-Tava demorando né, Sophie? -Minha mãe disse andando de um lado para o outro na minha frente que fiquei só olhando e sentada no sofá. -Por que você faz essas coisas? Acha que é bonito? Só para você saber: NÃO É! Daqui a pouco você vai estar colocando fogo na escola igual fazia em Londres. Mau saiu de um castigo e já está em outro. Parabéns.  -Ela terminou de falar pegando a bolsa e saindo de volta para o trabalho. Todo esse drama por causa de uma guerra de comida.

Christopher POV

Quando minha mãe me pegou no flagra chegando de manhã disse que eu ia ter mais uma chance.

-Eu já tinha falado com você, né? -Concordei com a cabeça. -Vou esperar seu pai chegar e vamos decidir oque vai acontecer com você. -Ela terminou e eu fui para o meu quarto.

Deitei na minha cama e fiquei pensando em tudo e em nada até que dormir, também depois de ontem...

-ISSO É PELO SUCO NO MEU CABELO! -Uma voz que eu conheço muito bem gritou antes de me acertar com alguma coisa na cabeça. Me apoiei nos cotovelos e nos meus joelhos colocando as mãos aonde me acertaram. -E ISSO É PELO TROTE! -Gritou de novo me acertando na costa.

-Aiii, Sophie...ai... -Disse levantando e vendo ela segurando o meu violão. Confesso que estava tentando não chorar porque doeu para caralho.

-O que aconteceu? -Minha mãe perguntou quando me viu chegando na cozinha.

-Pega gelo para mim? -Resmunguei.

-O que aconteceu, filho? -Ela perguntou de novo.

-Machuquei a minha costa e a minha cabeça.

-Como?

-Gelo, mãe. -Disse lembrando ela do gelo e voltando para o meu quarto e a louca do violão ainda estava lá.

-Prescher, desculpa...não era para ter machucado...tanto. Eu...e..eu estava com raiva. -Ela começou a falar, lê-se guaguejar, quando eu voltei e agora não estava "armada".

-Sai daqui, Sophie. Não quero amizade e nem nada com você. Na verdade não quero você perto de mim. Você é maluca. -Disse com raiva me deitando na cama e então minha mãe chegou com o gelo.

-Na costa e na cabeça? -Ela colocou o gelo aonde eu disse e quando percebi a Sophie não estava mais lá.

Sophie POV.

Eu fui na casa do Prescher descontar o suco no meu cabelo. Não sabia oque eu ia fazer mas quando cheguei lá decidi bater nele, que estava dormindo, com o violão.

 Acertei na cabeça e quando ele estava ajoelhado na cama com as mãos na cabeça bati com o violão mais uma vez na sua costa. Ele levantou reclamando de dor. Bati forte demais. Não era para machucar tanto.

 Ele saiu de lá me deixando sozinha por um tempo, quando voltou eu tentei me desculpar e então ele disse que não me quer mais perto dele.

[...]

Fiquei mexendo no meu computador e assistindo desenho já que minha mãe não estava ali para me impedir mesmo e eu quero ver quando ela perseber que não tem ninguém me vigiando...

Fui para o meu quarto depois que os desenhos que eu gosto acabaram. Fiquei que nem uma tonta olhando pela janela e vi atravez da janela do Prescher que ele estava lá.

-PRESCHERRRRRRR..PRECHERRRRRRR....-Gritei e continuei gritando até que ele abriu a janela e ficou me encarando.

-Que é? -Ele disse com uma cara de quem comeu e não gostou.

-Desculpa, se você não vai ser mais meu...hm...amigo...

-Graças a você eu não vou mais ver a Lily  e aquilo de não querer você perto de mim continua. -Ele me interrompeu e depois que terminou de falar frechou a janela.

[...]

-Você bateu nele com o violão? -Avy me perguntou parecendo não acreditar.

-Foi.

-Nossa....deve ter doído. -Ela disse com uma cara de como se imaginasse a dor.

-É, doeu.

-Preparada para a prova prática de química? -Ela me perguntou e eu nem lembrava de prova prática nenhuma.

-Aham. -Menti.

-Você estudou, né?

-Estudei. -Menti de novo balançando a cabeça positivamente. 

-É bom mesmo porque eu não sei se você lembra mais vai ser a minha dupla. -Informou.

-Tá bom, eu estudei, ok? -Disse ficando irritada. Qualé, ela vai continuar me fazendo mentir. Está querendo garantir minha ida pro inferno porque né?

Bateu o sinal para irmos para a aula então nós duas fomos andando até o laboratório conversando sobre o bendito Dylan.

Entramos e nos sentamos em uma das últimas mesas, eu do lado direito e ela do esquerdo. Em cima de todas as mesas tinha uns vidrinhos com uns líquidos coloridos .

Quando chegou na sala o professor começou a explicar:

-Vocês tem cinco líquidos com diferentes cores e vocês tem que misturar TRÊS delas e fazer uma transparente. E a parte mais importante: NÃO é para misturar todos, entenderam? Vocês tem até o final da aula para conseguirem e só tem o suficiente para cinco tentativas. 

Começamos a merda da prova e não sei para que caralhos nossas vidas vão mudar fazendo o bagulho ficar transparente e se não pode misturar tudo porque que ele resolveu deixar com a gente sabendo que alguém pode resolver desobedecer? A Avy fez tudo, claro, eu só entregava para ela os potinhos com as cores que ela pedia.

-Muito cuidado que esses produtos são químicos. Vocês já estão quase lá! -Disse o professor disse aparecendo do além enquanto olhava oque a Avy fazia. Ela já estava na terceira tentativa e nada.

-Me passa o azul, Soph. -Ela pediu e eu entreguei para ela e quando misturou ficou transparente.

-UHULLLLLL... -Comemoramos e o professor anotou as nossas notas e nos mandou calar a boca. 

-Queria saber oque acontece quando mistura tudo. -Eu disse quando o professor saiu de perto.

-Deve ter algum motivo para ele nos mandar não fazer isso.

-Mas se não pode misturar porque ele deixou com a gente sabendo que alguém pode acabar misturando?

-Não sei, Soph. -Ela disse e começou a passar cola para os meninos da mesa do lado.

Eu olhei o resto dos negócios coloridos e comecei a misturar tentando não chamar a atenção. Consegui o transparente e coloquei o treco rosa dentro e ficou cor de vinho, coloquei o verde o negócio ficou amarelo e começou a borbulhar.

-Grande coi... -Antes de eu terminar de falar começou a espumar e  meio que explodiu e por fim começou a sair fumaça e todo mundo teve que sair da sala.

Ficamos esperando no refeitório até o sinal finalmente bater e a gente poder ir para as nossas próximas aulas, parece que salvei muita gente das notas ruins que iriam ganhar nessa prova.

Estava tudo bem até a penúltima aula quando foram me chamar para ir para a diretoria que agora eu já conhecia o caminho.

Entrei na sala e a Avy estava lá acompanhada com o professor de química e da diretora.

-Pode se sentar do lado da sua colega. -A diretora me disse.

-Que foi? -Me fiz de desintendida.

-Sabemos que foi uma de vocês, ou as duas, que fizeram aquilo na prova. -O professor disse.

-Se não podia misturar aqueles negócios porque você deixou com a gente? -Eu voltei a falar a mesma coisa que falei para a Avy antes.

-Respeito ou vai levar uma adventência por desrespeitar o professor. -A vaca, ops...diretora me ameaçou.

-Fui eu. -A Avy disse.

-Não foi não, fui eu. -Desmenti.

-Qual das duas? -A diretora perguntou.

-EU. -Gritou a Avy.

-EUU..-Gritei também.

-Você já está fodida... -Avy começou.

-Olha essa boca, menina. -A diretora abriu o focinho mais uma vez.

-...enchencada para ficar assumindo a culpa por mim. Fui eu, eu queria saber oque acontecia.

-Você vai levar só uma advertência já que no seu histórico não tem nada do tipo, mas se aprontar mais alguma coisa vai ser suspensa. -A diretora disse, assinou uma advertência no nome da Avy e fomos liberadas.

-Eu já estive muito mais encrencada antes, não precisava assumir a culpa por mim.

-Sua vida é um encrenca. -Rimos.

-Obrigada. -Sorri.

-De nada. -Ela sorriu de volta e fomos cada uma para um lado de volta para as nossas aulas.