Sophie escrita por isabelaq


Capítulo 44
Capítulo 44 Perdendo apostas


Notas iniciais do capítulo

Oi para a nova leitora Allana e para a Ana Ribas que me achou no Twitter e um beijo e um abraço para a Iderlane Querioz que deixou comentários em todos os capítulos de Sophie e o agradecimento para a Juh que me ajudou a escrever o capítulo é me ter na vida dela! ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/304059/chapter/44

Eu terminei de visitar todos os pontos turísticos com a minha mãe e eu preciso dizer que parecíamos duas retardadas com sérios, muito sérios, problemas mentais? Minha mãe começou a rir que nem uma babaca no Museu de História Natural depois que eu fazia os meus comentários, eu estava quase mandando ela para o hospício. Só tinha ela rindo e nem estava chamando a atenção, imagina. Deixam esses malucos entrarem nos Estados Unidos e depois não sabem porque aqui tem tantos psicopatas. Sem querer ofender mas já ofendendo. Eu poderia tentar descrever essa viagem parte por parte mas eu não consigo, só consigo pensar em como esse lugar é perfeito e que se eu pudesse eu não voltava para Huntington nunca mais.

De qualquer maneira já faz mais ou menos um mês que a gente chegou de viagem e eu tenho passado muito tempo com o Gabe. Ah, eu também vejo o Nathan ás vezes mas ele ainda está em depressão pós-Prescher, então a gente não tem mais que uma daquelas conversas de elevador. Coitado.

Nesse momento eu estou aqui no parquinho do prédio. Sim, no parquinho. E é, aquele mesmo parquinho da guerra d'água. Eu e o Gabe estamos iguais dois trouxas deitados no chão olhando para o céu sem dizer nada já faz quase uma hora e nesse silêncio é claro que a minha cabeça começa a gritar e aqueles malditos pensamentos vem a tona.

-Tá, quem rir primeiro perde. -Gabe disse virando o rosto para mim e eu fiz o mesmo. Ele fica fazendo desafios assim o tempo todo, e sempre tem uma aposta e ele sempre diz que se eu perder tenho que dar um beijo nele. Eu perdi todos, aliás. Ainda aguardo anciosamente o dia que eu vou ganhar os 50 contos que ele tem que me pagar se perder.

-Ok. -Respondi e a gente ficou naquela por uns longos minutos mas ninguém riu. -Podemos classificar isso como um empate? -Eu finalmente disse e ele respondeu me roubando um beijo. -Como assim? Eu não ri...-Olhei para ele que tinha se sentado franzindo as sobrancelhas.

-Eu ia ganhar, de qualquer maneira. -Ele deu de ombros. -Ia nada. Virou profeta agora, é, mãe Dina?

-Que?

-Eu ia ganhar.

-Óbvio que não, você é horrível nisso. -Ele entortou a boca.

-Mas eu ia ganhar dessa vez. -Então ele parou e ficou me encarando com uma cara que dizia "aham, ia, claro que ia". -Tá, eu não ia não.  Mas um dia eu vou. -E ele voltou a me olhar com aquela cara. -Para. -Fiz bico e ele riu. -AHHHHHHHHHHHHHH, PERDEU! VOCÊ RIU PRIMEIRO! -Eu disse levantando do chão em um pulo quando percebi que ninguém tinha rido ainda.

-Tá, então foi empate. -Ele voltou a se deitar.

-Não, eu quero o meu dinheiro.

-Meu beijo não vale só 50 dólares. -Ele fez cara de chocado.

-Eu não posso comprar nada com o seu beijo. -Disse mexendo nos bolsos dele.

-Então eu te levo para sair hoje e ficamos quites. -Ele me abriu um sorriso como se fosse para me convencer. Quando eu vi que o pobre não tinha dinheiro ali eu aceitei.

-Táááá...combinado. -Rolei os olhos.

-Ótimo. -Ele deu um riso de canto de boca e voltou a encarar o céu.

Eu me sinto meio estranha em relação a...bom, em relação a essa relação. Não é que eu não goste do Gabe mas é que ele já deixou mais do que claro de que gosta de mim e eu continuo gostando de um babaca conhecido com Christopher Prescher. Eu não sei, juro que não sei oque esse moleque tem para me fazer sentir oque eu sinto por ele, porque se eu parar para pensar ele me fez sofrer mais do que me fez feliz e além disso ele é formado por 90% de babaquice e o resto é algumas poucas qualidades que aquele idiota tem.

Não quero que o Gabe se machuque igual eu estou machucada e se eu pudesse controlar o que eu sinto iria gostar dele o tanto que ele gosta de mim, mas como nem tudo é como a gente quer e as coisas pioram muito na minha vidinha de merda eu fico dividida entre esses zilhões de problemas. Sério, quero ter uma conversa séria com Deus
para poder perguntar o que que eu fiz!

 Enquanto tudo isso acontece minha mãe fica tentando me animar me lembrando da viagem e eu fico rindo da empolgação dela lembrando de quando vimos a Estátua da Liberdade e todos os vários pontos turísticos que eu vi junto com ela e só ela mesmo para entender tudo sem eu precisar dizer nada e só ela para conseguir me fazer rir. E uns meses atrás eu odiava ela. E dai do nada eu começo a gostar dela. E do nada ela me entende sem eu precisar dizer nem uma palavra e fica me fazendo rir enquanto me manda parar quieta para não estragar a maquiagem que ela está tentando fazer. Louca essa vida.

Eu me vesti com um shorts jeans normal, com uma blusa com uma onça, ou um leopardo, sei lá, estampado e um tênis totalmente velho e surrado. A minha mãe fez uma maquiagem combinando com a roupa, mas que ficou mais bonita que todo o resto junto.

Enquanto eu escutava ela dando um chilique dizendo o quanto eu estou linda, que ela fez um ótimo trabalho e etc etc o Gabe tocou a campainha me salvando da maluca de pedra. Ele comprimentou ela com a cabeça meio envergonhado e ela acenou e eu já fui arrastando ele em direção ao elevador. A parte boa é que até a porra do elevador tem
que me trazer lembranças do 100% babaca.

-Então...-Eu disse olhando para os meus pés quando a gente já estava no elevador e aquele silêncio constrangedor já ia tomando conta.

-Sim. -Ele disse esperando que eu terminasse de falar.

-Aonde a gente vai? -Olhei para ele sorrindo com todos os dentes como se aquilo fosse convencer ele a me contar.

-Boa pergunta. -Ele respondeu para a minha surpresa. Como assim ele não sabe aonde vai me levar? Antes que eu pudesse voltar a falar qualquer coisa o elevador já tinha chegado no térreo e ele já estava saindo de dentro dele rindo da minha cara.

-GABRIEL!!!!! -Eu gritei cruzando os braços e fiquei encarando ele e o porteiro. Ele já caiu na gargalhada de novo enquanto o porteiro não entendia nada.

-Anda logo, Sophie. -Ele cruzou os braços ainda com o sorriso no rosto. -Então eu vou sem você. -Ele disse depois que eu continuei parada e saiu andando em direção a saída. Eu fui correndo atrás dele o mais rápido que eu consegui com essas minhas perninhas mas ele é mais rápido andando do que eu correndo.

-ME ESPERA! -Gritei de novo e ele parou de andar e ficou me olhando correr. Cheguei ofegando e ele passou o braço em volta da minha cintura e foi me puxando para não sei aonde. -O que a gente vai fazer? -Caralho, eu sou muito chata.

-Eu não sei.

-Como não sabe?

-Não planejei nada. -Ele deu de ombros. -Vamos...-Ele olhou em volta. -..comer em algum lugar e depois andar por ai. Pode ser? -Concordei.

Pegamos um táxi até aqueles restaurantes que tem perto da praia. Dessa vez pedi um prato sem camarão porque não quero acabar no hospital tomando soro de novo. Conversamos sobre coisas aleatórias até a comida chegar e ai o silêncio tomou conta porque estavamos muito ocupados usando nossas bocas para engordar uns quilos. Depois que terminamos ele comprou dois milk shakes médios que eram tão grandes que pareciam mais com o tamanho de um grande e então entramos em uma discussão sobre se aquele milk shake era ou não tamanho médio e não preciso dizer que ele ganhou de novo, né?

-É demais morar aqui. -Ele olhou para o céu enquanto a gente dava voltas pela praia e eu lutava para conseguir terminar o bendito milk shake.

-É, eu também gosto. -Olhei para cima fazendo igual ele.

-Algumas coisas...-Ele fez uma pausa.-...fizeram ser melhor do que eu imaginava. -Ai eu gelei da cabeça aos pés com medo de estar incluída nessas "coisas". Balancei a cabeça concordando.

-Eu achei que ia ser uma droga morar com a minha mãe. -Sim, eu estou tentando mudar de assunto. Ele me olhou e voltou a encarar o céu.

-Por que?

-A gente tipo que tinha uns problemas.

-Ah. Eu não sabia disso. -Dei de ombros apesar de achar que ele nem viu.

-Tá tudo bem agora.

-Legal.

-É.

-E você?

-O que tem eu?

-Você está bem?

-Estou sim. -Fiquei em silêncio alguns segundos. -E você?

-Acho que sim.

-Como assim "acha"?

-Não acredito que você esteja bem.

-Por que não? Eu estou bem.

-Eu não sou idiota, Sophie. -Ele me encarou. -É óbvio que você gosta daquele cara e que você não está bem. -Fiquei em silêncio porque não sabia o que responder. -Sophie...-Ele disse chegando mais perto e ficando de frente para mim. -...me deixa cuidar de você.

-G-Gabe...eu...-Engoli seco.

-Por favor.

-Eu...não sei se isso é uma boa ideia, Gabe. -Eu disse tentando me afastar.

-Eu não me importo, me dá uma chance.

-Mas...

-Só uma. -Fiquei quieta dando a chance dele se reaproximar e me beijar.

-Preciso pensar sobre isso, não é uma decisão para se tomar assim.

-Como quiser. -Ele deu um sorriso de canto de boca e me beijou de novo.

Continuamos andando pela praia em silêncio, quer dizer, eu estava em silêncio mas gritava por dentro. Aquele monte de pensamentos tomaram conta da minha cabeça de novo.

Conversamos um pouco ás vezes mas nada demais até que ele resolveu que era tarde e que a gente devia ir embora. Pegamos um táxi e voltamos para o prédio e ele me levou até a porta de casa..ou do apartamento, tanto faz.

-Te vejo depois? -Ele perguntou com as mãos no bolso e eu concordei com a cabeça dando um sorriso com o canto da boca. -Ótimo. -Ele disse e me deu um beijo rápido. -Promete que vai pensar?

-Prometo.

-Até mais então. -Ele disse e pegou o elevador enquanto eu desci as escadas até o apartamento do Nathan.

Fiquei tocando a campainha até finalmente me atenderem e claro que quem fez isso foi a mãe dele já que ele provavelmente está enfiado no quarto jogando vídeo-game ou alguma coisa do tipo.

-Oi. -Disse meio baixo e com vergonha. -O Nathan está ai? -Sorri para ela que concordou com a cabeça.

-Entre que eu vou chamar ele. -Ela disse abrindo mais a porta para que eu pudesse entrar.

-Com licença. -Eu disse e ela fechou a porta atrás de mim.

-Fique a vontade. -Disse antes de ir em direção aos quartos e menos de um minuto depois o Nathan deu o ar da graça.

-Ah, oi Sophie. -Ele disse sorrindo quando me viu.

-Oi, Nath. -Sorri de volta.

-Vem, vamos lá...é...-Ele disse e eu acho que era me chamando para ir para o quarto dele enquanto a mãe dele só observava.

-Ah, ok.-Eu ri e fui andando em direção ao único lugar onde pode haver quartos, caso eles não durmam na cozinha.

-Você andou meio sumida. -Ele disse fechando a porta do quarto e fazendo sinal para mim me sentar na cama.

-É, eu sei. -Me sentei e fiquei encarando o chão. -Como você está?

-Sei lá. -Ele sorriu com o canto de boca. -Não consigo me acostumar com tudo isso que aconteceu, sabe? Do Chris e tal.

-Eu também não. -Observei as coisas em volta.

-O que anda aprontando? -Ele riu se sentando na cadeira do computador ficando de frente para mim.

-Minha vida só anda de pernas pro ar. -Suspirei. -Acho que não teve uma vez que eu não estive com problemas e parece que as coisas só pioram. Queria que desse certo uma vez.

-O que aconteceu?

-Antes de chegar aqui tudo o que me aconteceu foi problemas e para tentar me manter longe de problemas me apareceram outros problemas, sei lá. Para ajudar ainda mais o destino ou sei lá o que controla isso me fez eu me apaixonar por um babaca que agora está se preparando para ser pai. -O Nathan só me olhava concordando com a cabeça. -Eu não queria te encher com os meus problemas, além do mais sem dar sinal de vida por um bom tempo mas posso te pedir ajuda?

-Claro.

-Sabe o Gabriel?

-Já ouvi falar, por que?

-Ele pediu uma chance comigo. -O Nathan ficou meio que de boca aberta.

-E o que você disse? -Ele perguntou segundos depois.

-Que precisava pensar mas eu estou muito confusa. Ele é um cara legal e se eu pudesse escolher seria por ele que eu me apaixonaria e eu gosto dos beijos dele e tudo mas eu sou apaixonada pelo Prescher.

-Eu não sei, Soph. É complicado isso. Acho que você tem que esquecer o Chris mas não sei se tendo alguma coisa com outra pessoa vai funcionar.

-É, acho que vou tem razão. Mas vamos deixar isso para lá, e você?

-Eu nada.

-Como nada?

-Não sei se você sabe mas eu meio que gostava da sua amiga Avery.

-Ela não é mais minha amiga.

-Tá, tanto faz. Ela deixou mais que na cara que eu não tenho nenhuma chance. -Ele deu de ombros.

-Um dia a gente consegue. -Eu ri.

-É, acho que sim. -Ele riu de volta.

NATHAN POV

Do nada no meio da noite quando eu estava no computador procurando alguma coisa para fazer a Sophie me aparece aqui depois de um tempão sumida e eu vi que ela estava tão mal quanto eu por causa de tudo isso.

Ela começou a falar que o tal do Gabriel de quem o Chris já tinha falado antes. Acho que não confio muito nesse cara, ou que ainda e cedo para Soph entrar num relacionamento mas não acho que ele seja o cara certo para a Soph, mas o Chris também não pode ser, afinal está de casamento marcado, e a Soph merece ser feliz afinal ela é um menina muito legal, e bonita, e quero ver minha amiga feliz, só com isso que me importo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sophie" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.