Ontem à Noite: Patrocinado por Jack Daniels

"Por que só temos moedas de dois centavos, mas usamos a expressão 'lhe daria um centavo para saber o que você está pensando?' O que acontece com o outro centavo?"

Santana grunhiu, batendo a testa na mesa.

"E se um ateu vai ao tribunal? Ele não pode jurar em nome da Bíblia, pode? E quanto a nós, judeus? Devemos usar a Torá em vez disso?"

Puck suspirou, enquanto a líder de torcida ao seu lado levantava a cabeça lentamente, lançando a ele um olhar irritado. Ele sabia exatamente o que ela estava pensando. Esta havia sido a pior idéia de todas.

"O que acontece se você cortar o dedo em um cartão de Fique Bem Logo?"

Eles sinceramente esperavam que deixar Berry bêbada a faria mudar um pouco? Ele apenas concluía que sim, já que ela já estava bêbada. Mas ainda continuava falando. Sem parar.

"E se você encontrar um trevo de quatro folhas debaixo de uma escada? Oh! Ou, e se um gato preto passar debaixo da escada e quebrar um espelho?"

Finn havia caído no sono há muito tempo, e ele estava atualmente esparramado no chão, ao lado da cadeira de Puck, roncando. Ele sempre havia sido fraco com as bebidas. Bastardo sortudo.

"Você pode realmente ler um livro de imagens? Será que você não tem apenas que vê-lo?"

Brittany também cochilava com a cabeça nos braços. Mas no seu caso, o cansaço tinha mais a ver com o treino das Cheerios e com Santana a obrigando a tomar alguns goles de sua cerveja. Vadia sortuda.

"E por que a cola não gruda no interior da garrafa? Gruda em todo o lugar em que deixamos cair."

Puck ficou aliviado ao perceber que não era uma pergunta. Mais ou menos. Na verdade, ele só queria jogar uma garrafa de tequila nela. Ele tomou outro gole, esperando que o ajudasse a passar mal mais rápido.

"OK, mais uma: se o Ursinho Pooh era sofisticado o bastante para guardar seu mel em potes... por que ele sempre come com as mãos? Ele não tem colheres?"

Santana desistira da cerveja há muito tempo e arrombara o gabinete da mãe de Puck, à procura de uísque. Ela já suportava Rachel o bastante todos os dias sem o auxilio do álcool. Mas isso? Ela precisaria de artilharia pesada.

"E o Pato Donald? Ele veste uma camisa, mas não calças. Isso faz sentido?"

A única pessoa no aposento que parecia completamente inalterada por tudo aquilo, e ainda consciente, era Quinn. Que ele achava que não estava ouvindo nada, na verdade. Ela estava, atualmente, examinando a mão de Rachel com muita atenção, virando-a de um lado para o outro, examinando-a um pouco mais. Ela sempre fora meio amigável demais quanto estava bêbada.

"E se você tiver um Hot Pocket frio? Vai ser só um Pocket então?"

E enquanto Quinn era a única que não se incomodava com os discursos de Rachel, Rachel completamente não se incomodava com o fato de sua mão estar sendo estudada. Ela simplesmente continuava gesticulando com a mão livre, como se nada estivesse acontecendo. O que era a prova de que Puck estava definitivamente, definitivamente bêbado.

"Quantos anos exatamente você tem que ter, para que digam que você morreu de velhice?"

Tinha começado como uma piada, mesmo. Todos acabaram bebendo demais no final de semana e Rachel estava dando um de seus enormes discursos sobre aparecerem nas reuniões de Glee de ressaca. Santana – completamente certa – disse que Rachel não entenderia, e Rachel tinha, é claro, ficado ofendida, dizendo que já havia provado álcool antes. Puck – completamente certo – revidou dizendo que ela provavelmente não ficara bêbada de verdade. E Brittany comentou que ela nem mesmo deveria saber que 'tipo' de bêbada era.

A certeza de que eles conseguiriam fazer Rachel calar a boca, foi desperdiçada. Puck suspirou.

"Já que temos bolos com formatos de anjos, podemos ter anjos com formato de bolo?"

Rachel não sabia que 'tipo de bêbada' era. Puck explicou que ele era o bêbado com tesão – o que Santana disse não fazer realmente lá muita diferença, e Rachel rapidamente concordou, mas pediu para que eles elaborassem. E eles fizeram exatamente isso.

"Se você amassar uma vaca, vai ter queijo coalho?"

Santana era uma bêbada pateta; Brittany era a bêbada catatônica; Quinn era a bêbada amigável; Finn era o excêntrico que caía no sono. Todos explicaram aquilo para Rachel. E então, Finn brincou convidando Rachel a ficar bêbada com eles no fim de semana seguinte. E depois de Quinn dizer que ela não teria coragem, Rachel prontamente decidiu levar aquilo como um desafio. Puck secretamente esperava que ela fosse uma bêbada com tesão, mas não teve tanta sorte.

"Se a Bruxa Malvada do Oeste derretia na água, como ela tomava banho? Ou será que era apenas aquele balde de água? Nesse caso, por que ela manteria seu castelo em um lugar tão aleatório? Por que ela moraria em um lugar rodeado de água?"

"Não. Sem mãos de homem." Disse Quinn, de repente, descansando a mão de Rachel cuidadosamente sobre a mesa.

Brittany acordou e Santana olhou confusa para Puck. Finn continuou roncando.

"Obrigada, Quinn. Por que as pessoas dizem que estão 'loucamente apaixonadas'? Já não somos todos um pouco loucos?"

"O que eu perdi?" Brittany perguntou, com um bocejo.

"Cerca de mais meio milhão de perguntas." Santana gemeu, voltando a bater a cabeça na mesa.

"E acabou a cerveja." Puck acrescentou, se referindo a sua garrafa de tequila.

"Por que fonética não se escreve da mesma forma que é dita? É por falar nisso, por que 'abreviação' é uma palavra tão longa?"

Os três conscientes restantes, mas não em transe, trocaram olhares exasperados. Eles mal entendiam aquelas palavras sóbrios.

Agora que terminara de examinar as mãos da outra, Quinn se inclinou sobre a mesa com o cotovelo, e apenas olhava para Rachel.

"Por que o alfabeto está nesta ordem? Será que é por causa da música, vocês acham?"

Santana suspirou e Puck encheu a boca de uísque. Ele realmente precisava de um licor forte. Aquilo o impediria de jogar Rachel em um beco qualquer.

Naquele meio tempo, Santana levantou a cabeça e olhou para Puck. Eles tinham esperança que ela parasse de falar, mas nada mudara realmente – embora algo tenha mudado. Quinn estava agora examinando o pescoço de Rachel com as mãos. Puck olhou para Santana, que tinha a testa franzida.

"Por que dizemos que o alarme está despertando, quando na verdade, nós é que estamos?"

Rachel disparou olhares furtivos para a loira ao seu lado, que permanecia desatenta a tudo que não fosse sua atual inspeção. Ela colocara o cabelo de Rachel para o lado para uma melhor visualização, correndo os dedos muito levemente através da pele do pescoço da morena.

"E por que guardamos a carteira na – na bolsa... como uma bolsa dentro de outra?"

Puck olhou para Santana mais uma vez. Quinn sempre foi extremamente amigável quando bêbada, mas geralmente ela apenas fazia um carinho ou dava muitos abraços. Parecia ser a hora de intervir. Mas eles estava em um dilema. Por um lado, Quinn era amiga deles e eles deveriam impedi-la de fazer coisas das quais não gostaria de lembrar quando acordasse. Por outro lado, por que eles tinham que tomar conta dela?

"Se um cantor... canta – humm... sua própria canção em um karaokê, ainda é... ainda é um karaokê?"

E por um lado completamente diferente, Quinn estava realmente fazendo Rachel se calar. Era um alivio para os ouvidos de Puck. Além disso, meninas-com-meninas sempre era muito gostoso, mesmo que não estivessem fazendo nada.

"P-Por que 'Joey' é o diminutivo de 'Joe'? 'Joey' tem uma letra... hum... a mais."

Santana sentou-se ereta quando Quinn começou a cheirar o cabelo de Rachel. Puck sorriu preguiçosamente com a visão. Brittany não parecia preocupada. Mas se as coisas estavam mesmo tomando os rumos que pareciam tomar... bem, eles teriam que parar Quinn antes que ela fizesse algo que realmente não queria. Droga.

"Por que pagamos p-pedágios em... em rodovias livres?"

Santana se inclinou sobre a mesa, cutucando o cotovelo de Quinn. A loira estapeou a mão da latina para longe.

"Q, você tem que parar agora." Ela disse.

O rosto da loira ainda estava enterrado entre os cabelos de Rachel e seu pescoço, por isso a resposta saiu abafada, mas foi definitivamente um: "Uh-uh".

"Por que... por que pessoas apertam os olhos quando... quando tentam ver algo melhor? Não deveria... hum... ser o contrário?"

Santana cutucou mais uma vez. "Q, sério!"

"Mm-mm."

Aquela era outra coisa sobre Quinn bêbada. Suas frases eram reduzidas a três palavras ou menos, e eram geralmente sempre monossílabos. O tipo de coisa que fazia Puck lembrar de uma criança de dois anos. Com tranças.

"Se... mosca em inglês é 'fly' então... uma mosca sem asas... seria 'walk'?

Brittany bufou, e Puck não pôde evitar dar um pequeno sorriso. Se ela continuasse a fazer perguntas como aquela, não seria tão ruim. Quinn ainda empurrava a mão de Santana para longe, e Rachel estava completamente desistindo de gesticular. Agora ela estava apenas sentada, parada em sua cadeira, ainda falando, mas quase como se não soubesse que ainda falava.

"Q, sério. Você não vai gostar disso de manhã." Santana grunhiu, sacudindo a cabeça.

"Cheiro bom," Quinn protestou veementemente.

"Por que uma porta parcialmente fechada é 'entreaberta'?"

"Puck, tenta você." Santana resmungou, voltando a sentar na cadeira.

Brittany acariciou seu braço. Puck suspirou. Ele não sabia se conseguiria levantar sem cair. Ele largou a garrafa de uísque lentamente, levantando-se com cuidado para não bater a virilha na mesa. Ele vacilou por um segundo, empurrando Finn com o pé, então, se inclinou e deu um tapinha em Quinn, que o empurrou também.

"Quinn," ele tentou.

"Não. Eu gosto," ela ronronou, acariciando o cabelo de Rachel.

Se Puck não estivesse enganado, ele poderia jurar que as bochechas de Rachel ficaram um pouco vermelhas.

"Por que... por que, hum, 'inflamável' e 'flamável' significam a mesma coisa?"

"Quinn, err, você... pare." Puck não tinha idéia do porque seus lábios pareciam não querer se mover. "Tipo, agora."

Ela levantou a cabeça pela primeira vez desde que começara, e derrotou Puck com um único olhar. Ou pelo menos, era o que parecia que estavam fazendo. Ele piscou e balançou a cabeça.

"Pegue a sua," Quinn rosnou. "Essa é minha."

Sim, as bochechas de Rachel estavam definitivamente mais vermelhas do que antes. Quinn voltou a cheirar seus cabelos, e Puck voltou para sua cadeira. Tudo girou por um momento, mas voltou ao normal no minuto depois, e então ele percebeu que Brittany e Santana o haviam abandonado. Ele bufou.

"Quando o álcool vai fazer efeito? Eu me sinto bem," Rachel perguntou de repente, só que desta vez, ela realmente se dirigiu a alguém, e Puck sorriu.

"Tente ficar de pé," ele murmurou, esfregando a cabeça.

"Oh."

"Eu quero um beijo," Quinn disse. Só que saiu mais ou menos assim: 'Eukérommbêjo'.

As sobrancelhas de Puck dispararam para cima, e ele olhou para Rachel, que piscou para Quinn várias vezes – ou ela estava processando o que foi dito ou estava vendo em dobro também.

"Mmokay." Ela murmurou, e as sobrancelhas de Puck subiram ainda mais. "Fique parada."

Puck decidiu que ela estava vendo em dobro, porque Rachel virou em sua cadeira e segurou os ombros de Quinn por alguns segundos, como se estivesse tentando se equilibrar. Então ela s inclinou para frente e desajeitadamente pressionou seus lábios nos de Quinn.

Quinn não pareceu se importar. Suas mãos ainda estavam emaranhadas nos cabelos de Rachel, e ela devolveu o beijo com gosto. Ela não segurava tanto a língua quanto Berry, Puck notou, porque ela lambia vagarosamente os lábios de Rachel, e sem seguida, o que começara como um beijo inábil terminara em uma completa sessão de amassos.

Elas gemiam na boca uma da outra e começaram a puxar suas roupas, e antes que Puck pudesse processar o que estava acontecendo, Quinn pegara Rachel em seu colo, deslizando as mãos sob a blusa de Rachel, e então a loira meio arrastou, meio carregou Rachel para o outro quarto. Puck sorriu.

Porque havia dois casais de lésbicas bêbadas fazendo sexo na casa dele, e Quinn encontrara um jeito de calar Berry.

Depois, Puck fez uma pergunta para si mesmo, o que o fez grunhir.

Por que ele não pensara nisso antes?