Denial! escrita por StardustWink


Capítulo 1
Oneshot.


Notas iniciais do capítulo

Não existem fics o suficiente desse casal no Nyah. Eu decidi mudar isso! uvu Ficou podre, mas tudo bem. ;v;

Ah sim! A ideia que a Lrya usa apelidos para o Silver foi baseada numa autora muito perfeita do Deviantart FieryFafar, assim como alguns dos mesmos.Quem sabe inglês e gosta desses dois deveria dar uma olhada nas fics dela!

Boa leitura!



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1 - Frio.

Ele observou a garota tremer pela décima quinta vez, sozinhos andando pela caverna de gelo que dava caminho à Blackthorn. Lyra tinha o arrastado quando insistiu que eles tinham porque tinham que ir até a cidade a pé, e a garota nem percebera que não usava nada além de sua roupa infantil e chapéu estúpido.

Idiota, ele suspirou, observando-a enquanto ela se aventurava a uns dois passos à sua frente. E não tinha nem tirado aquele Thyplosion que o odiava da pokébola para aquecê-la.

Vê-la assim estava o incomodando. Ela não tinha decência em cuidar da própria saúde, não? Ele grunhiu, frustrado. Não devia estar se preocupando tanto com a garota. Mas, mesmo assim...

Lyra sentiu algo alojar-se em seus ombros, e piscou. Olhando para trás, deu de cara com seu rival - com o olhar nas paredes da caverna, o rosto evidentemente vermelho.

– Você vai ficar doente se continuar assim, mulher. - Bufou, tomando a dianteira.

Lyra corou e sorriu satisfeita, trazendo a jaqueta com cheiro de menta que ele a dera mais para perto. Sabia que fingir estar com frio daria certo.

2. Aniversário.

Ele não soube como, nem quando, nem porque, mas Lyra tinha o caçado com um embrulho nas mãos declarando que tinha feito algo para o seu aniversário.

– Vamos, abre! - Ela insistiu com um sorriso estúpido no rosto. Silver pegou o pacote com mãos suadas e o rosto vermelho, não sabendo realmente o que fazer numa hora como aquela.

Nunca tinha recebido presentes antes, menos ainda de uma garota (sim, esses eram os únicos motivos, já que ele definitivamente não gostava dela... Talvez.), então o abriu com cuidado excessivo, não querendo danificar o que quer que fosse.

Era um cachecol, vermelho com seu nome escrito em prata - que ela explicou ser pelo inverno de dezembro que estava prestes a chegar. Com uma risada, ela observou enquanto o garoto abria a boca para murmurar um obrigado, mas nada conseguia dizer.

Não é nem preciso comentar que, três meses depois, um embrulho apareceu em frente à sua porta junto com um cartão de feliz aniversário que, escrito em caligrafia elegante,continha a frase “estamos quites”.

Dentro, nada menos que um cachecol prata com seu nome escrito em vermelho.

Ela sorriu, admirada com a falta de originalidade de seu rival.

3. Ciúmes.

Silver encarou o garoto do boné como se isso fosse o bastante para fazê-lo sumir. O ruivo tinha ido fazer uma visita à sua rival (para batalhar com ela e somente isso, é claro!) quando os encontrou conversando na porta da casa dela.

Não, ele não estava com ciúmes. Só que... Mesmo Lyra sendo uma idiota, ela tinha de escolher logo alguém tão ridículo assim?

Francamente, ele era um fraco que nem um Marill tinha conseguido evoluir.

Ela era a Campeã de Johto.

A diferença era óbvia, não importa de que meios fosse vista.

– Ah, Silvy! - A garota sorriu ao vê-lo, parando a conversa que tinha e correndo em sua direção mais rápida que um Furret. Praticamente se jogou em cima do garoto, que por pouco não caiu para trás com o susto.

– Você veio me visitar?! Não tem outro motivo que você possa ter vindo, não é? - Ela perguntou, com os olhos grandes e brilhantes. Se ele não estivesse extremamente surpreso , teria bufado por ela, como sempre, não saber o significado de espaço pessoal.

Ao invés disso, ele só corou extremamente, sentindo a pele toda eriçar com o seu toque.

– C-claro que n... - Silver olhou para o garoto de boné outra vez, que os encarava curiosamente. A desculpa rude logo sumiu de seu pensamento, e ele permaneceu calado.

Depois, pegou-a pelo braço e saiu a arrastando para fora da vila, determinado em sair de perto de Ethan. O garoto apenas piscou, confuso.

– Então esse é o rival dela? - Estreitou os olhos. - Que garoto doido. - E saiu em direção de sua casa, seu pokémon saltitando logo atrás.

5. Apelidos

– Silvy!

– Não me chame disso.

– Por que não, Silvy?

– É um apelido ridículo, que vem de uma pessoa mais ridícula ainda.

– Hmm. Então... Sil!

Silêncio.

– Silv?

Mais silêncio.

–... Silvy Wilvy?

– Eu te odeio.

6. Berries.

– Que tipo de berry é a sua favorita? - Ela perguntou, segurando um saco cheio delas.

– Berries são para pokémons, garota estúpida. - Ele murmurou em resposta, de olhos fechados. Estavam ambos debaixo de uma árvore grande perto de Cherrygrove, descansando após uma batalha.

– Não quer dizer que não sejam, boas, hunf. - Ela estendeu uma ao Feraligatr do garoto, que aceitou com prazer. - Minhas favoritas são as Magost, mas elas são bem raras, então...

– Que seja. - ele bufou, anotando mentalmente essa nova descoberta.

– Ah, vamos, Silver! - Chegando exageradamente perto dele, a garota teve que olhar para cima para encontrar com seus orbes prateados (porque ele era tão alto? Ugh!), arfando. - Você tem que gostar de uma!

– E-ei-!

Ele sentiu-se eletrocutado pela proximidade, corando até as orelhas: O ruivo podia até sentir o cheiro de baunilha do shampoo dela, e isso estava tirando o seu foco. Engoliu em seco, seus olhos parando inevitavelmente nos lábios da garota.

Chegou mais perto. Eles pareciam extremamente convidativos, entreabertos e com aquele sorrisinho bobo e inocente. Silver pôde quase jurar que, daquela proximidade, eles eram tão vermelhos e provocantes quanto uma...

– Cheri... - Deixou escapar, um dedo movendo-se para levantar o queixo de Lyra.

Silêncio.

Como se um balde de tinta vermelha tivesse sido jogado em sua cara, o garoto afastou-se com um pulo,ruborizado e grudando os olhos no chão. Por pouco não fizera algo idiota.

A jovem ao seu lado, que também tinha uma pitada de rosa espalhada pelas bochechas, olhou-o com curiosidade. Tirou uma pequena fruta vermelha do saquinho e estendeu-a para ele - chamando sua atenção.

– Toma, eu tenho uma. - Ela abriu um sorriso doce. - Você gosta de berries picantes, Silvy? Até que combina com você.

Ele aceitou a berry sem falar nada, observando-a sem palavras. Depois, comeu-a quando Lyra não estava olhando.

Ela é mais inocente do que eu pensava.

A treinadora o fitou pelo canto do olho, as mãos subindo para sua boca. De repente, a ideia de ir até Goldenrood para comprar aquela coleção de gloss com sabor de berries não lhe pareceu tão ruim.

7. Tentativa.

Uma semana depois, ela estendeu uma fruta vermelha na frente do ruivo com o rosto decidido.

– O que você está fazendo? - Ele perguntou, a encarando.

Ela permaneceu em silêncio, aproximando a fruta até que ela tocasse na jaqueta do garoto.

– Tira essa berry da minha roupa. - Ele a mandou um olhar mortal.

Lyra esperou.

– Ei...

E esperou.

Mulher...

Esperou um pouco mais.

LYRA!

Ele arfou de raiva, agarrou o braço dela com força, tirou-a de sua frente e continuou a andar.

– Mas... - A garota encarou a Chople berry decepcionada. - Disseram que ela podia esquentar um coração gelado...

8. Perigo.

Ele sentiu o coração ser esmagado ao vê-la a centímetros de ser atingida por uma cauda de ferro de um Steelix. Há um segundo ela estava bem, ao seu lado. Só se afastara um pouco e de repente...

Um grito de “Cuidado” escapou de sua boca, e ele só pôde observar enquanto a distância entre a garota e a cobra de ferro ficava cada vez menor...

Felizmente, a salamandra que ela tinha como inicial tirou-a do caminho a tempo, uma rajada de fogo atingindo o pokémon de metal logo em seguida.

Foi até ela. A garota, que tivera que se apoiar na parede para não cair com o susto, suspirou ao vê-lo se aproximando.

– Aah! Essa foi por pouco-! - Ela começou, rindo, mas foi interrompida quando seu rival a abraçou sem mais nem menos.

Sentindo seu sangue subir até o rosto, a jovem arriscou: - Silver...?

– Não... - Ele respirou fundo, como se o pensamento de vê-la machucada ou pior tivesse tirado o ar de seus pulmões. - Não faça isso de novo...

Lyra ficou quieta, não sabendo como responder. Ela retribuiu o gesto hesitante, surpresa pelo ruivo tomar a iniciativa de abraçá-la.

O silêncio dos dois só foi interrompido pelo grunhido do Thyplosion, que, depois de abater o tal Steelix, estava querendo queimar o ruivo que tinha se apossado de sua dona.

Silver se afastou lentamente, ainda sem olhar para ela. Lyra o observou pelo canto do olho, esperando que ele fizesse algo mais, que a abraçasse outra vez-

Nada.

Mas ele tinha as mãos tremendo, tanto que qualquer um pensaria que não fora ela quem quase morrera por um ataque iminente - e sim ele próprio.

9. Descanso.

– Siiil~ - Ela cantarolou, deslizando os braços pelo pescoço do garoto.

Lrya estava com tédio. E, qual a melhor coisa para se fazer quando se está com tédio? Isso mesmo, importunar o seu rival!

...Ou, no caso, deitar por cima dele no meio da grama baixa da fazenda de Milktanks.

Ele suspirou em resposta, cansado demais para tentar tirá-la de seus ombros. Continuou olhando para o céu da tarde, notando os pequenos pidgeys que voavam em conjunto.

– Hmmm. - A garota afundou o rosto na brecha entre o pescoço e ombro direito do garoto, deitando-se por cima dele. O ruivo nada fez além de continuar na mesma posição, um dos braços preguiçosamente descendo para segurá-la pela cintura.

– Sabe, - A voz da garota saiu abafada da posição que estava, - Por mais que eu adore treinar com meus pokémons, tirar um descanso assim não é nem um pouco ruim!

Ele a encarou com o canto do olho.

– E você é um bom travesseiro! - Continuou, sorrindo. - Mesmo que o seu cabelo faça cócegas no meu rosto...

Uma Milktank mugiu ao fundo.

Levantou o rosto para encará-lo: estava começando a se aborrecer. - Você não vai falar nada mesmo, Sil?

– Só vá dormir, Lyra. - O ruivo murmurou, beijando-a de leve na testa antes de fechar os olhos outra vez.

Ela piscou.

Ele ficava bem menos irritadiço quando estava com sono. Teria de anotar isso no seu caderninho mais tarde.

10. Tempo.

É estranho, como o tempo funciona. Silver poderia jurar que fora ontem que ele vira aquela garota pela primeira vez, que a subestimara pela primeira vez pela roupa infantil e chapéu estranho.

Parecia ter sido apenas alguns dias desde que ele perdera para ela pela primeira vez.

Era frustrante, realmente. Com os meses, ele começou a pensar se Lyra não tivesse um dom especial de saber como derrotá-lo em batalhas.

Silver a odiou por isso. Ah, como a odiou. A garota aparece de sei lá onde, consegue tornar-se um mito em pouco tempo e acaba com a recém-ressuscitada equipe rocket quando ele só consegue fazer-se de idiota.

Mas os meses passam. E ele observa que a garota estúpida do chapéu - que ele descobriu ser Lyra, ainda que estúpida ainda fosse um bom apelido - não é tão irritante assim.

Como ele pode falar mal da única pessoal que se importou com ele, sem querer nada em troca?

Ela era incrível, aquela garota. Mas ele não iria dar-se por vencido - algum dia, alguma hora ele tinha de vencer uma batalha.

Mas os meses passam mais depressa ainda. E de rivais eles passam para conhecidos, e para amigos, mais do que simples amigos e-

De repente, ódio torna-se curiosidade, que se mescla em respeito e resulta em amor. E ele não sabe mais se foi só o tempo que mudou ou ele mesmo mudou junto.

E agora, nesse exato momento, quando Silver finalmente consegue ganhar dela em uma batalha e finalmente tem a chance de fazer algo que queria ter feito à quase um ano atrás...

Ele percebe como o tempo é uma coisa incrível.

Afinal, na primeira vez que se encontraram, ele a empurrou para longe e desprezou-a com todas as fibras de seu ser.

Na trigésima sétima, ele a puxou para perto e a beijou, a ideia de que amor é para os fracos há muito tempo já esquecida.


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Notas finais do capítulo

Para quem não entendeu a pegadinha do 7, a descrição da Chople berry diz que ela "tem uma substância que emite calor e pode até esquentar um coração gelado." Bom..... eu não pude evitar.

Eu espero que tenham gostado. Talvez eu faça algo assim para outro casal do jogo no futuro... algo com ferriswheel ou sequel, ou até outra coisa. Pensarei sobre isso. owo

Até mais!