Sophie escrita por isabelaq


Capítulo 39
Capítulo 39 Quebrando as regras, briga e remember




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Posso dizer que eu gelei dos meus fios de cabelo até a ponta dos meus dedos do pés. Eu não acredito que a gente, bom...que a gente se beijou. Consegui até o meu sangue escoando para fora do meu corpo e voltando mais quente do que nunca enquanto meu coração batia o mais rápido do que ele já bateu desde que eu me entendo por gente, agora eu só preciso me lembrar como é que se respira.

Eu fiquei parada naquele corredor feito retardada sabe-se Deus lá quanto tempo, só parei com as minhas viagens pelo mundo dos sonhos quando a coisa apareceu. Ela deu um sorrisinho de canto de boca e já foi direto para o quarto do babaca que ela chama de namorado e então eu fui assaltar a geladeira deles enquanto esperava dar o horário para mim poder voltar para casa.

[...]

-Sophie. -Ouvi minha mãe gritar de algum lugar da casa dos Preschers enquanto eu brincava de esconde-esconde com o Dave no quarto dos pais dele. -Sai de dentro desse guarda-roupas, menina. -Ela disse balançando a cabeça negativamente e isso me fez lembrar a grandma, elas são a cara uma da outra mas são muito mais parecidas do jeito, só que minha mãe é bem mais nervosinha então já sabemos de onde veio o meu DNA ruim, né?

-EU TE ACHEI! -O Dave gritou segurando a minha perna enquanto dava risada.

-Ah, mãe, viu oque você fez? Ele me achou! -Reclamei cruzando os braços. 

-De novo. -O Dave disse. Eu deixei ele ganhar, tá?

-Pelo amor de Deus, Soph. -Ela rolou os olhos e riu. -Cade o trabalho que eu te pedi?!

-Como você pretende que eu faça sem internet e sem nada? -Ela me olhou com um olhar que parecia dizer que a resposta para a minha pergunta era a mais óbvia do universo, mas eu não consegui entender e fiquei esperando ela me explicar.

-É só você escrever sobre oque você não é! -Fiquei olhando para ela, ela olhando para mim e o Dave ficou olhando nós duas. -Vamos embora.

-Tchau, Dave. -Eu disse me abaixando para abraçar ele que veio correndo e se pendurou no meu pescoço.

-Que isso, Sophie? É um novo tipo de cachecol? -A Prescher mãe brincou quando a gente chegou na porta e o Dave ainda estava grudado igual um carrapato no meu pescoço.

-É, sim, nova moda em Paris. -Eu disse enquanto ele tentava segurar o riso e fingia que era mesmo um cachecol.

-Acho que vou comprar um pra mim...

-BUUUU! -Ele gritou e continuamos com as nossas brincadeiras até irmos de vez embora, dar aqueles três passos foi mais complicado dessa vez.

-Agora me conta. -Minha mãe disse enquanto trancava a porta.

-Contar oque? -Me fiz de desintendida.

-De onde que tá vindo todo esse bom humor.

-De lugar nenhum, ué.

-Inventa uma desculpa logo, eu sou a tua mãe e apesar de ter morado muito tempo longe de você eu te conheço muito bem, senhorita.

-Ah..só foi legal puxar o cabeço daquela loira aguada. -Apenas obedeci ela, claro que não é por isso, né?

-E tomara que não aconteça de novo.

-Não te garanto nada. -Eu disse enquanto ia para o corredor em direção ao meu quarto, sem saber se ela tinha falado mais alguma coisa. 

Me tranquei lá dentro e fiquei horas deitada na cama olhando pro teto pensando nele, dei uma pausa quando ouvi o barulho da chuva. Eu gosto de chuva, me lembra de Londres. Fui para a janela e fiquei olhando para as nuvens cinzar e para as gotas de água que escorriam pela janela, lembro de quando apostava corrida de gotas d'água com o meu vô, o que mora lá em Porto Alegre, até nisso eu era ruim e sempre perdia para ele não importava quantas vezes eu pedisse revanche e depois minha vó ia fazer café e o cheio do café se misturava com o cheiro da terra molhada do jardim deles. A chuva também me trás outra lembrança, não tão antiga mas é uma boa lembrança, me faz lembrar daquela guerra d'água épica dos Preschers vs Carters. Pronto, já to rindo feito uma babaca de novo, isso me deu saudade, eu odeio sentir saudade, quero falar com o meu pai também mas sem telefone fica meio dificil...ah, como é complicada essa minha vida.

[...]

Fiquei no meu quarto até a hora em que a tv desligou e eu escutei a porta do quarto da minha mãe fechando. Fui andando até o telefone da cozinha tentando fazer silêncio mas claro que não deu certo porque até um elefante tentando fazer silêncio passa mais despercebido do que eu. Primeiro liguei para o meu vô, sei lá que horas são no Brasil mas deve ser tarde e mesmo assim ele me atendeu.

-Alô?! -A minha vó disse.

-Oi, vovózinha. -Eu falei baixo para não ser pega no flagra.

-É a minha Soph?  -Eu sou a única que pode chamar ela de vovózinha, só para deixar avisado, coitado dos meus primos se fizerem igual.

-É sim.

-Porque tá ligando numa hora dessas, menina?

-Porque eu to de castigo, de novo, mas queria falar com vocês.

-Vê se toma jeito.

-Não prometo nada.

[...]

Continuei tendo uma conversa super interessante com a minha vó, tipo que eu tenho que estudar, obedecer a minha mãe e etc etc...ai ela teve que passar o telefone pro meu vô, o velho é mais louco do que eu, que percebeu que era eu que estava no telefone.

-Querida, você tem que ligar mais vezes. -Ele já foi logo dizendo.

-Eu sei, desculpa.

-Como vai a minha favorita?

-Melhor agora e o meu favorito, como vai?

-Melhor agora.

-Me promete uma coisa?

-Oque?

-Que você não vai ir dar umas voltas no céu enquanto eu não te ver de novo?

-Prometo, nem que eu tenha que viver até os 200 anos, mas você já ia ter que me aguentar por muito tempo, porque não vou tão fácil assim, sou velho mas sou forte.

-Eu sei, como um cavalo.

-Mas agora o cavalo aqui tem que ir dormir porque amanhã acorda junto com o galo.

-Sua benção, vô.

-Deus te abençõe. -Ele disse e desligou. Eu não sei porque eu não ligo mas vezes mas acho que vou começar, me sinto bem depois que faço isso. Puta que pariu, to ficando sentimental.

Como eu já to quebrando todas as regras mesmo fui assistir um pouco de desenho e quando percebi já eram seis da manhã e eu fui correndo para o meu quarto para a minha mãe não acordar e me ver ali e eu também preciso dormir porque ainda vou ter aula hoje. Que droga, Soph.

-Acorda, Soph, vai se atrasar e me atrasar também. -Pisquei os olhos e minha mãe já estava me mandando levantar.

-O Prescher não vai hoje de novo? -Tudo culpa da coisa.

-Não, desse jeito ele reprova, vou falar com a mãe dele sobre isso, mas agora se veste. -Ela disse e foi saindo do quarto...será que eu aviso para ele? ...Não.

Me arrumei mas continuei parecendo uma mendiga e parecendo uma mendiga que saiu de the walking dead eu fui para a escola, nem lembrei que eu tava suspensa e que tinha planejado não aparecer nessa escola até ela acabar, mas foda-se.

Fui para uma sala vazia onde ficam os alunos que recebem advertencias, nem me importei com uma professora que aparecia lá as vezes e deitei e dormi e só acordei na hora que a tal vinha bater na minha carteira e dizer que se eu não acordasse ela ia me mandar para a diretoria e ia aumentar o meu tempo de suspensão e quando eu finalmente me livrei daquela merda a merda toda não tinha acabado porque eu ainda ia voltar para casa andando e eu to super animada principalmente hoje que eu dormi super bem.

Umas três meninas maiores do que eu, se bem que quase todo mundo é maior do que eu tirando as crianças e os anões que acabam impatando, começaram a andar pelo mesmo caminho que eu e não paravam de me olhar. Encarei de volta e continuei andando um pouco mais rápido e ela fizeram o mesmo. Resumidamente elas foram mandadas pelo tal anônimo do mal que me odeia, que elas deixaram escapar ser uma menina, e me mandaram implorar para elas não fazerem nada comigo, mas é claro que não implorei porcaria nenhuma e ai elas vieram me bater. Eu até tentei revidar mas não foi nem a metade do que elas fizeram comigo, quando começaram a passar pessoas pela rua elas deixaram um bilhete no chão dizendo "Isso não chega nem perto do que você merece" foram embora como se nada tivesse acontecido. Um casal com um bebê até quiseram me ajudar mas eu convenci eles de que estava tudo bem e fui para casa mancando e procurando uma parte do meu corpo que não doia. 

No meio da confusão toda perdi as minhas chaves e com a ajuda do porteiro fui até o apartamento dos Preschers para pedir para ficar lá até a minha mãe chegar. A Prescher mãe já pirou totalmente e veio com uma farmácia completa para fazer curativos.

-Como isso aconteceu, Sophie? -Ela me olhava com uma cara de preocupada. Eu não queria que o Prescher se desse mal, no final das contas então eu tentei pensar em uma desculpa rápida mas não deu certo. -Eu sei que ele não tá indo para a escola. -Parece que ela advinhou oque eu tentava esconder.

-Me pegaram quando eu estava voltando para casa. -Ela só concordou com a cabeça.

-Quem? -Balancei a cabeça negativamente.

-Eu não sei, nunca tinha visto antes.

-Mas você sabe o porque? -Discordei de novo e ela voltou para o assunto que ela estava falando antes enquanto fazia o ézimo curativo e eu reclamava de dor. -Você tem certeza de que não quer ir no médico, Soph? Você pode ter quebrado alguma coisa... -Ela disse quando terminou o último curativo.

-Não, obrigada. 

-Mas...

-Eu não quero, obrigada. 

-Mas e essa testa que não para de sangrar? E sua mão tá inchada.

-Eu prefiro ir com a minha mãe. -Ela me encarou mais um pouco e depois só concordou com a cabeça, meio contra a vontade dela mas ela sabe que não pode fazer nada. Para mim é questão de honra ganhar uma briga mas pela primeira vez eu perdi. 

De qualquer maneira a Prescher mãe insistiu para mim ir dormir um pouco enquanto ela buscava o Dave na escola e pelo menos isso eu resolvi fazer por ela, que já tinha arrumado a cama do Prescher para mim e tudo, e além do mais eu continuava com sono e não demorou nada para mim dormir.

Christopher POV

Quando cheguei em casa a minha mãe já foi pedindo para ter uma conversa a sós comigo, já achei que a escola tinha ligado para perguntar das minhas faltas e que ela tinha descoberto sobre as três provas que eu perdi para ficar vagabundiando o dia todo, mas o assunto no fim foi a última coisa que eu podia imaginar que tinha acontecido.

-A única coisa que você tem que fazer é estudar e tomar conta dessa menina enquanto a gente não tá por perto, e pelo visto nenhuma das duas você está fazendo. Vai no seu quarto e vê como ela está, difícil achar um lugar para relar que ela não reclame de dor e podia ter acontecido coisa pior. -Eu fiquei parado olhando para a minha mãe sem saber oque fazer. -Vai lá. -Ela apontou para onde fica o quarto e eu obedeci.

Quando cheguei no quarto eu vi ela e o Dave dormindo na minha cama. Ela tinha machucado na testa, na boca, nos braços...no corpo todo. Me sentei e fiquei olhando para ela e quando resolvi tirando o cabelo da frente do rosto dela ela acordou e já foi se sentando rápido enquanto fazia cara de dor. Continuei olhando para ela e ela para mim até que o Dave também acordou e veio perguntar se os beijos que ele deu nos machucados já tinham feito efeito.

-Já tô melhor agora. -Ela sorriu para ele.

-Mas ainda tá dodói aqui. -Ele apontou para alguns dos machucados.

-Daqui a pouco melhora.

-Vou dar beijo de novo. -Ele disse e foi dar beijo nos machucados de novo. -Vai, Chris. -Ele mandou e eu obedeci ajudando com os beijos, ela rolou os olhos e riu do jeito que deu.  Fui me aproximando e meio que sem pensar beijei ela de novo, igual o da última vez. A gente se encarou um pouco e eu não sabia oque fazer, as coisa tão muito estranhas últimamente, eu não gosto de traições e eu não entendo oque é isso que eu sinto pela Soph, mas de qualquer jeito eu sei que to fodido. Limpei a garganta.

-É...então...-Eu olhei pra baixo. -Eu devia estar lá..

-Não foi culpa sua. -Ela já foi me interrompendo.

-Foi sim. -Ela rolou os olhos.

-Com certeza foi alguma merda que eu fiz.

-E porque você acha isso? -Ela me mostrou dos bilhetes com ameaças. -E que pode ter feito isso? -Ela deu de ombros e voltou a se deitar agora além de ter que dividir a, minha, cama com o Dave tendo que dividir comigo.


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Notas finais do capítulo

What about, hum?



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