NO CAPÍTULO ANTERIOR…

Toshio, já no “espaço aberto”, depois de acabar a trilha de tochas, passou a chama que segurava à Kayako, e posicionou-se ao lado dela. As Gêmeas, por sua vez, deitaram com todo o cuidado do mundo o caixão no chão, de frente à trilha. Elas logo se afastaram, ficando uma em cada lado dos Saeki.

Nossos amigos estavam simplesmente estupefatos. E não era pra menos.

Dentro do caixão estava o corpo de Samara Morgan.

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Nossos queridos heróis ficaram tão surpresos que não conseguiram proferir palavra alguma. O cadáver de Samara estava ali…! Aquilo era, indiscutivelmente, a última coisa que eles imaginariam encontrar ao chegarem ao vilarejo.

Na luta contra Gandalf, o Cinzento, Samara Morgan, ao morrer, simplesmente desaparecera. Não sobrara nada do corpo, além de um rolo de filme inútil e vão. Entretanto, esse dilema obviamente não seria cabível à ocasião… Estamos tratando, afinal, de Samara, ex-vice-líder dos vilões. Kayako Saeki obviamente sabia onde o corpo se encontrava. E lá estava ela, nossa querida empoçada.

Samara vestia seu usual vestido branco. Seus longos cabelos escuros corriam ao lado de sua cabeça, enquanto os dois braços, cruzados sobre o peito, passavam por cima dos cabelos. Ela segurava um pequeno ramalhete de flores brancas, e pétalas brancas tinham sido jogadas pelo caixão, de forma que o corpo estava aconchegado em meio àquele mar de pétalas.

As Gêmeas Grady dirigiram-se ao lado de Kayako e de Toshio, olhando para o caixão.

GÊMEAS – E agora, enfrentamos a perda de nossa querida Samara Morgan. Ela, que nos buscou para sermos seus valorosos e leais peões, perdeu a vida há pouco menos de cinco horas. Que seu espírito ronde eternamente os poços de outros universos e cosmos, que ela possa encontrar televisores fodas para atravessar, telefones decentes para ligar e fitas de vídeo únicas para passar a todos a grandiosa vida que teve. Que nossas lágrimas de infelicidade e que a chuva que banhou esse chão desde sua morte sirvam como correnteza para leva-la ao destino que lhe convir… e que todas nossas ações sejam voltadas à relização de seus últimos sonhos.

Elas fizeram uma pequena pausa antes de terminarem, falando:

GÊMEAS – Descanse em paz, Samara Morgan.

Ao mesmo tempo, uma suave e triste música começou a tocar, vinda do nada. Não havia aparelho algum ali. A melodia simplesmente soava no ar, vinda do nada e indo para o nada. Era vulgarmente conhecida como “Samara's Song”. A música parecia ser infinita. Quando chegava ao fim, simplesmente recomeçava, do mesmo tempo, no mesmo ritmo, como se fosse uma só eterna volta…

A voz de Samara pairava na melodia. Entretanto, a música era morta: voz e melodia pareciam estar mortas. Mesmo assim, o som pairava e continuava, baixinho, nos ouvidos de cada um.

Kayako Saeki aproximou-se do caixão de Samara, com a tocha em mãos. Seus cabelos agitavam-se suavemente com a chuva e com o vento. Mas logo eles começaram a ondular mais violentamente: só podia ser por vontade da própria. Os cabelos negros continuavam ondulando quando Kayako, subitamente, largou a tocha no chão.

Não foi no caixão. Samara ficou intacta… A tocha caiu, mesmo, no meio do chão, acima do corpo, no meio do piso de pedra da praça.

Mas, sobrenaturalmente, as chamas começaram a crescer e a tomar uma forma nada típica. Em poucos instantes, lá estava… um poço feito de chamas!

Ninguém tinha coragem o suficiente para falar alguma coisa, nem ao menos cochichar. Isso, é claro, falando dos heróis. Os vilões, por sua vez, estavam só de cabeça baixa, olhando para a cena no centro da praça. Era até mesmo irônico: a praça era para ser o local de execução de Hashirama e acabou sendo o local do funeral de Samara.

O “poço em chamas” logo começou a diminuir. Pouco a pouco, o fogo já tinha sido extinto, porém, para a surpresa dos nossos queridos, lá estava… um genuíno e verdadeiro poço de pedra!

Kayako estava tão desesperada que não deu tempo para os retardados apreciarem cada surpresa dignamente (WAT?). Sem mais delongas, seus cabelos começaram a ondular e a crescer satanicamente, em direção ao caixão. Logo, lá havia uma verdadeira “floresta” de cabelos, chicoteando e percorrendo o ar. O caixão de Samara foi envolto nas cabeleiras negras de Kayako, e em seguida, ele foi erguido no ar. Kayako ergueu o caixão a uns dois metros de altura do chão. Rompendo brutalmente com a melodia, que ainda tocava, ela deu um dos seus gritos nefastos. Sem mais nem menos, algumas pedras do chão começaram a ser arrancadas, como se mãos invisíveis estivessem ali, as tirando da argamassa.

Cada pedra que era retirada era jogada violentamente para os lados; elas iam voando e girando rapidamente para longe, quase acertando a cabeça dos outros. Kayako continuava uivando (WTF?) desesperadamente, quando a terra úmida que havia abaixo das pedras começou a ser retirada like a escavação.

A terra, ao contrário das rochas, ficava flutuando no ar, ao redor do caixão e dos cabelos de Samara. Quando uma faixa de terra suficiente para que o caixão fosse mergulhado foi aberta, os cabelos de Kayako lentamente foram abaixando. Em poucos instantes, todos conseguiram ver, pela última vez, o corpo de Samara Morgan, intacto, quando o caixão foi mergulhado completamente na cova aberta.

Kayako Saeki, depois de livrar os cabelos da cova (porém, eles ainda continuavam espalhados pelo ar like a demoníacos), juntou as mãos like a rezando. Mas, obviamente, ela não estava rezando coisa nenhuma: ela logo foi separando as mãos e, do centro delas, foi surgindo um grande pedaço de madeira ornamentado e decorado, brotado do nada.

Os cabelos logo agarraram o pedaço de madeira e mergulharam-no lentamente na cova: era a tampa. Em seguida, toda a terra que estava levitando caiu, como numa cascata, sobre o caixão de Samara. Do exato retângulo de terra que se destacava na praça, pedaços de pedra começaram a surgir, reconstruindo completamente o piso de calçamento. A música parou lentamente depois disso.

Era como se nada houvesse acontecido, então. A única diferença era que, na praça, havia um poço, junto ao bordo e à fonte. O restante estava idêntico… Seria idêntico, se eles não soubessem que Samara Morgan acabara de ter seu pequeno “velório”, seu inesperado “funeral” e seu pesaroso “enterro”.

Kayako Saeki continuava berrando like a demônia quando os outros vilões, com exceção dela, de seu filho e das Gêmeas, infiltraram-se no chão, desaparecendo completamente da praça. Os sons de Kayako pararam, finalmente… mas ninguém se atrevia a falar alguma coisa.

GÊMEAS – Bem, seus malditos… Acabaram de presenciar o enterro de Samara-sama. Se Hashirama já vos explicou, isso significa que, querendo ou não, no fim disso tudo, Kayako-sama terá as três Relíquias para ela.

HASHIRAMA – Então, era verdade? Samara realmente fez uma maldição contra a Profecia Suprema e os membros-chave?

GÊMEAS – É claro. E, em certo ponto… sua morte nos foi benéfica. A maldição nunca será desfeita. Você estão condenados! (risada maléfica)

PAIN – E o que vocês querem, agora?

GÊMEAS – Nada, seus bakas. (as duas, Kayako e Toshio começam a se infiltrar no chão, lentamente) Lembrando o fato da transferência ter sido feita com sucesso e, felizmente, ainda estar funcionando perfeitamente, vocês ainda têm um longo caminho à frente. Mas, agora que sabem sobre a Profecia Suprema, as coisas vão ficar realmente mais sérias!

LEIA – Que ótimo… E eu…

GÊMEAS – Você está em grande perigo, Leia… Sugerimos que você se prepare, pois está dentre nossas prioridades no momento. Lesados, a chuva está parando… e, a partir do momento em que ouvirem um trovão, terão exatos sessenta segundos para sair do vilarejo e se dividirem, em, ao menos, dois grupos.

KONAN – Ou…?

GÊMEAS (risada macabra) – Tente adivinhar! Só trinta segundos não farão mal a ninguém, não? (os quatro vilões desaparecem)

TODOS (suspiro de alívio)

OROCHIMARU – O que foi tudo isso?

MADARA – Isso não interessa, retardado! “Aquilo” sempre foi a cerimônia de enterro de Samara…

COLE – E ela serviu para nos mostrar que, agora que ela está morta, nossas chances se reduziram a quase zero.

NAGATO – Não percam as esperanças! Nós ainda…

No mesmo instante, todos ouvem um trovão ensurdecedor, o trovão mais alto e mais estrondoso que já ouviram na noite. Até o momento, eles estavam só sentindo pingos esparsos de chuva, mas, agora, ela tinha, definitivamente, parado.

HASHIRAMA – Corram, estúpidos! Para a saída do vilarejo!