Endless Night escrita por Areals


Capítulo 1
Capítulo 01: Snow Falls


Notas iniciais do capítulo

Obviamente os personagens pertencem aos seus respectivos criadores. Esse capítulo é mais para vocês se situarem, por isso é tão parecido com o episódio 1x18 (mudei algumas coisas). Espero que gostem e comentem por favor!



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— E você gosta disso não é? – perguntava Mary vendo o prazer transbordando nos olhos castanhos da mulher. – Por quê? Por que tem tanto prazer nisso? O que eu lhe fiz para me odiar tanto?

A maldição a impedia de se lembrar, porém as lembranças estavam vívidas em sua mente. Dia após dia, século após outro, não havia para onde fugir das inquietas sombras, do gosto amargo remoendo-a de dentro para fora. A excitação em vê-la atrás das grades, finalmente pagando pelos pecados feitos e por um dia não tão distante – no reino das suas sombras –, ter olhado no fundo dos teus olhos e alegado a própria inocência.

Bom, ainda não era exatamente estes erros os quais estavam sendo pagos, porém Regina faria a sentença valer o mesmo. E assim finalmente teria o seu final feliz. Ria triunfante enquanto Mary se desesperava ao ver seu semblante tão sorridente. Sabia que para a garota, lhe ver daquele jeito significava somente infelicidade, por isso este momento era tão precioso. E ninguém poderia tirá-lo dela.

Mas nem sempre Regina foi má. Há quem contradiga, porém Branca conheceu a rainha nos seus dias mais gloriosos. Dias esses, tão distantes que a rainha ainda se chamava princesa e guardava dentro de si a magia do amor verdadeiro. Contudo, tais dias distantes levaram de si a alvorada, deixando somente a noite eterna em seu coração.

Regina corria atrás da pequena garotinha de cabelos negros desesperada. Precisava se explicar, afinal tinha “aceitado” o pedido de casamento do rei e foi pega beijando outro homem. Branca estava arrasada, chorava muito, impedindo de ver o galho em seu caminho, fazendo-a tropeçar. A garotinha se sentia tão sozinha, como se nunca pudesse ter uma mãe. Após salvá-la, havia criado laços com Regina, imaginando-a em sua família e finalmente tendo seu final feliz.

“Branca!” gritou a mulher. “Você está bem?”

Ver a morena preocupada fez a menina chorar ainda mais. Depois daquela facada em seu coração infantil esperava que estivesse como?

“Não, não.” repetia as palavras automaticamente. “Por que você estava beijando aquele homem nos estábulos? Você está para se casar com meu pai... e ser minha mãe!”

“Branca, por favor, me escute.” começou Regina, segurando um das suas pequenas mãos. “Ei!” disse gentilmente trazendo seu queixo para cima, fazendo-a olhar em seus olhos. “Seu pai, o rei Leopold, é um homem bom e justo, mas eu não o amo.”

A menina mudou sua expressão. Seu pai era bom e justo, características as quais profundamente admirava em um homem e, principalmente, nele. Entretanto, a mulher se recusava a se casar com ele mesmo assim.

“Eu não entendo... por que não?”

“O amor não funciona desse jeito” Regina falou tentando explicar o amor do modo mais simples possível. “Amor, verdadeiro amor, é mágico.”

“Mas não é qualquer magia. O amor verdadeiro é a magia mais poderosa de todas. Ele cria felicidade dentro das pessoas a qual se permitem tê-lo. Porém, o amor, sempre nasce nos lugares onde se menos espera; cresce dentro do coração de qualquer um, por isso é tão poderoso. Um dia, quando você amar também, vai ter certeza porque apesar de possuí-lo, tudo o que vai querer fazer com ele vai ser dividir.”

As bochechas antes brancas como a neve, mostravam-se rosadas, imaginando o amor, entendendo a morena. Este sentimento portava-se como um código feminino, todas entendiam o seu poder não importa o quão distante estava da sua vez. Branca agora estava feliz, talvez o final feliz de Regina não fosse ser sua mãe.

“E aquele homem nos estábulos, você o ama?” perguntava com o coração nas mãos, queria ela em sua família, contudo se ela realmente o amava, deveria ser com ele a família dela.

“Com todo o meu coração”

“Então você deve se casar com ele!” dizia com uma inocente convicção, fazendo Regina rir. “Devo ir contar agora ao meu pai!”

A morena parou de rir. O medo arrastado pelas suas espinhas não era pelo rei e sim pela sua mãe, Cora. Conhecia bastante sua mãe para saber que ela nunca aceitaria seu casamento com Daniel e, apesar do amor verdadeiro ser poderoso, tinha medo pelos dois.

“Não, não.” a segurou pelo braço. “Não pode!”

“Por que não?” estava confusa. “Certamente ele entenderá.” a inocência brilhava em seus olhos azuis.

“Talvez, mas nem todos entenderiam. Minha mãe seria uma que ficaria no caminho.”

“É por isso que você ia fugir.”

 “É o único jeito do nosso amor sobreviver.” afirmou enquanto pegava as mãozinhas da menina novamente. “Branca, você sabe o que é um segredo?” ela assentiu com a cabeça atentamente. “Se você quiser realmente me ajudar...”

“Eu quero!”

“Então, o que você viu, o que eu lhe contei, você deve manter segredo. Você pode fazer isso?” Regina olhava fundo em seus olhos, estava desesperada. Seu futuro estava nas mãos de Branca, tudo estava em jogo se tratando de Cora. Entendia a sua mãe querendo sempre seu bem, mas ela nunca entendia que o bem dela não significava a mesma coisa que o seu bem.

“Acho que sim.” os olhos azuis de Branca brilhavam admirados. Nunca havia visto o amor tão de perto e ninguém nunca havia lhe explicado sobre o mesmo. Sentia muito por não tê-la ao seu lado e nunca a esqueceria.

“Eu preciso que você tenha certeza. Você nunca poderá falar disso, principalmente para a minha mãe. Pode fazer isso por mim?”

“Sim” sorriu largamente. “Eu prometo.”

As duas se abraçaram. Branca se sentia madura agora, entendia o que se dizia ser amor. Poderia nunca mais conseguir uma mãe para explicar-lhe o mundo, porém conhecia o amor e pensava que poderia conhecer o mundo com ele.

“Você sempre será minha heroína.” a menina se afastou e olhou nos olhos da mulher, para a mesma sentir o peso da sinceridade em suas palavras. Regina sorriu docemente e a levou de volta ao castelo.


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