O moreno contemplou o rosto sereno da amada. Tão calmo que poderia estar dormindo, mas Sirius sabia que não era assim. Será que nunca mais encararia aqueles olhos avelã que tanto o confundira?

"- O que você está olhando Sirius?_ Marlene cerrou os olhos.
– Você. Porque? É proibido agora?
O rosto da morena assumiu uma coloração rosada.
– E qual é a graça de ficar me encarando?
– Seus olhos.
– Meus olhos? O que eles tem de mais?
– Eu não consigo decifra-los. _ O maroto acariciou seu rosto. - Talvez seja por isso que eu goste tanto deles."

Marlene era sempre uma caixinha de surpresas. Tinha um humor incontrolável, a risada mais sincera que ele já teve o prazer de escutar. Ela era ela mesma sem se importar com o que os outros iriam pensar, era corajosa, e estava disposta a arriscar tudo por quem amava. Confundia com sua personalidade menina-mulher.

"- Sabia que você é muito esquisita Lene?
Sirius gargalhou ao observar a namorada dançar em círculos pela cozinha com uma barra de chocolate na mão.
– O que você quis dizer com isso Black?_ Ela apontou ameaçadoramente o dedo sujo no rosto do maroto.
– Hum, que estou com muita vontade de comer chocolate!
Antes que ela tivesse tempo de reagir, ele tomou-lhe a barra de chocolate da mão e saiu correndo.
– BLACK, SEU LADRÃO!"

Sirius sentia dor. Uma dor tão profunda quanto um crucio poderia causar, ao ver Marlene ser levada para longe dele, longe de seus braços, longe de sua proteção. E quem disse que um Black nunca chora, não viu as lágrimas que caíram naquela noite. Lágrimas de tristeza, de medo de um futuro incerto que viria a seguir. Seu anjo estava morto.

“- Sirius,_ Lene deitou a cabeça em seu peito. - você está com medo?
– De que?
– De morrer, de perder alguém nessa guerra.
– Não._ Sua voz era firme. - Afinal, estou nos braços de um anjo."