Minha mãe começou a dizer que eu tinha que me arrumar para ir na festa com o Nathan porque tenho que estar na altura dele. Nossa, valeu, mãe, eu também te amo! Enfim, ela tem razão, o Nathan é lindo...eu não devia ter dito isso mas é, o Nathan é lindo quando está desarrumado então imagina hoje que ele vai se arrumar, mesmo que um pouco para essa festa.

Coloquei um vestido tomara que caia preto que era grudado até a cintura, até essa parte cheio de pedrinhas brilhantes, e a saia era rodada, claro que é da minha mãe, igual
o sapato de salto que eu coloquei rezando para não levar um belo de um tombo. A maquiagem era cheia de brilhinhos e com delineador gatinho e o meu cabelo está como sempre mas dessa vez penteado.

Fiquei sentada no sofá pela primeira vez na vida parecendo gente para ainda está bonita para quando o Nathan chegar e alguns minutos depois quando eu já estava quase morrendo de ansiedade sei lá porque a campainha tocou. Sai correndo até a porta e quando cheguei na porta parei com a mão na maçaneta para não parecer desesperada por um motivo que nem eu mesma sei porque. Me ajeitei e abri a porta.

–Oi...Nathan...-Disse analisando ele de cima a baixo enquanto ele fazia o mesmo comigo.

–Oi, Soph, você está...-Ele ficou corado. -...linda. Como sempre mas...é, sabe? -Ele deu um riso-. -Você entendeu. -Passou a mão pelos cabelos. Eu ri dele.

–Obrigada, você também está lindo! -Agora quem está corada sou eu.

–Obrigado! Então, vamos? -Ele esticou a mão para que eu pegasse.

–Vamos. -Segurei a mão dele e depois me virei e avisei gritando para minha mãe que estava indo e fechei a porta antes que ela desse o ar da graça.

[...]

Fomos de braços dados até a portaria e quando cheguei lá passei encarando o porteiros. Como eles conseguem me esconder aquilo? Ele só deu um sinal de cabeça como se estivesse se despedindo e o Nathan foi me puxando o resto do caminho. Do lado de fora tinha um menino com uma garota, acredito que seja o amigo da escola do Nathan e a namorada de verdade dele.

–Sophie, esse é o Cole. -O Nathan apontou para o amigo e nós nos cumprimentamos.

–Essa é a minha namorada, a Jade. -Eu e o Nathan cumprimentamos ela do mesmo jeito que eu tinha cumprimentado o Cole antes.

–Prazer. -Dissemos todos ao mesmo tempo. Como fui simpática, com isso podemos chegar a conclusão de que me mudar para cá me fez bem e que eu mudei muito, né? E eu também não quero fazer o Nathan passar vergonha na frente dos amigos dele.

Fomos de carona com o Cole e em primeiro lugar eu tenho que dizer que isso aqui é enorme , o que me assustou um pouco, bem maior do que eu pensei que era e tem muita gente e eu com o meu tamanho me perco ali dentro fácil fácil e quero ver alguém conseguir me achar.

–A gente vai ter que mentir a idade. -O Nathan disse no meu ouvido porque do lado de fora a música já estava alta agora eu só imagino lá dentro.

–O que? Como assim? -Encarei ele como se aquilo fosse um absurdo.

–É só para maiores de 21.

–21? Como assim 21? Eu não pareço ter nem 15 que é o que eu tenho de verdade agora imagina 21? Eles nunca vão acreditar que eu tenho 21. -E a festa acabou antes de começar.

–Tem identidade falsa para isso. -Ele me olhou como se aquilo fosse óbvio. -Você só mostra a identidade e fingi que nada está acontecendo, a gente sempre conseguiu entrar, eles estão mais preocupados verificando se os casais são mesmo casais.

–Olha, se eu passar vergonha por sua causa, Nathan...-Eu tentei fazer aquilo parecer uma ameaça.

–Eu pensei que você fosse a rebelde que não se importa com as coisas, que quando quer alguma coisa consegue e que não tem medo de nada. -Rolei os olhos. Ele está certo, eu era assim mesmo então porque eu não posso continuar sendo pelo menos hoje?

–Certo. -Eu disse suspirando fundo para tentar afastar meu nervosismo e depois parei para pensar nos fatos. Como assim verificar se os casais são mesmo casais?

–Como eles verificam se os casais são casais? -Perguntei e quase tenho certeza que ele ficou um pouco vermelho. Ele olhou para o lados antes de olhar para mim de novo e depois de me olhar não disse nada só olhou para frente onde estava os seguranças e os casais provando que são casais: se beijando.

–Eu não tinha parado para pensar nisso. -Ele bateu na própria testa.

–Como você entrava antes?

–Eu namorava de verdade então isso não era problema. Olha a gente pode ir embora, você não precisa fazer isso. -Ai ele se mexeu e estava mesmo indo embora e eu fiquei lá parada que nem uma tonta. Tá, primeiro ele é lindo e não é sempre que temos uma chance assim. Eu sei que ele é meu amigo mas enfim...a gente se beijou de verdade então um beijo de mentira não vai matar ninguém.

Ele percebeu que eu não estava acompanhando ele e parou de andar me procurando com os olhos e me achou no mesmo lugar que eu estava e voltou para cá e me olhou com uma cara tipo como se ele se perguntasse porque eu ainda estou parada aqui.

–Eu sei que você estava ansioso para a festa e eu não vou fazer você perder isso por culpa minha. -Aquele foi o meu jeito de dizer que eu iria beijar ele. Eu fico vermelha só pensando, então lá na frente eu tenho um troço de tanta vergonha e morro. Mentira, não é para tanto mas lá na frente eu não vou poder demonstrar vergonha porque namoradas não tem vergonha de beijar o namorado então eu vou ter que figir bem e isso quer dizer que seremos barrados na entrada e que eu vou passar vergonha por culpa minha e não vou poder descontar no Nathan e nem em ninguém.

–Sophie...

–Nathan, cala a boca. -Eu disse e fiquei olhando para a frente e só me mexia quando era para dar um passo para frente porque a fila tinha andado e de passo em passo chegou a nossa vez.

O Nathan entregou as nossas entradas e o caralho a quatro que precisava para entrar e eu só fiquei observando o segurança que só deu uma rápida olhada nos dois lados das nossas identidades falsas e depois perguntou se eramos um casal e o Nathan disse que sim, o segurança fez um sinal para indicar que era para a gente se beijar para provar.

Eu olhei pro Nathan e o Nathan olhou para mim e então o casal de mentira fingiu ser de verdade e bom, por mais tempo do que o necessário mas ok, conseguimos entrar.

–Porra, conseguimos. -O Nathan disse se aproximando do meu ouvido quando a gente já estava lá dentro.

–É, pensei que isso não ia dar certo. -Confessei.

–Eu também. -Ele disse e depois riu.

Percebi que o Cole o a Jade tinham sumido e então ficamos eu e o Nath dançando juntos umas coreografias muito estranhas e ele também bebeu um pouco e eu só fui provando um pouco de cada copo que ele bebia. Não sei qual é a graça de beber, a maioria das coisas que ele bebeu tinham gosto ruim e por causa das misturas em pouquinho tempo,
não tão pouco mas em algumas horas, ele já estava bêbado e eu meio alegrinha.

Ele saiu mais uma vez dizendo que ia buscar coca-cola porque já estava ficando mais bêbado do que queria e eu fiquei lá dançando sozinha mas também podemos dizer que eu fiquei passando vergonha sozinha e depois que ele já estava demorando para voltar resolvi ir procurar ele mas nem foi difícil assim porque consegui achar ele rápidinho e ele estava acompanhado por uma menina mais alta, mais bonita, mas bem vestida e parecendo ser mais simpática e tudo isso do que eu só pelo jeito que eles conversavam e riam. Não vai ser eu que vai ir lá atrapalhar a paquera dele então eu comecei a andar de volta para onde eu estava antes para se caso ele resolvesse me procurar conseguir
me achar.

Falando em achar ele não foi o único que eu encontrei. O Gabriel, o Fliin, o Jake e o Joe também me acharam. Todos vieram me dar oi menos o Gabriel, conversamos por uns dois minutos e depois eles voltaram para o amigo deles. Alías, o Jake está acompanhado por uma menina meio japinha menor que eu e também muito bonita e tem um jeito de ser fofa mas não diga para ninguém que eu disse isso.

Voltei a causar vergonha alheia. Já que eu estou aqui mesmo que largada eu vou aproveitar. Teve uns caras que vieram dar em cima de mim também mas eu consegui dispensar eles. Fiz isso até o Gabriel começar a se exibir com uma garota e pelo fato dele beijar a menina e depois me olhar acho que era para mim ficar com ciúmes e me arrepender de ter terminado com ele mas é claro que isso não vai acontecer.

–Oi. -Um menino disse no meio ouvido me assustando um pouco porque estava distraída xingando o Gabriel mentalmente.

–Ah, oi. -Eu respondi sorrindo para ele tendo uma linda ideia, e óbvio que eu vou aproveitar que esse menino gato veio falar comigo. Sim, to uma tarada hoje e não sei porque, me processem.

–Eu te vi aqui sozinha...-Ele colocou as mãos nos bolsos e olhou em volta como se procurasse alguém que estivesse me acompanhando. Como se desse para se mexer direito aqui.

–É. -Eu disse olhando para o lado e consegui ver o Gabe passando com a menina mais uma vez.

–Eu sou o Josh.

–Sophie.

–Onde estão seus amigos, Sophie?

–Eu também queria saber. -Eu disse e nós rimos. Continuamos conversando por muito tempo no meio de um monte de gente que ficava nos empurrando. -Você vem sempre em baladas? Porque com esse tanto de gente me empurrando isso aqui está perdendo a graça. -Falei e bati nele sem querer porque me empurraram de novo e ele riu segurando o meu braço como se fosse para me impedir de cair caso me empurrassem de novo.

–Sempre é cheio mas nem tanto quanto hoje. Tem tanta gente aqui por causa de toda a divulgação que teve e tal. -Ele explicou mas eu não prestei muita atenção porque agora que passou me empurrando foi o Gabe e aquela garota. Alguém me da uma arma para mim atirar nesse babaca? -Está tudo bem? -Ele disse olhando na direção que o Gabe tinha ido.

–Ex. -Eu disse e ele pareceu entender. -Enfim, esquece isso. -Disse me aproximando dele para conseguir beija-lo. Se o Gabe quer assim vai ser assim.

O Gabe só passou por mim uma vez depois do primeiro beijo e depois finalmente me deixou em paz. O resto da noite se resumiu em eu e o Josh nos beijando enquanto eramos empurrados por toda aquela gente. Pois é. Isso até alguém acertam em cheio o Josh e não foi o Gabe.

–NATHAN! -Eu gritei indo ajudar o Josh.

–Soph, como assim você fica com qualquer um? E além do mais era para você fingir que é a minha namorada e não ficar beijando outros caras.

–Olha quem fala, o cara que me largou sozinha para ficar se esfregando com outra menina quase que a noite inteira.

–Eu pensei que você era diferente mas você é igual todas as outras que saem por ai beijando qualquer um só para beijar.

–Nós somos amigos, não sei porque você ficou tão bravo. -Fiz uma pausa de uns segundos balançando negativamente a cabeça. -E se eu sou qualquer uma vai com aquela sua namoradinha que ela deve ser diferente. -Ignorei o Nathan e voltei a minha preocupação para o Josh que estava passando uma das mãos no rosto e olhava o Nathan com cara feia. -Você está bem, Josh? -Perguntei chegando mais perto para conseguir ver onde o Nathan tinha acertado.

–Está tudo bem, só estou a fim de ir embora. Vamos? -Concordei com a cabeça e a gente foi andando até a saída. -Você conhece aquele cara, né? -Ele perguntou do lado de fora.

–Sim.

–Porque ele me deu um soco? -Dei de ombros. -Outro ex?

–Claro que não. -Disse como se aquilo fosse um absurdo e franzi as sobrancelhas. -Ele é um amigo...era...sei lá. -Continuamos andando em silêncio até que eu resolvi perguntar as horas e então eu descobri que já estava de madrugada e muito tarde. -Eu tenho que ir embora. -Eu disse assutada.

–Porque?

–Porque já está muito tarde e eu não quero deixar a minha mãe puta comigo.

–Você pode pegar uma carona comigo e com meus amigos quando eles forem embora.

–E quando eles vão embora? -Ele deu de ombros. -Eu preciso ir, Josh. Te vejo depois? -Ele concordou e eu dei tchau para ele e saiu meio correndo e meio andando de volta para casa.

É uma bosta ter que andar de salto, sério. E eu ainda por cima estou com as pernas doendo por ter ficado tanto tempo de pé, dançando, caindo em cima dos outros. Lembro de quando eu tive que voltar para casa andando e de madrugada, eu estava junto com o Prescher e ele me carregou metade do caminho na costa. Eu também não estava de salto
e cansada. Mas agora não tem mais Prescher e pelo visto também não tem mais Nathan e logo não vai ter Huntigton Beach também, a única coisa que vai ter é Nova York e eu vou poder começar tudo de novo de novo.

Cansei de andar e eu ainda não estava nem na metade do caminho e eu sei que se eu continuar assim vou chegar em casa na madrugada de amanhã, isso se eu sobreviver o caminho todo. Desisti e liguei para a minha mãe e dormi no carro dela ouvindo ela perguntar se eu estava bem e eu só acordei na hora do almoço no meu quarto.