Faltava menos de uma semana para o natal, e eu estava muito empolgada com tudo, afinal o Natal é uma das minhas datas preferidas, todo o ano eu passo junto com meu melhor amigo, Jason, nós crescemos juntos, ele me conhecia mais do que eu mesma, eu estava indo ao encontro dele para comprarmos algo para o natal, eu estava vestindo uma calça jeans, uma blusa de manga cumprida, com dois casacos por cima, com um tênis no pé, com luvas e o cabelo com um rabo de cavalo um pouco solto. Jason vestia uma calça, uma blusa de manga curta e dois casacos, estávamos de mãos dadas, quem olhava para gente a primeira vez, pensava que eramos namorados, ou algo do tipo, minha mãe sempre me disse que a gente ainda iriamos ficar juntos, não só ela, mas como outras pessoas também. De um tempo para cá, eu comecei a sentir algo meio estranho por ele, sei lá, isso começou desde que eu dei ataque de ciúmes com a ex dele, na verdade eu não sabia por que eu tinha feito aquilo, eu só odiava ver ele com ela, e com as outras ex dele, mas depois do dia que quase nos beijamos, eu entendi o por que dos ciúmes, eu realmente estava apaixonada por ele, e isso não era nada bom.

- Ei, terra chamando Aria. – ele disse – tá a mais de meia hora com o vestido no corpo, vai levar ou não?

- Ah.. é – ri – o que você achou ?

- Lindo, o vestido. – ele me deu lingua, retribui

- Vou levar – sorri, voltei para o trocador, coloquei a roupa que estava antes, e fui até o balcão pagar o vestido. O vestido é vermelho, é um pouco acima do joelho, é gola V não muito cavada, e um sandalia dourada, o Jason comprou uma calça jeans, e uma blusa social branca.

-  Pelo amor de Deus, chega de compras, vomos comer algo, to morrendo de fome. – ele falou fazendo bico e colocando a mão na barriga.

- Garoto, parece que você vive em um deserto. – respirei fundo – tá, vamos em uma lanchonete.

 - É quase isso. – ele sorriu, e me puxou pelo pulso até a lanchonete mais proxima, dei lingua para ele, e o acompanhei. Como no shopping tinha Mc’donalds, então fomos lá mesmo. Ele me olhou e disse

- Quarteirão e coca, certo?

Sorri e concordei com a cabeça, depois pegamos nosso lanche e fomos sentar, conversamos sobre várias coisas, planos para o proximo ano, etc.

- Ei, estranha.

- Fala, esquisito.

Ele riu.

- Eu meio que.. to apaixonado, e  queria pedir ela em namoro.

Eu engasguei com a coca, depois de tanto tossi, e ele fica rindo da minha cara, respirei fundo e disse.

- Então pede, uai.

- Mas, eu queria sua ajuda, tipo, como posso pedi-la em namoro?  Tipo, eu dou o que, flores, anel, chocolate? Faço serenata, danço?

- Menos, bem menos. – eu comecei a rir, mas para falar a verdade eu tava destruida por dentro, bom mas isso é normal acontecer comigo, sempre fui muito azarada. – compra um anel, e se declara, isso faz toda mulher feliz.

 - Até a você?

Fiquei sem reação e não sabia o que falar, apenas concordei com a cabeça, e voltei a beber a coca. Depois de tanto andar, conversar sobre varias coisas, ri, ele me deixou em casa. Entrei e minha cachorra Anusha começou a latir, e a pular em cima de mim, brinquei um pouco com ela, e depois fui tomar um banho, coloquei uma calça larga, e uma blusa maior do que eu, começou a nevar, fiz um chocolate quente, peguei uma coberta, e fui sentar em cadeira que tinha na varanda, me enrolei na coberta, e a Anusha deitou ao lado da cadeira, fiquei bebendo o chocolate quente e observando a neve cair, até que a campainha tocou, levantei e perguntei quem era.

- Papai Noel. – Jason dizia rindo

- Idiota. - Abri a porta rindo, nem ligava estar daquele jeito, toda “largada”, ele já estava acostumado a me ver assim.

- O que você quer? – perguntei

- Não posso mais ficar um pouco com minha melhor amiga?

- Seu vídeo-game quebrou de novo né?

Ele fez bico e concordo com a cabeça, ri e fiz um chocolate quente para ele também,e fomos para a varanda, ficamos conversando por horas, rimos, brincamos, como sempre, relembramos quando éramos crianças. É estranho olhar para ele e meu coração disparar, e ao mesmo tempo doer por saber que ele ama outra, mas por que diabos fui inventar de me apaixonar pelo meu melhor amigo? Enfim, a hora passou rápido, e ele dormiu na minha casa mesmo, para falar a verdade arrumamos a árvore de natal, e depois passamos a madrugada vendo filme e comendo brigadeiro. A semana passou rápido e hoje já é natal, tava tudo arrumado e lindo, fui me arrumar, não demorou muito a campainha tocou e a Anusha começou a latir, fui atender. Quando abri a porta me surpreendi, ele estava com buquê de flores rosas, fiz uma cara de surpresa, e sorri.

- Feliz Natal. – ele disse parado na porta e com o buquê para mim, com um sorrisinho de lado.

Peguei o buquê, dei um cheiro, estava muito cheirosa as flores, e sorri .

- Feliz Natal.  - sorri

Ele parecia um pouco nervoso e ansioso.

- Aconteceu algo? – perguntei.

- É o seguinte, eu preciso te dizer uma coisa, por favor só não diga nada até eu terminar ok?

Coloquei as flores em um recipiente com água e fiquei olhando para ele.

- É o seguinte, eu te amo desde do primeiro dia que a gente se viu, sim desde criança, é horrível ter que te olhar todo o dia e não poder te tocar, te beijar, te ter para mim, é horrível ver você sofrendo por uns babacas que não te deu o valor que você merece. Você merece ser tratada que nem uma rainha, com todo o mimo e atenção, merece alguém que realmente te ame, e que não te troque por nada nesse mundo, eu já te disse que eu amo quando você dá ataque de ciúmes ou quando você me chama de idiota? Por que eu sei que é uma forma de você dizer que me ama também, talvez não seja como eu te amo, talvez seja somente amor de amigo, eu esperei a minha vida inteira por esse dia, fiquei igual um babaca ensaiando na frente do espelho. Eu iria fazer uma serenata, mas você sabe eu sou péssimo com essas coisas de romantismo, mais por você eu viro romântico, quer que eu faça uma serenata para você agora? Eu faço, não tem problema, eu danço, faço qualquer coisa para poder te conquistar, cara, eu te amo demais. É isso, eu acho, eu te amo mais que tudo Aria.

Quando ele terminou eu já estava chorando demais, a maquiagem estava toda borrada, em meio de tantas lagrimas eu abri um sorriso.

- Louco. – sorri

- Por você? Muito. – ele se ajoelhou, pegou uma caixinha e abriu a mesma tinha duas alianças dentro da caixinha, eu fiquei mais surpresa do que já estava, eu não conseguia falar nada.

- Ei estranha, aceita ser minha ?

- Eu sempre fui sua idiota, meu idiota.

 Ele colocou a aliança no meu dedo, e eu fiz o mesmo. Ele se levantou e colocou as mãos em minha em minha cintura, me puxando para ele, e envolvendo os braços em volta da minha cintura, envolvi meus braços envolta de seu pescoço, encostei minha testa na dele, e sussurrei.

- Eu te amo.

- Eu te amo mais boba. – ele sussurrou, e me beijou, um beijo apaixonado, carinhoso, e ao mesmo tempo intenso, e só paramos quando já estávamos sem fôlego, ele encerrou o beijo com um selinho.

- Eu nem comprei nenhum presente. – fiz bico

- Você é o meu presente de natal, o melhor presente de todos. – ele sorriu, me levantou e voltou a me beijar, sem duvidas esse foi o melhor natal da minha vida, e ele foi o melhor presente de natal.