ela ia até o balcão da lanchonete buscar mais café. Não que ela não estivesse acostumada com aquele tipo de coisa, pois era impossível não sentir desejo por ela. Rachel só achava que aquelas roupas curtas e provocantes que Quinn usava desde que decidiu se tornar badass deveriam sumir por uns tempos. Não que ela não gostasse. Ela gostava até demais, mas tinha a opinião de que Quinn deveria usar aquele tipo de roupa só para ela, pois a loira – agora com os cabelos cor de rosa – sabia o quão possessiva Rachel poderia ser.

Mas a morena tinha quase certeza que Quinn usava aquelas roupas e tinha aquele andar despreocupado com os quadris balançando da maneira certa, só para provoca-la. Rachel sabia o quanto Quinn gostava quando ela se mostrava uma namorada ciumenta, porque se sentia desejada e amada. E ela não se importava se isso fosse à custa da raiva da morena. Porque depois da briga sempre vinha o sexo de reconciliação.

Quinn estava diferente da garota que gostava de usar vestidos delicados e lenços no pescoço. Ela ainda tinha a mesma essência de quando era uma cheeleader, porque, afinal, ainda era a mesma pessoa, mas sua mudança de personalidade e principalmente de comportamento era bastante notável. Estava mais tranquila e com certeza mais sexy. Não se importava com o que os outros pensavam – ou pelo menos não demostrava – e não queria a mais tão desejada popularidade. Ficava satisfeita em ler seus livros com palavras difíceis, beber seu tão precioso café – que Rachel havia descoberto no começo do namoro ser o vício de Quinn – e ter seus momentos com Rachel, não importava se eram doces e cheios de calmaria ou selvagens recheados de desejo. Só precisava desses momentos para ter sua sanidade prejudicada nos eixos por pelo menos alguns instantes.

Sanidade prejudicada porque, depois que havia se tornado uma badgirl, ela era meio louca. Falava coisas que ninguém era capaz de compreender – talvez por causa de sua inteligência. A genialidade pertence aos loucos, afinal –, ouvia músicas francesas que Rachel havia intitulado de “músicas que só pessoas esquisitas ouvem”, bebia sem pudor a noite inteira, para de manhã, ir para escola – com uma ressaca terrível – e ter um súbito interesse por esportes radicais – o que a causou muitos hematomas, mimos e broncas vindas de Rachel.

Mas, principalmente, sanidade prejudicada porque ela ainda guardava fantasmas do passado como Beth e seu pai, que sempre a perturbavam. Rachel já havia perdido as contas de quantas vezes acordou no meio da noite com Quinn chorando, chamando o nome de sua filha ou de seu pai, ou apenas gritando por socorro. Também havia perdido a conta de quantas vezes Quinn havia conseguido se acalmar com um simples toque ou um beijo carinhoso no topo de sua cabeça, enquanto se aconchegava firmemente ao corpo reconfortante da morena.

Rachel sabia que Quinn poderia estar perdida. E também sabia que ela era um pouco louca, com as ideias fora do lugar. Mas ela não se importava, porque Quinn era seu mundo.

Ela se lembrava de que quando deram seu primeiro beijo, Quinn ficou assustada e tentou recuar, alegando que elas não seriam capazes de manter um relacionamento. Rachel não poderia culpa-la, compreendia seu temor. Os relacionamentos anteriores de Quinn foram traumáticos, era natural que ela temesse que, se ela tivesse algo com Rachel também, as coisas acabariam do mesmo jeito. E Quinn absolutamente não queria que um relacionamento com Rachel terminasse em fiasco.

Mas Rachel não desistiu. Foi persistente, como sempre, e fez Quinn aceitar a proposta de pelo menos tentar algo mais sério com a morena. E Rachel sempre que podia parabenizava a si mesma por nunca ter desistido de ter Quinn porque elas conseguiram ir mais longe que o esperado e agora estavam mais fortes e firmes do que em qualquer relacionamento de ambas.

E mesmo que Quinn apreciasse provocar Rachel, ela sempre dizia coisas que conseguiam derrete-la. Rachel não sabia como ou porquê, mas as palavras de Quinn mesmo que fossem simples e não passassem de uma dezena, causavam um grande efeito. Ela poderia se acalmar ou perdoa-la ou fazer sua vontade com apenas um par de palavras vindas dos lábios de Quinn. Mas existiam três palavras, simples e banais, e com toda a certeza do mundo faziam com que Rachel sentisse que havia uma festa tão grande quanto o ano novo na Times Square dentro de si.

Eu te amo.

Mas houve um breve período – que Rachel agradeceu por ter passado rápido – em que a loucura de Quinn se tornou algo fora dos limites. E a loucura de Quinn nesse tempo não ultrapassava as barreiras de sua mente, mas Rachel sabia que uma grande batalha acontecia dentro da namorada. Foi depois de ter tido notícias de Beth através de Puck. Ele dizia empolgado o quão divertido havia sido a tarde que ela passara com a filha. Shelby só permitia que Puck tivesse contato com Beth, já que não queria aquela Quinn perto de sua filha. Dizia que ela não seria um bom modelo para Beth e que se Quinn quisesse fazer parte da vida da filha, precisaria mudar, começando com o visual. Shelby só não compreendia que aquele era o modo de Quinn se expressar, e que existia uma garota doce e dedica por trás do cabelo colorido. Aquela Quinn ainda era uma melhor influencia para Beth do que a Quinn líder de torcida, fria e fútil que não se importava com nada além de si mesma.

Rachel podia ver a dor nos olhos de Quinn enquanto Puck falava, completamente alheio ao sofrimento que estava a causando. A morena sabia que Puck não fazia por maldade, mas não pode evitar sentir um pouco de raiva. Ele estava ferindo sua namorada, afinal.

Durante duas semanas depois da conversa com Puck, Quinn havia se fechado em sua própria dor e não deixava ninguém entrar, nem mesmo Rachel. E esse era um dos piores defeitos dela. Não se abrir enquanto estava sofrendo, torturando a si mesma com sentimentos ruins e culpas. Rachel queria tanto ajuda-la, mas não conseguia porque Quinn mal olhava em seus olhos.

Na metade da segunda semana, Rachel havia desistido. E não, ela não havia desistido cedo. Muito pelo contrário. Havia tentado ajudar Quinn incontáveis vezes, mas não teve sucesso nenhum. Quando Quinn percebeu a desistência da morena, ficou um pouco desesperada. Ela pediu que Rachel voltasse, mas ela disse “de jeito nenhum”, mesmo que por dentro estivesse morrendo de vontade de voltar.

Quando Quinn chegou à casa de Rachel à uma hora da manhã e implorou para que Rachel ficasse com ela, a morena simplesmente não poderia negar, porque sabia que ela era diferente, que ainda era a mesma pessoa pelo qual havia se apaixonado. Quinn havia prometido tentar mudar aquela parte tão negativa de si mesma, mesmo que precisasse buscar ajuda profissional e tomar remédios, e riu sobre o discurso de Rachel sobre apoiá-la com a terapia, mas que não deveria tomar remédios, pois eram como lavagem cerebral e que ela havia visto em um documentário do Discovery Channel que remédios psiquiátricos muitas vezes só pioravam o estado das pessoas.

Aquela noite terminou com Quinn pronunciando aquelas três palavras mágicas que Rachel tanto gostava de ouvir.

—Desculpe a demora – Quinn quebrou as divagações de Rachel colocando os dois copos de café na mesa e se jogando na cadeira – Mas aquele cara que estava atendendo era meio retardado.

—Nós somos tão diferentes – Rachel disse simplesmente, fazendo Quinn arquear sua sobrancelha perfeita e tomar um gole de seu café.

—Isso é ruim? – Indagou entre goles.

—Não, nem de longe. Quer dizer, os opostos se atraem – Quinn lhe lançou um olhar zombeteiro – Não me olhe assim! Eu sei que foi clichê, mas é verdade.

—Eu nem disse nada.

—Não precisa. Seus olhos estavam debochando de mim – Falou emburrada, mas quando Quinn abriu um sorriso de pura adoração, resolveu continuar: — De qualquer maneira, a cada segundo com você minhas esperanças continuam crescendo.

—O que isso significa?

—Que eu tenho certeza de que vamos ter momentos bons e românticos e que um dia vamos nos casar e ter filhos – Sorriu – E a fé que você deposita em mim e no meu talento me fazem ter cada vez mais certeza que um dia eu vou chegar até onde eu quero.

—Eu sempre tive certeza disso, Rachel. Você é simplesmente a pessoa mais talentosa desse mundo – Pausou por um momento – Não há dúvidas.

Rachel sentiu seu coração inflar, se apaixonando ainda mais por Quinn.

—Viu? É disso que eu estou falando. Você zomba de mim em um segundo e no outro você diz coisas lindas. É maravilhoso o jeito em que você leva a situação. Você é tão forte e está sempre lutando, mas ao mesmo tempo ainda é doce e adorável. Você é um tipo raro, Quinn – Rachel sorriu quando viu Quinn abaixar a cabeça, envergonhada – É exatamente por isso que Shelby está deixando você fazer parte da vida de Beth. Porque depois daquelas duas semanas terríveis, você cumpriu o que me prometeu e está melhorando e mostrando a ela o quanto você ama Beth e o quanto se importa, mesmo ainda continuando com o cabelo cor de rosa super sexy – Quinn gargalhou – Você é um tipo raro, Quinn Fabray – Repetiu.

Quinn a fitou por alguns segundos antes de falar:

—Puxa, estar dentro de um livro de Nicholas Sparks até que é divertido.

Rachel revirou os olhos e cruzou os braços.

—Você é impossível – Resmungou.

—Você me ama – Respondeu convencida, bebendo outro gole de café.

—É verdade.

Quinn sorriu com doçura e depositou um beijo carinhoso nos lábios da morena, e puxou a cadeira em que ela estava sentada para mais perto de si. Rachel afundou o rosto na curva do pescoço da namorada e pensou que não poderia ser mais feliz.

E Rachel achava meio engraçado o fato de Quinn ter dito que elas não seriam capazes de ser felizes, porque ela se apaixonava como nunca antes. Seu coração por muito tempo esteve quebrado, mas Quinn conseguiu concertá-lo e elas já tinham ido tão longe.

Quinn era toda errada. Era um trem desgovernado, alguém sem limites e que ninguém mais poderia colocar controle, mas talvez, se Quinn não fosse daquele jeito, louca e debochada, doce e inteligente, nerd e descolada, forte e sensível, uma mistura da HBIC com uma punk de cabelos coloridos, os sentimentos de Rachel não seriam tão fortes.

Quinn era perfeita nos olhos de Rachel, e se ela fosse diferente, talvez não a amasse tanto.



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Notas finais do capítulo

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