Jogos Vorazes - Versão Clove escrita por Larissa A


Capítulo 10
Presente




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/303958/chapter/10

Nunca vi Cato sem camisa, seu corpo é impressionante. Fico paralisada na porta, olhando para aquela maravilha, e deixo escapar:

– Que aquela oxigenada nunca chegue perto de meu Cato.

– O quê? – Pergunta Cato entre os risos.

Sacudo a cabeça tentando retomar a consciência.

– Ah, nada, venha cá, grandão – eu estava louca para abraçar aquele Cato sem camisa.

Quando o abraço, sinto uma coisa estranha e mordo os lábios. Minhas mãos estão passando por seu peito muito bem desenhado. Estou fascinada.

– Clove, o que você tanto morde seus lábios? – Ai meu deus, ele percebeu.

– Nada Cato, eu estou mordendo os lábios? Acho que não.

– Está sim. Viu, mordeu de novo.

– Tira esse sorriso bobo do rosto e me beija – peço dando um tapinha na sua arte.

O beijo é longo e intenso. E nunca senti uma coisa assim antes. Quando Cato se separa de mim, eu quero mais.

– Clove, tenho algo a lhe entregar.

Cato anda pelo quarto, vai até o closet e pega uma caixinha de veludo na cor vermelha e me entrega.

– Abra – diz.

Quando abro, estou fascinada. É um colar de ouro com dois pingentes dourados. Um é uma faca e o outro é uma espada.

– Ai meu Deus Cato. É lindo... Eu... Nem sei o que dizer... – Sorrio.

– Esse sorriso maravilhoso e mais um beijo daquele já diz tudo.

Quando nos beijamos, Cato me deita em sua cama. Ele fica acariciando meus cabelos e eu fico acariciando os seus. Cato se oferece para colocar o colar em meu pescoço. Quando ele bota, fico remexendo os pingentes, fascinada pela beleza.

– Quando conseguiu isso, Cato?

– Dois dias antes da colheita. Eu queria te dar antes da colheita, mas fiquei nervoso.

– É o melhor presente que já recebi, muito obrigada.

Cato bota uma camiseta e saímos de mãos dadas pelo nosso andar. Não são nem duas da tarde e não temos o que fazer, então sentamos na varanda da sala de jantar e ficamos conversando de mãos dadas. Não sei se estamos namorando ou o quê. Mas fico muito feliz com esse pequeno gesto. Ficamos conversando a tarde toda na varanda sobre as coisas que passamos no Distrito 2.

– Lembra daquela vez que eu botei uma barata viva na pasta da professora? – Relembra Cato.

– Nossa Cato, me lembro sim. Aquilo foi muito engraçado, mas no final eu tive que dar cobertura para você.

– Por falar em cobertura, que ir lá? Aposto que não tem ninguém.

Cato pega na minha mão e vamos para a cobertura. Não há ninguém mesmo.

– Então, quer fazer o quê? – Pergunto, dando uma voltinha para ficar de frente para Cato, de modo que fico andando de costas.

– Não sei... – Cato me dá um selinho.

– Você ainda sabe tocar violão?

– Claro, Clove. É uma pena que aqui não tenha um... Lembra quando eu cantei para você I Will Follow You Into The Dark de Death Cab For Cutie?

– Lembro sim, fiquei deliciada por sua maravilhosa voz. Pena que nunca mais irei ouvir novamente essa música tocada por você...

– Vai sim, Clove...

– Só um, Cato, só um... – Interrompo Cato e enterro a cabeça em seu ombro.

Cato entendeu o que eu quis dizer. Pelo menos espero que tenha entendido. Então o tempo foi passando. Já era hora do jantar. Descemos para o nosso andar e fomos jantar.

– Aproveitaram o dia de hoje? – Perguntou-nos Brutus

– Claro – respondeu Cato por nós dois.

– Ótimo. Amanhã vocês terão a entrevista e depois vocês irão para a arena. Já sabem o que fazer, né?

– Sabemos – eu e Cato respondemos ao mesmo tempo.

Olho para Cato e Cato olha para mim. Começamos a rir. Nossos estilistas e nossas equipes apareceram para jantar conosco. Depois do jantar, ficamos conversando um pouco à mesa. Ash e Valeria falaram das suas ideias para as fabulosas roupas de amanhã. Já eram dez da noite quando Cato ia me colocar para dormir. Quando já estava coberta na cama, falei:

– Você acha que a roupa de amanhã será muito ruim?

– Bem... Não.– sorrio para Cato, que sorri de volta.

– Cato, canta pra mim?

– Pra você dormir?

– Sim.

Cato canta um trecho da música que estávamos falando antes e sua voz me conforta tanto que eu durmo na hora. Meu sonho começa bom. Estou numa floresta. Mas não em qualquer floresta. Lá no Distrito 2 tem uma floresta que Cato e eu íamos todo dia depois da escola. Foi lá que Cato cantou para mim pela primeira vez. Nós nos sentíamos bem lá. Voltando ao sonho, eu estava na floresta do Distrito 2. Eu não me via. Eu via meu ponto de vista. Eu estava perdida, e Cato me guiava com sua voz. Ele me guiava cantando. Eu andava sem rumo entre as árvores, mesmo com Cato me guiando. Então eu o vi. O garoto do 11. Eu reconheci que era ele porque eu o tinha visto no Centro de Treinamento. Ele estava correndo furioso na minha direção com uma pedra na mão. Então ele bate a pedra com toda a força em minha têmpora. Caio no chão, respirando com muita dificuldade e com uma dor insuportável. Escuto Cato me chamando. Seu doce canto agora virou um chamado desesperado. Tento berrar, mas a dor é tanta que não consigo. Acordo berrando, chorando e toda suada. São oito da manhã e Cato está deitado ao meu lado, me acalmando.

– Cato...

– Não precisa falar do sonho, Clove.

– Eu não ia falar. Só ia pedir que me deixasse sozinha agora. Por favor.

– Tem certeza?

– Tenho.

– Está bem.

– Obrigada, Cato.

Observo Cato saindo do quarto. Vou tomar um banho, afinal, estou toda suada. Durante o banho lembro da floresta do Distrito 2, e acabo lembrando do baile de formatura da 8ª série. Um garoto tinha me convidado para ser seu par. No dia do baile, fiquei esperando ele por meia hora. Até que o vi com outra garota, beijando-a. Lembro que Cato não tinha convidado nenhuma garota. O vi sentado, olhando ao redor. Mas não consegui me conter e saí correndo. Eu estava indo na direção da floresta. Lembro que quando cheguei lá, sentei numa pedra, enterrei o rosto nas mãos e comecei a chorar. Eu nem sei porque eu estava chorando. Talvez porque fui enganada. Percebo que há alguém na minha frente. Levanto os olhos e vejo Cato, que está lindo no traje.

– É uma pena uma garota como você, linda como é e como está hoje, chorando desse jeito por um garoto que te enganou e que nem te conhecia – Cato sabia o que eu estava sentindo.

Cato ajudou-me a levantar da pedra. Agradeci. Então aconteceu uma coisa inesperada. Cato me beijou. Agora eu lembrei que nosso primeiro beijo não foi na Capital e sim na floresta do Distrito 2, na noite do baile, quando eu fugi. Sorri, lembrando daquela noite maravilhosa. Depois de Cato ter me beijado, nós tínhamos voltado ao baile e dançamos juntos até o final. Estávamos dançando All About Us quando eu percebi que amava Cato mas não aceitava. Quando cheguei na sala de jantar estava apenas Cato. Sentei ao seu lado e repeti suas palavras:

– É uma pena uma garota como você, linda como é e como está hoje, chorando desse jeito por um garoto que te enganou e que nem te conhecia – repeti com um sorriso enorme no rosto. – Lembra? Não foi aqui nosso primero beijo, Cato. Foi lá. Naquela noite. E eu percebi que te amava quando dançamos juntos pela primeira vez.

Cato deu o sorriso mais lindo do mundo. Me permiti dar um sorriso também, mas lembrei que nosso amor está condenado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jogos Vorazes - Versão Clove" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.