Dor. Ela sentia uma dor inexplicável. Seu corpo inteiro doía, e ela sentia como se fosse desmaiar a qualquer momento. Por um momento, ela sentia como se tivesse morrido. Ao menos, era isso que deveria ter acontecido.

Mas então teve uma luz, e... Um homem. Um homem de olhos azuis como o oceano, mas ele sumiu rapidamente. Eram tudo como lembranças.

Lana Lang abriu os olhos, lentamente, ainda sentindo a dor consumindo seu corpo. Ela não estava com nenhuma parte quebrada. Mas ainda assim, doía.

Ela ergueu, com dificuldade, o corpo da maca onde estava deitada. Olhou ao redor. Ela estava no hospital.

Respirou fundo, enquanto as lembranças do que tinha acontecido invadiam sua mente.

Um acidente. Seus tios... Seus tios, e Elena. Elena e ela tinham ido a uma festa, e então seus tios chegaram para levar as duas de volta pra casa. Elena estavam gritando com os pais, e eles gritavam com ela de volta, e Lana tinha tentado acalmar os gritos, tentar acalmá-los. Mas não adiantou. Seu tio perdeu o controle do carro, e o carro caiu na água.

Lana levou a mão à boca, sentindo as lágrimas invadirem seus olhos. Onde estavam seus tios e Elena?

Ela se levantou da cama, tirando os aparelhos, e abrindo a porta de seu quarto. Ela olhou ao redor, procurando por alguém conhecido. Ela viu Bonnie, e Jeremy, e sua tia, Jenna. Lana procurou pelos outros, e a única pessoa que ela viu foi Elena.

- Lena! - exclamou Lana, correndo até a prima. Elena se virou pra ela. Os olhos da outra morena também estavam tão molhados quanto os de Lana.

Lana se atirou na prima, abraçando-a com força, e deixando algumas lágrimas caírem. Ela se sentia tão assustada. A última vez que estivera tão assustada assim fora quando seus pais, Laura e Lewis, morreram quando ela tinha três anos. Ela se sentia como aquela menininha novamente.

- Lana - Elena choramingou contra o cabelo da prima. - Você está bem?

Lana se afastou, e assentiu, limpando as lágrimas.

- Sim, você? - Elena assentiu. - Cadê seus pais?

Os olhos de Elena se encheram de lágrimas novamente. Os lábios dela ficaram trêmulos, e ela desabou no choro novamente, abraçando a prima.

Lana paralisou. Elena estava reagindo exatamente como Lana tinha reagido quando perdera seus pais. Não levou mais que alguns segundos pra que Lana tivesse compreendido o que tinha acontecido.

Ela se permitiu chorar junto com Elena, e se abraçou ainda mais na prima. Com o olhar embaçado, ela avistou Jenna se aproximando, tão chorosa quanto as duas. Jenna correu, e abraçou as duas. Nenhuma palavra precisou ser dita. Elas simplesmente choraram.

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No dia do funeral...

Silêncio, agonia, e fungadas dominavam o funeral de Miranda e Grayson Gilbert.

Elena chorava enquanto tentava falar com as pessoas, e Lana se encontrava abraçada com Jeremy, ambos tentando lutar contra as lágrimas. Aos poucos, Lana resolveu que deixaria Jeremy sozinho um pouco. Ela abraçou-o mais forte, beijou-o de leve na testa, ficando na ponta dos pés, então se soltou, indo procurar por sua tia, Jenna.

Encontrou-a conversando com algumas pessoas, um pouco perto da entrada do cemitério de Mystic Falls. Jenna olhou pra ela, e Lana fez um sinal com a cabeça pra que ela viesse ao seu encontro.

Jenna se despediu das pessoas, e caminhou em direção à sobrinha, que estava pálida e trêmula.

- Hey - falou Jenna, abraçando-a rapidamente. - Precisamos conversar.

- Eu sei - disse Lana com a voz fraca.

- Jeremy e Elena vão precisar de nós duas aqui. Vamos nos mudar pra Mystic Falls - Jenna continuou, enquanto Lana apenas assentia com a cabeça. - Eu sei que é difícil, porque você tem uma vida em Smallville, mas...

- Não - Lana a interrompeu. - Eu entendo, tia Jenna. Eu acho até melhor.

Jenna sorriu de lado.

- Vamos?

Lana assentiu, e se deixou ser abraçada de lado pela tia.

Por instinto, ela olhou rapidamente pra trás, e seus olhos se arregalaram um pouco com o que ela viu. Ela viu um corvo.

Estava em cima do túmulo de Grayson e Miranda. E talvez fosse loucura dela, mas ele parecia estar encarando-a.

Lana tornou a olhar pra frente, e se abraçou ainda mais na tia, fechando os olhos, e esperando que ao abri-los novamente, fosse apenas um pesadelo.

Mas não era.

Era só o começo.

CONTINUA...