- Gothic Boy escrita por Leoparda


Capítulo 1
a shoot of love


Notas iniciais do capítulo

Essa fic faz parte de um quadro, são 13 fic's, todas inspiradas em musicas da banda The 69 Eyes todas RxR e quase todas no POV do Reita.

Fics já postadas;

x Perfect Skin
x Never Say Die
x Dance D' Amour
x Betty Blue
x Devils e • Angels [juntas numa Two Shoot]
x Gothic Boy



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- Consegue ver ele?

 

 Assenti com a cabeça.

 

- Você deveria parar de perseguir ele Aki... Ele pode achar que você é um desses líderes religiosos que quer converter ele, sei lá.

 

 Eu ri negando de leve.

 

- Isso é mais forte que eu Kou. – Encarei o menino de longe. – Ele tem alguma coisa que me prende.

 

 Ele suspirou.

 

- Só espero que não o suficiente para você não conseguir fugir.

 

 Eu ri.

 

 Ele desceu do muro e olhou pela grade do portão.

 

- Tome cuidado, só isso.

 

 Eu concordei, vendo ele se distanciar, provavelmente indo para casa.

 

 Suspirei e voltei a me encostar no tronco velho de uma árvore gigantesca que havia por ali, sempre do mesmo jeito.

 

 Tudo para poder ver ele, o pequeno gótico que todos os dias ia no cemitério perto de casa.

 

 Eu o havia visto pela primeira vez há dois meses na frente da minha casa enquanto esperava Kouyou sair para podermos ir ao cinema.

 

 E, desde daquela tarde, eu havia me apaixonado, não pelo seu estilo de se vestir, mas por sua beleza perfeita.

 

 E por isso comecei a segui-lo, tentando imaginar aonde ele ia todas as tardes, pois eu realmente morava no final da cidade e ali não havia nada.

 

 Bom... Pelo menos nada pra pessoas da minha idade, só o típico comércio popular de sempre.

 

 E foi quando me surpreendi vendo ele entrar no cemitério grande que havia há quadras de distância de onde eu morava.

 

 E me surpreendi mais ainda quando ele simplesmente passou as mãos nos túmulos, fechando os olhos e falando algo baixinho.

 

 Escolheu um lugar mais afastado e se sentou entre duas lápides, tirou um livro da mochila que carregava e começou sua leitura.

 

 Sem um mp3, uma música, uma companhia, nada.

 

 Simplesmente ele e os mortos que descansavam ali.

 

 E em vez daquilo me afastar, em um claro sinal que ele não queria companhia alguma, aquilo fez-me encantar mais com algo que eu nem sabia mais o que era ao certo, mas que me atraia nele de uma forma nova e excitante.

 

 Seu cabelos loiros claros, seus olhos coloridos por lentes de contato, suas roupas pretas e brancas, na maioria das vezes rasgadas, sua maquiagem negra e seu rosto infantil eram um pacote único e completo.

 

 E só de vê-lo, meu coração já acelerava, mas a coragem, em compensação diminuía.

 

 Eu não conseguia criar coragem para falar um "oi" sequer, algo dentro de mim dizia que ele não curtia caras como eu.

 

 Porque enquanto ele curtia toda as paradas de cemitério e goticismo, eu curtia shows e o punk rock.

 

 Éramos de mundo totalmente diferentes no final das contas, eu havia percebido isso na primeira vez que o vira.

 

 Mas nem por isso eu desistia de sentir esperanças, que talvez ele um dia me notasse e tentasse me dar uma chance.

 

 Mesmo sabendo que ele provavelmente era preconceituoso e só curtia gente da mesma espécie.

 

 Com a cabeça voando longe, vendo ele sentado calmo lendo um de seus livros de magia eu nem notei que pedrinhas pequenas caiam do muro aonde eu estava sentando.

 

 E quando notei estava escorregando, gritando e tentando me agarrar no muro, o que não funcionou. E, em segundos, eu estava no chão.

 

 Eu não saberia dizer de onde havia vindo tanta escuridão e nem como ela chegou, mas aconteceu.

 

 E quando ela finalmente foi embora eu senti meus olhos pesarem.

 

- Você está bem? – Um sussurro era a única coisa que eu conseguia ouvir, bem perto.

 

 Me obriguei a abrir os olhos e ver quem era.

 

 E quando olhei bem para o rosto de meu salvador senti minhas bochechas pegarem fogo.

 

 Ele sorria de uma forma calma e dócil que fazia eu sentir meu coração batendo freneticamente.

 

- Está doendo? – Ele perguntou calmo passando as mãos em cima de meus cabelos. – Foi um tombo feio.

 

 Eu não conseguia responder, ainda mais ao notar que estava com a cabeça deitada sobre seu colo.

 

 E por ter seus dedos passando de leve por minha cabeça.

 

 Aquilo só podia ser um sonho ou eu iria morrer de vergonha.

 

- Eu...

 

 Ele me olhava divertido, deu um sorriso e riu um pouco.

 

- Meu nome é Takanori, mas pode me chamar de Ruki.

 

 Eu podia jurar que meu coração iria sair pela boca.

 

- Meu nome é Akira, mas meus amigos me chamam de Reita.

 

- Akira... – Ele disse baixinho. – É um lindo nome.

 

 Eu sorri envergonhando.

 

- Obrigada.

 

 Ele sorriu doce mais uma vez e eu me toquei aonde estava deitado, com um pulo me levantei sentando de frente para ele.

 

 Sem ainda saber o que exatamente falar direito.

 

- Porque me segue tanto Akira-kun? – Ele perguntou doce.

 

 Senti minhas bochechas arderem e abaixei o rosto, colocando uma mão sobre um dos olhos.

 

- Eu só achei você... Interessante demais. – Eu sussurrei o final envergonhando demais para poder até falar.

 

 Ouvi seu riso leve.

 

- A maioria das pessoas acha. – Ele começou com um tom sereno. – Mas sabe, eu não escolhi ser gótico, simplesmente faz parte do que eu sou.

 

- Ah não, não pela parte disso tudo. – Falei apontando para suas roupas e maquiagens. – Mas por você ser...

 

 Ele me encarou confuso.

 

- Ser...?

 

 “Perfeito” Completei em pensamentos.

 

- Você mesmo.

 

  Seus olhos me encararam por alguns segundos e eu fiquei pensando de onde havia tirado tamanha coragem para tudo aquilo.

 

 Mas no segundo seguinte ele deu o sorriso mais lindo que eu já havia visto em toda minha vida.

 

 Encarei-o, fascinado com seu sorriso mais belo do que havia pensado e ele corou ligeiramente.

 

 Abaixou um pouco a cabeça e se levantou com calma.

 

 Eu também levantei e encarei ele.

 

- Você mora aqui perto? – Perguntei vendo ele juntar seu livro e o guardando em sua bolsa.

 

 Ele negou com a cabeça de leve.

 

- Moro do outro lado da cidade.

 

- Hum. – Eu disse interessado. – Bom... Eu moro há umas cinco quadras daqui, se você aceitar eu gostaria de levar você para tomar um chocolate quente para compensar ter te atrapalhado cuidando do destrambelhado aqui sabe.

 

 Ele riu.

 

- Imagina, não atrapalhou em nada, mas eu aceito sim, eu estou congelando. – Ele disse batendo as mãos de leve.

 

 E foi minha vez de rir.

 

 Começamos a sair dali em direção à minha casa e logo vi ele parar e me olhar seriamente.

 

- Aquilo sobre... Bom... Você sabe... Ser eu mesmo... – Ele perguntou embaraçado corando um pouco. – É verdade, Akira-kun?

 

 E o brilho que havia em seus olhos em tamanha expectativa era algo mágico de se ver.

 

 Eu acenei de leve com a cabeça, vendo ele me encarar ainda corado.

 

 Simplesmente sem me conter cheguei mais perto dele e beijei sua bochecha.

 

- Para você, é Aki. – Sussurrei perto de seu ouvido.

 

 E só de ouvir seu suspiro de leve, eu já tive certeza.

 

 Ele era o gótico de minha vida.

 

 

~ Fim ~

 

 Essa fic faz parte de um quadro, são 13 fic's, todas inspiradas em musicas da banda The 69 Eyes todas RxR e quase todas no POV do Reita.


Fics já postadas;

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x Never Say Die
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x Betty Blue
x Devils e - Angels [juntas numa Two Shoot]

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Notas finais do capítulo

Reviews me fazem feliz e provam que você curtiu a fic D: /fikdik