Jogos Vorazes - Versão Clove escrita por Larissa A


Capítulo 3
O Plano




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Eu estava com dificuldades de respirar devido ao meu grito. Respirei fundo com um pouco de dificuldade e levantei da cama, sentando na beirada. Fui ao banheiro lavar o rosto, mas assim que me olhei no espelho vi meu olhar de puro ódio. “A primeira coisa que farei na arena é matar a garota do 12”, pensei. Tive de me segurar para não murrar o espelho. Dou a mim mesma ordens em voz alta.

– Sente na cama e bole um plano, Clove.

Saio do banheiro e vou para a cama, sentando-me. Fico olhando para a porta durante 3 minutos.

“Primeiro,” penso “posso fingir que a conversa com Cato não existiu. Segundo: tentar manter a maior distância possível de Cato para não perder o foco. Terceiro: tomar cuidado sobre o que falo com Brutus. Quarto: não posso deixar de ser a garota violenta. Eu tenho uma violência que está se esvaindo de mim e não posso permitir isso.”

Depois de um plano horrívelmente bolado que talvez não dará certo, vou dormir.

Acordo várias vezes durante a noite, sempre com o mesmo pesadelo: Cato distraindo-me na arena e de repente um facão atravessa meu estômago. Mas dessa vez acordo num pulo, e Cato está sentado ao lado de minha cama, me observando.

– Garoto, o que você está fazendo aqui?! – Dou um suspiro e boto as mãos na cabeça, tentando esquecer o susto que levei.

– Escutei uns gritos vindos daqui e vim ver se estava tudo bem, fiquei preocupado – Cato estava sendo tão fofo e doce.

– Está tudo bem sim, não precisa de preocupar – digo, lembrando de meu plano.

– Tá bom, então – Cato não parecia convencido. Ele estava indo em direção a porta quando bruscamente se virou. – Ah, Ittah disse que é para você ir tomar o café da manhã.

– OK, diga a ela que já estou indo e obrigada – tento ao menos ser educada com Cato, porque como disse, ele está um doce comigo.

Cato sorri e sai do quarto. Assim que ele sai, me apronto e vou para o vagão-restaurante. Chegando lá, Ittah diz:

– Bom dia, querida! Ouvimos uns gritos vindos de seu quarto, o que houve?

– Só estava irritada – minto, sentando-me.

– E precisa descontar nas suas cordas vocais? – Diz Ittah com um pouco de deboche.

Levanto bruscamente, muito irritada com essa pobre cidadã da Capital. Vou até ela e solto:

– Você está me irritando desde que apareceu na minha frente!

Saio do vagão-restaurante e quando chego ao meu quarto bato a porta com toda a minha força. Vou até o banheiro e me tranco. Olho-me no espelho e me pergunto o que houve. Fiquei pensando sobre tudo. E cheguei a conclusão de um novo plano, que seria ser o mais natural possível, ser eu mesma e esquecer a confusão que havia dentro da minha cabeça, por mais difícil que isso fosse. Por que eu teria de mudar? É claro que eu posso ser eu mesma. Eu sei agir do jeito certo no momento certo. Eu não mudei. Só estava confusa. Dou uma olhada no espelho, lembrando da vontade que eu tinha de murrá-lo na noite passada. Dou um sorriso assustador para meu reflexo e dou um soco no espelho com toda a minha força. Ele se quebra em mil pedacinhos. Vejo um rio de sangue saindo da minha mão direita, e escuto batidas na porta do banheiro. Quando abro a porta, Ittah se apavora.

– Oh meu Deus, Clove! O que aconteceu?

Percebo que ninguém vai me deixar falar, então grito o mais alto que posso.

– EI! COMO VOCÊS QUEREM QUE EU EXPLIQUE O QUE ACONTECEU SE VOCÊS NÃO PARAM DE FALAR?! – Consegui um silêncio absoluto. – Obrigada. Eu murrei o espelho, está bem? Agora os motivos são pessoais.

– Vou mandar alguém enfaixar sua mão enquanto não chegamos na Capital – avisa Ittah e faço que sim com a cabeça.

– Você está bem, não está? – Respondo com um “sim” para Cato. – Se quiser conversar, eu estou aqui, sabe disso.

– Sei sim, obrigada – sorrio e Cato sorri.

Agora está apenas Brutus e eu no quarto.

– Gosto de você, Clove. Você é o tipo perfeito de tributo para a arena. Você e Cato – Brutus sai do quarto.

Fico olhando para o chão enquando uma Avox enfaixa minha mão. 10 minutos após, minha mão está enfaixada e Cato aparece na porta de meu quarto.

– Clove, venha! Estamos chegando na Capital!

Sigo Cato até o vagão-restaurante onde encontra-se apenas Brutus, que diz:

– Apenas um aviso. Façam de tudo para parecerem Carreiristas do tipo pesado. Valentões. Começem sorrindo para o povo da Capital – Brutus aponta com a cabeça para as janelinhas do compartimento, pouco interessado.

Cato e eu vamos para as janelinhas, com um sorriso destemido enquanto o povo da Capital nos recebe alegremente.


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